sábado, 31 de maio de 2025

Um amarelo do meu jardim


 

Optimismo-pessimismo: a ambiguidade do mundo

Crónica semanal
de Anselmo Borges

Foi Leibniz que, numa obra célebre – Teodiceia -, na qual, perante a existência do mal, queria defender e justificar Deus, se apresentou como arauto do optimismo. O nosso mundo é o melhor dos mundos possíveis.
Leibniz era um cristão convicto e, portanto, Deus, entre os mundos possíveis, tinha de ter criado o melhor. De facto, se este nosso mundo criado não fosse o melhor, haveria a possibilidade de outro melhor, o que significaria que ou Deus não tinha conhecido esse mundo melhor ou não o tinha querido ou não tinha podido criá-lo, o que contradiz a sua omnisciência, a sua bondade infinita e a sua omnipotência.
Veio o terramoto de Lisboa em 1755, que tornava impossível a manutenção de ideias optimistas. Voltaire escreveria o famoso “Poema sobre o desastre de Lisboa”, onde pede aos filósofos enganados que venham ver as mulheres e as crianças empilhadas umas sobre as outras, todos esses desgraçados enterrados debaixo dos seus tectos, terminando os seus dias no horror dos tormentos.
Voltaire escreveu também o Cândido, onde escalpeliza a ideia de que tudo contribui para o melhor. O optimismo de Pangloss e a candura de Cândido vêem-se confrontados com a realidade bruta do mal: as desgraças humanas causadas pelas catástrofes naturais, pela estupidez humana, pelas instituições, pelas guerras, pela avareza, pela superstição, pela escravatura, pela hipocrisia, pelo tédio, por todo o tipo de exploração…

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Tesouros no Arquivo

O concelho de Ílhavo
e as Invasões Francesas


Durante as Invasões Francesas (1807-1811), o concelho de Ílhavo atravessou um período de grande instabilidade social e económica.
Na Primeira Invasão, sob o comando de Junot, Ílhavo respondeu com prontidão: o capitão-mor ofereceu cavalos e os párocos locais contribuíram com donativos em dinheiro.
A Segunda Invasão, liderada por Soult, provocou mortes entre os ilhavenses, como a de Francisco Neves da Camponesa, após a queda da cidade do Porto.
Durante a Terceira Invasão, sob Massena, a população foi forçada a evacuar, refugiando-se nas Gafanhas e nas ilhas da ria, longe das rotas percorridas pelas tropas francesas.
As consequências foram severas: escassez alimentar, epidemias e aumento da mortalidade, conforme registado nos documentos paroquiais. Em 1811, ano particularmente crítico, a taxa de óbitos duplicou, resultado de febres, fome e violência, num clima marcado pelo medo, perseguições e desespero.
O concelho de Ílhavo não ficou à margem da guerra: resistiu, sofreu mas sobreviveu.

Fonte: CMI

quinta-feira, 29 de maio de 2025

A LUA SEDUTORA


A Lua é sempre sedutora. Por mais pequena que se apresente, tem de dominar o ambiente.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

FÉRIAS - Há décadas


 Há memórias que não quero nem devo esquecer. Viajar é preciso foi lema que segui. Pais e filhos necessitavam de conhecer Portugal, tanto quanto possível. O mês de Agosto era para isso. No primeiro dia do mês, com carro sobrecarregado, lá íamos. A tenda era grande. E assim descansávamos e ficávamos a conhecer boas parcelas de Portugal.

terça-feira, 27 de maio de 2025

Forte da Barra - Passado, Presente e Futuro


No final do mês de maio, o Forte da Barra será palco de uma exposição ao ar livre intitulada “O Forte da Barra – Passado, Presente e Futuro”. Esta exposição convida os visitantes a embarcar numa viagem no tempo, explorando a história do forte, desde a sua construção até aos dias de hoje, ao mesmo tempo que se projeta o seu futuro.
Com painéis informativos e imagens de arquivo cuidadosamente selecionadas, a exposição destaca os momentos mais significativos da história do forte, desde as suas origens militares até à sua nova missão como espaço turístico e cultural. Será também uma homenagem às pessoas e comunidades que ao longo dos séculos contribuíram para a história deste lugar único.

Nota: Texto das redes sociais 

segunda-feira, 26 de maio de 2025

NATUREZA: Opção viável


Em tempo de crise ou de progresso, o encontro com a Natureza é sempre uma opção viável e até necessária. Viável, porque, em princípio, não implica grandes despesas; necessária, porque nos oferece uma infinidade de sensações e emoções que nos ficam para a vida.
Quem há por aí que possa ficar indiferente à beleza das paisagens, aos tons da vegetação, aos sons da brisa que nos refresca a face, às cores ímpares de um pôr do sol, à suavidade das borboletas que pousam nas flores, à cadência das ondas do mar ou aos espelhos da nossa laguna?




Por tudo isso, e pelo muito que fica por dizer, proponho que aproveitemos o tempo para cirandarmos pela nossa região, tentando ver e sentir o que a natureza, na sua pureza, ainda nos reserva. Passeando pela ria, usufruindo da mata da Gafanha, descansando à sombra de uma árvore, de preferência com um frugal farnel, que recorde os tempos dos nossos avós.
Tratemos dos nossos jardins, visitemos outros de vizinhos e amigos, ou mesmo os públicos, por onde, normalmente, passamos a correr. Visitemos os parques de lazer e saibamos olhar o céu estrelado em noite de calmaria, alimentando conversas que em dias de trabalho nem tempo temos para manter.




A Natureza é sempre, se quisermos, uma inesgotável fonte de reflexão e uma riqueza permanente para o despertar dos nossos sentidos, face à beleza que dela emana. As cores, as formas, os sons e o casamento perene entre terra e céu aí estão à nossa discrição, como dádiva de Deus a não perder:  Nas férias e fora delas.

Fernando Martins

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