José Tolentino Mendonça
Caminho do forte, machicoNo caminho onde aprendi o outonosob o azul magoado os pescadores cruzavam ainda linhas províncias clareiras e esse gesto masculino de apagar a dorchegava pelos percalços da terrao carro do geloe os miúdos tiravam bocados para comer às dentadas em retrato selvagem mas, juro-vos, havia encantohavia qualquer coisa,outra coisa nesse instante em perdaas mulheres sentavam-se à porta com os bordadosquando passavam estrangeirosficavam sempre a sorrir nas suas fotografiasIn Longe Não Sabia(1997)
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