O regresso do Pai

1. Volta e meia, até para compreender alguma da casuística de deseducação actual, reaviva-se a abordagem sobre a questão da relação educativa, e nesta o procurar situar o enquadramento e o papel da autoridade. Quem não se recorda da pertinência da obra de Alain Renaut cuja designação era sintomática: O fim da autoridade (Piaget 2005), escrito em que se apresenta um diagnóstico muito lúcido sobre a grande crise transformadora que se instalou nas relações educativas em que modelos tradicionais não resistem às vanguardas modernas. Nem ao mar nem à serra! Mas o certo é que a palavra “autoridade”, viciada, continua a meter medo, este que deveria estar circunscrito às noções, sim, de autoriratismo… 2. Vem a talho de foice esta reflexão a propósito de mais uma obra destes dias que fala do “regresso do Pai”, como se desde as liberdades de Maio de 68 as sociedades ocidentais navegassem sem uma autoridade paterna que norteasse a ética do caminho a seguir. Metáfora à parte, todo este mecanismo d...