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Sínodo das Famílias ou dos Bispos? (1)

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Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO   «... mas não serão as famílias  que vivem experiências de êxitos  e fracassos matrimoniais  a poderem apontar caminhos possíveis  para a felicidade familiar?» 1. Há dias, um amigo dizia-me, com ar sentencioso: a vida de uma pessoa, comparada com a duração do mundo, não é apenas breve, é insignificante. Vós, os católicos, tendes a mania de negar a evidência, inventando a ideia de vida eterna quando, de facto, não passa de um fruto enganador da megalomania do desejo. Para não entrar numa discussão estéril, citei-lhe uma frase de Manuel da Fonseca, mais radical e evidente: isto de estar vivo, ainda vai acabar mal! A conversa tinha começado pelos rumores em torno do Sínodo dos Bispos. Segundo este amigo, está a preparar-se a primeira grande derrota do Papa Francisco. O seu raciocínio era simples: os bispos de todo o mundo dispõem de um passado e do Direito Canónico que lhes oferece a ilusão - assim com...

Os nossos fados

"Dizem que temos valor (os portugueses), mas que nos falta dinheiro e união; e todos nos prognosticam os fados que naturalmente se seguem destas infelizes premissas" António Vieira (1608-1697), padre e escritor português Li no PÚBLICO - Posted using BlogPress from my iPad

Religião, política e saúde

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Crónica de Anselmo Borges  no Diário de Notícias «Há expressões religiosas Anselmo Borges  que podem ser prejudiciais:  aquelas que levam a sentimentos  de impotência, culpa, vergonha.» O filósofo Immanuel Kant formulou as tarefas essenciais da filosofia nestas perguntas: "O que posso saber?", "O que devo fazer?", "O que é que me é permitido esperar?" Acrescentou, depois, que estas três perguntas remetem para e reduzem-se a esta quarta: "O que é o Homem?" Significativamente, Kant escreve que à terceira pergunta responde a religião, melhor, ela é do domínio da religião, porque tem que ver com a esperança da salvação, da felicidade, do sentido último. Deus é um postulado da razão prática, isto é, exige-se moralmente que Deus exista, para dar-se a harmonia entre o dever cumprido e a felicidade. A natureza não faz isso, só Deus.

O Totti e a Tita

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Animais fiéis  Permitam-me que vos apresente, hoje e aqui, os nossos fiéis amigos, o Totti (a minha Lita faz questão de escrever com dois tês para não haver confusões, segundo creio) e a Tita, que vivem connosco há uns 14 anos bem medidos. Com esta ideia de falar de um cão e de uma cadela pretendo tão-só sublinhar a sua fidelidade que ultrapassa, em alguns casos, o que seria normal apenas entre seres humanos. Realmente, momento a momento, percebemos o nível de fidelidade destes animais, que  se estende aos demais familiares. Quando filhos e netos chegam a nossa casa, percebemos bem a alegria que manifestam de tantas formas, com "gritinhos" estridentes, corridas e saltinhos, procurando o afago de quem vem, ao jeito de desafios para umas brincadeiras.  As idades, já avançadas para as suas vidas, não deixam de nos avisar que, mais ano menos ano, nos vão deixar. E, talvez por isso, sinto a necessidade de partilhar com os meus leitores estas confidências. Afi...

Um poema de Manuel Alegre

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AS MÃOS Com mãos se faz a paz se faz a guerra. Com mãos tudo se faz e se desfaz. Com mãos se faz o poema ─ e são de terra. Com mãos se faz a guerra ─ e são a paz. Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra. Não são de pedra estas casas mas de mãos. E estão no fruto e na palavra as mãos que são o canto e são as armas. E cravam-se no Tempo como farpas as mãos que vês nas coisas transformadas. Folhas que vão no vento: verdes harpas. De mãos é cada flor cada cidade. Ninguém pode vencer estas espadas: nas tuas mãos começa a liberdade. Manuel Alegre "O Canto e as Armas" Europa-América 1979

Aveiro quer viver a alegria da misericórdia

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Para 2015-2018 «Num mundo em constante mudança, em que cada vez mais se acentuam o individualismo e indiferença, apesar dos apelos à intervenção e à renovação, é imperioso que a Igreja, e cada cristão em particular, seja rosto da misericórdia de Deus para os homens do nosso tempo. Misericórdia que é o modo de amar de Deus, o seu autêntico nome, que se humaniza em Jesus Cristo e no estilo de vida que o leva a identificar-se com as pessoas lesadas na sua dignidade. “Abrir o coração à misericórdia é viver «as obras de misericórdia», fazer a experiência do encontro, da ‘peregrinação’ pelas variadas periferias existenciais.”» António Moiteiro,  Bispo e Aveiro Ler Plano Diocesano de Pastoral

Declaração de interesses dos comentadores

Eu sei que poderei ser acusado de ingénuo ao reclamar a todos os comentadores políticos e de outras áreas uma declaração de interesses. Sei, também, que todos se consideram independentes nas suas considerações, críticas ou elogiosas, mas tal não é verdade. A tendência normal, pelo que leio e ouço, é que são críticos benévolos em relação aos seus apaniguados e agrestes quando não comungam dos ideais dos visados nos seus comentários. Apoiam as correntes ideológicas que comungam e criticam as que consideram adversárias.  Quem os ouve e lê, com regularidade, vai percebendo as suas tendências, quer em relação aos políticos e artistas, quer no que diz respeito a desportistas e religiosos, mas nem sempre se percebe onde querem chegar pelas ambiguidades que usam nas suas intervenções. Uma coisa é certa: Todos se declaram independentes e imparciais, mas na realidade não o são de forma clara. E afinal, não custava nada. Bastava dizerem, por exemplo, se são, na política, da direita, ce...

Bonito exemplo de Ermelinda Garcez e Adelaide Calado

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Ermelinda, Adelaide e Fernando Martins Ermelinda Garcez e Adelaide Calado participaram e animaram a Eucaristia na sexta-feira, 25 de setembro, dia em que visitámos o Lar. Vimos como cantavam, como liam os textos sagrados e como distribuíam água aos participantes idosos ou doentes depois da comunhão, «porque alguns têm dificuldade em engolir a hóstia consagrada», disseram-nos. Depois encaminharam os utentes para as salas de convívio e respondiam às suas questões ou desejos, com palavras ternas para todos. A celebração foi presidida pelo Padre João Sarrico, atual capelão do Lar Nossa Senhora da Nazaré e vigário paroquial das Gafanhas da Nazaré, Encarnação e Carmo. Depois da missa, foi distribuir a comunhão aos acamados e no final confidenciou-nos que gosta do trabalho que aceitou fazer, tal como gosta de estar e falar com as pessoas. «Toda a vida fui pároco», disse. E acrescentou que, com esta missão, «acaba por dar o seu próprio testemunho», reconhecendo que há utentes mais nov...

Ares de Outono: ramos secos

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Ali, no empedrado geométrico, com raios de sol e sombra, jazem esquecidos e abandonados dois simples ramos de palmeira que os ventos outonais rasgaram do tronco paterno. Se mais vento não vier ou mesmo que venha os depósitos do lixo se encarregarão de lhes dar sepultura que os atire, um dia, para o ciclo da vida que se perpetuará até à eternidade. Que descansem em paz. Amem.

Zonas Costeiras em Congresso na UA

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UA recebe VIII Congresso sobre Planeamento  e Gestão das Zonas Costeiras dos Países  de Expressão Portuguesa «Nos dias 14 a 16 de outubro a Universidade de Aveiro vai receber o VIII Congresso sobre Planeamento e Gestão das Zonas Costeiras dos Países de Expressão Portuguesa. Mantendo a tradicional rotatividade da organização deste evento, cujas edições anteriores decorreram em Ponta Delgada (Açores), Recife (Brasil), Maputo (Moçambique), Funchal (Madeira), Itajaí (Brasil), Ilha da Boa Vista (Cabo Verde) e Maputo (Moçambique), a próxima edição decorrerá em Aveiro, pela primeira vez em Portugal continental.» Fonte Universidade de Aveiro

Somos uns empatas

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Palácio de São Bento Eu não sei se estou a ver bem o que se passa no nosso país. Anda tudo numa roda-viva, a nível de partidos políticos e do povo que vai atrás deles. Na democracia é assim, eu sei, mas...  Houve eleições para a Assembleia da República, donde dimana, segundo a nossa Constituição, o novo governo. O Presidente da República, tendo em conta o que reza a nossa lei fundamental, convida para formar o governo um líder partidário, tendo em conta os resultados eleitorais. Para se conseguir uma governação estável e duradoira, como em tempos o Presidente Cavaco informou o país, será preciso uma maioria com apoio parlamentar. Posto isto, os partidos devem entender-se para não andarmos a brincar às eleições. Porque, se não houver maioria, é certo e sabido que daqui a uns tempos lá voltaremos nós a correr para as urnas. E como somos uns empatas, tão empatas que nem sequer somos capazes de imitar outros países que, de um dia para o outro, fazem eleições, referendos, enten...