Crónica semanal de Anselmo Borges Vivemos tempos de catástrofe, por vezes incompreensíveis, fugidos à razão, como se o mundo tivesse derivado para manicómio perigoso, ameaçado e ameaçador. Que fazer? É preciso manter alguma serenidade e, claro, pensar, sem esquecer também o que disse Kant: para aliviar as agruras da vida, o Céu deu-nos três coisas: “a esperança, o sono e o riso.” Sim, e aí estão a ironia e o bom humor. O Papa Francisco, mesmo na sua presente doença, na qual esteve à beira da morte, não esqueceu o bom humor, de que sempre se socorreu. Ele reza todos os dias, aconselhando-a a todos, a Oração do bom humor, oração de São Tomás Moro, o filósofo autor de A Utopia, o ex-Chanceler do Reino que não se esqueceu de levar a gorjeta para o carrasco que ia decapitá-lo. Francisco recomendou-a também aos membros da Cúria Romana, onde tem tantos adversários e até inimigos, a quem falta o bom humor divino. Ei-la: “Dá-me, Senhor, uma boa digestão e também algo para digerir. Dá...