quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

JOSÉ TOLENTINO — NATAL NÃO É ORNAMENTO


O NATAL NÃO É ORNAMENTO 

O Natal não é ornamento: é fermento
É um impulso divino que irrompe pelo interior da história
Uma expectativa de semente lançada
Um alvoroço que nos acorda
para a dicção surpreendente que Deus faz
da nossa humanidade

O Natal não é ornamento: é fermento
Dentro de nós recria, amplia, expande

O Natal não se confunde com o tráfico sonolento dos símbolos
nem se deixa aprisionar ao consumismo sonoro de ocasião
A simplicidade que nos propõe
não é o simplismo ágil das frases-feitas
Os gestos que melhor o desenham
não são os da coreografia previsível das convenções

O Natal não é ornamento: é movimento
Teremos sempre de caminhar para o encontrar!

Entre a noite e o dia
Entre a tarefa e o dom
Entre o nosso conhecimento e o nosso desejo
Entre a palavra e o silêncio que buscamos
Uma estrela nos guiará

José Tolentino Mendonça


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Primeira sede da Junta de Freguesia

Primeiro edifício-sede da Junta de Freguesia 

Presentemente, a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré possui um bom edifício para a sua sede. É claro que ainda um dia vai ser diferente, para melhor. Para já, a que temos é boa, na minha opinião. Mas reparem na que aqui está retratada por mim, há nem sei quantos anos. Pobrezinha, mas muito digna para a época.

PAPA SEMPRE OPORTUNO


“Urge que as religiões, sem cair na armadilha do sincretismo, deem o bom exemplo de trabalharem juntas, não para os próprios interesses nem para os interesses duma parte, mas para os interesses do mundo. Entre estes, os mais importantes são a paz e o clima”.

Papa Francisco

domingo, 3 de dezembro de 2023

ADVENTO - 3 DE DEZEMBRO


Numa antecipação marcada pela vivência natalícia de décadas, que sempre vivi no seio da família, é saboroso perspetivar o NATAL de 2023 que agrade a todos os meus familiares e amigos, como sinal da cultura de afetos que podemos e devemos recrear com amor.
Recordo os Natais da casa dos meus pais, com todos os membros da família a partilharem as alegrias próprias da quadra, onde os desejos de uma felicidade abençoada pelo Menino-Deus se pressentia nos olhares e atitudes de todos. Tudo isso será possível se soubermos conjugar e reforçar os laço da ternura que almejamos.
O primeiro domingo do Advento é hoje, 3 de dezembro. É também o início do novo ano litúrgico. Mais ainda: É o ponto de partida para recrearmos um mundo melhor, com a bênção do Menino-Deus que celebraremos de modo especial no próximo 25 de Dezembro.
Bom Natal para todos.

Fernando Martins

ETNOGRÁFICO ORGANIZA CONVÍVIO DE NATAL



Honra-me muito o convite do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré para participar no jantar-convívio da época natalícia. Ontem lá estive mais uma vez. Que me lembre, só faltei uma vez por razões de saúde. E gosto de marcar presença por rever amigos, muitos amigos, que comungam das minhas ideias, em relação à importância de um grupo que aposta em investigar, estudar e promover as tradições etnográficas da região das Gafanhas.
É verdade que acompanhei de perto a fundação do grupo desde os primeiros passos, já lá vão 40 anos,  pois foi fundada em 1 de Setembro de 1983. E tenho apreciado a preocupação em se manter em permanente atualização. 

UM CONTO DE NATAL

O REGRESSO DO IRMÃO PRÓDIGO

Nas vésperas da noite de consoada falta sempre qualquer coisa mais ou menos importante para a festa da família, associada, há muito, ao nascimento de Jesus. Prendas, sobretudo. Porque não se contava com a visita de um familiar, porque as destinadas ao filho mais velho ou mais novo não se coadunavam, afinal, com os seus desejos ditos em jeito de brincadeira, porque a filha precisava de algo diferente para decorar a sala.
Não cultivo muito o gosto de fazer compras, exceto de livros, mas acompanhei uma familiar pelas lojas mais na moda ou mais agressivas na publicidade aos seus produtos. Essa minha pouca apetência pelas compras não foi fruto de uma qualquer catequese mal alinhavada, que leva à conta de puro consumismo tudo o que diz respeito a dar lembranças em datas marcantes das nossas vidas, mas, sim, a uma inexplicável falta de jeito. As prendas, no fundo, e em especial as de Natal e Páscoa, são normalmente sinais dos nossos afetos e do nosso amor para quantos nos rodeiam. Por isso, até foi com satisfação que acompanhei, também com a minha opinião, as últimas aquisições para a noite de consoada.

A Imaculada Conceição, o pecado original e o sexo

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Volto ao tema, pois não sei se a maioria dos portugueses sabe a razão do feriado de 8 de Dezembro. Os católicos saberão que se trata de uma festa ligada a Nossa Senhora e, se interrogados, talvez respondessem, na quase totalidade, que tem a ver com a virgindade de Maria. Para dizer o quê, celebrando o quê? Volto ao tema, porque pode ser ou tornar-se uma festa com muitos equívocos.
Logo à partida, que pode significar Imaculada Conceição? De facto, não se refere directamente à virgindade, mas não lhe é completamente alheia. Do que se trata, na realidade, é da afirmação de que Maria, a Mãe de Jesus, foi concebida sem pecado. Mas, aqui, sem hermenêutica, isto é, sem interpretação, pode albergar-se uma série de confusões, profundamente ofensivas sobretudo para as mulheres, minando, desgraçadamente, a mensagem do Evangelho enquanto notícia boa e felicitante também para elas.

sábado, 2 de dezembro de 2023

FEIRA DO LIVRO NA ESGN

Cartaz da autoria de Tiago Louro Vilarinho, aluno do 12.º C. , que aderiu ao convite da biblioteca.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

PARA RECORDAR - 1


Em momentos de alguma solidão que me levam a recordar tempos que não voltam, vou dando por mim a pensar na vida agitada que levei durante anos e anos. Esta foto trouxe-me à memória os trabalhos jornalísticos com prazos marcados com rigor matemático. O PC era peça indispensável e o cérebro não tinha tempo para dormir a sesta. Textos escritos e revistos, era necessário correr para a Biblioteca da Figueira da Foz, onde havia NET para enviar a minha colaboração para os jornais. Bons tempos.

PORTUGAL RETOMA A INDEPENDÊNCIA


O dia 1.º de dezembro de 1640 ficou na história como data simbólica e real da nossa libertação do jugo da monarquia do país vizinho. O rei era o mesmo, Filipe de Espanha e de Portugal, mas o descontentamento generalizou-se com a carestia de vida e o desânimo pátrio. Os conjurados, depressa e com eficácia,  assumiram a luta. Foram, ao paço, onde vivia a representante do Rei de Espanha, Duquesa de Mântua, com o seu secretário, Miguel de Vasconcelos. Este foi liquidado como traidor e lançado pela janela para a rua, onde os populares descarregaram a sua ira. Um arauto, cavalgando pela cidade de Lisboa, anunciou, alto e bom som, que Portugal era, de novo, independente. Assim aprendi, mais ou menos, quando era menino.

RIA DE AVEIRO - BARCO MOLICEIRO


RIA DE AVEIRO

Na ria de Aveiro
Quero um pequenino
Barco moliceiro.
Também sou menino.

Na ria de Aveiro
Podeis vir comigo,
Barco moliceiro
Nunca tem perigo.

Nunca se naufraga
Na ria inocente:
Da crista da vaga
Vêm braços à gente.

Quer vão ao moliço,
Quer soltem as redes,
O mar é submisso
Aos barcos que vedes.

Brancas, amarelas,
Na ria de Aveiro
Se espalham as velas:
Brinquedo ligeiro.

Também sou menino,
Ó moças de Aveiro!
Dai-me um pequenino
Barco moliceiro

RIBEIRO COUTO
1944

Ribeiro Couto (1898-1963)
 terá passado por Aveiro em 1944 
– pelo menos é essa a data do seu poema –,
onde se deixou cativar pela graça 
quase alada dos barcos moliceiros. 
Caso Curioso, na mesma época
estabeleceria relações de Índole literária 
com Mário Sacramento.

“Aveiro e o seu Distrito”, 
n.º 20, Dezembro de 1975

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