domingo, 5 de dezembro de 2010

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 213

PELO QUINTAL ALÉM – 50



A NOGUEIRA



A
Manuel Maria Carlos (Relvas),
Manuel Vechina Sarabando, o “Coveiro”

Caríssima/o:

a. Uma ou outra folha ainda teima segurar-se ao ramo, mas a nossa nogueira prepara-se para a invernia que este ano promete... Entretanto as nozes foram colhidas, uma a uma e, depois de limpas e lavadas, espalhadas na eira para secarem; estão prontas para serem partidas e degustadas sós ou com pão, metidas nos figos secos (os “casamentos” da Consoada...) ou ainda entrar na culinária, no nosso fogão e no dos parentes e amigos, já que, graças a Deus, a produção foi muito razoável.
Se mais quereis saber (estou a ver a vossa curiosidade: para quê aquele estrado de madeira?), tereis de questionar os mais novos da família, os usufrutuários.

e. Vistes por terras da Gafanha alguma nogueira?
Nanja eu e nozes também pouco nos atraíam; muito raramente apareciam à nossa mesa.

i. A madeira da nogueira é considerada uma das mais valiosas das diversas classes de madeira existentes entre nós. É de uma dureza comparável à do carvalho, mas fácil de trabalhar, e além disso é extraordinariamente decorativa pelos tons vivos e escuros do seu durame. É uma madeira utilizada sobretudo no fabrico de móveis e no revestimento interno das habitações, sendo também muito requisitada para trabalhos de talha e para culatras de armas de fogo. (Seria de nogueira a culatra da velha Mauser que me coube na Escola Prática de Infantaria, em Mafra? Fiz com ela uma boa relação de amizade e não me deixou ficar mal nas sessões de treino de tiro... até fiquei bem classificado!...)

Quanto às nozes, as suas sementes, de sabor agradável e ricas em óleo, consomem-se directamente ou são espremidas para obter o óleo de nozes, que se utiliza como óleo alimentar, como combustível ou como base de determinadas pinturas. Em anos de boa colheita, uma árvore de copa grande pode produzir até 150 kg de nozes. (A nossa, uma árvore bem desenvolvida, vai-nos presenteando com umas escassas arrobas ...)

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sá Carneiro morreu há 30 anos



Faz hoje 30 anos que faleceu, num acidente de aviação, o primeiro-ministro de Portugal Francisco Sá Carneiro. Foi fundador do PPD, desde há anos PSD, mas antes do 25 de Abril também se envolveu na luta política, numa tentativa de conseguir a abertura do regime à democracia.
A sua história é bastante conhecida, tal como a sua determinação e coragem social e política. O desastre onde pereceu, numa noite fria de Dezembro, há 30 anos, quando se dirigia para o Porto, para participar numa campanha eleitoral, no sentido de contribuir para a vitória do general Soares Carneiro, candidato à Presidência da República, foi investigado até à exaustão. Uns defenderam a tese de desastre o outros inclinaram-se para a de crime. Conclusões nunca houve.
Volta-se agora ao tema, pela passagem de mais uma data do que aconteceu,  na esperança de que se apure a verdade. Ninguém sabe se se chegará a qualquer conclusão credível E com todas estas querelas, o mito Sá Carneiro permanecerá em agenda. Nos próximos anos continuar-se-á a falar e a escrever sobre o assunto. Seria bom que os entendidos se juntassem a decidissem reorganizar o processo, para ficarmos todos descansados.

FM

Gafanha da Nazaré: Cortejo do Reis à procura de renovação

(Foto do meu arquivo - 2009)


Como manda a tradição, o Cortejo dos Reis vai realizar-se no próximo dia 9 de Janeiro, este ano sob o signo da renovação.
Foi constituído um grupo dinamizador, com o objectivo de se revitalizar a mais antiga tradição da comunidade paroquial, que tem envolvido, ao longo de muitas décadas, o povo da nossa terra. Pretende-se implementar mais dignidade nesta festa, aproveitando ao máximo o que foi mantido e resguardado por muitos paroquianos.
O guarda-roupa dos figurantes e actores dos autos está a ser renovado, as músicas e cânticos estão a ser ensaiados e tudo se conjuga para que o próximo Cortejo dos Reis se apresente com um aspecto mais arejado, suscitando mais interesse e muito mais participação.
À Catequese foi recomendado que trouxesse para a rua, nesse dia, «Os Reis dos nossos Avós», rebuscando nas arcas trajes verdadeiramente antigos, preferencialmente dos nossos bisavós, ou outros confeccionados a partir de fotografias de tempos idos.
O Cortejo vai ter início mais cedo, às 8.30 horas, para culminar na igreja matriz, por volta do meio-dia, com o Beijar do Menino.

"A Largueza do Reino de Deus"

Joaquim Alves Correia

Cristianismo e Democracia

Por Anselmo Borges

No contexto das celebrações do centenário da República, fica aí uma reflexão sobre o pensamento do Padre Joaquim Alves Correia, a figura católica mais lúcida da primeira metade do século XX em Portugal. Republicano convicto, morreu no exílio, em 1951 - a ocasião próxima foi a publicação do artigo "O mal e a caramunha", que pode ler-se na Antologia que preparei: Joaquim Alves Correia. Cristianismo e revolução.
Foi um precursor do Concílio Vaticano II. Chamavam-lhe o "Padre Larguezas", por causa de um livro admirável: A Largueza do Reino de Deus, que mostra como o Reino de Deus se estende para lá da Igreja. Muito considerado por ateus e agnósticos, como António Sérgio, que o admirava por ser um "padre cristão", ou Bento de Jesus Caraça, que o convidou para escrever De Que Espírito Somos, era um democrata e um pensador. O que hoje mais falta: pensar.
O seu pensamento gira à volta de alguns princípios fundamentais.
1. O princípio primeiro é o da Comunhão transcendente ou Transcendência comunional. No princípio, era a Vida em comunhão. Para o cristianismo, Deus não é o Motor imóvel, mas o Deus unitrino, o Deus Amor, que cria por amor.

A Caminho do Natal

O Pai do meu Natal


A sociedade de consumo dá-lhe a mão
e mascara-o de velho,
com barbas de algodão
e um fato vermelho.


Chama-lhe Pai Natal. Não sei quem seja!
O Pai do meu Natal é o Menino Deus,
que eu beijava na Igreja,
a sabê-lo nos Céus.


Foi Ele quem me trouxe à chaminé
os brinquedos da infância agradecida.
É Ele quem me guia no Caminho da Fé
da Verdade e da Vida.


O tal das barbas? Não!
Só nasce da usura e nada mais.
O meu Menino Deus nasce no coração.
E é o coração que nasce em todos os Natais.


Lembrando António Manuel Couto Viana,

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Confraria dos Ovos Moles comemora o 2.º Aniversário



Com a presença de Confrarias Gastronómicas de todo o país, decorreu no passado dia 1 em Aveiro a comemoração do 2º. aniversário da Confraria dos Ovos Moles de Aveiro. Após a recepção na Capela do Convento das Carmelitas, onde se realizou a bênção dos estandartes, seguiu-se o cortejo até ao Hotel Imperial onde decorreu a cerimónia de entronização dos Confrades efectivos.
D. António Marcelino, o Chefe de Cozinha Hélio Loureiro e a escritora Rosa do Céu Amorim receberam o título de Confrades de Honra. De salientar que parte da receita desta festa Confrádica foi entregue às Florinhas do Vouga.

Será que os "brandos costumes" vão sobreviver a esta crise?

«O último Eurobarómetro mostra que a confiança dos portugueses no funcionamento da democracia está a bater no fundo. Estão mais cépticos do que a maioria dos outros europeus, mas continuam a poupar nos protestos e vão fazendo o que sempre fizeram: ir embora. Como o pior ainda está para vir, há quem antecipe manifestações maiores e mais duras. Mas também quem preveja que a penalização se faça sentir da forma habitual: através do voto»

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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O direito dos pais e o caminho da democratização


Por António Marcelino

O direito de ensinar e de aprender e o direito consequente de os pais poderem escolher livremente a escola e o projecto educativo para os seus filhos, sem que com isso seja onerados financeiramente, são direitos constitucionais a respeitar e a promover. O dever do Estado é proporcionar o ensino gratuito a todos os alunos, garantir um serviço público de ensino que tal permita. Não leva necessariamente consigo ao facto de ter apenas escolas estatais e, só por necessidade ocasional, algumas escolas privadas. Um serviço público de ensino qualificado, seja ele ministrado pelas escolas estatais ou pelas escolas privadas, é um postulado democrático. Não fora assim e não se encontraria mais justificação para nos dizermos, neste campo, uma democracia plena. Onde se impede a iniciativa privada caminha-se a passos largos para a estatização. A Constituição só será verdadeiramente democrática quando deixar de predeterminar o rumo do país e der espaço, com regras de bem comum, aos cidadãos e às instituições na sua legítima participação no bem público. A democracia não é um acto de generosidade ou de necessidade do governo. Não existe uma semi-democracia que o governo usa quando lhe agrada ou lhe interessa. Em democracia não é aceitável o dualismo “governo e povo” O governo provém do povo e é inseparável dele, como seu servidor, a sua única razão de ser.

Ginástica Rítmica na Casa do Povo da Gafanha da Nazaré

Ginasta da CPGN


No passado domingo, 28 de Novembro, decorreu no Pavilhão da Escola EB 2/3 de Estarreja uma dupla jornada de Ginástica Rítmica organizada pelo clube local e pela Associação de Ginástica do Distrito de Coimbra à qual os clubes aveirenses pertencem.
A jornada matinal constou de uma Prova de Preparação para a Taça de Portugal, que irá decorrer no dia 11 de Dezembro no Pavilhão de S. Bernardo, em todas as vertentes desta modalidade: Bola, Corda, Arco, Maças e Fita. Esta é uma competição de clubes na qual só participam os que apresentem atletas nos vários aparelhos.

A Caminho do Natal



LITANIA DO NATAL


A noite fora longa, escura, fria.
Ai noites de Natal que dáveis luz,
Que sombra dessa luz nos alumia?
Vim a mim dum mau sono, e disse: «Meu Jesus…»
Sem bem saber, sequer, porque o dizia.


E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»


Na cama em que jazia,
De joelhos me pus
E as mãos erguia.
Comigo repetia: «Meu Jesus…»
Que então me recordei do santo dia.


E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»


Ai dias de Natal a transbordar de luz,
Onde a vossa alegria?
Todo o dia eu gemia: «Meu Jesus…»
E a tarde descaiu, lenta e sombria.


E o Anjo do Senhor: «Ave, Maria!»


De novo a noite, longa, escura, fria,
Sobre a terra caiu, como um capuz
Que a engolia.
Deitando-me de novo, eu disse: «Meu Jesus…»


E assim, mais uma vez, Jesus nascia.


José Régio

Uma visita ao Museu de Aveiro

Claustro

Túmulo de Santa Joana

Princesa Joana


Visitei há dias o Museu de Aveiro, mais conhecido como Museu de Santa Joana. Completamente renovado, é um desafio para os amantes da cultura. Anexo tem a galeria municipal, que também visitei. Em boa hora, porque pude apreciar riquezas do nosso património, quer do espólio do Museu de Aveiro, quer de outros museus, nomeadamente, do Museu Nacional de Arte Antiga, privilégio que lhe vem de pertencer, julgo eu, à Rede Nacional de Museus.
Era dia de semana e, talvez por isso, pouquíssima gente por lá andava. De sala em sala, de corredor em corredor, fui registando as modificações, as adaptações às mais recentes leis expositivas. Luz abundante ou quanto baste, controlo de temperatura e humidade. Vigilantes discretos mas atentos, aqui e ali esclareciam o visitante, chamando a atenção para um ou outro quadro ou pormenor.
As marcas da Princesa Joana, beatificada em 1693, saltam à vista de quem entra no Museu. E vale a pena, fixar os olhares em novas iconografias dedicadas à filha de D. Afonso V, que trocou Lisboa pela então humilde vila de Aveiro, em 1472. Morreria em 12 de Maio de 1490, com 38 anos de idade. O seu túmulo é um monumento digno de apreciação mais cuidada, enquanto o espírito da Princesa, padroeira da cidade e diocese de Aveiro, nos deve conduzir a alguns momentos de reflexão.
O Museu de Aveiro precisa agora de ser mais visitado, a começar precisamente pelos aveirenses. Aliás, de alguns ouvi que já lá não vão há anos. Aproveitem então nesta quadra.

FM

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Concerto de Natal da Filarmónica Gafanhense

Coral da "Música Velha"


A Filarmónica Gafanhense (Música Velha), dirigida pelo seu maestro Fernando Lages, leva a efeito o seu concerto de Natal 2010, no próximo dia 7 de Dezembro, pelas 21.30 horas, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. O concerto conta com a participação do seu Grupo Coral, uma formação dirigida pela professora Eva Cristina Ribau.
A organização é da Filarmónica Gafanhense, tendo o apoio da Câmara Municipal Ílhavo. A entrada é gratuita e os bilhetes, dois por pessoa, podem ser levantados no CCGN, a partir do dia 4 de Dezembro.

Confraria Gastronómica do Bacalhau inaugura Sede Social em Ílhavo

Placa descerrada na nova sede da Confraria

Com a presença dos Confrades, dos responsáveis da banda Música Nova, Agostinho Flor e Fernando Maio, e de António Silva da Junta de Freguesia de S. Salvador, realizou-se, no passado dia 29, a inauguração da sede da Confraria Gastronómica do Bacalhau, que fica situada no Centro Histórico de Ílhavo, (Sete Carris), Viela da Banda Música Nova.
A entrega deste espaço à Confraria resulta dum protocolo recentemente assinado pela Câmara, Música Nova e Confraria, no qual a banda Ilhavense cede à referida Confraria a sua anterior sede, enquanto a autarquia se compromete a manter a Música Nova nas antigas instalações da Escola Preparatória, até à construção da Casa da Música, na antiga Escola Primária n.º1.

Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré vão confraternizar


Encontram-se abertas as inscrições para o III Jantar de Confraternização dos Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré, agendado para o dia 11 de Dezembro, num restaurante daquela cidade.
Esta iniciativa, para além de permitir o reencontro com amigos de vidas encaminhadas de forma diversa, pretende manter vivos os laços de amizade e de profunda camaradagem dos elementos pertencentes ao grupo nas décadas de 70, 80 e 90.
Os interessados devem proceder à sua inscrição por correio electrónico, para o endereço nuvempositiva@gmail.com, até ao dia 9 de Dezembro.

Hélder Ramos



1.º de Dezembro de 1640: restaurada a independência de Portugal


No dia 1 de Dezembro, de 1640 um grupo de conjurados (uns 40)   invadiu o palácio real (Paço da Ribeira), que estava no Terreiro do Paço, prenderam a Duquesa de Mântua, obrigando-a a dar ordens às suas tropas para se renderem e mataram Miguel de Vasconcelos, um traidor ao serviço do rei espanhol.
Hoje é, portanto, feriado. Tenho para mim que já poucos portugueses conhecerão ao certo a razão desta efeméride. Também não sei se todas as escolas recordaram esta passagem da nossa história. Seria uma boa forma de levar os alunos a sentirem a coragem dos nossos antepassados.
Nesse dia, invadiram o palácio real, prenderam a duquesa que exercia as funções de vice-rei de Portugal, em nome do rei de Espanha, Filipe II (I de Portugal), e mataram um traidor.

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Arte de Jardinagem

Por José Tolentino Mendonça

Sophia de Mello Breyner escreveu: «Em todos os jardins hei de florir…». Acho que a podemos compreender bem, pois quem conhece minimamente o seu próprio coração sabe quanto ele se assemelha a um jardim. Por saber isso é que nos tornamos, claro está, nos primeiros interessados na peculiar arte de jardinagem que é o cuidado do nosso mundo interior. Há uma passagem bíblica, de um dos livros sapienciais, que traduz o que, a esse nível, nos cabe fazer. Diz assim: «Regarei as plantas do meu jardim e saciarei de água os meus canteiros» (Eclo 24,30).

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A Caminho do Natal


Até ao Natal de Cristo, por aqui desejo semear sinais da esperança num mundo melhor, rumo à chegada do Deus-Menino: Poemas, textos, mensagens, testemunhos, imagens e recordações mágicas que perduram nos corações de todos nós.
Eu sei que Natal é para todos os dias, que é quando cada um de nós quiser, mas nunca será perda de tempo reavivar a ternura do nascimento do Menino Jesus.
Espero que os meus amigos e leitores se associem a esta maratona de apenas 25 dias. Fico a aguardar, na certeza de que há, em todos nós, sementes indestrutíveis do Natal de Jesus. Porventura à espera da hora certa para desabrocharem.

FM

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Fernando Pessoa morreu há 75 anos



Fernando António Nogueira Pessoa (n. 13 de Junho de 1888; + 30 de Novembro de 1935), mais conhecido por Fernando Pessoa, morreu há 75 anos. É por muitos considerado o maior poeta da Língua Portuguesa. Eu gosto de o ler, limitando-me a ouvir quem o aprecia e quem o menospreza. Que foi um grande poeta, não haverá quem duvide. A minha homenagem aqui fica com um poema, o mesmo que todos os dias leio no meu recanto de trabalho.


Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive

Fernando Pessoa (Ricardo Reis)

O Advento da esperança


 
Por António Rego

E medir bem o lixo - o que se deita fora e o que se guarda - esse montão diário que é o pão do diabo mal amassado, fruto impuro do nosso esbanjamento.

Já nos cansamos de discursos, análises, críticas, explicações e promessas. Ainda não deslindamos por inteiro as causas visíveis e invisíveis, próximas e distantes de todo este desencanto que nos invade, espécie de Inverno sem sinais de vida. Nem sabemos bem onde estão os erros mais básicos nesta aritmética que não sabe multiplicar os bens e dividir os males.
Já percebemos que quase tudo nos pode acontecer.Com a humilhação de termos estado prestes a ser um país moderno, civilizado e desenvolvido. Tudo parece cair ao mesmo tempo. A pobreza já não se envergonha como dantes. Estala nos protestos expressos em todos os recantos. Cada vez é maior o número dos que se consideram desabrigados, sem capacidade para o sonho médio de há uns tempos atrás: uma casa condigna, um carro, televisor, electrodoméstico, computador, máquinas disto e daquilo, gelados e congelados em abundância…

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Faleceu o Daniel Rodrigues


Soube há minutos que faleceu o meu amigo Daniel Rodrigues, o decano dos jornalistas aveirenses. Tinha 79 anos e foi ordenado Diácono Permanente em 22 de Maio de 1988.
Como jornalista, trabalhou incansavelmente no "Comércio do Porto" e no "Diário Popular", tendo exercido, também, as funções de director-adjunto do "Correio do Vouga". Como diácono, foi responsável da pastoral dos ciganos e colaborador da paróquia da Glória.
Distinguiu-se sobremaneira como repórter, conhecendo todos os recantos do Distrito de Aveiro, e não só. As suas reportagens caracterizaram-se pelo humanismo com que enfrentava as realidades, denunciando injustiças e promovendo as pretensões que considerava legítimas das populações. O reflexo desse seu trabalho  está bem patente no livro “Vouga Arriba... ou o drama de um povo”, publicado em 1974. Nele disse que não olhava a homens ou a cargos. «Importa-nos, isso sim, a defesa do Povo. Para além da nossa ideologia política e religiosa, está o bem da Colectividade, das camadas mais desprovidas de réditos. Não atacamos ou elogiamos homens; atacamos situações, elogiamos tomadas de posições verdadeiras.»
Ao serviço da reportagem, facilmente captava a “notícia”, retratava com sensibilidade e humanismo dramas e alegrias, ao mesmo tempo que alertava para as injustiças e para os injustiçados.

Banco Alimentar: Recolha de alimentos foi um êxito

«A campanha do Banco Alimentar contra a Fome (BACF) do passado fim-de-semana foi um êxito. O número de voluntários superou todas as previsões – participaram na recolha e triagem dos alimentos mais de 30 mil pessoas de todas as idades e condições sociais – e a recolha de alimentos ultrapassou as 2490 toneladas obtidas há um ano.»
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NOTA: Quem há por aí que possa duvidar da generosidade dos portugueses? Mesmo em tempo de crise? Claro! Mais até nestes casos, penso eu.

domingo, 28 de novembro de 2010

Aveiro é bom para viver


Um estudo elaborado pelo Instituto de Tecnologia Comportamental – INTEC, em parceria com o jornal SOL, coloca o Concelho de Aveiro como o terceiro melhor Município para se viver, sendo de referir ainda que ficou em primeiro lugar em concelhos com mais de 25 mil eleitores.

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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 212

PELO QUINTAL ALÉM – 49

O VIME

A
Manuel Joaquim Sarromão e
Ciganos do Esteiro

Caríssima/o:

a. Há dias fui confrontado com os vimes do quintal cortados e enfeixados, para depois serem escolhidos. São seis ou sete pés, bem desenvolvidos e que fornecem os podadores quando amarram as videiras.
Ano em que não se gastem todos, oferecem-se a familiares ou vizinhos para reforçarem o seu lote de gigos e cabazes quando o cesteiro tiver disponibilidade.

e. As nossas memórias de meninice levam-nos até ao Esteiro, onde acampavam os ciganos que se ocupavam na confecção dos seus cestos que vendiam aos lavradores ou então nas feiras das redondezas (a dos 13, a dos 28...).
Como iam a nossa casa à água, lá presenteavam a minha Mãe com um cestito ou outro.
(Entre parêntesis, para deixar o meu sorriso ao recordar o comentário mudo de minha sogra a estes cestos: acenava com a cabeça e... vamos adiante que atrás vem gente!)

i. Há tanto para dizer do vime que não sei por onde começar!...
Falar da cestaria?
Claro que hoje só os da nossa geração se lembrarão dos cestos tradicionais: as cestas de almoço, usadas não só para o transporte das refeições para o campo, mas também a caminho das festas e romarias, com as tradicionais refeições que lhes estavam associadas (e também nos cortejos dos Reis...);os cestos vindimos, usados no transporte da uva para o lagar; e ainda os cabazes usados nas desmantadelas; ou os cestos da pesca desportiva; as canastras das peixeiras; os grandes cestos que as padeiras puxavam nas suas bicicletas quando distribuíam o pão pelos fregueses...
Que mundos passados e vividos!
Realçar a importância do vime na amarração das vides podadas?
Todo o trabalho do corte, escolha e utilização era (e ainda é...) ocupação artesanal que, muitas vezes, nos deixava de boca aberta pela perícia e precisão nos movimentos...
Claro que noutras zonas, como na Madeira, fabricam-se cadeiras, canapés e mesas.
E deixai-me só lembrar a produção das bengalas que os doutores das nossas universidades revolteiam e ensarilham durante a queima!

Há, contudo, um aspecto que fica sempre bem salientar nos tempos que correm: o vime recicla nutrientes normalmente indisponíveis para as culturas convencionais, preserva o solo, melhora a qualidade da água, protege as margens dos rios e está adaptado às condições locais.

o. Sabe-se que a casca destas plantas contém uma substância chamada salicina que é usada na produção do ácido acetilsalicílico, componente da aspirina, recomendada como medicamento humano importante, com muitas e várias acções terapêuticas (analgésico, anti-inflamatório, antipirético e anti-reumático, indicado para processos dolorosos somáticos, inflamações diversas e febre; profilaxia e tratamento de trombose venosa e arterial; artrite reumatóide e juvenil; profilaxia do enfarte do miocárdio em pacientes com angina do peito instável).

u. Curiosidades:

sábado, 27 de novembro de 2010

Banco Alimentar: Amanhã prossegue recolha de alimentos


O Banco Alimentar promove uma campanha de recolha de alimentos, em supermercados e superfícies comerciais, nos dias 27 e 28 de Novembro.
Em simultâneo, prolongando-se até 5 de Dezembro de 2010, tem lugar a Campanha "Ajuda Vale", que permite a recolha de alimentos sob a forma de vales que representam seis produtos básicos à alimentação.
Esta modalidade de campanha, em que cada pessoa continua a decidir o que quer doar, permite uma simplificação dos procedimentos logísticos.

A I República e a Igreja Católica

A Igreja e os sinais dos tempos



Por Anselmo Borges

Começou esta semana a ser distribuído em várias línguas o livro-entrevista Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os sinais dos tempos, constituído por um conjunto de conversas entre Bento XVI e o jornalista alemão Peter Seewald.
Os média fixaram-se no preservativo. Mas o livro é muito mais abrangente. O seu fio condutor é: "o cristianismo dá alegria, alarga os horizontes. Em última análise, uma existência vivida sempre e só 'contra' seria insuportável". Mas uma coisa é o cristianismo e outra a Igreja. Por isso, o Papa confessa que foi "um choque enorme" a constatação da pedofilia do clero, sobretudo pelas suas dimensões. Admite que o caso terrível de Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, "foi encoberto" por responsáveis do Vaticano. Lamenta não ter tido informação sobre o bispo negacionista R. Williamson, a quem levantou a excomunhão.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Gafanha da Nazaré: Escola Secundária vai ser remodelada

Eugénia Pinheiro, Luís Martins e José Manuel Soares


Inauguração prevista para 2012


A Escola Secundária com 3.º Ciclo da Gafanha da Nazaré (ESGN) vai passar por profundas obras de remodelação. O investimento é da ordem dos 13,3 milhões de euros e as obras devem iniciar-se no primeiro trimestre de 2011, devendo ficar concluídas no prazo já estabelecido de 18 meses. As aulas não serão interrompidas, porque os trabalhos vão decorrer por fases, com a certeza de que «onde houver aulas não há obras e onde houver obras não há aulas», garantiu o engenheiro Luís Martins, da Parque Escolar, na apresentação do projecto à comunidade, que aconteceu no dia 25 de Novembro, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. Aquele responsável pela Parque Escolar, empresa autónoma que lidera esta remodelação, revelou que o estudo do novo edifício «nasceu com a escola e para o seu projecto educativo», tendo como horizontes novos paradigmas, ao nível da pedagogia e das mais recentes tecnologias.
Na opinião de Luís Martins, trata-se de um novo edifício, aproveitando-se o que for possível do actual, que será muito pouco, estando assegurado que as áreas de trabalho e de estar, de professores, alunos e funcionários, com espaços desportivos, laboratórios, biblioteca e serviços sociais, terão todas as condições para se oferecer «mais conforto». Pretende-se que este edifício proporcione mais abertura da escola à comunidade, sublinhou.

O tabaco mata


«O tabagismo passivo provoca mais de 600 mil mortes por ano em todo o mundo, sendo que 165 mil dessas vítimas são crianças, revela um estudo divulgado hoje pela revista britânica "The Lancet.» Já toda a gente sabe, mas sempre se pensa que isso só acontece aos outros. Veja aqui. 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

“Tampinha Amiga” oferece material ortopédico


Em cerimónia a realizar na Biblioteca Municipal de Ílhavo, na próxima sexta-feira, dia 26 de Novembro, pelas 17 horas, vai ser entregue Material Ortopédico às Instituições escolhidas pela Jovem Joana Pontes, mais precisamente o Lar de S. José, o CASCI, a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, o Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Nazaré, a Fundação Prior Sardo e a Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo.
Em Setembro de 2006 a Câmara Municipal de Ílhavo associou-se à causa da munícipe Joana Pontes, assegurando o transporte de 5 toneladas de tampas plásticas que esta jovem recolheu durante vários meses, para serem recicladas e “transformadas” em cadeira de rodas ou material ortopédico para apoio aos que dele necessitam.
Esta notável e meritória iniciativa, que esta jovem dinamiza de forma única na sua qualidade de sócia da Associação Tampa Amiga, e na qual têm colaborado centenas de pessoas anónimas, estabelecimentos comerciais, Escolas e a Câmara Municipal, assim como outras instituições do nosso Município e de outras terras, deu em Janeiro de 2008 os seus primeiros frutos, com a entrega de duas cadeiras de rodas a duas instituições do nosso Município indicadas pela própria Joana Pontes – Fundação Prior Sardo e CASCI.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Hoje foi um dia inteiro para mim



Hoje foi um dia inteiro para mim. Também para a família e amigos, que gostei de ouvir e de ler. Gosto desta data, 24 de Novembro,  em que me sinto mais disponível para quantos me cercam e com quem estou. É o dia do meu aniversário.
Há 72 anos que estou no mundo e hoje de manhã, quando olhei para trás, de soslaio, senti que tive uma vida cheia de tudo: De amor recebido e dado, de alegrias, de amizades partilhadas, de conquistas alcançadas; também de um ou outro dissabor, de dores e tristezas. Colocado tudo nos pratos da balança da vida, o fiel inclina-se notoriamente para o lado das coisas boas. Reconheço que Deus me ajudou em muitas circunstâncias. Não tanto pelos meus merecimentos, mas seguramente pela sua infinita bondade.
Dou graças a Deus pelas pessoas que Ele pôs nos caminhos da minha vida; pelos que me desafiaram a vencer obstáculos; pelos que, mesmo sem eu o perceber de imediato, me ajudaram a ser mais solidário e mais sensível para com os que sofrem. E, ainda, pelos que constituem a minha família, próxima e mais alargada, que são bocados indeléveis de mim mesmo.
Durante este dia recebi inúmeras mensagens, por várias vias. De gente com quem partilho o dia-a-dia e de gente de quem não tinha noticias há muitos anos. Tudo contribuiu para reavivar recordações, sentimentos e emoções.
A mesa está a ser posta para o encontro da família. Vou dar uma ajuda. Amanhã, se Deus quiser, cá voltarei. A vida continua.

Fernando Martins

Anselmo Borges no CUFC


"Que actualidade tem hoje Jesus Cristo?"

O Instituto Superior de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA), em parceria com o Centro Universitário Fé e Cultura (CUFC), apresenta no próximo dia 1 de Dezembro, pelas 21h, no salão do CUFC, a terceira Tertúlia à Quarta, subordinada ao tema: “Que actualidade tem hoje Jesus Cristo”. Esta Tertúlia terá como prelector o P.e Anselmo Borges, missionário da Boa Nova e Professor na Universidade de Coimbra. Entrada livre.

Democracia em perigo e ensino privado ameaçado?

Por António Marcelino

Passados quase quarenta anos da Revolução de Abril, ultrapassados os tempos do PREC, uma Constituição que oficializa a democracia participativa, o país integrado na União Europeia, as universidades a formarem novas gerações de licenciados, mestres e doutores, uma coexistência dos partidos políticos normal num país latino, as relações entre o Estado e as instituições civis normalizadas, o povo e os cidadãos com direito a opinar e participar livremente, ouve-se, agora, a torto e a direito, gente séria e sensata a perguntar-se se ainda estamos num país democrático ou a ser empurrados para uma empobrecedora e injusta estatização. Isto acontece sempre que não está bem clarificada e assumida a cultura democrática e o governo se encosta a políticos e doutores, mais presos a ideologias e interesses do que à promoção do bem comum, do bem dos indivíduos e do livro exercício das instituições fundamentais, dos Direitos Humanos e da própria Constituição, quando é lida e interpretada sem preconceitos. 

Bento XVI e o preservativo




António Marujo, jornalista do PÚBLICO, especialista em questões religiosas, publica hoje, naquele diário, um comentário oportuno sobre a questão do preservativo, tema muito badalado na comunicação social.  Vale a pena ler:

Preservativo: o que ainda falta depois das palavras do Papa


Podemos desde já anotar algumas observações a propósito do novo livro do Papa e das suas declarações acerca do preservativo.

1. Obviamente, Bento XVI quis dizer o que diz no livro: mantendo a oposição oficial ao uso do preservativo, admitiu a sua utilização "em certos casos". Soam, por isso, a afirmações de mau perdedor as daqueles que vêm agora relativizar o que disse o Papa, afirmando que se trata apenas de repetir a doutrina.
Sim, Bento XVI não disse nada de novo em relação ao que muitos dizem na Igreja. Mas sim: o que ele disse é novo na boca de um Papa e isso dá-lhe uma grande carga simbólica que não pode ser ignorada. Habituados que estávamos aos pronunciamentos de João Paulo II e do próprio Bento XVI sobre a matéria, esta declaração muda a forma como a doutrina oficial católica é apresentada.
2. Isto dito, continuam a ser certeiras as palavras do teólogo espanhol Juan Masiá, que dirigiu cátedras de bioética católica em Madrid e no Japão: "No caso - meio cómico, meio anacrónico - à volta do preservativo: não se sabe se havemos de rir ou chorar. Nem sequer tinha que ser problema. Não só como prevenção de contágio, mas como anticonceptivo corrente (...). A teologia moral há muito superou esse falso problema."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Erradicação da Pobreza



Ninguém pode ficar indiferente


Neste “Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social”, e porque ninguém pode ficar indiferente aos problemas que afectam um número significativo da população, tanto a nível local como mundial, a Escola Secundária da Gafanha da Nazaré desenvolverá um conjunto de iniciativas com o objectivo de sensibilizar a comunidade local e regional para a problemática da pobreza e do voluntariado.
Destas iniciativas constam a recolha de bens (roupas, brinquedos, alimentos) e a angariação de fundos, culminando com a realização de um Painel subordinado ao tema “Erradicação da Pobreza… Realidade ou Utopia?” que decorrerá no próximo dia 10 de Dezembro, pelas 19:00 horas, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré.
Para este Painel, contamos com a presença de um conjunto de personalidades em representação de diversas Instituições (vide cartaz em anexo), que abordarão diferentes dimensões da problemática em apreço e nos transmitirão o seu testemunho sobre acções que contribuam para a erradicação da pobreza.
Esta iniciativa, a cargo do Departamento Curricular de Ciências Sociais e Humanas da ESGN, conta com a participação de Docentes do referido Departamento e de alunos do Ensino Diurno e do Ensino Nocturno (Curso EFA – Educação e Formação de Adultos) da escola. Os Bens recolhidos destinam-se a apoiar a Fundação Prior Sardo (Instituição de Solidariedade Social da Gafanha da Nazaré), enquanto a Angariação de fundos permitirá proporcionar um conjunto de bolsas de estudo para os meninos da Guiné-Bissau.

Fonte: Escola Secundária da Gafanha da Nazaré

GREVE GERAL



As greves são um direito nas sociedades democráticas. Condená-las, por princípio, é atitude antidemocrática, por muito que isto custe a muito boa gente. Se mais não conseguir, a greve que dentro de horas vai acontecer no nosso país servirá para mostrar o descontentamento que reina entre quem trabalha, sob a ameaça de baixos salários, salários em atraso ou despedimentos colectivos. Os que não puderem associar-se a este gesto  de revolta e de tristeza de tantos trabalhadores, devem, no mínimo, mostrar a sua solidariedade e compreensão. Penso que não podemos ficar indiferentes.

LUZES


Por Octávio Carmo

Os tempos são de pouca luz. A crise, essa sombra persistente que teima em acompanhar o quotidiano dos portugueses, obriga sistematicamente a cortes, cada vez mais cortes, e é sem surpresa que vemos chegar essa lógica à celebração do Natal.
Naturalmente, nenhum dos que durante tantos anos criticou a progressiva comercialização e até folclorização de uma festa tão importante para a fé cristã pode vir agora lamentar algum esvaziamento nas decorações das ruas ou a quebra das vendas nesta quadra, depois de tanto se ter apontado o dedo à febre consumista pré-25 de Dezembro.

O ILHAVENSE fez anos


O ILHAVENSE está a celebrar a bonita idade de 89 anos. Faltam, portanto, 11 anos para o seu centenário. Nessa altura, se Deus quiser, poderemos fazer uma festa de arromba, porque não é fácil manter de pé um projecto jornalístico durante tanto tempo. Outros, diários, semanários e mensários, muito longe do centenário, já perderam asas e deixaram de voar. Mas O ILHAVENSE teima em continuar na luta "Por Ílhavo", como desde a primeira hora. Acho que faz muito bem.
Daqui, deste meu recanto onde também se pugna por causas humanistas, felicito O ILHAVENSE, na pessoa do seu Director e meu querido amigo, Torrão Sacramento, na esperança ou mesmo certeza de que, enquanto puder, saberá estar ao leme de uma barca ainda carregada de sonhos, tão importantes como o bem-estar e a felicidade de todos os ílhavos. E já agora, permitam-me que também felicite todos quantos fazem, com a regularidade a que nos habituaram, este trimensário.

ÍLHAVO: Dia da Floresta Autóctone


«A Câmara Municipal de Ílhavo associa-se hoje, dia 23 de Novembro, à Comemoração do Dia da Floresta Autóctone, através da atribuição de uma espécie originária do território continental português a cada EB 2.3 e Escola Secundária do Município, bem como de uma oliveira – com todo o simbolismo que se lhe reconhece – a plantar no novo Lar e Centro de Dia da Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo.
Integradas no Projecto “Woodwatch – de Olho na Floresta”, ambas as iniciativas têm como missão promover e divulgar junto das populações, nomeadamente da população escolar, a importância da conservação das florestas naturais e a necessidade de as salvaguardar das causas que contribuem para a sua destruição, principais linhas condutoras e motivadoras desta celebração, cuja data (23 de Novembro) é alternativa ao Dia Mundial da Floresta, celebrado a 21 de Março, e simultaneamente mais adaptada às condições climatéricas do nosso País para se proceder à sementeira ou à plantação de árvores.»

Fonte: CMI 

Bento XVI fala de si e da Igreja


"Luz do Mundo”

O livro "Luz do Mundo - O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos", que resulta de uma entrevista entre Bento XVI e o jornalista alemão Peter Seewald, é apresentado esta terça-feira no Vaticano.
A conferência de imprensa de lançamento conta com a participação do presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, D. Rino Fisichella, do porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, e do jornalista germânico que conversou com o Papa este verão.
Após a conferência de imprensa, Bento XVI concede uma audiência privada aos editores internacionais da obra, na qual participa Henrique Mota, editor da Lucerna, marca da Principia, responsável pela versão portuguesa.
O livro, que começa a ser vendido esta quarta-feira, estará disponível em Portugal no final de novembro.
Apresentamos seguidamente alguns excertos da obra. Veja aqui

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Semana Aberta na UA

A 11ª edição da Semana Aberta da Ciência e da Tecnologia (SemCT) arranca esta Segunda-feira, 22 Novembro. Até 26 de Novembro, perto de 8 mil aspirantes a cientistas ou simples curiosos de todo o país podem contactar de perto com o que de melhor se faz na UA, na área da Ciência e da Tecnologia.

Ver mais aqui

Contos de Licínio Amador



domingo, 21 de novembro de 2010

Bento XVI e o preservativo


Por Anselmo Borges

Contra as expectativas, Bento XVI está a surpreender pela positiva. Passou por uma "conversão", e não só está a tomar medidas duras contra o clero pedófilo como vem agora falar francamente sobre o preservativo, para dizer que não é a solução para a sida, mas aceitando, pela primeira vez, o seu uso em certos casos. Fá-lo num livro, Luz do Mundo. O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos, constituído por um conjunto de diálogos com o jornalista e escritor alemão Peter Seewald, que será publicado em todo o mundo e em várias línguas no dia 23, terça-feira.
As conversas entre Bento XVI e Peter Seewald versaram sobre temas tão diversos como os abusos do clero, o progresso, a tolerância e a intolerância, o celibato dos padres, a burqa, o cristianismo e a modernidade, a droga, o optimismo, o Papa Pio XII, a ordenação das mulheres, a Humanae Vitae, a sexualidade, o Além.
É a problemática da sexualidade que mais está a chamar a atenção da opinião pública mundial. De facto, pela primeira vez na história da Igreja, um Papa admite o uso do preservativo "em certos casos", especialmente quando se trata de "reduzir o risco de infecção" pela sida.

PAPA admite uso do preservativo


«Não é uma revolução, mas uma porta entreaberta. Num livro-entrevista que será publicado terça-feira, o Papa Bento XVI mantém que não considera o preservativo "uma solução verdadeira e moral", mas admite a sua utilização em casos concretos: "Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana."
A afirmação do Papa surge no livro Luz do Mundo, uma entrevista ao jornalista alemão Peter Seewald, que será publicado na terça-feira em Itália e vários outros países. Dia 2 de Dezembro estara à venda em Portugal (ed. Lucerna/Principia).»

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Reflexão para este domingo: Acredito em Deus, ainda que não O veja



«Há uma antiga expressão que diz: Trabalha como se tudo dependesse de ti, e reza como se tudo dependesse de Deus. É precisamente o que é necessário, mas não é fácil aplicá-lo porque não conseguimos ver Deus, e demasiadas vezes não conseguimos ver os nossos dons. Pode ajudar recordar as palavras escritas há mais de 50 anos na parede do gueto de Varsóvia:

Acredito no sol, ainda que não brilhe.
Acredito no amor, ainda que não o sinta.
Acredito em Deus, ainda que não O veja.

Confie em Deus e confie nos dons que Ele lhe deu. Ou seja, use os seus dons. E então salte! E nunca olhe para trás!»

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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 211

PELO QUINTAL ALÉM – 48



A TANGERINEIRA

A
Manuel de Mira e
mulher Maria Merendeira



Caríssima/o:

a. Há dias, ao passar pela tangerineira, ela deu-me um ... cheiro da sua graça. Olhei e vi as tangerinas a pintarem-se.
Não é um ano excepcional mas, ainda assim, a pequenada vai deliciar-se e terá cascas suficientes para brincarem com a chama da vela, fazendo o seu “fogo de artifício”!

e. Também nós quando, de calça arregaçada e pés descalços, nos espantávamos boquiabertos a olhar para o lume ao apertarmos a casca de alguma tangerina arrolada e azeda como rabos de gato. A fruta não abundava e tangerineira era árvore que não se via...

i. A tangerineira, do grupo dos citrinos, é a que melhor suporta o frio, embora, por outro lado, os frutos sejam os mais sensíveis às baixas temperaturas, devido à pequena espessura da epiderme.
Em geral, a tangerina é consumida ao natural, quando se apreciam melhor o sabor e o aroma levemente perfumado.
Pode-se aproveitar também a casca para a produção de doces e geleias, pois é rica em vitaminas.
É possível que, como dizem, os frutos sejam ainda utilizados na industrialização, de onde são obtidos diferentes produtos processados, como sucos, óleos essenciais, pectina e rações.

o. A fruta é útil contra a asteriosclerose. O seu conteúdo em fósforo e cálcio favorece o desenvolvimento do esqueleto, e a presença do magnésio tonifica as articulações e os músculos. É ainda rica em sódio, potássio, ferro e vitaminas A, B1 e C.
A tangerina é conhecida pelo seu efeito diurético e digestivo. O bagaço ajuda a melhorar o funcionamento do intestino. Combate a diabetes, tem acção preventiva para o cancro do cólon e recto, colesterol, prisão de ventre e evita riscos de doenças cardíacas.
Como pode haver alguém interessado, transcrevo mais esta dica para uma possível experimentação: ”Indispensável para a saúde dos olhos, da pele e da resistência às infecções, a fruta é indicada para pessoas de qualquer idade. Quando misturada ao gengibre é capaz de curar dores de garganta e problemas na voz. Já, se combinada à amora torna-se eficaz contra os sintomas de depressão e a obesidade”.

u. Curiosidades:

sábado, 20 de novembro de 2010

Bento XVI quer programa eficaz contra a pedofilia


Vaticano prepara "circular" aos bispos com "programa eficaz" sobre pedofilia. Isto mostra que o Papa está preocupado, mas atento. Veja mais aqui

Grupo Desportivo da Gafanha

Subsídio para a história do Grupo Desportivo da Gafanha. Com fotografias antigas em breve. Veja aqui.

Mas qual foi o núcleo da mensagem papal?

Hospital do Menino Deus
Anselmo Borges

Bento XVI esteve de novo na Espanha, e os comentadores reconheceram, em geral, que a visita foi um êxito. Houve críticas? É a coisa mais natural. Numa sociedade pluralista, é evidente que nem todos concordarão com o Papa - como lembrou o teólogo galego Andrés Torres Queiruga, "quem fala em público expõe-se à crítica e ao peso das razões opostas" - e têm o direito de manifestar-se, como foi o caso dos homossexuais. O primeiro-ministro não esteve na missa? Fez bem e é mesmo de saudar, se realmente não acredita. O Papa foi alguma vez excessivo? Sim, quando comparou a actual situação espanhola em relação à Igreja com o que se passou na II República: "Em Espanha nasceu uma laicidade, um anticlericalismo, um secularismo forte e agressivo como o vimos precisamente nos anos trinta." Realmente, não se deve comparar o que não é comparável, mesmo se é verdade que hoje na Espanha e na Europa há má vontade contra a Igreja e se quer implantar um laicismo no lugar da laicidade. Mas também a Igreja não pode bater a culpa só no peito alheio.
Mas qual foi o núcleo da mensagem papal?

Para este fim-de-semana: Recordar Tolstoi


"Ressurreição",
nos 100 anos da morte de Tolstoi


Assinala-se este sábado, 20 de novembro, o centenário da morte de Leo Tolstoi (1828-1910). Evocamos a obra do escritor russo com o trecho final de “Ressurreição” (1899).
«Em vez de se deitar, Nekliudov passeou durante muito tempo pelo quarto, de um lado para o outro. O seu caso com Katiucha estava terminado. Deixara de lhe ser útil e este pensamento enchia-o de tristeza e de vergonha. Mas esperava-o uma outra obra que, longe de estar terminada, o atormentava mais do que nunca e exigia toda a sua atividade.
Os terríveis males que observara no decorrer das últimas semanas e sobretudo, o que acabara de presenciar nessa horrível prisão, todos esses males que tinham causado entre outras mortes a do simpático Kryltsov reinavam, triunfantes, sem que entrevisse a menor possibilidade de os destruir ou sequer de os combater.
Na sua imaginação surgiram os milhares de seres degredados, encerrados numa atmosfera pestilenta por generais, promotores e diretores de prisão indiferentes à sorte desses infelizes. Evocou o estranho velho, liberto de tudo, que acusava as autoridades e passava por louco, assim como os cadáveres e o belo rosto de cera de Kryltsov, que morrera num desespero. Como outrora, interrogou-se sobre se era ele, Nekliudov, quem estava louco ou os outros, aqueles que eram cúmplices de todos estes atos pretensamente razoáveis, e a pergunta impunha-se-lhe com uma força nova, reclamando uma resposta.

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