A descoberta de cientistas norte-americanos pode acabar com as reservas éticas na produção de células estaminais. O estudo dá conta de uma técnica que não implica a destruição de embriões.
A técnica, descrita na revista "Nature", é inspirada no diagnóstico de pré-implantação, usado para escolher embriões criados através de fertilização in vitro livres de doenças genéticas.
A equipa de Robert Lanza, da empresa Advanced Cell Technology (Massachusetts, EUA), já tinha conseguido fazer isto com células de ratinhos, no ano passado.
Agora, conseguiu criar duas culturas de células estaminais embrionárias humanas, usando células colhidas em 16 embriões que sobravam de tratamentos de infertilidade.
Com o método tradicional para obter células estaminais, os cientistas usam embriões que se desenvolveram durante cinco a seis dias, até serem uma minúscula bola com cerca de uma centena de células. Com o novo método, usam-se embriões bastante mais imaturos, com apenas oito células. É colhida apenas uma, que é cultivada em laboratório. O embrião não precisa de ser destruído – pode continuar a desenvolver-se até termo da gravidez, se for implantado no útero de uma mulher.
Os cientistas testaram as culturas de células criadas com este método e confirmaram que podem ser usadas para produzir um vasto leque de tecidos.
Esta descoberta é relevante para os Estados Unidos, onde está proibido o financiamento público de experiências que investiguem o potencial terapêutico das células estaminais.Para Daniel Serrão, membro do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, a produção de células estaminais sem destruir o embrião é uma notícia "verdadeiramente extraordinária, confirmando que a ética não é inimiga da ciência - quando a ética levanta dificuldades estimula a ciência a resolver os problemas".
"Nós sempre dissemos que o embrião tem direito absoluto à vida e ao desenvolvimento", sublinha.
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Fonte: Rádio Renascença
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
Embrião tem direito à vida
Criadas células estaminais
sem destruição de embriões
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Um artigo de António Rego
Navegações
em tempo de Verão
Antes, havia os inventores de quase tudo. Os cientistas e descobridores corriam como atletas loucos para chegarem primeiro e darem o seu nome a um asteróide, um princípio, uma teoria, uma hipótese. Quando sabemos o meridiano exacto em que nos encontramos, ou a que distância ou altitude está uma terra ou elevação, nem nos apercebemos da quantidade de pessoas e experiências que contribuíram para termos dados precisos do nosso planeta, das forças que nos circundam, da informação que hoje quase instantaneamente surge no painel de cristais que faz parte dos nossos quadros rotineiros de consulta.
Desapareceram grande parte dos nomes. Hoje as descobertas são plurais e complementares. Grupos de trabalho, equipas multidisciplinares, oceanos e continentes colocam-se de permeio com o grupo de anónimos que, numa qualquer empresa ou no seu laboratório privado, vão dando passos em todas as direcções do progresso de que vemos apenas alguns sinais. Eles concretizam-se nos instrumentos de precisão, no carro, nos electrodomésticos, nos múltiplos afazeres da informática. O nosso quotidiano está cada vez mais inundado de novidade que há anos atrás seria tida como pura magia ou poderes preter – naturais.
O Padre Gaspar bem se cansa de explicar ao seu amigo Roberto – “o único ser da nossa espécie a haver naufragado num navio deserto” – fenómenos complexos da natureza – desde algumas teorias galileicas jamais aplicadas, à completa harmonia lógica entre a descrição bíblia do Dilúvio e as convulsões dentro e fora da Arca de Noé, e uma perfeita sequência de hipóteses descritas com exaltação. Ele não sente dificuldade em conjugar a bíblia com a ciência, mesmo na mais rigorosa interpretação literal em pleno século XVII. Umberto Eco transporta-nos a este universo fascinante e divertido - quase tanto como o Nome da Rosa - num livro que é uma Ilha do Dia Antes, mas com uma ironia doce numa procura sequiosa de encontrar “o Ponto Fixo”. Pode inscrever-se na moda dos muitos enigmas pseudo-científicos da nossa era. Mas pode conduzir-nos a um universo humanizado pelas pesquisas pacientes e perseverantes dos muitos mistérios que se escondem no universo. Os brinquedos tecnológicos que nos rodeiam poderão sugerir-nos que tudo está encontrado. Na verdade continuamos no encalço desse Ponto Luminoso, como atracção irresistível de todo o ser inteligente.
Não vale a pena exacerbar o conflito entre ciência e fé. Ambos têm o seu lugar. E é no coração do homem que ambos encontram o seu refúgio – divino e humano.
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
Navio-Museu Santo André assinala aniversário

até à
meia-noite
O Navio-Museu Santo André celebra hoje o seu 5.º aniversário. O Dia Aberto prolonga-se entre as 10 e as 24 horas. Durante o dia, o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo permanecerá no local para trabalhar em regime de presidência aberta, ouvindo os munícipes que queiram colocar-lhe questões.
Álvaro Garrido, director do Museu Marítimo de Ílhavo, salienta a importância do Navio Santo André, que já registou 99.430 visitantes desde que abriu portas como memorial da pesca do bacalhau por artes de rede de arrasto e emalhar. Na perspectiva do responsável, «o Santo André é um dos raros exemplos de recuperação bem sucedida de exemplares do património naútico português».
No âmbito da remodelação integrada das exposições permanentes do Museu Marítimo de Ílhavo, o navio Santo André, atracado junto do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, irá ser objecto de intervenção e remodelação do seu discurso expositivo até ao final deste ano. O plano será apresentado, hoje, durante a cerimónia de aniversário, que terá lugar no porão de salga do navio pelas 18.30 horas. Durante a sessão proceder-se-á à entrega dos prémios relativos ao concurso de fotografia do Município de Ílhavo «Olhos sobre o Mar», cujos trabalhos se encontram em exibição por todo o mês.
:
ler mais no Diário de Aveiro Características do Navio-Museu
Um poema de Reinaldo Matos

MARÉ ENCHENTE
Salvei
Uma criança
De morrer
No mar.
Avancei
Para as ondas,
Sem saber Nadar.
Pudera
Lá ficar,
No turbilhão das ondas…
Quem me dera
Morrer
Salvando uma criança!
::
Salvei
Uma criança
De morrer
No mar.
Avancei
Para as ondas,
Sem saber Nadar.
Pudera
Lá ficar,
No turbilhão das ondas…
Quem me dera
Morrer
Salvando uma criança!
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Nota: O facto é real e passou-se com o poeta
na Praia da Torreira, Murtosa,
em Setembro de 1978. In “Sinfonia de Poemas de Reinaldo Matos”
Pesca desportiva

::
Desportistas sem stresse
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Ontem, o molhe da meia-laranja, na Praia da Barra, estava cheio de pescadores desportivos. Tudo indicava que se tratava de um concurso de pesca, tal era o número de pescadores. Predominantemente homens, mas também havia uma ou outra mulher. Todos de cana de pesca bem erguida e atentos ao picar do peixe. Quando passei, nem um peixe vi sair da água serena do oceano. No final do concurso, porém, não terão faltado belos exemplares, que os concorrentes não estão ali para aquecer. Ou talvez estejam... O calor era forte.
Certo é que a pesca desportiva é uma actividade anti-stressante. O praticante está atento ao que está a fazer, mas também deitou para trás das costas os problemas da vida, as inquietações do quotidiano, as agruras das lutas diárias, profissionais ou outras. Ali, envolvido pela natureza, ele dá descanso à sua mente, refresca o corpo e as ideias, viaja em sonhos (mesmo acordado), reflecte, programa a vida. Ele, cheio de paciência, afinal continua muito activo. De forma diferente e sadia.
Fernando Martins
Valores do desporto

O Conselho Pontifício para os Leigos acaba de publicar o volume “O mundo do desporto hoje. Campo de compromisso cristão”, no qual se recolhem as intervenções do seminário sobre este tema, que o Vaticano acolheu em Novembro do ano passado. A obra é mais um sinal de que a Igreja olha com atenção para o mundo desportivo, seja o que atrai as grandes multidões, seja o desporto de base.
O trabalho deste seminário quis apontar um “horizonte ético” para o desporto, lembrando que o mesmo tem como fim “o bem da pessoa humana”. Nem sempre, contudo, o fenómeno desportivo tem sido sinónimo de paz ou de tolerância, apesar de representar uma herança cultural comum da humanidade.
Uma das intervenções recolhidas pelo livro lembra que, em muitas ocasiões, a actividade física tem sido reduzida “ao culto do corpo” e que a ânsia por conseguir grandes prestações desportivas tem eliminado, progressivamente, a “dimensão recreativa”.
Outro aspecto negativo apontado ao desporto modernos é a sua comercialização, com o risco de se centrar na vertente económica e secundarizar a dimensão ética.
:
Fonte: Ecclesia
terça-feira, 22 de agosto de 2006
Um artigo de Alexandre Cruz

Europa,
onde estás?
1. Mais parece virtual que real a realidade europeia no seu posi-cionamento diante de cada dia de vida global. São inúmeros os esforços e os desafios, mas são do mesmo modo as inquietações da insignificância real da União Europeia que é incapaz de ter vez e voz no cenário incerto do tempo presente. Mas talvez, à luz dos pais fundadores, do-mal-o-menos, já se conseguiu muito nesta aprendizagem comum, num esforço em aprender a “viver juntos”, pelo menos evitando guerras e batalhas de campo entre os históricos e rivais países europeus.
Por vezes dá-nos a sensação que a Europa não existe; ou então que ser europeu será mesmo assim! Lá que exista projecto em realização de “espaço único de educação europeia” a par de uma união monetária de quase todos os países isso é verdade; mas união monetária (de moeda e moedas) sem união económico-social, o que também fragiliza toda a vontade de Europa Social, esta que de forma aberta e inclusiva deveria vir antes, como alicerce, de tudo o mais, até pelo histórico de “dignidade da pessoa humana” encontrado neste lindo continente azul que dos tempos da cultura grega até os nossos dias sempre se procurou reger por sentidos de humanismo. Este é o “sonho”!
2. Talvez mais que “Europa” existem países individualizados do velho continente que, apesar de quase tudo se decidir em Bruxelas, vão procurando todos os pretextos e contextos para se firmarem e afirmarem nesta conjuntura de “dúvidas” em que está mergulhado o mundo e o próprio “lugar europeu” no mundo. Neste tempo que vivemos, de incertezas que acabam por justificar inseguranças e consequente busca de “algo a que se agarrar”, temos vindo a assistir, na ausência de projecto europeu capaz, ao salve-se quem puder de cada país, nomeadamente no posicionamento face à guerra e forças de paz no Líbano e agora, nestes dias mais próximos, a posição de defesa diante dos milhares de pessoas humanas imigrantes africanos que fogem de África (sugada) rumo à Europa.
Afinal, como se entrelaçam e interagem nesta aldeia mundial, e para nós europeia, todos os projectos políticos, humanitários, educativos, sociais? Andarão, por falta de “alma unitária” uns para cada lado? Que faltará para, num espírito pluralista por isso de identidade e unidade da diversidade, ser possível unir mais forças naquilo que é preocupação e esperança comum? Esquecemo-nos de que se hoje fechamos a porta da casa europeia amanhã a casa é arrombada por outro lado? É o que vimos assistindo em muitas situações (como está agora a acontecer nas lhas Canárias): o dito mundo rico explora o continente africano com intenções de subjugação económico-cultural travando a autonomia e o desenvolvimento (isto para além de todas as complexas condicionantes sócio-culturais e políticas), esquecendo que a pobreza que se “fabrica” lá longe mais cedo ou mais tarde vem bater à nossa porta. As voltas que o mundo dá! Em estudos da ONU, há breves anos dizia-se que o mundo “produz” 47 novos pobres por minuto. É chegada a hora do reencontro com a verdade histórica que realizamos no mundo; não é possível fugir, e na Europa sem filhos, o futuro estará mesmo nas mãos de quem chega.
3. É certo que, com realismo, não é possível acolher e integrar todos os milhares de imigrantes clandestinos que chegam à Europa; mas é verdade bem maior que a resposta de solução não pode ser o fechar-se em si mesmo fazendo conta de que não é nada connosco. A nós portugueses que “somos” país de emigração (e sabemos que milhares e milhares de emigrantes nossos andaram pelo mundo de forma ilegal em bairros de lata desumanos a “fazer caminho” para a legalidade e “ganhar a vida”) parece um pouco estranho e frio quando se diz que “governo prepara plano para travar entrada de imigrantes ilegais por mar” (Público de 22 Agosto). É verdade absoluta que ilegalidade é ilegalidade, sempre a combater e nunca permitir. Mas, diante deste cenário cada vez mais o futuro, será esta a melhor resposta? Será solução europeia fechar as portas? Que pensa (?) a Comissão Europeia sobre a matéria?
Não existam dúvidas que a porta virá abaixo! Para bem ou para mal, isso será outra questão. Mas o facto está aí, a construir-se todos os dias no mundo das desigualdades que crescem, numa abertura de mundo sem fronteiras nem barreiras onde a luta pela sobrevivência humana derruba tudo o que nós, comodamente instalados, chamamos de legalidade. É que acima da legalidade dos nossos papéis diplomáticos está a própria sobrevivência de quem corre quilómetros por um pedaço de pão. E se nós fôssemos “os outros”?! (É que somos mesmo!)
4. Mais ainda, e bem preocupante: em todo este enredo está criado o terreno para o fechar nacionalista nos países europeus; está criada a conjuntura propícia para o emergir de populismos nacionalistas anti-europeus, como forma de fugir a toda esta nova (des)ordem mundial. Sendo certo que a democracia é a melhor forma de governo a verdade é que muitas vezes ela é perdedora em si mesma, quando a maioria quer “fechar as portas” ao outro que quer sobreviver.
Torna-se urgente, primeiro: sem esquecer a realidade local e nacional, levar a mensagem de “comunidade” naquele sentido mais amplo que nos entra pela internet (mundial e europeia) para as escolas e sistemas de educação para os “valores fundamentas”, dizendo que “afinal” somos todos cidadãos do mundo e “pertencemos” a espaços muito para além da própria “concha” individualista (cada vez mais, só neste pressuposto o voto em eleições será um acto consciente e cívico); segundo, com qualquer um dos nomes que se lhe queira chamar, será essencial neste vazio de referenciais retomar e envolver pedagogicamente todos num “documento” (“tratado constitucional”?...) europeu que nos faça entender neste novo mundo a nossa identidade na pluralidade. Caso assim consigamos então tudo quanto é “bom para todos” entra na vida comum; caso não, até o que é bom e importante acaba por ficar perdido no meio do joio. Haverá que postar mais na “qualidade humana” que cria mais laços comuns!
Mestre Mónica
Há dias abordei neste meu espaço o estado de abandono em que se encontra o monumento a Mestre Mónica, tendo sublinhado que ele merecia, e merece, um pouco mais de respeito de todos os gafanhões. Tempos depois, encontrei nas minhas estantes uma revista, perdida no meio de outra papelada, denominada "Estaleiros MÓNICA - LXX - 1887-1957 - Aniversário da Fundação", com um texto antológico do primeiro Bispo da restaurada Diocese de Aveiro, D. João Evangelista de Lima Vidal. Publico-o, hoje e aqui, para que se não perca este bocadinho de prosa poética, tão ao estilo do saudoso prelado aveirense.
F.M.
::::
de Lima Vidal
Arcebispo-Bispo de Aveiro
Parece-me que respiro melhor, quando vou à Gafanha benzer os barcos de Mestre Mónica. Mas não é só o ar da ria que tem o dom de nos abrir os pulmões. É não sei que fulgor de abundância, de riqueza nacional, de vitorioso progresso que por ali passa e nos bate em cheio no peito. É um milagre de beleza que Mestre Mónica sabe extrair de troncos rudes, de matéria informe. Quando passam os carros a gemer sob o peso morto daqueles pinheiros, quem imagina a elegância e a majestade, a doçura e a força, a maravilha e a arte que dali vão sair?
Vai, Ilhavense; vai Santa Joana; vai, Santa Mafalda; vai, Avé-Maria, desce imponente a húmida calha, entra nas águas, encanta os mares, recolhe a presa, e depois, ao regresso, entra airosa na barra, ao som da orquestra, ao flutuar das bandeiras, à alegria das multidões!
Aveiro, 5 de Abril de 1957
+ JOÃO EVANGELISTA
Arcebispo-Bispo de Aveiro
Imagens da Ria
::
Normalmente, os veraneantes ou visitantes da Praia da Barra, quando chegam, correm logo para o mar. Compreendo perfeitamente, pois o mar atrai quem anseia pelo sortilégio de um ar diferente e de paisagens sempre em mutação. No entanto, se passearmos em sentido contrário ao Farol, chegaremos a um recanto pouco conhecido, como este que hoje aqui mostro. Depois, ao sair dali, caminhe pela margem da ria para completar o passeio.
segunda-feira, 21 de agosto de 2006
Jacinta apresenta novo álbum

Jacinta lança amanhã um novo álbum
Amanhã, dia 22, Jacinta apresenta em Vilamoura um novo álbum -"Daydream". É uma oportunidade para ouvir um timbre quente, aveludado, poderoso, afiança a Rádio Renascença. "O novo disco da cantora, que tem recolhido o aplauso da crítica nacional e internacional, foi gravado em Nova Iorque com o grande saxofonista norte-americano Greg Osby. Mais uma vez, traz a chancela da prestigiada Blue Note. Jacinta foi a primeira portuguesa a integrar o valiosíssimo catálogo do selo, com o disco "Tributo a Bessie Smith".
:
Fonte: RR
Um livro de Amaro Neves

D. FREI MIGUEL DE
BULHÕES E SOUSA
(1706 – 1779)
“D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa (1706 – 1779)” é o mais recente livro do historiador aveirense Amaro Neves. Trata-se de uma obra que vem na linha de muitas outras que escreveu sobre a região aveirense, todas ligadas à história, com predominância para a história da arte. Com ela, Amaro Neves recorda o “Emérito Bispo Aveirense – Governador do Grão-Pará e Maranhão”, que nasceu no lugar de Verdemilho a 13 de Julho de 1706, do então Bispado de Coimbra.
O autor mostra-nos, nesta obra, “o essencial de uma personalidade portuguesa”, que “foi titular de bispados em três continentes – Ásia, América e Europa – como figura marcante da sua época, na Igreja e no Império Português".
Ler este livro de Amaro Neves é ficar a conhecer a vida e a obra deste bispo aveirense que estava esquecido no tempo, mas também o meio económico e social de S. Pedro de Aradas, freguesia a que pertence Verdemilho, bem como o contexto e a evolução regionais, no princípio do século XVIII.
A família e o nascimento de Miguel José, o seu núcleo familiar e a educação que recebe até à entrada nos Dominicanos, onde é ordenado sacerdote, são temas abordados pelo autor, que permitem ao leitor ficar por dentro do pensar e do viver na época em que cresce e se forma o jovem que há-de chegar longe.
Amaro Neves conduz-nos depois, com inúmeras referências e transcrição de vários documentos, até à ordenação de D. Frei Miguel como Bispo de Malaca, à sua nomeação como Bispo-coadjutor de Belém do Pará, acabando por embarcar para o Brasil como efectivo Bispo de Belém do Pará, onde reabre o seminário diocesano e desenvolve acção pastoral meritória.
O historiador, que vive em Aradas há mais de 25 anos, transporta-nos, neste seu livro, aos ambientes e trabalhos de D. Frei Miguel de Bulhões no Brasil, quer como prelado, quer, também, como Governador, cargo que exerceu durante cerca de quatro anos, sempre bem apoiado em documentação que pesquisou com o cuidado a que nos habituou.
Depois, podemos acompanhar o autor até Leiria, onde o emérito bispo aveirense assumiu o Bispado de Leiria entre 1761 e 1779, ano da sua morte. Neste capítulo, é interessante ficar a conhecer facetas da sua personalidade e acção pastoral. “De qualquer maneira, o emérito Bispo de Leiria continua indelevelmente ligado ao passado e à imagem da cidade [Leiria], apesar de ter andado um tanto esquecida a sua memória, por um complexo conjunto de circunstâncias, ainda que dele se tenha deixado um retrato psicológico e episcopal de justo apreço”, salienta Amaro Neves.
D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa, nos horizontes da memória; Sinopse cronológica da vida e obra de D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa; e Anexo documental completam este livro, que sai enriquecido, ainda, com bastantes indicações bibliográficas e fontes manuscritas, e com 26 fotografias inseridas no texto, muito elucidativas.
Título: D. Frei Miguel de Bulhões e Sousa (1706 – 1779)
Autor: Amaro Neves
Editor: ADERAV/Junta de Freguesia de Aradas
Fotografia (Leiria/Verdemilho): M. Fernanda G. Neves
Páginas: 160
Fernando Martins
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