sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dia Mundial da Criança


Por Maria Donzília Almeida




"A disciplina é o segundo presente mais importante
 que um pai pode dar a uma criança. 
O amor vem em primeiro lugar."

Thomas Berry Brazelton


O primeiro dia Mundial da Criança foi celebrado pela primeira vez, em 1950...  para celebrar a entrada no mundo, desta criatura,(!?) nos últimos dias do ano anterior…
Tudo começou depois da II Guerra Mundial, em 1945, devido às más condições em que as crianças viviam no período pós-guerra. Nessa altura, os países da Europa e Oriente entraram em crise e as populações destes países viviam muito mal... em especial as crianças.
Em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs às Nações Unidas que se criasse um dia dedicado às crianças de todo o mundo. Esse dia foi celebrado pela primeira vez no dia 1 de junho desse mesmo ano.

Com a criação deste dia, os estados-membros das Nações Unidas reconheceram às crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião ou origem, o direito a: afeto, amor e compreensão; alimentação adequada; cuidados médicos; educação gratuita; proteção contra todas as formas de exploração; crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.
A 20 de novembro de 1959, estes direitos foram passados para o papel e foi legalmente aprovada a "Declaração dos Direitos das Crianças", um documento com um conjunto de leis sobre a proteção das crianças.

No vasto campo, em que me movimento, a educação, tenho observado as alterações de comportamento que acompanham as criancinhas, destas gerações mais novas.

Neste contexto, e já que é de pequenino que se torce o pepino, é importante definir, muito concretamente, normas de conduta e comportamentos, que gradualmente se vão inculcando e moldando a natural rebeldia das crianças.
Nas famílias, é natural que um dos pais assuma o papel da autoridade, mas se não for igualmente partilhado por ambos, os filhos podem ver um dos pais como o "bom" e o outro como o "mau" e explorar essa situação, em seu proveito próprio. É fundamental uma partilha de atitudes e responsabilidades e uma sintonia de princípios.
Um dos objetivos essenciais da educação, a ser alcançado a longo prazo, com constantes avanços e recuos, é ensinar os filhos a serem disciplinados, orientando-os para que ajam de maneira aceitável e aprendam a conviver com regras e limites.
 Em pequenos, conseguir que tenham, desde cedo, uma rotina para fazerem as suas refeições, tomar banho e dormir sem muitas confusões.
Quando maiores, que façam adequadamente os trabalhos de casa, sejam educados, aprendam a cumprimentar as pessoas, agradecer um presente, sem nunca perderem a iniciativa própria.
Na adolescência, que saibam aceitar horários para chegar a casa, tenham responsabilidade e autonomia com as suas tarefas escolares e os seus pertences.
Todo o lar deve ter as suas próprias regras, que devem ser respeitadas e aplicadas, coerentemente e com o comum acordo dos pais (tarefas domésticas, mesada, televisão, horários para dormir, etc.).
Existem várias formas de disciplina, que vale a pena experimentar:
Aviso - ajuda a criança a estabelecer limites e a prepará-la para a mudança;
Silêncio - corresponde a uma forma surpreendente de captar a atenção da criança; uma vez que é constantemente interpelada.
Fazer uma pausa - cessa o mau comportamento e permite aos pais acalmarem-se;
Repetir as coisas, da forma certa - ao incentivar as boas ações vamos encorajar a criança, o que lhe permitirá readquirir autocontrolo e sentir-se recompensada;
Reparar - leva a criança a pedir desculpas e fá-la entender que "o crime não compensa";
Perdão - incentivo para melhorar o seu comportamento. É importante a criança sentir que pode ser perdoada;
Planeamento - os pais enfrentam em conjunto os problemas, levando a criança a planear e a resolver problemas;
Formas que se revelaram inúteis:
• Castigos corporais;
• Vergonha, humilhação;
• Lavar a boca com sabão;
• Comparar as crianças umas com as outras;
• Suprimir comida ou usá-la como recompensa;
• Deitar mais cedo ou fazer uma sesta forçada (a criança pode associar o ato de dormir a situações negativas, o que pode provocar alterações no sono);
• Retirar o afeto, ameaçar com o abandono - a criança não se sente amada, sente medo; não confundir/identificar a rejeição dos atos infantis, com a própria criança. “Não gosto de ti!” é reprovável! “Não gostei do que fizeste!” é a forma aconselhável de lidar com o erro.
"Educar é conviver com a criança, caminhar a seu lado e não por ela, podendo oferecer o seu exemplo, que é uma das melhores formas de ensinar e nunca esquecer que para educar é necessário tempo para dar dedicação e amor." Eliane Pisani Leite
Hoje, Dia Mundial da Criança, multiplicam-se por todo o país, iniciativas e atividades, para celebrar, lembrar e colocar as adoráveis criancinhas no pedestal da sociedade. Nunca, como hoje é dada tanta atenção a esta faixa da população, sobretudo por aqueles, que de alguma forma se dedicam à educação. Mas, estes seres diáfanos, já perderam um pouco o véu de candura com que no nosso imaginário, os envolve.
Lembrando o poeta Fernando Pessoa:
“Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças”, eu concordaria, em absoluto com ele, não fossem as nossas adoráveis criancinhas, virem programadas à nascença, com esta enorme (dis)função – falarem pelos cotovelos!

À guisa de conclusão, sugiro: porque não criar um Dia Mundial do Adulto? A paciência de Job, de que deve estar munido para o exercício do seu mister, será o pré-requisito para a dita candidatura!

01.06.2012

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