quarta-feira, 26 de março de 2025

Aveiro – Turismo à vista





Andámos hoje por Aveiro, descontraidamente, ao jeito de matar saudades. Apreciar o movimento nas ruas, sentir os olhares de turistas que se aproximam da Ria. Fixar os nossos olhos nos que entram nos moliceiros para uma voltinha e deles saem satisfeitos depois da viagem, decerto para mais tarde recordarem no regresso às suas terras.
O turismo é real nas ruas da cidade. Grupos posam para a fotografia e os ovos moles talvez sejam os guloseimas preferidos para repartir em casa.
Pudemos caminhar tranquilos na cidade que nos acolheu na infância. A Lita veio de Pardilhó para casa da Tia Lurdes e eu ingressei na Escola Comercial. E por Aveiro não encontrei ninguém da minha geração, embora me cruzasse com conhecidos.
Voltaremos, garantidamente!

terça-feira, 25 de março de 2025

Riqueza incomensurável da ternura

Hoje conto uma história. “Um menino de 4 anos tinha um vizinho idoso a quem falecera dias antes a esposa. Ao vê-lo chorar, o menino foi para o quintal dele e sentou-se simplesmente no seu colo. Quando a mãe lhe perguntou o que tinha dito ao velhinho, ele respondeu: Nada. Só o ajudei a chorar.” Um escritor de nome, convidado como jurado de um concurso de crianças, deixou-nos esta preciosidade como gesto inefável da criança premiada.
Sobram comentários. É isto que não deixa que o mundo se afogue. Uns dispensam os filhos, outros escandalizam as crianças, outros põem veneno em tudo, sabendo que elas o irão beber… Deus vela por elas através de quem é capaz de as amar sem condições.
O melhor do mundo, disse o poeta, são as crianças. Quem as faz andar em terras desertas e frias para poderem ter escola não pensa assim. Quem deixa que a família se degrade ou até contribua para isso não pensa assim.
Quem não tem sensibilidade para perceber a riqueza dos gestos de ternura não pensa assim.
Amanhã é Dia de Portugal. A riqueza do país são as pessoas. Mais ainda, as crianças. Só elas são capazes de ajudar a chorar. E, neste chorar, aliviam a dor que mais dói, a da saudade de quem se ama.
Só o amor puro das crianças.

António Marcelino

Nota: D. António Marcelino foi o segundo Bispo da restaurada Diocese de Aveiro. 

Abusos sexuais na Igreja Católica


NOTA: Crimes impensáveis! Crimes lamentáveis!  No seio da Igreja Católica! 

AVEIRO: Estátua de José Estêvão

 Foto do Inventário Artístico de Portugal - Aveiro - Zona Sul

José Estêvão na posição de orador em que foi mestre.

segunda-feira, 24 de março de 2025

sábado, 22 de março de 2025

ANTÓNIO FEIJÓ - O Amor e o Tempo









O Amor e o Tempo

Pela montanha alcantilada
Todos quatro em alegre companhia,
O Amor, o Tempo, a minha Amada
E eu subíamos um dia.

Da minha Amada no gentil semblante
Já se viam indícios de cansaço;
O Amor passava-nos adiante
E o Tempo acelerava o passo.

— «Amor! Amor! mais devagar!
Não corras tanto assim, que tão ligeira
Não pode com certeza caminhar
A minha doce companheira!»

Súbito, o Amor e o Tempo, combinados,
Abrem as asas trémulas ao vento...
— «Porque voais assim tão apressados?
Onde vos dirigis?» — Nesse momento,

Volta-se o Amor e diz com azedume:
— «Tende paciência, amigos meus!
Eu sempre tive este costume
De fugir com o Tempo... Adeus! Adeus!

António Feijó, 
in 'Sol de Inverno'


ANDANÇAS - Póvoa de Lanhoso

 

Encontro com Maria da Fonte, a heroína que deu lições a homens na defesa da sua terra e gentes. Em passeio de Verão, eu a Lita passámos pela Póvoa de Lanhoso para a saudar e homenagear. Não posso precisar a data.

Vencidos do catolicismo

Ruy Belo





Nós os vencidos do catolicismo
que não sabemos já donde a luz mana
haurimos o perdido misticismo
nos acordes da carmina burana

Nós que perdemos na luta da fé
não é que no fundo não creiamos
mas não lutamos já firme e a pé
nem nada impomos do que duvidamos

Já nenhum garizim nos chega agora
depois de ouvir como a samaritana
que em espírito e verdade é que se adora
deixem-me ouvir a carmina burana

Nesta vida é que nós acreditamos
e no homem que dizem que criaste
se temos o que temos o jogamos
“meu deus meu deus porque
me abandonaste?”

Ruy Belo



NOTA: Entre livros há sempre livrinhos que deixaram marcas indeléveis em certos recantos do nosso cérebro. Da capa de "Nós, os vencidos do catolicismo" transcrevi o poema que hoje partilho com os meus leitores e amigos.

Cuidado! Cuidar

Crónicas PÁRA E PENSA

Anselmo Borges

Entre as grandes obras filosóficas do século XX, figura um do filósofo alemão Martin  Heidegger: Seinund Zeit (Ser e Tempo). Nela, retoma a célebre fábula sobre o Cuidado, de Higino, um escravo culto (64 a. C.-16 d. C.). Fica aí, traduzida literalmente. “Uma vez, ao atravessar um rio, Cuidado’ viu terra argilosa. Pensativo, tomou um pedaço de barro e começou a moldá-lo.
Enquanto contemplava o que tinha feito, apareceu Júpiter. ‘Cuidado’ pediu-lhe que insuflasse espírito naquela figura, o que Júpiter fez de bom grado. Mas, quando ‘Cuidado’ quis dar o próprio nome à criatura que havia formado, Júpiter proibiu-lho, exigindo que lhe fosse dado o seu. Enquanto ‘Cuidado’ e Júpiter discutiam, surgiu também a Terra (Tellus) e também ela quis conferir o seu nome à criatura, pois fora ela a dar-lhe um pedaço do seu corpo.

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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