terça-feira, 6 de maio de 2025

RECORDANDO: Mercado da Gafanha


Mercado -  Rua na frente da igreja, atual Av. José Estêvão

Pela década de 50 do século passado, os nossos pais e avós começaram a vender os seus produtos aos domingos de manhã, na actual Avenida José Estêvão, frente à igreja matriz. De um lado e doutro da rua, alinhavam-se os vendedores. Depois das missas, os compradores enchiam o espaço. No Verão, sobretudo, tudo se complicava, com a intensificação do trânsito rumo às praias da Barra e da Costa Nova. Havia que deslocar o mercado para outro sítio. O escolhido e mais à mão foi o espaço em frente ao cemitério.
Mais amplo e sem movimento automóvel, os vendedores foram-se multiplicando, vindos da região. E dos géneros oferecidos pela terra, depressa surgiram outras mercadorias, desde roupas, calçado, utensílios domésticos até alfaias agrícolas. Os vendedores da “banha da cobra” e de produtos similares e milagrosos aproveitavam novos mercados. Cedo se reconheceu a necessidade de criar um mercado de raiz, com mais condições para compradores e vendedores, mas ainda com mais higiene.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Pedro Abrunhosa e o Papa Francisco

 “As últimas palavras do Papa foram de apelo à paz em Gaza. O Papa é perentório na reprovação de genocídio, e usa a palavra genocídio e não a usa em vão, perante o que está a ocorrer em Gaza. É preciso que nós saiamos desta situação, em que aceitamos as coisas por mais violentas que sejam. Este momento em que o Papa parte, é um momento de profunda consternação do mundo, mas também para olharmos para o que ele escreveu, para o que ele falou, quando se referiu aos fracos, aos loucos, aos doentes, aos cansados, aos velhos, aos prostitutos e aos migrantes”

Pedro Abrunhosa, na Ecclesia

Arbustos do meu quintal

 

Dia da Mãe

Para este domingo, esteve programado o Dia da Mãe, data que os filhos jamais poderão esquecer. A verdade é que só agora pude evocar a data. 
Dia cheio, decerto com algumas banalidades, mas ainda estou a tempo de evocar a minha saudosa e querida mãe. Como era o mais velho (o meu único irmão foi o Armando, que faleceu há anos). Escusado será dizer que o meu pai, a minha mãe e o meu irmão permanecem bem vivos no meu espírito.
Voltando à minha mãe, sinto ser minha obrigação afirmar que nunca me deixa sozinho, tal a força o seu amor. E recordo como ela me tratou durante uma grave doença pulmonar. Estaria condenado a ser internado num sanatório do Caramulo, mas fiquei em casa. Ela garantiu ao médico, Dr. Ribau, que faria rigorosamente tudo quanto ordenasse para eu me salvar. E assim aconteceu.
Um beijo com muita ternura para a minha querida mãe, Rosita Facica. 

sábado, 3 de maio de 2025

Não chores pelo que perdeste


NOTA: Das Redes Sociais


 

Homenagem a Francisco

Pára e Pensa

Um jornalista perguntou uma vez ao Papa Francisco: Como gostaria de ser recordado depois de morrer? E Francisco respondeu textualmente com estas palavras: “Era um bom homem e fez o que pôde.”
Estou convicto de que, agora que partiu, a melhor homenagem que se lhe poderia prestar seria cada um, cada uma, nas suas respectivas condições de vida, fazer sinceramente seu o mesmo desejo de recordação após a sua própria morte: “Era uma boa pessoa e fez o que pôde.”
Não haja dúvidas: o mundo seria diferente.

Anselmo Borges
Padre e professor de Filosofia

Sábado, 3 de Maio de 2025

As nuvens desafiaram-me


 

sexta-feira, 2 de maio de 2025

PADRE CÉSAR - Capelão Militar

O CAPELÃO MILITAR PARAQUEDISTA
QUE SALTAVA À FRENTE PARA DAR CONFIANÇA



HÁ DEZ ANOS, CÉSAR FERNANDES TORNOU-SE PÁROCO DA GAFANHA DA NAZARÉ, APÓS 28 ANOS DE SERVIÇO NAS FORÇAS ARMADAS COMO CAPELÃO MILITAR PARAQUEDISTA, ONDE FOI “PAI” E “COMPANHEIRO” DE MUITOS MILITARES EM MISSÕES INTERNACIONAIS DE PAZ.

César Fernandes, o mais velho de seis filhos de Adelino e Ludovina, nasceu há 72 anos, em Calvão. Aos 12 anos, entrou no seminário local, tendo transitado dois anos depois para o Seminário de Santa Joana em Aveiro. Após a sua formação no Instituto de Ciências Humanas e Teológicas no Porto, em 1979, foi ordenado presbítero na Igreja Matriz de Calvão, iniciando o serviço pastoral na paróquia de Aradas.
Em 1981, foi chamado ao serviço militar, obrigatório para todos os cidadãos portugueses do sexo masculino. César Fernandes foi incorporado nas Tropas Para-quedistas pertencentes à Força Aérea Portuguesa e colocado na Base Operacional de Tropas Para-quedistas Nº 1. Meses mais tarde, foi integrado no 113º curso de paraquedismo na Base Escola de Tropas Para-quedistas em Tancos. Terminado o curso com aproveitamento e regressado à sua anterior Unidade, aí completa os dois anos obrigatórios de serviço militar. Quando terminou esta missão de dois anos, foi surpreendido com o convite do Patriarca de Lisboa, Ordinário Castrense de Portugal, D. António Ribeiro, para ser capelão militar efetivo do quadro de capelães. Abraçou a missão em dois locais - na base militar de S. Jacinto, onde permaneceu 10 anos, e em Tancos, onde desenvolveu grande parte do seu serviço militar, terminando em dezembro de 2007 o seu percurso com a patente de tenente-coronel paraquedista.
César Fernandes realizou cerca de 10 missões internacionais de implementação de paz, acompanhando os vários batalhões de paraquedistas, em geografias como Bósnia, Kosovo e Afeganistão. Como capelão militar paraquedista dava apoio espiritual e emocional, celebrava a missa e aumentava a confiança dos militares, ao entrar também no avião e a ser o primeiro a saltar. O seu papel foi além de capelão, dizendo emocionado: “Fui um pai e um companheiro para muitos militares”.

Os 27 anos dedicados às Forças Armadas deram-lhe não só “amigos eternos”, como “a melhor parte” da sua vida. Aos 56 anos encerrou este capítulo do seu percurso, motivado pelo desgaste físico que obrigou a uma artroplastia de quadril para substituir parte da articulação do fêmur por uma prótese.
Motivado pelo serviço à comunidade, regressou à sua Diocese de Aveiro, tendo assumido a missão de Prior da paróquia da Gafanha da Nazaré, em agosto de 2015. Nessa ocasião, adiantou como desafios pastorais a “humildade, a generosidade, a proximidade e a colaboração, porque o objetivo da Igreja também é o bem do ser humano no seu todo”.
Há uma década que trabalha de “segunda a segunda”. Só no ano passado, as Jornadas Mundiais da Juventude, em Lisboa, conseguiram que agendasse três dias de férias. E se este é o momento que identifica como o mais feliz dos seus últimos dez anos, indica que a pandemia de Covid-19 foi o mais triste. “Foi uma dor de alma ver as igrejas vazias e rezar a missa sem a comunidade cristã. Celebrar as cerimónias pascais sem pessoas marcou-me muito”, recorda.
A sua jornada começa habitualmente às seis horas e meia da manhã com uma caminhada de 50 minutos em Aveiro, onde vive. Às nove já está na Paróquia, a coordenar as várias atividades. Na sua secretária há dossiês, documentos e livros, destacando-se a autobiografia do Papa Francisco que se encontra a ler. Fala do pontificado de Francisco com entusiasmo, elogiando o seu trabalho na renovação interna da Igreja, na sua maior abertura à sociedade e na atenção às periferias da sociedade.
Dez anos depois, e a caminho de completar 73 anos, César Fernandes partilhou já com o Bispo de Aveiro, D. António Moiteiro Ramos, a intenção de “descansar” e “ir para casa”. Revela que quer dedicar-se à família, em particular às suas duas irmãs com quem vive. Sente que é um dever, uma vez que “nunca teve tempo”.
Mas, enquanto o capítulo na Paróquia da Gafanha da Nazaré não se encerra, César Fernandes prossegue a sua missão, que descreve recorrendo às palavras do Santo Padre: “Às vezes, o Pastor vai à frente para orientar o caminho; por vezes está no meio para ser um deles; outras vezes vai atrás para acolher os que estão em último, não deixando ninguém para trás.”Nas suas palavras: “Enquanto aqui estiver quero ser este Pastor.”

NOTA: Transcrito, com a devida vénia, de "ÍLHAVO - revista" da CMI, edição de Março de 2025

quinta-feira, 1 de maio de 2025

Tolentino Mendonça - Quatro tiros no coração

 

Certas manhãs chegava
esmagado pela luz
longo, frívolo, ofensivo
qualquer gesto aludia
a uma espécie de tremor
a tristeza daqueles que não pertencem
a lugar algum

vivia tudo num instante
a solidão, os rancores
as alegrias dos outros
o silêncio do Outono

nunca o amor tocara o seu corpo
com a intensidade do medo
tornou-se parte de um rito
nem perto, nem longe
da palavra justa

ele só pedia
«não me digam nada»


José Tolentino Mendonça


Do livro "A noite abre meus olhos"

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Conclave - Cardeal Tolentino

O sonho faz parte integrante do ser humano. Por isso, sonho muito durante o sono e acordado. Tenho sonhos lindos e outros nem por isso. É claro que gosto imenso dos primeiros.
Sonhei, por estes dias, com o conclave para a eleição do novo Papa, onde estará presente o nosso Cardeal Tolentino Mendonça, com quem falei diversas vezes sobre os mais variados assuntos, religiosos e outros. Tenho por ele imensa estima e admiração. Mas também possuo alguns dos seus livros de poesia, mas não só, aos quais recorro frequentemente.
Rezarei por ele e ficarei atento ao decorrer do Conclave.
Sei que o maior obstáculo está na idade. A ser eleito, ficaria na Cadeira de Pedro, na melhor hipótese,  por anos e anos. O que, diga-se de passagem, não seria muito conveniente.
Que o Espírito Santo resolva o assunto, são os meus votos.

Fernando Martins

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