Forças ocultas
numa sociedade distraída
numa sociedade distraída
António Marcelino
De vez em quando somos publicamente surpreendidos por notícias
variadas que nos deixam perplexidades, desconfianças e até fundados receios. O
mundo das pessoas não é transparente e os interesses em campo entrechocam-se.
Há sempre vítimas destes jogos escuros. São os mais fracos, pessoas e países,
os que, numa vida de muitas dificuldades, tentam sobreviver, sem que saibam
depois quem lhes põe pedras no caminho ou mesmo quem lhes fecha o caminho para
que não possam ir mais longe.
Quando tudo se passa às claras há sempre alguma
possibilidade de prevenção e de defesa. Não, porém, quando se cultiva o
secretismo e, à superfície, não aparecem senão boas intenções, propaladas
competências e mesmo gestos de solidariedade. Normalmente gestos vistosos e
publicitados de muitas maneiras. Em sociedades democráticas, nas quais ninguém
deverá recear ninguém, o secretismo é incómodo e preocupante, mesmo que não se
consigam vislumbrar os contornos das manobras em campo.