2. Se se fala hoje tanto de sustentabilidade, noção atribuída às questões ambientais de um efectivo “desenvolvimento sustentável”, deve-se falar mais daqueles que estão por trás dessa possível sempre maior garantia de sustentabilidade. Há anos o escritor Milan Kundera (n. 1929) publicou o célebre romance «A insustentável leveza do Ser» (1984), história que se passa na cidade de Praga em 1968, argumento já traduzido para a máquina do cinema. Diante da conjuntura sociopolítica de então reflecte-se sobre o lugar do Ser, como expressão do sentir existencial, ao mesmo tempo forte e ao mesmo tempo frágil; mas o Ser que, caminhando nas coordenadas históricas, vence todas as limitações do tempo e do espaço, mesmo em regimes cegos.
3. Proponhamo-nos a uma rasgada reflexão sobre a clarividente e demonstrada insustentabilidade do Ter. Poder-se-á dizer que o Ocidente avançou mais pelos paradigmas do Ter e o Oriente conseguiu preservar o Ser das sabedorias culturais ancestrais. Nunca se poderá generalizar nada neste “caldo” de expressões humanas, elas que hoje se encontram (e surpreendem) umas às outras. Viajemos aos pilares (do Ser ou do Ter?) da construção!
Alexandre Cruz