terça-feira, 30 de setembro de 2008

O Dia Começou Bem

Espreitando pela janela, manhã cedo, registei um dia bonito. O sol despontava no horizonte e indiciava calor neste Outono acabado de nascer e uma luminosidade que alimenta a alma. Sair para passear um pouco foi decisão tomada de imediato. Ao sair, à beira da minha porta, li esta frase estampada numa carrinha. Não dizia mais nada. Talvez até nem seja preciso dizer mais nada. Mas que é um bom lema de vida, lá isso é. O meu dia começou assim muito bem...
Claro que eu gostaria que lhe acrescentassem um simples "o", ali antes de "bem". Leiam agora... Não seria um grande lema para toda a vida?
FM

Favores e Cunhas

O escândalo das casas distribuídas, por rendas simbólicas, pela Câmara de Lisboa, a amigos, amigos de amigos, correligionários, artistas, jornalistas e outros, que se fazem valer da sua projecção social para reclamar favores, não deixa de ser curioso. Curioso, porque, em alguns casos, as habitações foram para pessoas exímias em pregar justiça social; e porque se apoiaram em compadrios, tão ofensivos das normas democráticas. Claro que, depois da denúncia, alguns beneficiários, decerto envergonhados, já começaram a devolver o que de mão beijada receberam. Esta questão vem lembrar o eterno hábito da senhora cunha, descarada ou camuflada, tão em voga na nossa sociedade, em desfavor do seguimento normalíssimo da lei. Não sei de onde veio esta maneira de ser e de estar na vida, mas gostaria de saber. Não acredito que seja por congénita deformação mental; muito menos por deficientes bases educativas. Talvez por convencimento de que as leis são injustas, que é preciso contornar, ou pura e simplesmente por desonestidade. O que se sabe é que muitos, se puderem contornar as leis com uns favorzinhos, ficam felicíssimos. Tanto os que pedem como os que dão. Estará isto, realmente, no sangue dos que seguem esses caminhos? FM

Postais da Figueira da Foz

Pelourinho do século XVIII
O pelourinho da Figueira da Foz pode ser apreciado na Praça General Freire de Andrade. Trata-se de um símbolo do poder local e da administração autónoma da justiça, datado de 1782. A coluna torcida é coroada por um capitel, onde se destacam as armas nacionais.

Paul Newman: Um Homem de Estatura

A propósito do recente falecimento do actor de cinema Paul Newman, recebi da minha leitora Madona um texto que, pela sua oportunidade, aqui transcrevo, em parte.

Foi num programa radiofónico, esta manhã. Um conhecido jornalista da nossa praça, na sua crónica matinal, diária, referia uma homenagem, feita a uma celebridade da sétima arte, de nacionalidade americana, falecida há dias. Depois de enumerados os seus grandes sucessos, alguns, êxitos retumbantes na indústria cinematográfica, ficaram-me gravadas na memória, algumas façanhas deste actor. Na sua época, em parte a minha, dado que é um pouco mais velho que eu, foi a coqueluche das jovens e adolescentes, que suspiravam quando o viam contracenar com as actrizes mais belas de Hollywood. Refiro-me ao galã de olhos azuis que enfeitiçou meio mundo feminino. Era másculo, dinâmico... e possuía uns penetrantes olhos azuis! Na verdade, o que mais me impressionou na sua biografia, foi a referência à sua mulher, também actriz. Mas que sacrificara a carreira, em prol da família. Mas… ainda não foi isso que prendeu a minha atenção e que se gravou na memória. Paul Newman, esteve casado 50 anos, com a mesma mulher! É de facto de um colosso, um homem, que vivendo num meio, onde se troca de parceiro como quem troca de camisa, ter feito semelhante proeza! Justificava a sua constância, dizendo que “se tinha bife em casa, não precisava de ir procurar hamburger fora”. (…) Grande homem, tu, Paul Newman! Foste grande em tudo! Foste, verdadeiramente, um homem de estatura! E é por esses que eu mantenho um secreto fascínio! Madona

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O Fio do Tempo

A fuga do passeio espacial
1. Desde os tempos da guerra fria (entre os Estados Unidos da América e a União Russa) que a conquista do espaço representa a maior afirmação da humanidade. A chegada americana à Lua, em 1969, ficaria para sempre registada como esse sinal político confirmado de se ser superpotência no panorama mundial. Ninguém duvida do interesse para a investigação científica dessas viagens espaciais. Mas, sejamos realistas: elas, mesmo no seu potencial científico, são bem mais realizadas numa estratégia de ânsia de poder do que numa lógica de investigação como serviço generoso à humanidade. É assim! 2. Quase que existe nestas lides das potências uma “moda” criada que prefere bem mais o atirar-se à fuga para o espaço do que o mobilizar-se para a resolução dos problemas essenciais na terra. É bem mais fácil responder e afirmar-se com tecnologia, mesmo que seja espacial, que com sentido de Humanidade. O que foram os anos 60 para EUA e Rússia, são agora os tempos da China. Depois dos Jogos Olímpicos «excepcionais» o homem chinês quase imitou Armstrong ao saudar no seu passo «o mundo inteiro», agitando a bandeira chinesa. O novo herói é Zhai Zhigang que caminhou 15 minutos no espaço (27-09-2008). 3. Também se comenta que a viagem, designada de missão Shenzhou VII, ocorreu alguns dias antes do aniversário dos 50 anos da americana NASA e pouco antes do 1 de Outubro, dia feriado nacional na China em que é celebrada a «grandeza» imperial. Nestes contextos e na gestão da afirmação, pouco parece importar o leite contaminado ou as condições, tantas vezes desumanas, em que é alavancada a gigante potência do século XXI. Por vezes anuncia-se o fim das ideologias que deram lugar exclusivo ao económico. Não é verdade, embora talvez estejamos mais que nunca diante daquele triste lema em que «o mal de uns é a sorte dos outros.» Jogo China versus EUA.

domingo, 28 de setembro de 2008

OUTONO

O Outono, que chegou e pelos vistos p'ra ficar, com todo o seu manto de suaves matizes, sugere-me este poema dos tempos de outrora...
Outono
Os tons dourados Do teu manto E os avermelhados Em espanto Ou nostalgia, Descem em nós A melancolia. Cobre-se a natureza Que rescende a mosto Dum véu de tristeza. Sentido ao sol-posto. E neste sabor Há pranto Ou louvor? Madona
Nota: Este poema, colocado no meu blogue nos comentários, por alguém que assina Madona, vem agora, aqui, para a ribalta, por sugestão do leitor assíduo João Marçal. O meu obrigado para ambos.
FM

Reunião da CMI no veleiro russo gera protesto

Aquando da Regata dos Grandes Veleiros, que atraiu ao Porto de Aveiro muitos milhares de visitantes, a Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) deliberou fazer a reunião habitual a bordo do veleiro russo Sedov. Pessoalmente, considero muito feliz a iniciativa, pelo simbolismo de que se revestiu, ao sublinhar, de forma original, a importância por todos atribuída à regata. Mas houve quem criticasse a decisão da autarquia, já que, dentro do veleiro, e segundo as normas internacionais, a CMI estaria em território estrangeiro. Tanto quanto sei, ninguém da autarquia se opôs, tendo até apoiado tão simbólica ideia de mostrar quanto o povo considerou meritória a Regata dos Grandes Veleiros. Tenho para mim que a grande maioria dos ilhavenses (e neles incluindo os gafanhões, naturalmente) até gostou que a reunião se tivesse realizado no veleiro russo. Noutro qualquer, teria o mesmo gosto, penso eu. As políticas, porém, às vezes têm destas coisas, perdendo tempo com ninharias e descurando o verdadeiro valor da iniciativa da autarquia, num momento em que tudo o que se fizer para promover a nossa região pode ser fundamental para o seu progresso.
FM

Qual é a melhor qualidade de um professor?

Arsélio Martins e Tomás Fidélis
A revista PÚBLICA de hoje traz uma entrevista curiosa. Arsélio Martins, o professor do ano em 2007, responde a questões postas pelo Tomás Fidélis, um aluno brilhante em 2008. Professor e aluno da mesma escola travaram um diálogo interessante, que vale a pena ler, para longa e necessária reflexão sobre a escola, os professores e os alunos que temos. A dado passo, o Tomás pergunta, para uma resposta desafiante: Qual é que acha que é a melhor qualidade de um professor? A melhor qualidade de um professor é ter aprendido bastante para saber que sabe muito pouco. E saber que é muito importante que a geração seguinte seja melhor que ele. É preciso que faça todos os esforços para que quem vem a seguir tenha mais conhecimentos e competências e desempenhe um papel melhor. A minha mãe dizia assim: “Eu quero o melhor para os meus filhos.” Os professores devem ter esta pulsão como fundamental. Acrescida da humildade de saberem que têm de estudar, ler e cultivar-se todos os dias. Um professor que também não consiga ligar a sua disciplina a um conjunto mais vasto de saberes é muito pobre e faz com que os estudantes sejam pobres. Tem de ir ao contratempo, participar na vida social, ter as suas ideias.
Foto da PÚBLICA

O Fio do Tempo

A política da agenda diária
1. Nestes dias vieram à ribalta algumas das contas do negócio dos combustíveis. Quando muitos questionam o modelo do capitalismo (até lhe chamam de “selvagem”!), o certo é que das ditas contas lucrativas o Estado vai buscar fatia significativa. Relata o estudo da Visão (25-09-2008) que «cada cêntimo a mais, do gasóleo e da gasolina, representam 230 mil euros nos cofres» de lucro por dia, este conseguido às custas da dependência energética que, no fim de contas, convém grandemente aos poderes. As inverdades, omissões e estratégias dos dois sistemas de poderes, sejam os capitalistas sejam os estatais, servem-se fortemente das conjunturas mais que servem… 2. Como eco da recente apresentação pública de livro de Marques Mendes, que não deseja o regresso antes pelo contrário, vem uma certa renegação da condição política, ele que esteve anos a fio nessa linhagem das lideranças. Denunciar-se que se sente surpreendido tantas vezes com a pequenez de horizontes da «agenda» política dos partidos no parlamento é constatação que os cidadãos fazem e pedem que seja diferente. Na reflectida desilusão de um dirigente político (seja de que quadrante partidário for…) em relação à «classe política» está a tristeza de um povo que olha para cima e tem dificuldades em sentir-se efectivamente representado. 3. Vive-se o clima propício para o crescer da indiferença em relação ao bem comum. No difícil comum ganha-pão da agenda diária, a preferência dos silêncios abre espaço desmedido ao fracturante. Hoje eleva-se o pormenor, o acessório, a minoria, a bandeira da inclusão de cada um mas, tantas vezes, em detrimento da visão de conjunto de uma sociedade como comunidade. As malhas do tecido social e cultural correm o risco de se quebrarem e, pior ainda, de não se sentir a sua falta. É democrático o querer da minoria…; mas não será urgente o pensar-agir comunitário?

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 96

AS CIÊNCIAS NATURAIS
Caríssima/o: Ora aqui está um assunto que sempre ... (o que eu ia a escrever, Santo Deus!... o que vale é que o computador tão depressa escreve como apaga,... safa, agora ia a sair delita!...) ..., mas vou completar: um assunto que sempre me interessou, bem como aos meus companheiros. Também aqui se ia para o tal quarto (que não tinha nada de escuro!...) decorar a teoria, mas com uma diferença: o que se lia e estudava reflectia-se na nossa cabeça em imagens bem reais. Reinos da Natureza: animal, vegetal e mineral; exemplos: a porca lá de casa, a couve do quintal e a pedra com que o Amílcar rachou a cabeça do... Mesmo quando o estudo incidia sobre o corpo humano não havia dificuldade que ainda a semana passada se tinha matado o porco e o Ti João André o desmanchou e nos mostrou o coração, os pulmões... e por aí fora, à medida que ia pondo para o alguidar e separando a fressura das tripas, até que chegou à bexiga que nos mandou bater e secar para depois jogarmos à bola... Com o tipo das raízes, ou o dos caules, mesmo até o recorte das folhas e as corolas das flores ou as características dos frutos, aquilo era uma 'saladinha de frutas' bem preparada, não havia sabor, cor ou trincadela em falso para a identificação que nos era exigida... Já na mineralogia não era tão linear: pedras e barro, bom, até bonecos fazíamos e pequenos púcaros, mas se o livro falava em minérios havia alguma hesitação. Mas isto para quem morava à beira da oficina do Ti Zé do Lino logo se rasgava o horizonte: ferro, cobre, chumbo... Era de facto uma aprendizagem baseada numa experiência de vida que, muitas vezes, nos levava a pedir mais que aquilo já nós sabíamos, só que a dificuldade estava em distinguir a Zoologia, da Botânica e da Mineralogia, nomes tão complicados para coisas que, desculpai-me, eram tratadas por nós... aos pontapés! Manuel

sábado, 27 de setembro de 2008

Declaração de Conimbriga

Jovens da Terceira Idade, em passeio
1. Envelhecer é o maior atributo da vida, expressão completa da existência.
2. Todo o ser humano tem o direito a envelhecer com saúde, segurança e dignidade.
3. A sociedade deverá proporcionar a todos os que atingirem a fase superior da vida meios para uma existência condigna em termos sociais, familiares, económicos, médicos e culturais.
4. Os seniores têm a obrigação de transmitir à família e à sociedade a cultura e sabedoria acumuladas ao longo da vida.
5. Os seniores têm direito ao convívio com os seus netos naturais e adoptivos, ajudando-os e acompanhando-os e transmitindo, pelo exemplo, valores, princípios e ensinamentos.
6. Os seniores têm direito a que sejam respeitadas as suas disposições e vontades, no estrito respeito pela ética e pela lei.
7. A sociedade tem a obrigação de adaptar e construir as estruturas, de valorizar e modificar a organização social e ensinar os cidadãos em função da nova realidade social, fruto do envelhecimento.
8. Os seniores devem associar-se, formal ou informalmente, na defesa dos seus interesses e na promoção dos seus valores.
9. Os seres humanos têm o direito e o dever a envelhecer com arte e a estimular a arte do envelhecimento.
Conimbriga, 27 de Setembro de 2008.
NOTA: Transcrita, com devida vénia, do blogue Quarta República
Foto da Revista "Maior Idade", da CMI

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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