segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

Um artigo de Tiago Mendes, no Diário Económico

Uma questão de coragem

Maioria absoluta. PR cooperante. Eleições a mais de três anos. Uma receita dificilmente superável. Terá o PM coragem para cumprir o seu dever?As reformas de que o país necessita são sobejamente conhecidas. Destacaria três: as reformas das relações laborais e do sistema de pensões e a revisão profunda da Constituição. Esta última é especial, por influenciar todo o quadro legislativo. O espírito datado que lhe subjaz – bem patente no seu Preâmbulo, onde se “afirma a decisão do povo português de abrir caminho para uma sociedade socialista” – é um significativo obstáculo aos desafios de hoje. Tudo boas razões para dar a essa revisão uma prioridade elevada. Mas as reformas são mero aperitivo para o que nos motiva hoje: reflectir sobre o futuro quadro relacional entre Presidente da República e Primeiro-Ministro – uma análise que requer uma atenção especial às ambições políticas e restrições à acção de cada um.

Cavaco Silva deixou duas ideias ao eleitorado: a vontade de cooperar com o PM e a preocupação com os direitos sociais. A primeira, dirigida ao centro-direita, indica uma predisposição para sancionar medidas difíceis. A segunda, mais apelativa para o centro-esquerda, sugere uma indisponibilidade para contribuir para que certos direitos adquiridos sejam postos em causa. Portanto: tensão latente. Tendo Cavaco a natural ambição de ser reeleito daqui a cinco anos, terá como restrição principal o cumprimento daquilo que reiterou na sua campanha eleitoral. Com fortes candidatos de centro-esquerda à espreita – Guterres, Vitorino, Freitas do Amaral –, não poderá improvisar muito sobre o tema da moderação.

José Sócrates é inteligente e saberá ler os condicionamentos estratégicos do PR. A sua restrição – que garantirá a sobrevivência do Executivo e a aprovação das suas propostas – é a de ter de “resguardar” Cavaco, evitando dar-lhe um protagonismo excessivo no apoio a medidas governativas por tomar. As ambições são ambivalentes. Sócrates pode sonhar com um lugar da história – fazendo fé no “atrás de mim virá quem de mim bom fará” – ou pode contentar-se com o curto prazo. Se optar pela primeira, que se lembre de Maquiavel quando este aconselhava o Príncipe a tomar todas as medidas difíceis de uma só vez. O óptimo? Avançar com todas elas já em 2006, longe das pressões eleitoral e partidária. Se as adiar, ter-se-á seguramente perdido uma oportunidade única. O Primeiro-Ministro sabe que pode tornar-se numa espécie de “Blair à portuguesa”. Que ele o deseje, não é difícil de adivinhar. Que ele o consiga, é tudo menos líquido. A obsessão pairará sobre Sócrates. Ter ou não ter coragem – eis a questão.

Publicado no Diário Económico, a 25 de Janeiro de 2006

Papa pede cruzada mundial contra a miséria

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PAPA DENUNCIOU
OS DESEQUILÍBRIOS QUE EXISTEM
NA HUMANIDADE
Bento XVI pediu ontem aos líderes mundiais que unam seus esforços para superar os "graves desequilíbrios" do planeta, e estimulou os jovens a serem "construtores da paz".Falando após a recitação do Angelus na Praça de São Pedro, o Papa assinalou a celebração do Dia Mundial contra a Lepra, doença que é "sintoma de um mal mais grave e mais profundo: a miséria".
"Dirijo uma saudação especial aos leprosos e aos voluntários que os assistem", disse."A lepra é o sintoma de um mal mais grave e mais importante: a miséria. É por esta razão que, à semelhança dos meus predecessores, renovo o apelo aos responsáveis das nações para que unam esforços para ultrapassar os graves desequilíbrios que penalizam hoje ainda uma grande parte da humanidade", prosseguiu o Papa.
Bento XVI aproveitou também o fim de Janeiro, mês da Paz, para aconselhar os jovens a exercitarem a paz, seguindo o exemplo do seu “treinador”, Jesus, numa saudação especial aos jovens da Acção Católica de Roma.Os 5.000 jovens da Acção Católica participaram nos “Cem metros pela paz”, que iam desde o início da Via da Conciliação até à Praça de São Pedro.
O lema desta iniciativa, promovida também pelo Centro Desportivo Italiano, era “Se treinas na paz, és o atleta de que gostamos.
No final do Angelus, duas crianças da Acção Católica foram ao apartamento papal, para ir à janela juntamente com o Papa e, de lá, soltar duas pombas como símbolo de paz."Confio-vos a tarefa que propus a todos na mensagem do dia 1 de Janeiro: aprendam a dizer e fazer a verdade e transformem-se em construtores da paz", disse Bento XVI aos jovens.
O Papa lançou depois, como o fazia o seu predecessor João Paulo II, duas pombas brancas, mas uma das aves preferiu regressar ao calor e voltou a entrar pela janela aberta. "Ela preferiu ficar com o Papa, mas reencontrará a sua liberdade", gracejou Bento XVI.
Fonte: Ecclesia

PLANETA SEMELHANTE À TERRA

Astrónomos identificam
planeta com características
“semelhantes” à Terra
Um planeta extra-solar, “cujas características se assemelham” às da Terra, foi identificado a cerca de 20 mil anos-luz do centro da Via Láctea, anuncia uma equipa internacional de astrónomos num artigo da revista “Nature”. Este planeta sólido foi baptizado OGLE-2005-BLG-390Lb, avança em comunicado Jean-Philippe Beaulieu, do Instituto de Astrofísica de Paris, que coordenou os astrónomos do Probing Lensing Anomalies NETwork (PLANET).
O planeta está três vezes mais distante da sua estrela do que a Terra está do Sol, o que poderá explicar a baixa temperatura, estimada em 220 graus negativos. A sua superfície rochosa estará coberta de gelo. Apesar de ser mais frio, o planeta tem uma atmosfera muito parecida com a da Terra.
Para Pascal Fouqué, do Laboratório de Astrofísica de Toulouse e Tarbes, a temperatura “extrema” do planeta “impede, provavelmente, a emergência de uma forma de vida”.Na última década, a comunidade científica detectou mais de 160 planetas na órbita de estrelas fora do nosso sistema solar.
A maioria são planetas gigantes, formados por gás, hostis à vida como a conhecemos na Terra.Agora, esta equipa internacional – constituída por 73 cientistas de 32 institutos, de doze países – detectou um planeta que terá cinco vezes a massa da Terra, ainda assim pequeno o suficiente para ser considerado semelhante à Terra.
(Para ler mais, clique PÚBLICO)

Eduardo Sá: Citação

"Há muita diferença grande entre temer a morte e amar a vida. Temer a morte deixa-nos em dívida com a vida. Torna-nos minúsculos. Compenenetrados dos nossos papéis.
Falsos e complicados. (...) Temer a morte deixa-nos levar pelas marés de todos os dias. Amar a vida desafia para as aproveitarmos nas rotas onde nos queremos ao leme."
Fonte: Citador

Um poema de Cesário Verde

Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.

A BELEZA DA NATUREZA

NEVE NA SERRA DA ESTRELA
:: NUNCA É TARDE
PARA COMEÇAR A CONTEMPLAR
O QUE DEUS NOS OFERECEU
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Os canais televisivos mostraram ontem, durante largos minutos, o espectáculo raroa da neve a cair em grande parte do território nacional. Foram imagens dignas de ver, não só pela raridade, mas também pela alegria que proporcionou a tantos portugueses. Eu penso que a beleza da natureza não está apenas na neve que cai, mesmo que raramente. Ela está por todos os cantos, por mais recônditos que sejam, perto e longe de nós e sempre à espera de uma visita. O prazer de desfrutar as belezas naturais ainda está muito longe dos nossos hábitos. Mas nunca é tarde para começar a contemplar o que Deus nos ofereceu para nosso usufruto. F.M.

domingo, 29 de janeiro de 2006

DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE MATRIMÓNIOS

Papa quer processos de nulidade
de casamento mais rápidos O processo que estabelece a eventual nulidade do matrimónio deve decorrer em “tempo razoável”, disse hoje Bento XVI aos Juízes, Oficiais e colaboradores do Tribunal Apostólico da Rota Romana, no inicio do Ano Judicial, incitando os Juízes a conformarem-se com o critério da procura da verdade, mesmo que para as sentenças sobre os matrimónio se deva considerar um outro aspecto da questão: o seu valor pastoral.
O Papa recordou que “o processo de nulidade de casamento constitui um instrumento para acertar a verdade sobre o vínculo conjugal” e o seu objectivo não é aquele de “complicar inutilmente a vida aos fiéis nem sequer de exacerbar o litígio, mas apenas de prestar um serviço à verdade”.
“As sentenças eclesiásticas nesta matéria, incidem, de facto na possibilidade ou não de receber a Comunhão eucarística”, explicou o Papa Joseph Ratzinger, e precisamente por isso, continuou, se explica que este argumento tenha estado também presente no decorrer do último Sínodo dos Bispo, sobre a Eucaristia.
“O principio da indissolubilidade do matrimónio pertence á integridade do mistério cristão”, salientou Bento XVI , constatando que “esta verdade ás vezes se encontra obscurecida na consciência dos cristãos e das pessoas de boa vontade”.
“Precisamente por este motivo é um engano o serviço que se pode oferecer aos fiéis e conjugues não cristãos em dificuldades, reforçando neles, talvez apenas implicitamente, a tendência a esquecer a indissolubilidade da própria união”, referiu.
Desta maneira, acrescentou, “a eventual intervenção da instituição eclesial nas causas de nulidade, corre o perigo de aparecer uma simples constatação de falência”.
Fonte: Ecclesia

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

Amor e liberdade
O epicurista Gassendi, gracejando, cumprimentava Descartes com a saudação "Ó Alma!" E Descartes replicava, dizendo: "Ó Carne!" Com esta alusão, o Papa Bento XVI quis acentuar, na sua primeira encíclica, sobre o amor, apresentada no Vaticano no dia 25 de Janeiro, embora com data de 25 de Dezembro, que é o homem todo enquanto pessoa e criatura unitária que ama.
Deveria, pois, ficar claro que eros - o amor ascendente, desejante e possessivo - e ágape - o amor tipicamente cristão, oblativo - nunca se separam totalmente. O homem não pode viver exclusivamente no amor oblativo, não pode limitar-se a dar sempre, deve também receber "Quem quer dar amor, deve ele mesmo recebê-lo em dom.
"Citando também autores profanos, como Platão, Aristóteles, Virgílio, o Papa-professor sublinha a relação entre o amor e o Divino, que o eros está "enraizado na própria natureza do homem" e que, só no seu conjunto, o homem e a mulher "representam a totalidade humana".
O centro do cristianismo está nesta afirmação de São João "Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele." Aqui, encontra-se a imagem cristã de Deus e a consequente imagem do homem e do que deve ser a sua atitude e acção.
Num mundo em que o nome de Deus anda às vezes associado à vingança e até ao "dever do ódio e da violência", esta é uma mensagem essencial.
O crente ama a partir da experiência do amor de Deus, Fonte criadora de todo o ser. Deus ama com paixão, de modo totalmente gratuito, e é amor que perdoa. Jesus Cristo, que se entregou a si mesmo por amor na Cruz, é o amor encarnado de Deus.
(Para ler mais, clique DN)

Uma reflexão do padre João Gonçalves, pároco da Glória

Autoridade
de Profeta No meio de tanto barulho e de tantas vozes, há-de surgir uma voz clara que diga verdades, que grite pela justiça, que indique caminhos incon-testáveis; que manifeste que tem autoridade.
Para os Cristãos, esse Profeta chama-se Jesus Cristo; a Sua voz sobressai a muitas outras vozes que, muitas vezes, não passam de barulho para confundir.
Nunca foi tão dificil ser profeta; particularmente ser profeta da Verdade, sem arredar pé, ainda que seja contra a força das ameaças ou da indiferença.
O Profeta não fala de si nem se adapta às situações; o Profeta corta a direito: denuncia e anuncia; ajuda a destruir o que está mal e oferece alicerces seguros para construções duradouras; o Profeta corre riscos permanentes, mas a sua força vem-lhe de Quem o chamou e enviou.
Precisamos de Profetas; não há por aí ninguém com mais autoridade que Deus; e o Profeta verdadeiro é de Deus que recebe e partilha a autoridade de anunciar a Verdade. E não há nenhuma força que tenha mais força do que Deus.
O Cristão aceitou ser Profeta; há Cristãos em todo o lado. Que nenhum se cale; nem se envergonhe; nem se intimide.
A força da Palavra vem-lhe do Seu Autor!
: In "Diálogo", 1059 - IV DOMINGO COMUM - Ano B

II CONGRESSO DA CNIS, EM FÁTIMA

Aspecto da assembleia dos congressistas
(Foto Solidariedade)
:
HÁ MUITOS PORTUGUESES
QUE SE ENTREGAM, COM ENTUSIASMO,
AO SERVIÇO DOS FERIDOS DA VIDA
:
Tive o privilégio de participar, como convidado, no II Congresso da CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Nacional), que se realizou em Fátima no último fim-de-semana. E digo que foi um privilégio, porque tive o grato prazer de reencontrar centenas de dirigentes e funcionários das IPSS, que há muitos anos se dão, com total entrega, à causa da solidariedade social no nosso País. Quando se prega que a nossa sociedade é egoísta, onde cada um procura resolver os seus problemas, muitas vezes pisando quem encontra pela frente, é justo sublinhar o trabalho e o esforço de tantos dirigentes que vivem, no dia-a-dia, o voluntariado, sempre em favor dos feridos da vida. Foram essas pessoas, de todas as idades, que, durante dois dias, equacionaram obstáculos e formas de os ultrapassar, que trocaram experiências no sentido do enriquecimento mútuo, que encontraram outras e bem diversas realidades, que se indignaram com a lentidão com que os problemas da solidariedade social são resolvidos, com o abandono a que são votadas instituições, por parte de departamentos estatais. Foi gratificante sentir e ficar a saber que as IPSS portuguesas representam uma “expressão única na Europa”, obviamente pela positiva, que houve gente que saiu do congresso com vontade de fazer mais e melhor na luta contra pobreza, contra a marginalidade, contra as dependências e contra a solidão de tantos. Foi muito bonito ver gente jovem a dialogar com os mais velhos, uns e outros aprendendo e ensinando, numa perspectiva de criarem, nas suas instituições, alternativas a processos talvez obsoletos, ou de responderem a novos desafios que a sociedade e as pessoas vão sentindo, não raro envergonhadamente. Por tudo isso, valeu a pena ter estado dois dias com tanta gente generosa e de sorriso franco, e com muito optimismo em relação ao futuro. Fernando Martins

GOTAS DO ARCO-ÍRIS

ARCO-ÍRIS….OU…AURORA BOREAL?
Caríssimo/a:
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Era quanto bastava para nos espevitar a curiosidade e a vontade de correr para a Barra o aparecimento, lá ao longe, dos mastros dum navio que iria seguir rumo aos Bancos…Ainda no outro dia, estávamos de visita a um Amigo, quando surgiram os mastros dum cargueiro e logo:
-Onde é que podemos ir para ver o barco?
:
Não admira, pois, que um livro que nos cheire seja logo requisitado para uma leitura sossegada e interrogativa. Assim com o “Creoula”. E que horas de gozo íntimo nos proporcionou. Mas não só…Ora, atenta nestes parágrafos que de lá retirei:
:
«…A operação (levantar o lanço) era violenta e esgotante… as mãos maltratadas pelas picadas dos anzóis, a água salgada gelada, os sucos do peixe…
Valdemar Aveiro, em “Figuras e factos do passado”:
“Mas as mãos? Ai as mãos! Embora protegidas com luvas de lã grossas de um só dedo, de que valia isso? O aparelho de pesca tinha de ser alado das profundezas geladas, qual rosário de contas palpitantes de vida, que iam metendo dentro com a ajuda de um pequeno “bicheiro”. Logo ficavam encharcadas, a escorrer também elas um fio contínuo de baba ácida de sal, que a pouco e pouco, com o passar dos dias, ia abrindo sulcos profundos, gretas horrorosas nas mãos encortiçadas. Rosário escaldante de frio, que fazia cair em crostas grossas a pele dessas mãos que não desistiam de rezar, mas onde eram apenas contemplados os mistérios dolorosos! Quantas vezes, de tão engrunhidas, mal conseguiam apertar as nepas de borracha, tornando-se a operação de meter dentro o aparelho, um lento e longo suplício!”» [pág. 25]
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E logo a seguir:
:
«O dia de trabalho pesava, com doze ou mais horas de pesca e seis ou sete a processar o peixe. Se tudo corresse regularmente, restavam quatro a cinco horas para comer e descansar. E só depois de tudo arrumado se despiam as roupas oleadas e se adoçavam as mãos, a cara e o pescoço com a medida de três quartos de litro de água doce distribuída pelo cozinheiro.O piloto ministrava então os curativos: soluto de sulfato de cobre para as “bexigosas” dos pulsos provocadas pelo roçar do oleado. Para picadas de anzóis, amoníaco que queima os tecidos. Para as gretas dos dedos, fios de lã empapados em sebo de Holanda, que servia para untar as botas de cabedal.
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A água doce era muito racionada. Depois da escala, havia a distribuição da ração de água, mas em certas ocasiões até essa ficava comprometida.
“A gente tinha as mãos cheias de feridas, dos anzóis e das lulas… fazia ferida nas mãos e a gente se queria adoçar as mãos com uma pinga de água doce ia lá abaixo ao rancho, agarrava no bule, enchia a boca com água e vinha com a boca cheia de água. Chegávamos cá acima e começávamos a botar nas mãos, lavar as mãos com água da boca, para adoçar a mãos… adoçar as feridas…”» [pág. 30]
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Talvez agora se compreenda a razão por que, quando o como mais ou menos regado com azeite, o bacalhau teima em não querer seguir viagem!...
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E hoje a minha saudação muito especial vai para esses heróis desconhecidos que, muitas vezes, com o arco-íris no coração, terão contemplado a aurora boreal!
:
Manuel

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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