Neste mês de maio, em que decorre a primeira edição de iniciativa” Ilustração à Vista”, entre os dias 4 e 7, dedicamos a rubrica “A Nossa Gente” a Anabela Capucho, pintora da Fábrica Vista Alegre.
Anabela Capucho nasceu a 20 de março de 1963, em Vale de Ílhavo, onde estudou até ao quarto ano de escolaridade. A sua ligação à Vista Alegre vem desde a frequência na Creche enquanto a mãe trabalhava na Fábrica. Aqui nasceu o gosto pelo Teatro quando começou a representar pelo então Teatro Cénico da Vista Alegre (agora Grupo de Teatro Ribalta). Em Vale de Ílhavo, e com apenas 10 anos de idade, integrou-se num grupo de jovens que cuidava de uma pequena biblioteca, um espaço contíguo à Capela de Vale de Ílhavo, e que também representava peças de teatro junto da Comunidade. O seu grande sonho era ser modista, mas quis o destino dar-lhe algo diferente, mas muito aliciante para si: aos 16 anos começou a frequentar aulas de desenho na Fábrica, tendo como professor Mário Catarino. Um ano e meio depois passou para a pintura, profissão que abraçou com entusiasmo e que desempenha com grande dedicação até aos dias de hoje. Foram já milhares as peças que pintou sobre biscuit, jarras, pratos, entre outros, passando o seu minucioso traço para cada uma delas. Neste momento, encontra-se a pintar um veado em biscuit, uma peça de série limitada que vai duas vezes ao forno, exige várias cores e implica muitas horas de rigoroso trabalho (seis dias).
Interessada e dinâmica, em 2006, Anabela Capucho concretizou um sonho antigo: estudar. Ingressou no Programa das Novas Oportunidades, onde, quatro anos depois, concluiu o 12.º ano. A História do Fundador da Fábrica da Vista Alegre sempre a fascinou, levando-a a realizar diversas pesquisas sobre o mesmo, o que lhe deu a oportunidade de fazer, no passado, visitas guiadas no Museu da Vista Alegre. Mostrar o trabalho da Vista Alegre “fora de portas” é algo que esta ilhavense tem também tido oportunidade e gosto em fazer: já realizou diversas participações de pintura ao vivo, levando a “montra VA” a cidades como Lisboa, Viseu e até Milão (Itália), sendo igualmente habitual encontrá-la no Festival do Bacalhau, no Pavilhão Terra e Mar (Stand VA).
Para além da pintura, Anabela Capucho gosta de bordar (está ligada à Coletividade Popular da Coutada), de fotografar (já participou em diversas edições do Concurso de Fotografia de Temática Marítima “Olhos sobre o Mar” promovido pela Câmara Municipal de Ílhavo), de cantar (pertence ao grupo de Janeirantes, que em janeiro percorre as ruas de Ílhavo a cantar as Janeiras) e de coreografar e dançar (pertence ao Grupo Prior Valente, que todos os anos participa nos cortejos do Carnaval de Vale de Ílhavo, e, ainda, às Marchas, tendo participado pelo CCD de Ílhavo, pelo Grupo de Jovens “A Tulha”, pelo S.C. Vista Alegre e, em 2017, será o quarto ano que irá participar pela Associação Amigos da Carvalheira).
Multifacetada e talentosa, esta é Anabela Capucho, cujo percurso de vida sempre esteve ligado à Arte sob as mais variadas formas e que é um gosto dar a conhecer.
Fonte: Agenda “Viver em…” da CMI
NOTA: Mesmo não conhecendo Anabela Capucho, apraz-me sublinhar a distinção da CMI atribuída a uma artista com gostos variados, como se sublinha no texto publicado na Agenda “Viver em…” da autarquia. Envolvida em diversas tarefas, partilha os seus prazeres com todos, não se isolando do mundo em que vive, enriquecendo-o sobremaneira.
A nossa gente, de que ela é uma figura destacada, sai beneficiada numa sociedade que se quer multifacetada e solidária. E a Anabela, ao mostrar as suas artes, prova à saciedade que a vida vale a pena ser vivida. Prometo estar mais atento. Os meus parabéns.
F.M.