terça-feira, 14 de fevereiro de 2006

Um artigo de Joaquim Franco, na SIC

Caricaturas “boomerang”
A cultura do “mundo” islâmico é diferente da cultura do “mundo” cristão, judeu, budista ou hindu. O “mundo” muçulmano é portador de uma história e tradição únicas, inseparáveis de um território social específico. A religião islâmica - no “mundo” islâmico - e o conceito de Estado ou Nação - no “mundo” islâmico - estão ligados e são interdependentes na definição de valores e liberdades, do poder e dos poderes. Radica no mesmo Deus, no mesmo Livro e no mesmo Profeta de todos os islâmicos, mas faz da “palavra última” do Alcorão a “charia” intocável e insubstituível, sob a qual tudo pode ser legitimado. Apontar o dedo a um sistema construído como aliança inquestionável, na qual milhões de pessoas se entregam honesta e abnegadamente, é não compreender o verdadeiro fenómeno do “mundo” islâmico.
Como acontece em todas as redes de poder e de cultura, o “mundo” islâmico está sujeito a manipulações entrincheiradas num “habitat” ideológico, religioso e social dominante. A guarda da tradição no “mundo” islâmico assume a dimensão do “sagrado” como reacção a um outro “mundo” que a globalização vai revelando de forma deturpada. Os “fundamentalistas” do “mundo” islâmico - “guerreiros” até ao extremo do terror - não se consideram terroristas, mas “soldados” generosos numa guerra sem tréguas, atiçada em nome de um “todo” e de um “tudo” que explica a sua própria existência. Quanto mais o “mundo” ocidental reagir em dinâmicas de confronto – seja militar ou cultural - pior. É como um pêndulo de acção/reacção.
Não é possível acabar com visões “extremistas”, embora seja possível contê-las com um cuidadoso diálogo que, antes de mais, começa na necessidade de o “mundo” ocidental se interrogar sobre as suas próprias incoerências. Não se trata de uma guerra de civilizações, mas da mais velha guerra da humanidade entre “ricos” e “pobres”, cuja táctica de parte a parte é uma equação com inúmeras e tremendas variáveis. Um jogo perigoso que, a médio prazo, pode desencadear um bloqueio civilizacional sem precedentes.
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Amigos da Ria e do Moliceiro criam novo barco

MOLICEIRO INSPIRA MOLIATE
A Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro vai avançar com um projecto de construção de um iate, que terá o perfil do célebre barco moliceiro, um ex-libris da Ria de Aveiro.
Esse iate terá condições de alojamento e conforto para estadas a bordo durante vários dias.
O projecto está à espera de autorizaçãodo Instituto Marítimo Portuário, para depois se iniciar a construção da nova embarcação, que vai chamar-se MOLIATE, uma mistura de moliceiro e de iate. Os custos rondam uma verba entre 35 e 50 mil euros.
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Fonte: JN

DOMINGO - Fernando Echevarría



Ficou-lhe a paz. Do tempo
em que, movido o olhar à santidade,
parávamos no campo vendo
correr a água e adubar-se o caule
que abrirá sua roda de sustento
à fadiga do homem, que uma coroa de aves
reconhece no ar, de estar aberto
à cálida saúde da passagem.
Depois da missa, pelo domingo adentro,
crescia essa saudade
fresquíssima de estarmos tão atentos
à tarefa que, sem nós, a tarde
cumpre na terra. E mesmo ao pensamento
que amadurece nas árvores,
tocadas de longe, no estremecimento
que se enreda por nós e em nós se abre.
Ficou-lhe a paz. O doce movimento
que nos inclina para a primeira idade.

Fernando Echevarría
a rosa do mundo 2001 poemas para o futuro
assírio & alvim
2001

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Ainda as caricaturas de Maomé

Mais uma achega
do
Cardeal-Patriarca de Lisboa
Para o Cardeal Patriarca de Lisboa, também os católicos já foram alvo de referências jocosas de mais ou menos gosto e não tiveram a mesma atitude de procura de vingança. "O facto de estarmos num ambiente de liberdade de expressão significa que eu não me indigno com isso, mas quando acontece magoa-me. A liberdade de expressão tem desses riscos: eu sei que, às vezes, magoo os outros. A grande diferença entre o horizonte ocidental e o horizonte que estamos a assistir nos muçulmanos é que eu manifesto a minha indignação de outra maneira, não vou pôr bombas nas embaixadas, nem bater nas pessoas na rua". O Cardeal-Patriarca vai ainda mais longe, ao afirmar que este é um problema muito mais político que religioso: "tenho visto comentadores a tentar pôr isto no âmbito do diálogo e do respeito inter-religioso, mas penso que, por trás disto, há mais estratégias políticas que questões religiosas".
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Fonte: RR

Um artigo de João César das Neves, no DN

O tempo em que o mundo ficou muito perigoso
O mundo está a ficar muito perigoso. Quando daqui a uns séculos escreverem a História da nossa era, estes anos serão certamente vistos como o momento decisivo, em que a guerra deixa de ser abominável para se tornar discutível. É este o tempo em que "Hitler" passa de nome recordado para acusação dirigida a outros. É agora que o mundo volta a ser muito perigoso. O pano de fundo é ainda, naturalmente, a maior catástrofe de sempre, a Segunda Guerra Mundial. Essa carnificina bárbara, tão bárbara como só uma civilização avançada pode ser, parecia ter mudado para sempre a nossa atitude. Pela primeira vez na História, a Humanidade tinha poder para destruir a Humanidade. Só havia uma resposta possível "Guerra nunca mais!" Esta era a certeza que todos professavam. O mundo mudara.
Mas essa mudança começou a mudar, naturalmente, no fim da Guerra Fria, o mais estúpido de todos os conflitos uma guerra que não chegava a ser guerra, porque não podia ser guerra. Quando acabou, o frio foi aquecendo: afinal, a guerra podia ser. Os primeiros embates após a queda do Muro ainda eram escaramuças à antiga: guerras coloniais, como o Iraque em 1991 e a Somália em 1993, ou guerras civis, como a arrastada destruição da Jugoslávia e a recorrente "intifada" na Terra Santa. Não eram menos sangrentas e horrorosas, mas não traziam perigo global. "Guerra mundial nunca mais!"
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(Para ler todo o artigo, clique aqui)

Um artigo de Alexandre Cruz

Um louvável caso de estudo

O gesto fundacional
do 11 de Fevereiro –
Dia Mundial do Doente 1. É de um alcance absolutamente novíssimo o horizonte da mensagem deste VI Domingo do Tempo Comum. Para nós, hoje, viventes de tempos em que a “memória” e valoração dos achados de sentido da Humanidade se vão perdendo, poderemos considerar a “lição” de hoje um autêntico caso de estudo. A partir da doença (a “lepra”), apercebemo-nos de todo um ambiente de contextos e atitudes a salientar. Assim, a mensagem curativa do Evangelho só é bem captada na medida em que sentirmos o ambiente social do Antigo Testamento, espelhada na primeira Leitura do Livro do Levítico. São muitos os (maus) hábitos, expressão menos feliz da ideia de Deus e de Comunidade. 2. Em termos do que chamamos hoje os cuidados de saúde (simbolicamente inaugurados pelo aproximar, tocar e renovar de Cristo), o panorama da antiguidade era de absoluta exclusão social para a Pessoa do Doente leproso. É muita a literatura que testemunha a legislação hoje presente no livro do Levítico, em que se decide que aos leprosos (impuros) cabe a sorte da expulsão da comunidade, tendo de morrer fora das cidades; têm de trazer roupa que permita serem identificados à distância, sendo todo o contacto impensável, até que quando um leproso tocava numa pessoa sã era réu de morte; num ter de gritar “impuro, impuro”, ou andar de campainha ao pescoço…ainda que procurando gerir o “caso” de saúde pública, estava bem enraizada uma mentalidade de absoluta exclusão, abandono humano e, a acrescentar, uma turba imagem de Deus que atribuía como causa da doença o pecado humano. É diante deste ambiente que vem Jesus!... 3. Ao leproso que tinha a morte à vista (“a lepra era a filha primogénita da morte” Job 18, 13), e que de modo suplicante se aproxima na distância possível, e ousa dirigir a palavra a Jesus… eis que novidade completa encontramos: “Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: ‘Quero: fica limpo!’ ”. Que purificação surpreendente esta que escreveu para sempre uma aproximação exemplar de Deus à Pessoa do Doente. Que gratidão Te damos, Senhor, por não teres medo do contágio e teres arriscado tudo para tirar a “lepra” (espiritual e física) da menoridade humana! Que pura imagem de Deus-Amor que promove a total inclusão comunitária de cada Pessoa! Faz-nos entender, estudar, apreciar e viver este gesto eterno do Teu amor!

Estatuto do Santuário de Fátima

Cardeal-Patriarca de Lisboa explica mudança de estatuto
O Cardeal-Patriarca de Lisboa confir-mou este Domingo uma mudança de estatuto do Santuário de Fátima, mas garante que este é um passo que se limita a recuperar uma prática em vigor no tempo de Pio XII. D. José Policarpo afirma que esta mudança permite conciliar as dimensões diocesana, nacional e internacional do Santuário.
“São evidentes duas coisas: que o Santuário está na diocese de Leiria-Fátima, pelo que a jurisdição imediata é da diocese; por outro lado, é igualmente evidente a dimensão nacional e internacional do Santuário”, referiu aos jornalistas que o interrogaram sobre o tema.
"Aquilo que estão a ver com grande surpresa não é, porque já no tempo de Pio XII, nos anos 50, foi constituído um Conselho Superior, representando a Igreja de Portugal toda para acompanhar o Santuário de Fátima”, acrescentou.
D. José Policarpo explicou que "o que a Santa Sé fez foi, apenas e só, pedir para que esse Conselho se reactivasse". A primeira responsabilidade será, portanto, estudar um dossiê que virá a culminar, depois, “num outro estatuto para o Santuário de Fátima".
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Fonte Ecclesia

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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