sexta-feira, 29 de abril de 2016

Poder de novo voltar a ser... Mar...

Um poema de Senos da Fonseca 


Poder de novo voltar a ser... Mar...

Olho a tua grandeza
A imensidão das tuas lonjuras
E de um modo absurdo
Sinto que (ainda) existo
Num passado que foi teu.

Sinto-o no desassossego que me causas
Sinto-o na pequenez que me rodeia
E apetece-me perguntar:
Porque nos não ajudas
De novo a cumprir Portugal ?

A partir para achar,
Cá dentro,
A árvore, a flor, a praia, a ave e a fonte
A encher de esperança as horas navegadas
Para assim ultrapassar o medonho.

Galgar valas, aldear encostas, subir os montes
Em conquista de novo o sonho
A recuperar altivez,
E entre o chão encontrado e o império perdido
De novo, tão só, voltar a ser português.

A desejar querer
Poder de novo ser
Povo de um País amanhecido.


Do livro Maresias

“A História colectiva é uma grande mentira”

Svetlana Alexievich
em entrevista ao PÚBLICO


A pluralidade de vozes é a única maneira de nos aproximarmos dessa verdade?

Creio que a verdade é como uma sinfonia. Nós estamos aqui a conversar, mas se amanhã nos pedirem para relatar o que se passou, cada um terá uma versão diferente. Só se unirmos as várias versões, as várias vozes, conseguiremos construir a História, que é uma soma dessas experiências individuais. A História colectiva é uma grande mentira. Quando ouvimos as pessoas, elas dizem coisas inesperadas, coisas que não sabíamos.

Ler toda a entrevista aqui

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Couto de Esteves - 1927



De vez em quando gosto de me isolar no sótão, onde o sossego é absoluto. Hoje nem música ouvi. Deu-me para ver a revista "Ilustração", de que tenho alguns números. No exemplar de 16 de novembro de 1927, encontrei esta foto alusiva a Couto de Esteves, Sever do Vouga, A legenda é clara: Pastora de Couto de Esteves. A foto foi registada por José M. Coutinho. Alguém o terá visto por Couto de Esteves? E quem sabe o nome da pastora?

A contracosta de Angola

Gostei de ler 

«Irrita-me esta obsessiva atitude de tratar com pinças o tema angolano. Enquanto a não ultrapassarmos, a possibilidade das coisas mudarem para melhor mantem-se afastada. Acharia saudável que mais pessoas surgissem nos media portuguesa a falar e escrever sobre Angola. Não para passar “recados” de qualquer um dos muitos lados do tema ou para incendiar irresponsavelmente o ambiente. Mas para escalpelizar friamente cada uma das questões que se abrem, sem suscitar de imediato a suspeição da conspiração ou do frete.»

Ler mais aqui 

Imagens que cativam


Quando passo pelo Jardim 31 de Agosto não posso deixar de olhar para o espelho que o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré nos oferece, com imagens momento a momento alteradas pela luz do sol, pelo ângulo escolhido, pelos reflexos projetados e pelas sombras que completam o quadro. Hoje senti mais uma vez o que o homem e a naturezas nos proporcionam. Passem por lá.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Frei Bento Domingues em Aveiro

CUFC | 4 de maio | 21 horas


A Exortação Apostólica “A Alegria do Amor” foi divulgada pelo Papa Francisco no dia 8 de Abril. Exigindo uma nova pastoral, o seu fio condutor é a misericórdia para ir ao encontro de todas as famílias. 
Aproveitando a estada em Aveiro de Frei Bento Domingues na primeira semana de maio, o CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) convida toda a comunidade académica e todos os interessados para participarem na reflexão que o frei Bento se disponibilizou a fazer sobre este novo documento do Papa. 
Será dia 4 de maio, uma quarta-feira, às 21h, no CUFC.

Papa Francisco sempre atento

Diz-se que «está na hora dos leigos, 
mas parece que o relógio parou»: 
Papa adverte para perigos do clericalismo


«O clericalismo leva à funcionalização do laicado; tratando-o como “mandadeiro”, coarta as diferentes iniciativas, esforços, e chego ao ponto de dizer, ousadias necessárias para poder levar a Boa Nova do Evangelho a todos os âmbitos da atividade social e, especialmente, política.»
(...)
É «impossível» pensar que o clero tem de ter «o monopólio das soluções para os múltiplos desafios» da vida contemporânea. «Ao contrário, temos de estar ao lado da nossa gente, acompanhá-la nas suas procuras e estimulando a imaginação capaz de responder à problemática atual. E isto discernindo com a nossa gente, e nunca pela nossa gente ou sem a nossa gente»

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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Promessas escutistas na Gafanha da Nazaré


Saúde, Felicidade e Espírito de Serviço

No sábado, 23 de abril, na missa das 19 horas, houve promessas das várias secções do Agrupamento 588 do CNE (Escutismo Católico Português), que tem por patrono D. José de Lencastre. Igreja cheia de jovens com os seus dirigentes e familiares para participarem na Eucaristia presidida pelo nosso pároco, Padre César Fernandes, que exortou os presentes a levarem à prática, no dia a dia, o mandamento novo — Amai-vos uns aos outros como eu vos amei —, numa alusão clara ao Evangelho do dia. «Sois sinais de Deus no mundo, com a certeza de que Jesus está connosco até ao fim dos tempos», disse.
Reforçou a ideia, alicerçada na promessa que juraram pela sua honra, que urge servir Deus, a Igreja e a Pátria, sempre atentos aos que mais precisam, sobretudo «na tristeza, no sofrimento e na dor», apostando «na gratidão e na construção de um mundo novo».
O nosso prior evocou Baden-Powell (BP), o fundador do escutismo, afirmando que foi um homem que soube descobrir um método educativo tão especial, que deu origem à maior organização juvenil a nível mundial.


Na cerimónia, foi lembrado, citando BP, que «o escutismo é um movimento cuja finalidade é educar a próxima geração como cidadãos úteis e de vistas largas. A nossa intenção é formar Homens e Mulheres que saibam decidir por si próprios, possuidores de três dons fundamentais: Saúde, Felicidade e Espírito de Serviço.»
João Pedro Lagarto, Chefe do Agrupamento, frisou que as promessas «são uma meta porque são fruto de grande preparação para chegar a este momento, significativo e fundamental para a caminhada escutista», mas também são «ponto de partida para levar à prática os princípios essenciais da lei do escuta», que assenta na confiança, na lealdade, na prática de boas ações, na amizade, no respeito pelos outros, na defesa da natureza e na obediência, mas ainda na boa disposição de espírito, na sobriedade, no respeito pelos bens alheios e na pureza de pensamentos, palavras e ações.
Toda a formação escutista, nas diversas secções, aponta para «o serviço aos outros durante toda a vida, mesmo depois de, por razões de idade,  «ficarem desvinculados do agrupamento».
O Chefe João Lagarto salientou que a nova sede, «um anseio do Agrupamento 588», permitirá espaços mais funcionais para as secções (Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros) que acolhem 118 membros, entre dirigentes e escuteiros. Afirmou, concluindo, que a sede, já em fase de projeto, está a ser dinamizada pela comunidade paroquial, sendo certo que conta sempre com «a indispensável colaboração do agrupamento, naturalmente parte interessada».

F.M.

O 25 DE ABRIL

E preciso restituir a esperança
a todos os portugueses


Sobre o 25 de Abril já muitíssimo se disse e escreveu. Tanto que daria para uma biblioteca de tantas estantes quantas as teses pró e contra o que a revolução dos cravos nos trouxe. Certo é que com ele se escancararam as portas da liberdade, da livre expressão de sentimentos, de novas ideias, de partilha de sonhos. Acabaram guerras e a luz brilhante da democracia iluminou caminhos de opções a diversos níveis. Novas ideais inundaram os nossos quotidianos até aí abafados pelo pensar único e imperativo. O povo descobriu que era adulto, que podia escolher, que era parte ativa da sociedade e não agente passivo como burro de carga. E todos ficaram a saber que o povo é quem mais ordena. Para o bem e para o mal. E quando sente ou descobre que se enganou, tem nas suas mãos os votos que tudo podem corrigir.
As promessas de Abril, que indicavam propósitos de democratizar, desenvolver e descolonizar, constituem um processo inacabado. Sempre inacabado… Engana-se quem julga que a perfeição está ao nosso alcance. Não está. Nunca estará. O homem é um ser finito, limitado, imperfeito. Mas tende para a perfeição, mesmo sabendo que estamos no campo das utopias.
O 25 de Abril continua por cumprir. A democracia e o desenvolvimento estagnaram com atrasos imperdoáveis. A descolonização foi um desastre em múltiplas frentes, mas os portugueses que regressaram das ex-colónias souberam dar-nos extraordinários exemplos de readaptação à vida neste Portugal multissecular.
Que as comemorações deste ano do 25 de Abril saibam refletir, serenamente, no sentido de restituírem a esperança porventura perdida a todos os portugueses. São os meus votos.
Fernando Martins

O Sonho de Abril

Crónica de Maria Donzília Almeida

25 de Abril
Este mês de abril é rico em efemérides e para acabar, aí temos mais uma vez, a comemoração da Revolução de Abril, que vai já na sua quadragésima segunda vez, consecutiva.
Quando, há 42 anos, explodiu ao som das baionetas o grito da liberdade, o povo estremeceu e começou a sonhar. 
Não foi tanto o espalhafato, a euforia incontrolada, a loucura do romper das barreiras que deixou o povo estonteado. Foi a esperança numa vida diferente, numa vida sem mordaças, mas que trouxesse alguma melhoria a quem sempre fora explorado.
Fizeram-se comemorações, de lés a lés, o país estrebuchou e deu largas à sua alegria incontida.
Passaram-se já 42 anos, já se ouviu chamar jovem democracia......mas, c’os diabos! As pessoas têm um tempo para crescer, para amadurecer, para se tornarem adultas! Não será infantilização, chamar-se ao regime em que vivemos, uma jovem democracia? Não terá já passado o tempo suficiente para que a “criança” tenha crescido e assumido postura de adulto?
Pela observação do que nos cerca, constata-se que afinal a democracia ainda não mostrou o lado bom, o lado da maturidade, da consolidação de propósitos e valores.
Vivemos num mundo sem amarras, é verdade, sem mordaças, é certo, mas que importa podermos dizer o que sentimos o que achamos sobre aqueles que nos governam, se nada é feito para alterar o que está mal?

domingo, 24 de abril de 2016

A alegria do amor (II)

Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO
 
Frei Bento Domingues
«Escutar sempre a voz de Deus,
nas vozes do mundo»
 

1. Quando tudo parece sem remédio, surge o Papa Francisco a dar uma estranha solidez à esperança, a virtude das situações difíceis. É normal que nem todos vejam assim os seus gestos. Mesmo dentro da própria Igreja, existem grupos, movimentos e personalidades que se opõem à sua orientação, usando diversos métodos para neutralizar a sua influência. A prática mais corrente é a da resistência passiva. Fazem de conta que as suas iniciativas, convocatórias e tomadas de posição não têm nenhuma importância. As pessoas com responsabilidades diocesanas e paroquiais sabem que as rotinas bastam para barrar o caminho a propostas desestabilizadoras.
Outro método frequente é a desqualificação de Bergoglio. O que este argentino propõe de mais acertado já estava dito pelos seus antecessores. Quando procura ser original, não passa de um demagogo do terceiro mundo. A sua perspectiva social, condensada em três T- trabalho, tecto (casa) e terra –, apresentada no Vaticano, ao acolher os Movimentos Populares [1], como anseios e direitos sagrados de qualquer família, é um exemplo de pregação irresponsável. O jesuíta, C. Theobald, mostrou, pelo contrário, a originalidade e a pertinência do estilo concreto do Papa Francisco, atento à existência social infinitamente diversa e plural [2].

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