quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

AS ELEIÇÕES DO ÚLTIMO DOMINGO

CAVACO SILVA VAI SER O NOVO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA Em poucos meses, os portugueses foram chamados a votar três vezes: para as legislativas, de onde saiu o Governo; para as autárquicas, de onde saíram os representantes do povo para o poder local; e para as presidenciais, tendo sido eleito, pela primeira vez na segunda república, um candidato do centro-direita, precisamente o Prof. Cavaco Silva. Durante a campanha cometeram-se excessos indesculpáveis para candidatos à mais alta magistratura da Nação. Sabemos que foi o calor da luta que os levou a isso, mas pensamos que uma linguagem mais serena e mais delicada ficaria bem, como exemplo a seguir no futuro, em todas os actos eleitorais. Bonito foi o que ouvi, via telefone, de um amigo ligado à campanha de um candidato que não conseguiu ser eleito, após a apresentação pública dos resultados: ganhou o Prof. Cavaco Silva e o cargo fica bem entregue, disse-me ele. É um democrata, um homem honesto, um conhecedor dos meandros do poder, tem capacidade de liderança, sabe estabelecer consensos, sabe o que se espera de um Presidente da República. Não foi o meu candidato, mas aceito a escolha dos portugueses, concluiu o meu interlocutor. Quem uma semana antes nem queria acreditar na vitória do Prof. Cavaco Silva, que seria, em seu entender e no entender de muitos, um descalabro para a democracia, na hora da derrota do seu candidato soube reconhecer que o pretendente à cadeira presidencial mais contestado e atacado, como foi o antigo primeiro-ministro, é, afinal, um homem à altura do alto cargo que assumirá em pleno no dia 9 de Março. Temos de convir que no calor das lutas político-partidárias nem sempre somos comedidos e só vemos o mal no adversário, que não é, nem pode ser, um inimigo a abater. Penso até que nas últimas eleições presidenciais, outro que fosse o eleito, saberia estar à altura do Portugal de hoje e de todos os portugueses, sobretudo dos mais feridos da vida. Mesmo sem governar, que não é esse o papel do Presidente da República, o Prof. Cavaco Silva saberá lembrar, no diálogo frequente e atento com o Governo, que o nosso País não pode continuar no grupo dos mais pobres e atrasados da União Europeia. Urge, pois, que Governo, Presidente da República, deputados, partidos, sindicatos, trabalhadores e empresários saibam dar as mãos neste momento crucial da nossa história, para se tirar Portugal do fosso em que se encontra há muito. São estes os meus votos. Fernando Martins

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