terça-feira, 24 de outubro de 2006

Um artigo de António Rego

Nada a acrescentar
Acho que, tudo somado, o tempo que vivemos é o menos mau dos tempos que conhecemos da história. Não creio que seja possível apontar um século, uma década, um ano preciso em que a humanidade tivesse optimizado o seu ponto de equilíbrio, os jogos da guerra e da paz, da riqueza e da pobreza atingissem os graus desejáveis e perfeitos num mundo em contínuo movimento. Por que nos voltamos excessivamente para os nossos estreitos metros quadrados e para os minutos antes e depois do agora, como que nos vemos deformados em espelhos de medo e desalento, quais testemunhas oculares de quedas caóticas de todos os edifícios que constituíram o melhor da nossa cidade desejada e imaginária. Mas é assim. Caminhamos pelas ruelas estreitas da euforia e do desalento, esmagados pela amplificação dos acontecimentos em velocidade acelerada que nos roubam a paz. A paz? Mas será paz o desconhecimento e o silêncio, a ficção alienante que esconde o real até que ele se precipite como uma hecatom-be sobre a nossa pequena urbe? S. Isaac, o Sírio (sec VII), monge em Nínive, perto de Mossul, actual Iraque, escreveu num dos seus discursos ascéticos:"A vida neste mundo é semelhante àqueles que formam palavras com letras, acrescentando-as, retirando-as, e alterando-as a seu bel prazer. Mas a vida do mundo futuro é semelhante ao que está escrito sem o menor erro nos livros selados com o selo real, a que nada falta e a que nada há a acrescentar". Este comentário ao "Evangelho Quotidiano" lança-nos bem na reflexão das nossas vidas como dobadoiras do efémero, onde cada acontecimento nos faz voltar a cabeça e o coração em direcções opostas. E nos sugere julgamentos precipitados e porventura injustos sobre o agora, amaldiçoando-o em benefício do ontem. O agora, no tempo, sempre foi assim. Tempos virão em que se não acrescentará qualquer palavra. Temos de aceitar este drama. E acreditar no futuro sólido e imutável. Eis é a grande diferença na leitura da história, do tempo, da evolução, do progresso, do porvir. Tudo tem importância. Mas só ganha significado o que desagua no futuro, "escrito sem o menor erro nos livros selados a que nada falta acrescentar".

CONTADOR

RECUPERAÇÃO DO CONTADOR
Hoje consegui recuperar o antigo contador. Há tempos, a opção por novo grafismo fez desaparecer o contador da Bravenet, sem que, na altura, houvesse possibilidades de o manter em actividade. A partir de agora, cá está ele, novamente, perdendo-se o segundo contador, que já ia nas 4200 entradas. Isto significa que o meu blogue já ultrapassou as 36 mil entradas, em 22 meses.
Fernando Martins

Editorial de António José Teixeira no DN

Desfaçatez
O acórdão do Tribunal Constitucional que avalia as contas da última campanha para as eleições legislativas volta a deixar envergonhada a democracia portuguesa. De tão repetidas as irregularidades, tendemos a relativizá-las. Não surpre-endem.
Sempre que o país vai a votos, é certo e sabido que as candidaturas se estragam em habilidades. Ou melhor, boa parte das vezes, nem sequer se dão ao trabalho de as exibir. Pura e simplesmente não justificam as despesas. A desfaçatez e a impunidade política levaram a este pântano, que coloca sob suspeita permanente aqueles que deveriam ser um exemplo de probidade para os cidadãos-eleitores.
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Leia todo o Editorial no DN

segunda-feira, 23 de outubro de 2006

VOLUNTARIADO

UMA EXPERIÊNCIA
MUITO ENRIQUECEDORA
Em tempos de algum egoísmo e de muito comodismo, é salutar verificar que há gente jovem (de todas as idades) com capacidade para se dar aos outros. Assim é nos PVU - Projectos de Voluntariado Universitário, uma iniciativa do CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) e da AAUAv (Associação Académica da Universidade de Aveiro), com apoios dos Serviços de Acção Social e da Reitoria da UA.
Esta boa iniciativa partiu da ideia de que, se quisermos, há sempre tempo para dedicar ao Serrviço do Bem Comum, sobretudo na área da formação humana.
Porque há diversas vertentes do voluntariado, a organização solicita aos interessados que procurem o CUFC ou a AAUAv, fundamentalmente para descobrirem, em diálogo aberto com os responsáveis, qual o caminho que mais se coaduna com as disponibilidades e com os dons de cada um.

UM POEMA DE MIGUEL TORGA

CONFIANÇA
O que é bonito neste mundo, e anima, É ver que na vindima De cada sonho Fica a cepa a sonhar outra aventura... E que a doçura Que se não prova Se transfigura Numa doçura Muito mais pura E muito mais nova...

Uma reflexão de Georgino Rocha

CORAÇÃO
QUE VAI À FRENTE
Muitas vezes me vêm pensamentos de ir às escolas desses lugares, gritando como quem perdeu o juízo, e principalmente à Universidade de Paris, dizendo na Sorbona aos que têm mais letras do que vontade para dispor-se a frutificar com elas, quantas almas deixam de ir à glória e vão ao inferno por negligência deles…”. Esta frase consta da carta que Francisco Xavier escreve de Cochim aos universitários de Paris, seus ex-colegas. Nessa universidade, havia sido aluno e mestre, depois faz-se padre jesuíta e parte para o Extremo Oriente nas caravelas portuguesas a 7 de Abril de 1541. São tempos de D. João III. Fiel ao lema que marca a sua vida “Mais, sempre Mais”, percorre os pontos nevrálgicos daquela vasta zona do mundo: Índia, Malaca, Molucas, Japão, China onde não chega a entrar por a morte o haver surpreendido no caminho. Tal como ele, tantos outros sentem a urgência da missão que Jesus deixa aos seus discípulos – os cristãos. “Ide por todo o mundo, anunciai a boa notícia de que Deus quer a felicidade de todos e de cada um. Eu estou sempre convosco: umas vezes escondido nas culturas e religiões dos povos aonde chegais, outras nas comunidades cristãs que ides construir, no modo fraterno do vosso relacionamento, no espírito de serviço e de partilha de que dareis testemunho”. Assim o entendeu um missionário idoso que sonha com ir às montanhas do Himalaia para ajudar os povos que aí habitassem. Põe-se a caminho, logo que a vida lho permite. É Inverno, o frio aperta, começa a chover, a neve a cair, mas nada o demove. O dono de uma pousada interpela-o, dizendo: “Onde vai, meu bom homem? Como chegou aqui?”. E ele, encharcado e quase enregelado, responde sorridente: “ Sigo o meu coração que vai à frente. É o amor que me guia. Quero chegar. Sou missionário!”. De facto, lembra Bento XVI o amor é a fonte da missão. Ser missionário significa amar a Deus, entrar no seu dinamismo, cultivar os critérios de vida que Jesus nos transmite e propor a todas as pessoas, com ousadia e simplicidade, a alegria de colaborar na construção de uma sociedade mais justa e fraterna. ::
In "Para Ti", folha dominical do CUFC

domingo, 22 de outubro de 2006

ABORTO - 4

Nota Pastoral
do Conselho Permanente
Conferência Episcopal Portuguesa
sobre o referendo ao aborto
RAZÕES PARA
ESCOLHER A VIDA
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1. A Assembleia da República decidiu sujeitar, mais uma vez, a referendo popular o alargamento das condições legais para a interrupção voluntária da gravidez, acto vulgarmente designado por aborto voluntário. Esta proposta já foi rejeitada em referendo anterior, embora a percentagem de opiniões expressas não tivesse sido suficiente para tornar a escolha do eleitorado constitucionalmente irreversível, o que foi aproveitado pelos defensores do alargamento legal do aborto voluntário. Nós, Bispos Católicos, sentimos perplexidade acerca desta situação. Antes de mais porque acreditamos, como o fez a Igreja desde os primeiros séculos, que a vida humana, com toda a sua dignidade, existe desde o primeiro momento da concepção. Porque consideramos a vida humana um valor absoluto, a defender e a promover em todas as circunstâncias, achamos que ela não é referendável e que nenhuma lei permissiva respeita os valores éticos fundamentais acerca da Vida, o que se aplica também à Lei já aprovada. Uma hipotética vitória do “não” no próximo referendo não significa a nossa concordância com a Lei vigente. 2. Para os fiéis católicos o aborto provocado é um pecado grave porque é uma violação do 5º Mandamento da Lei de Deus, “não matarás”, e é-o mesmo quando legalmente permitido. Mas este mandamento limita-se a exprimir um valor da lei natural, fundamento de uma ética universal. O aborto não é, pois, uma questão exclusivamente da moral religiosa; ele agride valores universais de respeito pela vida. Para os crentes acresce o facto de, na Sua Lei, Deus ter confirmado que esse valor universal é Sua vontade. Não podemos, pois, deixar de dizer aos fiéis católicos que devem votar “não” e ajudar a esclarecer outras pessoas sobre a dignidade da vida humana, desde o seu primeiro momento. O período de debate e esclarecimento que antecede o referendo não é uma qualquer campanha política, mas sim um período de esclarecimento das consciências. A escolha no dia do referendo é uma opção de consciência, que não deve ser influenciada por políticas e correntes de opinião. Nós, os Bispos, não entramos em campanhas de tipo político, mas não podemos deixar de contribuir para o esclarecimento das consciências. Pensamos particularmente nos jovens, muitos dos quais votam pela primeira vez e para quem a vida é uma paixão e tem de ser uma descoberta. Assim enunciamos, de modo simples, as razões para votar “não” e escolher a Vida:
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