quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Recantos de Buarcos


Gosto de ver que o povo não é ignorado pelos poderes autárquicos. Normalmente, as ruas são baptizadas com nomes de gente célebre pelos seus feitos políticos, académicos e artísticos. O povo, embora se torne, pelos seus méritos, credor da nossa admiração, não costuma ser honrado com o nome numa rua. Mas a Maria Jarra aí está a atestar que não foi esquecida.


Povoação antiga que se preze não pode destruir ruas sinuosas e vielas estreitas. Buarcos não foge à regra. Andei por lá, ontem, em longa caminhada, para apreciar esses vestígios da sua ancestralidade, mas também da sua modernidade.


Os vestígios de antigas muralhas estão bem conservados, voltados para o mar e à vista de toda a gente. Ali e por toda a faixa que se estende como que a proteger a povoação, com sinais, até nas pessoas e sobretudo nas mulheres, de quem gosta de preservar o passado.  


O areal a perder de vista é marca notável das praias da Figueira da Foz, mais concretamente de todo o concelho ligado ao mar. E em Agosto, o mês privilegiado de quem gosta de vir a banhos, se não atingiu os cumes de outras eras, não faltaram veraneantes de todas as partes do país e até do estrangeiro.


O mastro, alto e armado, atesta a força do mar nas gentes de Buarcos. Os velhos pescadores, reformados mas com os olhos permanentemente fixos nas águas desafiadoras do oceano, não largam os seus recantos em conversas intermináveis uns com os outros.  Perto do mastro e por toda a marginal.


A homenagem ao pescador, na rotunda do mesmo nome, atesta o respeito que há por quem deu o ser a Buarcos. Na crista da onda, o pescador segura a rede, sempre na ânsia de que venha o peixe necessário para o sustento da família. Boa ideia.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

No Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, até 19 de Setembro


"Uma história entre a terra e o mar"

Esta exposição tem como temática principal o centenário da criação da Paróquia e da Freguesia da Gafanha da Nazaré. Evoca a vontade, sentida e afirmada pela comunidade local, de criação de uma Paróquia e Freguesia autónomas, concretizada no ano de 1910.

"Verão Total" no Festival do Bacalhau, na quinta-feira



Festival do Bacalhau no Jardim Oudinot


 
É já amanhã que o Festival do Bacalhau abre as portas para o convívio anual das gentes da região e não só.
Sendo indiscutível que neste festival é possível degustar o «melhor bacalhau do mundo», como no ano passado sublinhou o presidente da CMI, Ribau Esteves, também não será de menosprezar a parte convivial procurada e animada pelo nosso povo. Não é à volta da mesa que se fazem amigos e se consolidam amizades?
Nesta perspectiva, sinto-me na obrigação de convidar todos os meus leitores para que participem neste evento, emprestando a sua alegria e saboreando os nossos petiscos, que instituições concelhias saberão preparar para nossa satisfação.
Não se pense, porém, que é preciso comer à farta-brutos. Nada disso. Pense, por exemplo, nuns pastéis de bacalhau bem feitos, numas pataniscas saborosas, numas carinhas fritas deliciosas, numas línguas panadas de comer e chorar por mais, tudo acompanhado por padas de vale d’Ílhavo e por um copinho que não proíba a condução do automóvel. Claro que há feijoada de samos, posta grossa assada no formo ou na brasa e tudo o mais que possa imaginar de bom para um dia de férias cá dentro.
Se faltar, não me venha dizer depois que não o avisei a tempo.

FM

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

S. Pedro do Sul: António Correia de Oliveira

Passar por S. Pedro do Sul e não recordar António Correia de Oliveira é como ir a Roma e não ver o Papa.
Não perdoaria a mim mesmo se o não procurasse nestas minhas curtas férias em S. Pedro do Sul. Aqui fica um bocadinho deste poeta saudosista, autor de "Verbo Ser e Verbo Amar".


Ó, como a tua carta é pequenina!
Cabe no cálix vivo de uma flor...
(No entanto, é mais pequeno o claro alvor
que espalha, em roda, a estrela matutina!)


Como é pequena a tua carta, Amor!
E vê: de encontro à sua luz divina,
a saudade, que nela se ilumina,
enche o mundo de sombra, anseio e dor!


Maria, que pequena a tua carta...
Pequena? O sonho lê-me (e não se farta!).
as coisas belas que me não disseste:


tantas e tantas, que, para escrevê-las,
só se as palavras fossem as estrelas,
fosse o papel a imensidão celeste!

António Correia de Oliveira

Obra da Rua visita Figueira da Foz


A Obra da Rua, mais conhecida por Casa do Gaiato, instituição criada pelo Padre Américo, visitou no passado fim-de-semana a Figueira da Foz, respeitando uma tradição de 70 anos. Um padre com alguns “gaiatos” participaram nas missas, para dar conta do que fazem e pretendem continuar a fazer em favor de meninos e jovens sem família.
Na altura, o pároco de S. Julião, cónego Veríssimo, sugeriu que todos contribuíssem para a Obra da Rua, repetindo o apelo feito há décadas pelo Bispo de Coimbra. Esta visita repete-se todos os anos no terceiro domingo de Agosto, tendo havido da parte de todos os residentes ou veraneantes uma excelente resposta aos desafios lançados pelo presidente da assembleia.

domingo, 15 de agosto de 2010

Diário de Notícias e o "Festival do Bacalhau"

 
Jardim Oudinot


«O Festival do Bacalhau substitui, desde 2008, as típicas tasquinhas que, durante dez anos, tiveram lugar no centro da cidade de Ílhavo. O Jardim Oudinot, um renovado espaço ribeirinho na Gafanha da Nazaré, acolhe agora o certame que conta com nove Tasquinhas do Bacalhau (da responsabilidade de associações da região) e duas das padeiras de Vale de Ílhavo. Pelo palco do evento, de quarta-feira a domingo [18 a 22 de Agosto], passarão Deolinda, Expensive Soul, GNR, Marco Paulo e Ana Moura. Marcam presença no certame 26 artesãos, duas barracas de espumante da Bairrada e onze stands de empresas locais. "Este festival é uma referência do nosso concelho, a capital do bacalhau. Esperamos dezenas de milhares de pessoas", diz ao DN Fernando Caçoilo, vice-presidente da autarquia.»

In DN

A objectiva de Carlos Duarte

Ria de Aveiro

Pois esta é uma das vantagens de andar de bicicleta na nossa região, sem ser necessário ir para as tais "ilhas de sonho", onde tudo ou quase tudo é artificial. Neste pequeno rectângulo temos coisas tão belas que até "dá pena" os portugueses não as conhecerem e, meus amigos, não é por falta de publicidade...

Carlos Duarte

"Os Segredos do Vaticano"



Bernard Lecomte, antigo jornalista do La Croix, L’Express e Le Figaro Magazine, escreveu “Os Segredos do Vaticano”, uma obra que se lê com gosto, sobretudo por quem, ao longo da vida dentro do séc. XX, teve conhecimento de muita informação, por vezes contraditória e controversa, saída do Vaticano ou com ele relacionada, como foi o meu caso.
O autor é um especialista em questões religiosas e escreve do que sabe, ou não estivesse ele numa posição profissional que lhe dava acesso a muitos pormenores da vida da Santa Sé. Razões suficientes para ser uma pessoa bem informada e credível.
Li com gosto este livro, com a vantagem de começar por temas que, desde há décadas, me despertaram interesse ou curiosidade, frequentemente alicerçados em boatos ou no “diz-se que…”, enchendo páginas e páginas da comunicação social.
Será que o silêncio do Papa Pio XII, face aos Nazis, foi uma realidade? O mesmo Papa terá proibido mesmo a experiência dos Padres Operários? O Vaticano II esteve prestes a soçobrar no dia da abertura? E o que aconteceu, de facto, quando João Paulo I faleceu ao fim de 33 dias de pontificado? E afinal o que se passa com o Santo Sudário de Turim? E o que revelou realmente a Virgem aos três pastorinhos em Fátima?
Trata-se de um trabalho que pode servir para quem gosta de estar bem informado.

FM

FUTEBOL: Sporting começou a perder

O Sporting, o tal que tinha a melhor equipa do mundo, no dizer do seu treinador, começou o campeonato a perder. Mau sinal... A intervenção psicológica nem sempre resulta. Os jogadores menos realistas ou mais sonhadores terão ficado convencidos de que constituem mesmo a melhor equipa do mundo. Mas os outros, não. Se calhar, está longe de ser a melhor de Portugal!
Mais uma palavra a abrir o nosso campeonato: o ridículo de alguns treinadores esconderem as deficiências técnico-tácticas, alegando  falta de condições do campo e o vento que se fez sentir, aí está para nos rirmos. O argumento estafado está sempre na boca dos menos corajosos, dos que pensam que nunca se enganam nem erram. Afinal, as condições da relva e o vento afectam ambas as equipas e não apenas a que perdeu ou a que venceu com inúmeras dificuldades. Ou não é verdade?

Serrazes: Para recordar bons momentos

Solar dos Malafaias

Nem vivalma


Está limpo, mas vazio

Adega-frigorífico, onde se vendia vinho verde de Lafões

Acesso sem sinais de utilização


Tanque abandonado


O acesso não será o melhor, para quem sai de Vouzela. Mas se for das Termas de S. Pedro do Sul, já não digo o mesmo. O difícil será partir de Serrazes à procura do Parque de Campismo, que até está sinalizado. O caminho é menos polido e tortuoso. Contudo, cheguei bem ao local onde passei algumas férias com a família.
Em Serrazes pude apreciar, mais uma vez, o solar dos Malafaias, que ostenta um poder económico fora do comum da restante aldeia. Há anos tive o privilégio de o visitar por dentro, por amabilidade de amigos. Agora, limitei-me a apreciá-lo por fora, o que já não é mau. E então recordei a história de um Malafaia que eventualmente matou um irmão por causa de ciúmes. Nunca cheguei a ler o livro que conta esse triste acontecimento. Mas gostava de o ler por simples curiosidade. Nada mais.
Chegado ao Parque de Campismo, fiquei desolado, tal o estado em que se encontra. Em pleno Agosto, quando era suposto estar cheio de campistas, estava às moscas. Nenhum sinal de vida turística nem sombra de busca de lazer. Tudo abandonado. Outros tempos, julgo eu.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 197

PELO QUINTAL ALÉM – 34



A PEREIRA



A
Engenheiro Oudinot,
Armando Ferraz

Caríssima/o:

a. Temos ali junto das abelhas, umas pereiras que minha Sogra tratava com todo o cuidado, já que era a sua fruta preferida. E de uma dessas pereiras se guarda uma recordação inolvidável: são pêras grandes, como que três ao prato.

e. Durante anos e anos, o Esteiro Grande, de saudosa memória, foi a nossa piscina. Toda a gente conhece a sua história tão badalada foi durante uma campanha promovida para a sua preservação ( de que resultou o arranjo que se pode apreciar e usufruir junto ao SANTO ANDRÉ). Mas há sempre algo de novo a acrescentar. Um dos nossos duelos era atravessar o Esteiro. Nesta época de Verão, atravessava-se e, se o guarda do Jardim não andasse por ali, fazia-se uma visita às pereiras e regressávamos, nadando, com apetecidos frutos a boiar à nossa frente. Sentados, à sombra, do lado de cá, era um regalo!...

i. A pêra deve ser consumida ao natural, quando a casca estiver firme sem rachadelas ou cortes, ou na culinária: geleias, compotas, tortas, sucos, cremes, sobremesas e sorvetes.
Chamada de "fruta-manteiga" por muitos em alusão à textura macia, a pêra é ideal no lanche, na sobremesa ou até mesmo como acompanhamento. Uma pêra de tamanho médio possui menos de 100 calorias.
As pêras são consideradas a fruta por excelência para um bebé: é o fruto ideal para introduzir nestes futuros adultos o salutar hábito de proteger o corpo com alimentos saudáveis.

sábado, 14 de agosto de 2010

FÉRIAS: descanso, repouso, paz, dias de festa...



O TRABALHO E AS FÉRIAS

Anselmo Borges

Quando se fala de trabalho, é preciso ter em atenção algumas questões prévias, fundamentais.
Primeiro, o trabalho deve ser visto no seu sentido amplo. Assim, tanto trabalha o agricultor como o operário, o engenheiro, o estudante, o médico ou o professor.
Depois, é interessante observar como, apesar de tudo, mesmo etimologicamente, há diferença entre tipos de trabalho. Perguntamos a alguém que está no labor de uma investigação ou na redacção de um trabalho científico: como vai o seu trabalho? Podem dizer-nos: gosto do que faço, o meu trabalho realiza-me. Mas também: meti- -me em trabalhos. No quadro do trabalho duro, diz-se mesmo trabalho - de tripalium, o tal instrumento romano de tortura -, mas referimo-nos ao trabalho criativo como obra: alguém deixou uma obra, publicou as suas obras completas - a raiz é o grego ergon, como pode ver-se no alemão Werk. Mas também se diz: anda nas obras.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Bactérias Inteligentes

«O que podemos retirar desta ameaça é que o homem, apesar do seu poder sobre as outras espécies, ao ponto de as exterminar, é impotente para travar, controlar ou eliminar as que não consegue ver e que são a base da vida planetária.»

Ver mais aqui

Fátima: Um fenómeno religioso e sociológico


Terminou há poucas horas mais uma peregrinação ao Santuário de Fátima, em que participaram muitos milhares de crentes e devotos de Nossa Senhora. Desde as aparições, em 1917, que Fátima se tornou um fenómeno religioso e sociológico, com muitos estudos a tentarem justificá-lo. Uns assentando a sua análise no divino e outros tentando negar essa vertente. Porém, uma coisa é certa: haverá poucos portugueses que nunca lá foram ou se fixaram na indiferença perante a influência que Fátima exerce nos católicos e até em crentes de outras religiões.
Esta peregrinação, voltada para os emigrantes, foi mais uma manifestação de fé e da certeza que muitos compatriotas alimentam, ano após ano, da ajuda de Nossa Senhora nas horas difíceis que longe da pátria têm de enfrentar.
Promessas traduzidas em velas, em orações e cânticos, em sofrimento de joelhos até à Capelinha das Aparições, em esmolas oferecidas, em agradecimentos íntimos ou cantados, de tudo um pouco, ou muito, pude ver nas reportagens feitas a partir do Santuário.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Termas de S. Pedro do Sul: Devoções

Capela de S. Martinho

Agraciados e caixa de esmolas

A força das devoções


Nas Termas de S. Pedro do Sul, integrada na zona arqueológica (à espera, há anos, de trabalhos de limpeza e tratamento), está a Capela de S. Martinho. Antiga, como a imagem mostra, guarda os sinais das devoções dos agradecidos  pelas curas recebidas. Graças à intervenção de S. Martinho? Graças às águas termais? A ambas? Só Deus sabe.
Aqui fica o registo... para uma passagem por lá.

S. Pedro do Sul: espaço museológico das termas

No registo dos utentes lá estavam ilhavenses
Relíquias das termas antigas

Família Real


Em S. Pedro do Sul, no Balneário Rainha D. Amélia, há um espaço museológico que merece ser visitado. A entrada é gratuita. Basta pedir autorização à recepcionista. Está asseado e as legendas ajudam a compreender os tratamentos doutros tempos. No livro de registos dos termalistas há nota da presença de ilhavenses, alguns meus conhecidos. Aliás, as Termas de S. Pedro do Sul foram, durante anos, as mais frequentadas pelas nossas gentes. Não sei se ainda hoje o são.
É curioso entrar neste ambiente de há décadas, quando nem toda a gente podia gozar férias, um privilégio para os mais endinheirados.

Submarinos não são precisos

«A crise e o progressivo endividamento põem-nos ainda mais nas mãos dos alemães. Os submarinos vêm mais por questões económicas do que militares». Afirma quem sabe: General Loureiro dos Santos.
Se um General o diz, quem somos nós para duvidar?

Somos bons em alguma coisa

«O i publica hoje o longo artigo do New York Times que coloca Portugal quase como exemplo para o Estados Unidos da América no campo das energias renováveis.»

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

“Gafanha da Nazaré — 100 anos de vida”



Integrado na celebração do centenário da criação da freguesia da Gafanha da Nazaré, teve lugar no sábado, 7 de Agosto, pelas 21.30 horas, no Centro Cultural da nossa terra, o lançamento do meu livro “Gafanha da Nazaré — 100 anos de vida”. Participaram muitos amigos, mais do que era esperado, já que, à mesma hora, decorria um jogo de futebol (Benfica – Porto), um festival de folclore na Praia da Barra, com organização do Grupo Etnográfico da nossa terra, e o festival de marisco, na Costa Nova, entre outros eventos.
Não é esperado nem bonito que eu fale do livro, que me ocupou alguns meses, em resposta ao desafio que me lançou o meu Prior, Padre Francisco Melo. Faço-o, no entanto, fundamentalmente, para dizer que se trata de um trabalho feito por dever de consciência e por imperativo do amor que tenho à minha terra e suas gentes, com as quais me identifico, por força genética que herdei dos meus antepassados, que aqui se fixaram desde há séculos.
No fundo, é preciso que diga que é um trabalho com lacunas, já que não foi humanamente possível abordar outros temas, tão dignos como os referidos no livro, por falta de tempo e de espaço.
Quero expressar os meus agradecimentos a todos os que, directa ou indirectamente, me ajudaram.
No final, a encerrar o livro, achei por bem sublinhar esse facto com este texto:

Etc.

Aqui chegado, fica-me a certeza de que o etc. é a melhor maneira de concluir este modesto trabalho. Ele representa o muito que ficou por dizer para memória futura.
O crescimento da Gafanha da Nazaré durante um século indicia um futuro ainda maior, alicerçado na responsabilidade colectiva das suas gentes, que não perderão a oportunidade de continuar a aproveitar as condições extraordinárias que a mãe-natureza lhes tem oferecido.
A sensação que colhi diz-me que muitos acontecimentos, vivências, projectos realizados e por realizar, emoções, sonhos e anseios ficaram na berma dos caminhos, sem espaço para ocupar um lugar no autocarro da história. Ficarão para a próxima viagem, se Deus quiser.

2010, ano do centenário

Fernando Martins

O drama dos fogos florestais




Todos os anos, invariavelmente, os fogos florestais espalham dor e morte por todo o mundo. Em Portugal, também. E muitas vezes, nos mesmos dias e horas, por ironia do destino, cheias semeiam dramas e multiplicam desalojados.
Olhando à nossa volta, paisagens lindas das nossas terras, com tonalidades verdes de cambiantes vários, convidativos quanto baste, mostram-se, de um dia para o outro, pinturas negras de troncos nus, hirtos e mortos.
Ainda há dias andei por S. Pedro do Sul a recordar momentos agradáveis que por lá vivi com esposa e filhos, todos brincando entre o arvoredo de matas virgens, ora em momentos de puro lazer, ora à cata da pedra da escrita em Serrazes ou por ali perto. Fotografias perdidas em alguma gaveta, a que não tenho acesso agora, testemunham essa caminhada entre mato cerrado e silvas agressivas, num verão quente de há décadas.  E há dias, um pouco incapaz de busca semelhante, passei por outras aldeias agora carbonizadas pelas chamas impiedosas que ninguém consegue evitar, deixando nos rostos de tanta gente as marcas do sofrimento que jamais serão esquecidas.
Os fogos florestais não são monopólio exclusivo de Portugal. Outros países se debatem com eles. Mas não será possível, perante tantas perdas, criar-se um ministério para o combate e prevenção dos fogos, com equipas de vigilância e com programas para ordenamento da rede de combate? O que se consome nesta luta, todos os verões, não daria para se fazer algo de mais positivo?

FM

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Gente da Nossa Terra: Mário Retinto

Mário Cardoso

Doença pulmonar abre-lhe as portas ao estudo

Mário Cardoso, mais conhecido por Mário Retinto, 79 anos, casado, quatro filhos e seis netos, foi, desde muito jovem, um membro activo da nossa comunidade.
Primogénito de uma família numerosa, com 16 filhos, 12 dos quais ainda vivos, entrou no mundo do trabalho muito novo, e aos 16 anos assumiu a presidência da JOC (Juventude Operária Católica), depois do casamento do presidente, António Pata, «uma excelente pessoa», que, de algum modo, o marcou para a vida.
Aos 18 anos foi conhecer, como ajudante de motorista, a faina da pesca do bacalhau, no velho Santa Joana, e aos 20 concorreu para a Escola de Aviação Naval Almirante Gago Coutinho, como serralheiro. E foi aqui, durante 11 anos, que conheceu profissionais muito competentes, distinguindo um, Joaquim Bernardo, pela sua cordialidade e integridade.
A passagem pela Acção Católica, desde a pré-JOC, contribuiu para a sua formação cívica, religiosa e humana. «A JOC, em tempos de proibição dos sindicatos livres, foi um movimento que, de certa maneira, desenvolveu entre os seus filiados a consciência sindical operária», disse. E acrescenta: «Com o 25 de Abril, os membros da Acção Católica dispersaram-se e muitas deles envolveram-se no sindicalismo, com as bases que colheram nos organismos em que militavam.»
Por toda a formação que recebeu, o nosso entrevistado não descarta, ainda agora, a hipótese da reorganização deste movimento, a nível nacional, cujos princípios se apoiam no método “Ver, Julgar e Agir”, que leva à intervenção nos ambientes de trabalho, nas famílias e na sociedade em geral.
Mário Retinto recorda os tempos em que uma lesão pulmonar o atirou para a cama, aos 21 anos, durante dois anos e meio, um dos quais foi vivido num sanatório do Caramulo. Curiosamente, em vez de se lamentar, sublinha que a sua permanência naquela estância de cura, famosa na época, acabou por ter um saldo positivo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Faça Férias cá dentro: Festival do Bacalhau

Bacalhau à confraria

Uma boa maneira de fazer férias cá dentro é aproveitar o que nos oferecem de graça, em geral. Está neste caso o Festival do Bacalhau, que se vai realizar no Jardim Oudinot, entre 18 e 22 de Agosto, com um programa recheado para todos os gostos.
Haverá o culto do “fiel amigo” às mesas das instituições, com lugar marcado no festival, que sabem cuidar da nossa gastronomia com saber e arte. O destaque vai, naturalmente, para o bacalhau, mas também teremos música para todos os gostos.
Mesmo em tempo de crise, como é inegável, talvez haja possibilidades para ao menos podermos petiscar, com a família à nossa volta, umas pataniscas, carinhas fritas, línguas ou samos, neste caso com feijoada. Não será necessário empanturrar, mas ao menos saibamos degustar o que é típico da nossa terra.
Tem dito o presidente da Câmara, Ribau Esteves, que é aqui que se pode saborear o melhor bacalhau do mundo. E faz muito bem em garantir esta verdade, porque é uma realidade indesmentível.
Então, boas férias no Festival do Bacalhau. E bom apetite.



domingo, 8 de agosto de 2010

Festa simples para celebrar 45 anos de casamento

Flor do meu jardim. Foto da Lita

Uma festa simples para celebrar 45 anos de casamento só tem lugar uma vez na vida. Como é óbvio. Aconteceu ontem, 7 de Agosto, em ambiente familiar, como mandam as boas regras, na minha óptica. Há quem procure fazer uma festa de arromba para tornar mais badalada a efeméride. Prefiro a primeira forma, no aconchego da família, com esposa, filhos, nora, genro  e netos.
Alguns ainda perguntaram porquê celebrar 45 anos, que não é uma data certa, como 25 ou 50 anos. Respondi que mais vale comemorar já, não vá dar-se o caso de algum percalço estragar a festa. Portanto, agora, ano após ano, fazemos questão de viver essa celebração.
Foi muito agradável recordar, com calma e com a família, o que foram 45 anos de harmonia e amor, onde a aceitação do outro, neste caso a minha Lita ou eu próprio, com tudo o que cada um é.
Ver os filhos crescer, senti-los envolvidos na vida, ouvir as suas aspirações, apoiar os seus projectos e alegrarmo-nos com as suas alegrias, dá-nos um prazer enorme. Por isso a festa, por isso o encontro, por isso os brindes…





TECENDO A VIDA UMAS COISITAS -196

PELO QUINTAL ALÉM –33


O TOMATE

A
António Sá e esposa Rosa
Caríssima/o:



a. É um regalo ver como o Amigo Sá cuida da horta, num recanto do nosso quintal, e encantador ter o privilégio de acompanhar o desenvolvimento das plantas. Sem menosprezo para pimentos, couves, nabiças, melões, meloas, malaguetas, coentros, pepinos, ..., todos concordam que os tomates são únicos! Como escolhe as variedades; prepara o terreno; os semeia; os estaca; os capa; os rega; os sulfata, os colhe!... E o resultado não desilude e espelha-se no seu riso aberto e franco.
Degustar qualidade é outra coisa!

e. Embora sem tantos requintes, por vezes quase ao deus-dará, a nossa juventude deliciava-se com tomates apanhados e comidos ali mesmo (que crime: não os lavávamos!...) servindo-nos de merenda diferente e apetecida.

i. O tomateiro é uma planta fanerogâmica, angiospérmica e dicotiledónea. Apesar da crença generalizada de que seja um legume, é, na realidade, um fruto, uma vez que é o produto do desenvolvimento do ovário e do óvulo da flor, formando o pericarpo e as sementes, respectivamente, após a fecundação.
De sua família, fazem também parte as beringelas, os pimentas e os pimentões, além de algumas espécies não-comestíveis.
Os tomates podem ser divididos em diversos grupos, de acordo com o seu formato e a finalidade de seu uso.

sábado, 7 de agosto de 2010

O homem humaniza o mundo e humaniza-se a si próprio

O TRABALHO E O ÓCIO

Anselmo Borges


Entre as muitas características que nos distinguem dos outros animais, como a linguagem duplamente articulada, a autoconsciência, o pensamento abstracto, a orientação para o mundo como um todo e a capacidade de distanciamento da imediatidade no espaço e no tempo, a elaboração de teorias científicas, a avaliação segundo juízos morais, está também o trabalho. O homem também se define como homo faber. Karl Marx viu bem: "O homem diferencia-se dos animais a partir do momento em que começa a produzir os seus meios de vida."
Enquanto o animal colhe o que a natureza lhe oferece, o homem transforma-a. Trabalha para satisfazer as suas necessidades, estabelecendo uma relação de intercâmbio com a natureza: obtém dela o que lhe falta e, por outro lado, ao transformá-la, transforma-se a si mesmo. Mundanizando-se, o homem humaniza o mundo e humaniza-se a si próprio, autorrealiza-se. Ao mesmo tempo que elabora os produtos de que precisa, aperfeiçoa a natureza e forma-se a si mesmo teórica e praticamente.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

"Gafanha da Nazaré - 100 anos de vida"


Amanhã, 7 de Agosto, pelas 21.30 horas, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, vai ser lançado o meu livro, editado no âmbito das celebrações do centenário da freguesia da Gafanha da Nazaré. Por esta forma, endereço o convite a todos os meus leitores e amigos, para que marquem presença na sessão, como sinal da amizade que nos une.
FM

Rainha D. Amélia e as Termas de S. Pedro do Sul

Balneário

 D. Amélia na escadaria
 No Hotel
 No átrio do Balneário
No átrio do Balneário


A Rainha D. Amélia é uma figura tutelar nas Termas de S. Pedro do Sul. O impacto da sua visita àquela estância termal, em 1894, acompanhada dos seus filhos, D. Luís Filipe e D. Manuel, foi deveras grande. E no ano seguinte, em 1895, um decreto real classifica as termas de “Caldas da Rainha D. Amélia”.
As visitas reais ou de membros de realeza, bem como da aristocracia sonante, revestiam-se, naquelas épocas da Monarquia, de grande importância. Eram, sem dúvida, uma maneira de fazer publicidade e um incentivo à prática dos tratamentos termais. Quem ousava duvidar dos benefícios das águas curativas, preferidas até por gente tão importante? E quem não gostaria de dizer que até usou as tinas em que se banharam os nobres, reis e rainhas?
A figura da Rainha D. Amélia sente-se e pressente-se em cada canto. No Balneário que tem o seu nome, no museu anexo, nos folhetos propagandísticos e publicitários, no espírito dos funcionários, nos hotéis.
Algumas fotos ilustram o que digo, enquanto aconselho que nas termas todos os meus leitores procurem e vejam, ao vivo, o que aqui mostro.

FM

Feira da Saúde – Praia da Barra


A Câmara Municipal de Ílhavo vai promover no próximo sábado, dia 7 de Agosto, mais uma edição da “Feira da Saúde” no Município de Ílhavo, no Edifício da Extensão de Saúde da Praia da Barra, entre as 10  e as 19 h.
O objectivo desta acção é, à semelhança das edições anteriores, incentivar a população à adopção de hábitos e estilos de vida mais saudáveis, proporcionando aos munícipes e a todos quantos escolhem o Município de Ílhavo para desfrutar das suas férias um contacto directo com diferentes entidades profissionais do ramo da saúde, em diversas especialidades, numa relação mais informal e descontraída.
Foram convidados para esta iniciativa várias entidades profissionais do ramo da Saúde, que deriram prontamente, honrando o convite que lhes foi dirigido, e que ao longo do dia irão prestar conselhos e efectuar exames gratuitos em diversas especialidades, nomeadamente Nutrição, Visão, Audição, Análises Clínicas, Tensão Arterial, Higiene Oral, Osteoporose, Prevenção Solar, entre outras, sendo também realizada uma Colheita de Sangue pelo Instituo Português do Sangue.
Este ano uma nota especial para a realização de Workshops de Gestão do Stress, nomeadamente Massagens e Exercícios de Relaxamento e de Terapia Ocupacional.
Não perca esta oportunidade e venha ver como anda a sua Saúde!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

PÚBLICO: Uma entrevista para pensar

José Manuel Félix Ribeiro, economista, em vésperas de aposentação, concedeu uma entrevista ao PÚBLICO, que vale a pena ler e reflectir.

No meio de um livro velho


No meio de um livro velho, arrumado num canto do sótão, entre dezenas de livros fora de uso, encontrei esta flor estilizada e ressequida, que me pediu que a salvasse de um longo e profundo sono de décadas. Aqui fica para a posteridade, como sinal da eternidade dos seres vivos...

Faça Férias cá dentro: Trilho pedestre nas praias de Ílhavo


Está em voga, e bem, o hábito de caminhar, como forma de valorizar a qualidade de vida. É ponto assente que a caminhada faz bem à saúde, contribuindo também para a nossa tomada de consciência ambiental, cada vez mais importante na área do culto e do respeito pela natureza.
Atentas a isso, as autarquias têm-se preocupado em proporcionar condições para as pessoas levarem à prática o pedestrianismo, oferecendo trilhos perfeitamente preparados para o desfrute das riquezas ambientais de que o nosso país dispõe. Ílhavo não foge à regra.
Hoje e aqui proponho o trilho denominado “Entre a Ria e o Mar”, onde poderemos desfrutar a harmonia que existe entre a própria natureza e as tradições da nossa gente. O trilho estende-se ao longo das nossas praias, percorrendo passadiços que atravessam dunas, frágeis por natureza, merecendo por isso o nosso esforço para a sua preservação. Entre no trilho na praia de Barra e prometa a si próprio que vai até à Costa Nova, com bilhete de ida e volta.

Novas Buscas: Perda de uma certa identidade social?

«O actual estado da sociedade, martirizada pela crise económica, deve levar ainda a um questionamento sobre a perda de uma certa identidade social em que existia maior preocupação pela precariedade alheia e se multiplicavam respostas mais ou menos espontâneas, sem esperar pela iniciativa “salvadora” do Estado.»

Octávio Carmo

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Exposição de Claudette Albino - Retrospectiva

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

«O Vaticano e o sacerdócio da mulher»

«Narciso Machado, juiz-desembargador jubilado, escreve um texto no Público, no qual sustenta que "na proibição da ordenação de mulheres viola-se o sentido da igualdade cristã entre homens e mulheres".

Nem esta opinião é nova nem a oposição terminante da hierarquia da Igreja o é. Não importa muito se estamos a favor ou contra. Mas importa que o texto em causa não é panfletário, é argumentado e traduz um sentimento que cresce e que, muito provavelmente, se traduzirá numa prática corrente, em futuro mais próximo ou - o mais provável - mais distante.»

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D. António Marcelinos escreve sobre meninos prodígios

D. Afonso Henriques e as Termas de S. Pedro do Sul

Balneário D. Afonso Henriques à direita

Ruínas: Obras em espera?



As curtas férias que passei em S. Pedro do Sul, sem preocupações de me banhar nas tinas das termas, permitiram-me andar tranquilo pela região. O calor insuportável, contudo, limitou-me os passeios e obrigou-me a procurar as sombras refrescantes. Mesmo assim, deu para visitar alguns recantos e para passar por sítios de férias antigas, com os filhos ainda pequenos. Boas recordações desses tempos em que eu teimava em os defrontar no bate-bate da bola, ao jeito de quem joga ténis.
Recordei as histórias ligadas ao nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, que escolheu, em 1169, as termas de Lafões para nas suas águas tratar a perna fracturada no desastre de Badajoz, em que se defrontou com seu genro.
As termas, na altura, não precisaram de mais publicidade. Se as águas curaram o rei, é certo e sabido que são milagrosas. Cresceu, pelos vistos, de forma significativa, a fama daquele sítio, abrindo-se as portas a nobres e plebeus, a ricos e a pobres, todos à procura de cura para os seus achaques. Daí a presença tutelar de D. Afonso Henriques na memória de quantos visitam e se tratam nas Termas de S. Pedro do Sul.
As ruínas ainda guardam vestígios da passagem do nosso primeiro rei, mas parece-me que lhe falta um tratamento adequado por parte de quem cuida do nosso património histórico-arqueológico. É que, julgo eu, o nosso D. Afonso terá sido o primeiro e grande dinamizador daquela estância termal.

Faça Férias cá dentro


Tristezas não pagam dívidas

Apesar das crises, que fazem parte do nosso ser português, temos de convir que “tristezas não pagam dívidas”, como diz o velho ditado. Se tivermos a pouca sorte de cair em situações lamurientas, estamos mal. Porquê? Porque as lamúrias só acentuam o pessimismo e geram depressões. Os médicos que o digam. Portanto, há que olhar a vida com alegria, para assim abafarmos as crises.
Neste mês de Agosto, de férias para muitos, forçadas para uns (os desempregados) e merecidas para todos, temos necessidade e obrigação de agarrar a vida com ânimo, afugentando pessimismos e criando condições para lutar por uma vida melhor.
Sei que é difícil, mas também acredito que é possível. Vamos ficar por cá, porque temos boas razões para descansar, com diversões de permeio.

Ria a gosto e com gosto em Agosto


O cartaz diz tudo: Marisco a sério é na Costa Nova... Se faltar, nem sabe o que perde!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

As Festas do Natal e Reis

Veja aqui um subsídio para a História dos Reis na Gafanha da Nazaré.

O artesão Leopoldo, de Pombal

Festival do Bacalhau: 18 a 22 de Agosto

Cá estou de volta



Durante uma semana estive ausente deste meu espaço. Estive no mundo, mas fora dele. Consegui, qual milagre raro, resistir à tentação de entrar no meu blogue, para reflectir emoções e recordar vivências. Ficarão para os próximos tempos, que material não falta.
Interiorizámos há muito a necessidade de descanso e mesmo sem actividade profissional, com toda a carga de horários e exigências, é agradável andar por aí ao sabor da maré, embora longe do mar.
A zona escolhida foi S. Pedro do Sul. Não para me banhar nas águas quentes com cheiro a enxofre, que ali brotam, para uso termal conhecido,  desde os tempos áureos dos romanos, mas simplesmente para recordar férias de tenda às costas, com os filhos a saborearem outros ares e outros encontros.
Durante alguns dias fui sabendo de novas tristes e alegres, que a comunicação social não nos deixa em paz, e ainda bem, se calhar. Porém, há tempo que baste para recuperar temas e abordar assuntos interessantes. Fiquem os meus amigos atentos aos próximos dias.
Boas férias para os que as podem gozar.

FM

domingo, 1 de agosto de 2010

Para a exigência da mulher actual



A moda

Maria Donzília Almeida

Com o crescimento da indústria têxtil, foi criada uma panóplia de tecidos de textura e estampagem variadíssimos que fizeram as delícias dos designers de moda, vulgo estilistas. Estes têm crescido, proporcionalmente à necessidade de satisfazer a exigência cada vez maior da mulher actual. O binómio moda/beleza, anda intimamente associado ao universo feminino
Com a crescente ocupação de lugares de destaque na sociedade actual, a mulher sente a necessidade de se vestir e de se arranjar de forma, ora mais prática, ora mais sofisticada, sempre com elegância.
A moda aí está para satisfazer, precisamente esses requisitos e oferece uma variedade de modelos que a todas satisfaz. Criando às vezes, modelos bastante ousados, permite as escolhas mais diversificadas.
Bom gosto e bom senso, de permeio, a mulher consegue fazer uma selecção que realce as suas formas e alimente a sua feminilidade. Cabe ao sexo feminino ser criterioso nas escolhas que faz, para não se tornar escravo dos ditames da moda.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS -195

PELO QUINTAL ALÉM – 32



COROAS DE HENRIQUE



A
Prior Guerra, Padre José Francisco Corujo

Caríssima/o:

a. Mesmo que lhe chame «agapanto» não sei se conhecerás; olhando para a imagem é fácil reconhecer esta planta que, no nosso quintal, nos alegra com o seu azul ou lilás e onde o branco ressalta junto dos muros descoloridos.
Foi para nós surpresa agradável: para além de rega, mais ou menos regular, esse esforço é largamente compensado pelo prazer que nos proporciona.

e. Não me lembro de ver, nos tempos idos, esta flor nos nossos jardins, nem mesmo no Oudinot. Agora, é frequente e vulgar.

i. É uma planta herbácea, rizomatosa, tolerante a baixas temperaturas de inverno. Na Primavera, ela presenteia-nos com belas e globosas inflorescências com numerosas flores brancas, lilases ou azuis, dependendo da variedade. As inflorescências são muito duráveis e possuem hastes bastante longas tornando-as excelentes para o uso como flor-de-corte, na confecção de arranjos florais.
As folhas são longas, laminares de cor verde escura, de forma que, mesmo quando estão sem flores, a sua folhagem é muito bonita.
É largamente utilizada nos jardins na constituição de maciços ou bordaduras.

Há o mal no mundo e o seu horror

O diabo não está no Credo

Anselmo Borges

Quando me falam do diabo, lembro-me especialmente de dois. Um, na catedral de Friburgo, na Alemanha, a defecar lá do alto. O outro está na catedral de Basileia, tentando uma mulher que sorri, no enlevo da sedução. O diabo, do grego diábolos - que desune -, em contraposição a símbolo (symbolon) - que reúne -, que também dá pelo nome de Demónio, Satanás, Belzebu, Mafarrico, Maligno, Satã, Lúcifer (o que traz luz)..., enriqueceu enormemente a escultura e sobretudo a pintura, nas igrejas, nas catedrais, nos museus.
Esteve recentemente em Lisboa o padre espanhol José António Fortea, exorcista famoso, para apresentar o seu livro Summa Daemoniaca, no qual oferece, como diz o título, uma súmula do mundo demoníaco.