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Papa denuncia aqueles que «deformam o rosto da Igreja...»

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«Durante uma sessão de apresentação de boas festas de Natal à Cúria Romana, esta manhã, na Sala Clementina, em Roma, Francisco reconheceu que “a barca da Igreja vive momentos difíceis, acometida por tempestades e furacões”, nomeadamente devido ao “contratestemunho” e à “infidelidade” de “alguns filhos e ministros da Igreja”. (...) Para Francisco, é fundamental erradicar da Igreja Católica aqueles que, a coberto da sua consagração a Deus, “abusam dos fracos, valendo-se do seu poder moral e de persuasão”, que “cometem abominações e continuam a exercer o seu ministério como se nada tivesse acontecido”; ou que “não temem a Deus nem o seu juízo, mas apenas ser descobertos e desmascarados” “Ministros, que dilaceram o corpo da Igreja, causando escândalos e desacreditando a missão salvífica da Igreja e os sacrifícios de muitos dos seus irmãos”, frisou o Papa argentino.»

Do corpo de Maria, nasce Jesus, o Salvador

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Georgino Rocha Maria, a noiva de José, engravida após consentimento informado e decisão livre. O recém-gerado “apodera~se” do seu corpo e marca o ritmo da sua vida: a nível da fisiologia, das emoções e afectos, da movimentação e das relações, dos incómodos e satisfações. Tudo por amor à boa gestação em curso. Com que intensidade viveria a jovem mãe a fase germinal do seu bebé! Ele, tudo recebia dela, humanamente. Ela, realizava nele o sonho da maternidade. Lucas, no chamado Evangelho da Infância, faz uma bela narração da anunciação e anota que Maria, após ficar entregue à liberdade da sua decisão, parte “imediatamente”. Toma o rumo da casa de Zacarias, que fica a uns 150 Km de distância, e vai pelas regiões montanhosas da Judeia. Encontra Isabel, a prima, em fase avançada de gravidez daquele que virá a ser João Baptista. E tem um encontro memorável que a liturgia nos faz recordar, hoje. Para nos aproximarmos do significado profundo do que está a acontecer no ventre destas...

O Natal escondido

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Acordei cedo para sentir o desabrochar do sol por entre nuvens prenunciadoras de chuva. Primeiro uns raiozinhos, tímidos mas persistentes, e só depois veio a força renovadora do astro-rei a marcar presença neste Advento. Saí do meu aconchego e fui à cata do Natal na grande cidade a uns bons quilómetros da casa onde moro. Levei no saco a ânsia de encontrar o Natal em cada esquina, quiçá no coração das pessoas apressadas. Mas do Natal elas não me falaram. Música no ar, serena para não incomodar, mas audível quanto baste. Eram as melodias natalícias da minha meninice. Bonitas, sim senhor, mas denotando falta de criatividade. As mesmas de sempre, que os novos poetas e músicos terão posto de lado o tema do nascimento de Jesus. Os enfeites cruzavam-se entre luzinhas que piscavam para nos desafiarem a estar. Estar, olhar, sentir que o ambiente era diferente, que algo de novo andava no ar, que havia festa para celebrar, tradições para respeitar, família para congregar, prendas para ofertar...

A Noite de Natal

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« (...) Então Joana foi ao jardim. Porque ela sabia que nas Noites de Natal as estrelas eram diferentes. Abriu a porta e desceu a escada da varanda. Estava muito frio, mas o próprio frio brilhava. As folhas das tílias, das bétulas e das cerejeiras tinham caído. Os ramos nus desenhavam-se no ar como rendas pretas. Só o cedro tinha os seus ramos cobertos. E muito alto, por cima das árvores, era a escuridão enorme e redonda do céu. E nessa escuridão as estrelas cintilavam, mais claras do que tudo. Cá em baixo era uma festa e por isso havia muitas coisas brilhantes: velas acesas, bolas de vidro, copos de cristal. Mas no céu havia uma festa maior, com milhões e milhões de estrelas. (...)» Sophia de Mello Breyner Andresen (1989). A Noite de Natal. Porto: Figueirinhas (4ª ed.; il. de Júlio Resende) (1ªed. - 1959; il. de Maria Keil). NOTA: Por gentileza de Sara Raquel da Silva

Mourinho foi despedido

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Confesso, à partida, que não simpatizo com Mourinho. O homem especial, para os adeptos do futebol. Pelos maus resultados no MU,  foi despedido. Acontece aos melhores. Conseguiu na vida chegar ao topo e ganhou milhões. O despedimento deu-lhe também milhões. E um dia destes não faltará quem ponha na sua conta outros milhões. Isto tudo é uma ofensa aos milhões de pobres que há neste mundo, um mar de lágrimas que todos conhecemos. Mas quem paga tudo são os adeptos e os trabalhadores das empresas que subsidiam o desporto. Se calhar, trabalhadores sem pão para matar a fome aos filhos e empresas que   pagam salários miseráveis a quem   as serve. É este o nosso mundo.

Nuvens para este dia

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As nuvens são sempre um desafio à nossa imaginação. E quando elas se deslocam, ao sabor do vento, esse desafio amplifica-se para ficarmos com vontade de ir com elas. Umas são claras, mas há também as que indiciam chuva iminente. Foi o caso de hoje. Tudo bem com belas nuvens, mas já está a chover.

PORTUGAL de Alexandre O’Neill

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Evocando o dia do seu nascimento, 19 de dezembro de 1924  PORTUGAL Ó Portugal, se fosses só três sílabas, linda vista para o mar, Minho verde, Algarve de cal, jerico rapando o espinhaço da terra, surdo e miudinho, moinho a braços com um vento testarudo, mas embolado e, afinal, amigo, se fosses só o sal, o sol, o sul, o ladino pardal, o manso boi coloquial, a rechinante sardinha, a desancada varina, o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos, a muda queixa amendoada duns olhos pestanítidos, se fosses só a cegarrega do estio, dos estilos, o ferrugento cão asmático das praias, o grilo engaiolado, a grila no lábio, o calendário na parede, o emblema na lapela, ó Portugal, se fosses só três sílabas de plástico, que era mais barato!         *** Doceiras de Amarante, barristas de Barcelos, rendeiras de Viana, toureiros da Golegã, não há “papo-de-anjo” que seja o meu derriço, galo que can...

Isabel Cristina Caçoilo: O Natal da minha infância

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Aquecíamos os pés ao Menino Jesus Nasci e vivi a minha infância e parte da adolescência numa aldeia, "Campo de Jales", também conhecida por Minas de Jales, concelho de Vila Pouca de Aguiar, Distrito de Vila Real de Trás-os-Montes.  A ceia ou noite de consoada, como lhe costumávamos chamar, era passada em família. No caso da minha família, a mesa era bem preenchida: recebíamos as minhas irmãs com respetivos maridos e filhos. Eu era a mais nova da família. Quando eu era criança e já mesmo adolescente as minhas irmãs e irmão já não viviam na aldeia. Por norma, iam passar o Natal com os pais, podendo um ano por outro ser o contrário.  Em minha casa, a mesa era composta pelos pais, filhos e netos. No entanto, o uso na minha aldeia e para quem lá habitava regularmente, cada família jantava em sua casa. No fim de jantar os filhos dirigiam-se a casa dos pais para passar o resto da noite em família. Passava-se a noite a jogar ao Rapa. Era era um jogo com ...

Papa Francisco nasceu há 82 anos

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O Papa Francisco completou hoje, 17 de dezembro, a bonita idade de 82 anos. O mundo inteiro, segundo cremos, conhece o Papa e segue todos os seus passos que o conduzem às periferias frias e esquecidas das civilizações deste século. O seu amor pelos pobres dos pobres é conhecida e a sua fé, assente nos caminhos de verdade e vida, é exemplo para cada um de nós, em particular, e para as nossas comunidades, em geral.  Aprecio em particular, no Papa Francisco, a sua humildade e a sua paixão pela libertação do homem todo e de todos os homens, certo de que a humanidade há de atingir o ponto mais alto, com homens e mulheres, dos cinco continentes e credos, de mãos dadas, a cantar salmos de glória à felicidade na mãe-terra que o Criador nos legou.  Os meus parabéns ao Papa Francisco, na certeza de que o Espírito de Deus continuará a abençoá-lo e a iluminar o rumo da barca de Pedro de que ele é o timoneiro de mão firme.  Fernando Martins

Tudo por causa da alegria

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Bento Domingues 1. Não sei se Bergoglio conhece a literatura portuguesa. Espero que Tolentino Mendonça não deixe de lhe recomendar algumas leituras essenciais antes de voltar a Portugal, pátria dos antepassados do argentino J. L. Borges. O Cardeal G. Ravasi, esse conhece, de certeza, Fernando Pessoa. Não pode ignorar o sonho piedosamente blasfemo de Alberto Caeiro. Este viu Jesus Cristo aproveitar o dia em que Deus estava a dormir, o Espírito Santo andava a voar e a Virgem Maria a fazer meia, para fugir do céu, onde tudo é convencional e aborrecido, e tornar-se outra vez menino, uma criança tão humana que é divina, a Eterna Criança, o Deus que faltava, que sorri e brinca, o Menino Jesus verdadeiro que veio viver para aldeia com o nosso poeta.  Lembrei-me desse sonho ao ler a mensagem que o Papa Francisco enviou ao referido Cardeal italiano, manifestando o seu agrado por verificar que a eternidade, o outro lado da vida, tivesse sido escolhida para tema da XXIII Sessão das Ac...

Globalização e ética global

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1. Muitas das graves convulsões sociais em curso têm na sua base a globalização, que arrasta consigo inevitavelmente questões gigantescas e desperta paixões que nem sempre permitem um debate sereno e racional. Hans Küng, o famoso teólogo dito heterodoxo, mas que Francisco recuperou, deu um contributo para esse debate, que assenta em quatro teses. Segundo ele, a globalização é inevitável, ambivalente (com ganhadores e perdedores), e não calculável (pode levar ao milagre económico ou ao descalabro), mas também - e isto é o mais importante - dirigível. Isto significa que a globalização económica exige uma globalização no domínio ético. Impõe-se um consenso ético mínimo quanto a valores, atitudes e critérios, um ethos mundial para uma sociedade e uma economia mundiais. É o próprio mercado global que exige um ethos global, também para salvaguardar as diferentes tradições culturais da lógica global e avassaladora de uma espécie de "metafísica do mercado" e de uma sociedade de...