quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Um artigo de Alexandre Cruz

UNIVER(SAL)IDADES Como apagar o fogo de França? Ainda que venham uma valentes chuvas de inverno, com o granizo mais forte, este fogo francês não se apaga. Está ateada, e num fogo geracional, uma realidade em gestação durante as últimas décadas e que demonstra bem claro a desagregação social latente que chega desta forma perturbante à luz da noite francesa. Não é cinema (embora este ajude a deitar lenha!), é bem real. Quase 40 anos depois do Maio de 68… É preciso não fazer (nem pânicos nem) leituras simplistas, procurar bem fundo os “porquês”, captar o “sinal” de força irracional que tem raízes bem profundas e acaba por interpelar o próprio modelo europeu e ocidental. A Europa (já sem a matriz cultural de “dignidade absoluta” e o próprio Ocidente) do dinheiro, dos números, das fórmulas, da tecnologia que substitui a Pessoa, da quantidade… não responde ao desafio da Humanidade neste século XXI. Está à vista, ou não fossem as noites agitadas de França, a partir da cidade das Luzes, a demonstração clara de que não há por onde fugir, feitiços e feiticeiros entrecruzam-se, encontram-se e trocam as voltas ao mundo da razão sócio-política. Essa ideia habitual de esconder nos subúrbios das cidades a miséria social acaba por dar o resultado que vemos... Na hora em que escrevemos, já lá vão quase 5000 carros incendiados, quase 1500 pessoas detidas, perto de 300 municípios, queimados dezenas de edifícios públicos, escolas, esquadras policiais, empresas. Um sem contagem de violência urbana realizada por jovens com bilhete de identidade francês mas “estrangeiros”, desintegrados…e quando olhamos no mapa, está a França toda num caos, nas escolhidas maiores cidades, e com sérios receios de efeito “contaminação” para os países vizinhos, Alemanha, Bélgica. O que move tais acções vândalas? Que ideal pretendem atingir? Até onde irão? Entre tantas outras estas serão as perguntas primárias que poderemos fazer, mas quanto a respostas a incógnita é o futuro que temos pela frente... Talvez possamos falar de uma forma de mostrar “poder”, chamar a atenção, despertar a opinião e os poderes públicos para uma afirmação do grande colectivo (quase sempre esquecido) que sobrevive nos bairros sociais das grandes cidades, onde intolerância é, tantas vezes, a palavra de ordem. Será uma forte reacção, com semelhança para as grandes manifestações anti-globalização, rejeição à modernidade tecnológica que, em sociedade de consumo e altíssima competição, acaba por deixar na margem a grande multidão de pessoas? Será que estes considerados pessoas “marginalizadas” descobriram forma de afirmação sem precedentes e com impressionante sucesso (na sua óptica), a propagar? Um facto é claro: os bairros sociais, por esse mundo (rico) fora quase sempre esquecidos na hora de enfrentar o crime e miséria instalada, são habitados por imensas comunidades de pessoas que já se habituaram à dor… São lugar de vício e crime que ultrapassa toda a racionalidade, sendo por isso natural o “medo”. São espaços de desumanidade onde escapar para uma dignidade de vida mais plena, ou procurar trabalho (para aqueles que ainda têm essa motivação e força de vontade) é quase proibido sendo visto como um pactuar com a sociedade de consumo (que se critica), tal é a força das leis próprias, linguagens, dos gangs, das etnias em convulsão. Os subúrbios das cidades são terríveis sub-mundos de degradação humana, e muitas vezes impenetráveis pelas autoridades pelo próprio medo de repressão. Nestes dias, a partir de Paris, a verdade veio saiu à rua pela noite dentro. Presente em Lisboa para o Congresso da Nova Evangelização, o Cardeal de Paris, Jean-Marie Lustiger sublinha que “há dezenas de anos que os poderes públicos não intervêm, e não apenas nos bairros problemáticos, mas também na sociedade em geral e em relação aos jovens.” Apagar (e compreender) este fogo perturbante é o desafio que as instâncias sociais, e afinal de contas todos nós, temos em mãos. Estamos em tempos de positiva inclusão plural de todos os contributos ao serviço da paz e do desenvolvimento humano. O mundo intelectual e o da política, como o contributo de cada cidadão que já descobriu o seu papel construtor na sociedade, recebem hoje um forte impulso a descerem mesmo à realidade para, nas causas, conseguir abrandar a profunda insatisfação e indignidade de toda esta multidão (de jovens) que já têm a vida assinalada de forma menor. Serão a “responsabilidade” e a “família” as palavras mágicas dos discursos sociais capazes de solucionar esta questão de fundo? E que fazer quando todo o discurso ético-social é insignificante diante das novas gerações tecnológicas? Onde chegámos! É dramático, em última instância, estarmos a assistir em França às consequências do vazio de cultura, sentido e sensibilidade que se espelha na asfixia de sentido de vida de uma geração em perigo que já não se revê no mundo que os pais lhes deixaram, mas também não sabem se querem lutar por algum mundo diferente. Haverá capacidade e vontade colectiva para dar a volta à situação? E com que líderes? (Não falamos de tecnologia! Falamos de Pessoas!) Onde estão eles, líderes com um sonho e uma profundidade de vida contagiante?! Eles existem, e em alturas de crise sempre a esperança os mostrará. Mas por agora, acalmado o pó, uma “inclusão” digna e saudável, num pensar a redefinição d’ A Pessoa na Cidade de Hoje, talvez seja um caminho possível. Ou não serão muitas das grandes cidades de hoje uma amálgama de multidão sem mínimos laços nem identidade social…?!

terça-feira, 8 de novembro de 2005

VÍTIMAS DE ARMAS LIGEIRAS

Posted by Picasa Dados da Amnistia Internacional: Mais de meio milhão de pessoas morrem anualmente vítima de armas ligeiras
Mais de 500 mil pessoas morrem anualmente no mundo vítimas de armas ligeiras, segundo números da Amnistia Internacional apresentados hoje numa audição pública sobre a proliferação de armas organizada pela Comissão Nacional Justiça e Paz. Actualmente, estima-se que existam a nível mundial 639 milhões de armas ligeiras como pistolas, revólveres, espingardas e metralhadoras, o que corresponde aproximadamente a uma por dez pessoas."Na prática, as armas ligeiras matam mais do que as armas de destruição maciça", afirmou Teresa Nogueira, da secção portuguesa da Amnistia Internacional, no âmbito da primeira de cinco sessões públicas intituladas "Por uma sociedade segura e livre de armas", realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Mil e cem empresas em 98 países produzem todos os anos mais oito milhões de armas ligeiras e de baixo calibre, num negócio que envolve 22 mil milhões de dólares, uma verba que daria para atingir os Objectivos de Desenvolvimento para o Milénio traçados pelas Nações Unidas ao nível da Educação Básica e da Mortalidade Infantil.
Para travar a proliferação e o tráfico ilegal de armamento, a Amnistia Internacional defende que todos os governos devem cooperar com a ONU para tornar vinculativo o Tratado Internacional sobre o Comércio de Armas já a partir de Julho do próximo ano - altura em que será revisto o documento.
(Para ler mais, clique PÚBLICO ON-LINE)

DIA MUNDIAL DA CIÊNCIA AO SERVIÇO DA PAZ E DO DESENVOLVIMENTO

No âmbito do Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento, a UA promove um Painel-Debate sobre investigação, orientada para a defesa da paz e do desenvolvimento
A Universidade de Aveiro vai associar-se às comemorações do Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento, através da realização, a 10 de Novembro, de um Painel-Debate de divulgação de alguma da investigação que produz, especialmente orientado para realçar o contributo desta mesma investigação na defesa da Paz e do Desenvolvimento. O dia 10 de Novembro está consagrado como Dia Mundial da Ciência ao Serviço da Paz e do Desenvolvimento, sob o alto patrocínio da UNESCO. Associando-se a estas comemorações, a UA promove nesse mesmo dia, entre as 15 e as 17.30 horas, no auditório da Reitoria, um painel-debate com a participação de um grupo de Investigadores da Universidade de Aveiro de áreas do conhecimento diversas, moderado pela Professora Doutora Estela Pereira, e aberto a todos os interessados, comunidade escolar e civil. Convidados estão, por isso, alunos de graduação e de pós-graduação, docentes e funcionários não docentes da UA, bem como os professores e alunos do Ensino Secundário das escolas da região de Aveiro e a Sociedade Civil, em geral.
(Para ver programa, clique UA)

BENTO XVI APELA À COOPERAÇÃO ENTRE RELIGIÃO E CULTURA

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Bento XVI deixou hoje um apelo a todos os povos do mundo para que “coloquem a sua herança cultura e espiritual ao serviço da família humana”
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Numa mensagem dirigida à II Conferência “Paz e tolerância – diálogo e a compreensão” no sudeste da Europa, que decorre em Istambul, o Papa refere que “apenas através do diálogo poderá ganhar vida a esperança de que o mundo se torne um lugar de paz e de fraternidade”.“Sem uma base moral objectiva, mesmo a democracia é incapaz de oferecer uma paz duradoura”, adverte a mensagem, na qual se volta a condenar o “relativismo moral”, a grande preocupação deste início de Pontificado.
O Papa reafirma ainda o compromisso da Igreja em favor da “cooperação entre os povos, as culturas e as religiões”. Bento XVI escolheu como seu representante em Istambul o Cardeal Walter Kasper, presidente do Conselho Pontifício para a promoção da unidade dos Cristãos e da Comissão da Santa Sé para as relações religiosas com o Judaísmo.
Fonte: ECCLESIA

UM TEXTO DE TEIXEIRA DE PASCOAES

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Sem Poesia Não Há Humanidade
Sem Poesia não há Humanidade. É ela a mais profunda e a mais etérea manifestação da nossa alma. A intuição poética ou orfaica antecede, como fonte original, o conhecimento euclidiano ou científico. E nos dá o sentido mais perfeito e harmónico da vida. Aperfeiçoando o ser humano, afasta-o do antropóide e aproxima-o dos antropos. Que a mocidade actual, obcecada pela bola e pelo cinema, reduzida quase a uma fotografia peculiar e uma espécie de máquina de fazer pontapés, despreza o seu aperfeiçoamento moral; e, com o seu fato de macaco, prefere regressar à Selva a regressar ao Paraíso. E assim, igualando-se aos bichos, mente ao seu destino, que é ser o coração e a consciência do Universo: o sagrado coração e o santo espírito. Eis o destino do homem, desde que se tornou consciente. E tornou-se consciente, porque tal acontecimento estava contido nas possibilidades da Natureza. Sim, a nossa consciência é a própria Natureza numa autocontemplação maravilhosa. Ou é o próprio Criador numa visão da sua obra, através do homem. E, vendo-a, desejou corrigi-la, transfigurando-se em Redentor.
in 'A Saudade e o Saudosismo'

Fonte: Citador

Centro Social Paroquial S. Martinho, Tavarede

Posted by Picasa Encontro de gerações vivido no dia-a-dia
Se há instituições com as quais as populações perfeitamente se identificam, o Centro Social Paroquial S. Martinho de Tavarede, na Figueira da Foz, é uma dessas. A expressão "O nosso Centro Social" é repetidamente ouvida quando se fala desta IPSS, que iniciou as suas actividades com ATL, Apoio Domiciliário e Centro de Dia para idosos em 1999. Sem inauguração oficial, mas com festa já pensada para breve, de homenagem a quem a ajudou a nascer, garantiram ao SOLIDARIEDADE o presidente e o vice-presidente da direcção, padre António de Matos Fernandes e Álvaro Martins Reis, respectivamente.
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NB: Nas minhas saídas, descubro, por vezes, tempo para conhecer o que há de bom, a nível da solidariedade. Em Tavarede, na Figueira da Foz, vi e registei o dinamismo de uma comunidade que assume, com determinação, o seu Centro Social Paroquial. Para ler a reportagem que fiz, clique SOLIDARIEDADE.

Um artigo de António Rego

Posted by Picasa António Rego Violência à porta
Voltámos a Maio de 68? O que se tem passado em França de violência é um sinal dos novos tempos? Da abertura das fronteiras, do despovoamento das aldeias? Da deformação das grandes cidades? Dos subúrbios como lugares menores mas repletos de juventude e vigor, ao contrário dos centros onde, simultaneamente apodrecem as pessoas e as casas? A mistura descoordenada de raças e povos, empurrados para a margem da vida, onde o local é um simples indicador? Paris tem estado a arder e os sinais externos que nos chegam, parecem configurar uma simples inabilidade política momentânea, ou uma falta de jeito democrático para utilizar forças de segurança em defesa de vítimas?
E também a questão ideológica já abundantemente exibida: que política de segurança, diálogo, desrespeito pelas minorias - que serão cada vez menos minoria - terá desaguado numa desordem pública sem precedentes e sem controlo? Que fará melhor a esquerda que a direita?
Existem elementos comuns: jovens e adolescentes; falta de ocupação, vida sem projecto, ghetos progressivos convertidos em gangs de cidade (quem não lembra West Side Story?) onde ainda era possível cantar I like to be in América..?) Não há uma canção ou um slogan de registo que desenhe a utopia explosiva desta geração.Eis uma pergunta importante: onde querem viver estes jovens, portadores de outros genes culturais e embutidos, à força, numa sociedade, por imperativo de sobrevivência e desejo de melhorias dos próprios pais? Estes jovens de outras culturas, credos e raças estão na Europa porque os pais quiseram um futuro melhor para eles. E assim chegamos ao ponto de partida: o desenvolvimento a que todos os países e regiões têm direito.
Tal como a gripe das aves, quem pode demarcar as fronteiras desta raiva incontida que rapidamente se espalha em adolescentes e jovens de qualquer parte do mundo?Que armas tem a Europa para este combate, na sequência do terrorismo que, em cada dia, se torna mais absurdo, imprevisto e ameaçador?Que novos indicadores estão latentes neste tresloucado fenómeno?
É com esta realidade que temos de viver. Tentando deslindar os porquês e aplicando rigorosamente o que nos parece o único caminho em condições para oferecer uma resposta: o humano, com uma compreensão generosa sobre o todo. Só com força de choque e discursos autojustificativos de ministros, não se vai lá. A questão é muito mais que política. É uma questão moral.

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Um artigo de João César das Neves, no DN

A certeza serena de Cristo vivo “Cristo vivo". Esta é a certeza que nestes dias ressoa por Lisboa. As nossas vidas, cultura e civilização estão cheias de factos, elementos, hábitos que partem desta afirmação Cristo está vivo! Mas suponha... eu sei que é difícil, mas suponha por momentos que Cristo não está vivo. Suponha por um instante que Jesus não ressuscitou, que não é o filho de Deus (a razão deste exercício blasfemo ficará clara adiante). Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a sabedoria. Mesmo que o Evangelho fosse falso, ainda haveria a Torah e o Alcorão, os Analectos e os Vedas, a Metafísica de Aristóteles e a Crítica da Razão Pura. No limite, se o Absoluto não existisse, se a realidade fosse mesmo só aquilo que conseguimos ver, desapareceria o fundamento transcendente da verdade. Mas, ao menos, teríamos a nossa atracção natural pelo conhecimento, civilização, dignidade e ciência que vencem a barbárie. Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a justiça. Mesmo que Cristo não fosse Deus, ainda haveria o juízo de Jahvé ou Alá, de Buda, da deusa ou dos espíritos, da Ética a Nicómaco ou da Carta dos Direitos Humanos. No limite, se a divindade não existisse e a morte fosse definitiva, bons e maus teriam a mesma sorte final. Mas, ao menos, teríamos o nosso inato sentido de equidade e estaríamos sujeitos à amizade, benevolência e justiça humanas. Se Cristo não estivesse vivo ainda haveria sabedoria, justiça, bem, amizade. Mas desapareceria do mundo a prova suprema do Amor de Deus. Deixaria de ser verdade que o centro da realidade é o mistério de um Amor infinito que se entrega. Porque se Cristo não ressuscitou, então é falso que "Deus amou de tal maneira o mundo que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todos os que nele crerem não se percam, mas tenham a vida eterna" (Jo 3, 16). Se Cristo não estivesse vivo, então Deus não amaria apaixonadamente a Humanidade, a ponto de se entregar à morte por ela. Se Cristo não é Deus, então Deus não existe; ou, pior, existe longínquo, severo, arbitrário, múltiplo. Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a sabedoria. Mas Deus não teria vindo pessoalmente ensinar o caminho da salvação. Deixaria de ser verdade que Deus tenha nascido como um bebé, vivido entre nós, conhecido a miséria humana e o sofrimento. Sem Cristo, as mãos do sacerdote não consagrariam o pão e o vinho, fazendo Deus presente, entregue por amor. Sem a doutrina de Cristo haveria sabedoria. O que desapareceria era a prova viva do Amor infinito, absoluto. Se Cristo não estivesse vivo não desapareceria a justiça. Mas Deus não teria assumido sobre Si o castigo que os nossos pecados merecem, resgatando-nos da miséria final e definitiva. Sem Cristo, as mãos do sacerdote não perdoariam os pecados e o sofrimento seria um paradoxo incompreensível e intolerável. A dor, desligada da cruz que abre à ressureição, perderia a razão de ser. Sem a redenção de Cristo a morte ainda podia arranjar sentido. A vida é que deixava de ter saída.Assim, a certeza de que Cristo está vivo não se baseia apenas na evidência esmagadora da Sua influência na nossa vida. Essa certeza não está só na surpreendente revolução que um punhado de pobres pescadores, discípulos de um condenado, fizeram no Império Romano em Seu nome. Não está apenas na permanente revolução de corações e culturas que a Sua mensagem viva vem fazendo ao longo dos séculos. Não se vê só na Sua doutrina, sublime e incomparável, que resiste até aos terríveis pecados dos seus discípulos e a miríades de ataques e incompreensões. Não se sente apenas na serena alegria dos santos, na dinâmica comunidade dos baptizados, que vivem diariamente com Aquele que está vivo. A certeza de Cristo vivo manifesta-se também nas raízes da realidade, no florescimento da sabedoria, na sublimação da justiça. Porque a realidade só se baseia no mistério de um Amor infinito, a sabedoria só nasce de um ensino pessoal e a justiça só parte de uma redenção gratuita porque Cristo está vivo.

FÁTIMA: MISSA DA ESPERANÇA

Posted by Picasa Artistas na Capelinha das Aparições Uma oração pelos doentes
Ontem, 6 de Novembro, Domingo, decorreu no Santuário de Fátima a «Missa da Esperança», celebração vivida em sentido de oração e recolhimento, pelos doentes e pelos mais desprotegidos. Cem mil peregrinos participaram nesta demonstração de devoção a Nossa Senhora de Fátima
Mesmo no final de todas as cerimónias dessa manhã de Domingo, o Reitor do Santuário de Fátima, dirigiu umas últimas preces a Nossa Senhora de Fátima, em nome de todos os fiéis: "Nossa Senhora de Fátima e Santa Mãe da Esperança! (...) Viemos suplicar-vos pelos doentes e por todos os que carregam qualquer forma de sentimento. Acreditamos que o calor do vosso manto e o aconchego do vosso regaço dão forte alento a muitos irmãos nossos pelo mundo além". Levamos no coração estes momentos de intimidade e prometemos partir para a vida com o desejo de contemplar a Deus como Francisco e de oferecer-nos pelos irmãos como a Jacinta. Amem O Santuário acolheu pela terceira vez esta celebração, proposta pelo Conselho da Comunidade Luso-brasileira, e que tem a particularidade de, após a celebração da Eucaristia, contar com a presença de um grupo de cantores, de Portugal e do Brasil, que dedicam uma canção/oração a Nossa Senhora, no momento da oração do Rosário, na Capelinha das Aparições. Este ano estiveram presentes no Santuário os cantores brasileiros P. António Maria, Joanna e Maria Bethânia, e os cantores portugueses Marco Paulo e Kátia Guerreiro.
(Para saber mais, clique aqui)

Uma reflexão do padre João Gonçalves, da Glória

Distracções Ao lado de tanta coisa que anda à nossa volta, a preocupação da consciência é de perceber o que é importante e, no importante, o que é essencial. Pelos nossos sentidos entra muito desperdício, que só atrapalha e incomoda.
Somos, pois, convidados a ordenar os valores; os da vida, do tempo, do ter..., para sentirmos vontade de nos orientarmos para o que vale e merece ser valorizado; há coisas ou situações com que não vale a pena gastar tempo ou preocupações.
Para o Cristão, “só Deus basta”; Deus e o que Ele ensina, manda e quer; o resto, sendo importante, é secundário.
Há uma necessidade urgente de valorizar a Fé e o que ela subentende e exige; é urgente alimentá-la, torná-la forte, para que ela seja causa de serenidade interior e de paz; a Fé como um negócio não é admissível; uma Fé onde só se procura o que nos agrada, não tem interesse, porque não é Fé verdadeira.Estamos fazendo caminho; estamos à procura, ainda que seja urgente procurar o que já se possui.
Deus é o Infinito aberto e próximo àqueles que humildemente estão disponíveis e são sinceros.
in "Diálogo", 1047 - XXXII DOMINGO COMUM

PRODUÇÃO E COMÉRCIO DE ARMAS

Para sensibilizar a opinião pública Igreja Católica cria observatório sobre produção e comércio de armas ligeiras
A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), um organismo da Igreja Católica vocacionado para a intervenção social, decidiu criar um observatório permanente sobre a produção, comércio e proliferação de armas ligeiras. O novo organismo, que será apresentado amanhã, numa audição pública promovida pela CNJP, na Gulbenkian, sobre o mesmo tema, pretende reunir "informação relevante" sobre a matéria, nomeadamente no que diz respeito a Portugal, que ainda não tem legislação regulamentadora neste domínio.
O observatório quer constituir-se como um "instrumento a partir do qual se possa tomar consciência da gravidade da proliferação não controlada de armas ligeiras", diz Manuel Brandão Alves, um dos membros da CNJP agora responsabilizado pelo observatório.
De acordo com este economista e professor universitário, a acção do novo organismo visa sensibilizar instituições e pessoas da Igreja e da sociedade civil. A criação de uma base de dados com informação permanentemente actualizada será um dos principais meios de acção do observatório.
O comércio de armas ligeiras, que matam no mundo 1300 pessoas por dia, foi objecto de uma petição dirigida à Assembleia da República, em 2002. Promovida por organizações católicas e da sociedade civil - entre as quais a Amnistia Internacional -, a petição foi assinada por quase 100 mil pessoas.
Apesar do compromisso pessoal do então presidente da AR, Mota Amaral, e das promessas do PSD (então Governo) de que rapidamente se legislaria sobre o assunto, a petição não conseguiu este mesmo objectivo.
(Para ler todo o trabalho de António Marujo, clique PÚBLICO)

BANCO ALIMENTAR PRECISA DE VOLUNTÁRIOS

Posted by Picasa SÃO PRECISOS VOLUNTÁRIOS PARA A RECOLHA DE ALIMENTOS
O Banco Alimentar Contra a Fome precisa de voluntários para a campanha de recolha de alimentos, junto das grandes superfícies comerciais. A recolha vai ter lugar nos dias 26 e 27 de Novembro, mas as inscrições têm de ser efectuadas até 14 do mês corrente, tendo em vista a organização das equipas.
Porque se trata de uma acção meritória, ou não fosse ela uma resposta aos que no dia-a-dia não têm o mínimo para se alimentarem, apelamos a todos para que se inscrevam no Banco Alimentar Contra a Fome, de Aveiro, ou no CUFC. Neste caso, podem telefonar para o 234 420 600 ou passar pelo sede do CUFC, junto à Universidade de Aveiro. Também podem contactar pelo e.mail cufc@ua.pt, ao cuidado do padre Alexandre Cruz.
Fernando Martins

Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

Posted by Picasa Comunicado da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas sobre a educação sexual nas Escolas
A APFN (Associação Portuguesa de Famílias Numerosas), atenta, como desde a primeira hora da sua fundação, à problemática da família, acaba de se pronunciar sobre a questão da educação sexual nas escolas, que, ao que tudo indica, vai ser integrada numa nova disciplina sobre a saúde.
Aqui publicamos o seu comunicado:
EDUCAÇÃO PARA A SEXUALIDADE E/OU PARA A SAÚDE
1 - Analisou atentamente os documentos produzidos pelo CNE e pelo GTES a solicitação oportuna da Ministra da Educação. Indicam-se os links onde podem (e devem) ser consultados. Relatório Preliminar do Grupo de Trabalho criado no âmbito do Despacho 19 737/2005 Anexo ao Relatório Preliminar Parecer do Conselho Nacional de Educação sobre "O modelo sexual nas escolas" 2 - Saúda a Ministra da Educação por ter aceite pôr em questão o caminho que estava a ser seguido, conforme apelado por vários pais e associações na sequência das notícias publicadas no "Expresso" de 14 de Maio, apesar de tentativas de "branqueamento" por parte de individualidades e associações que bem sabiam o que se estava a passar, que participaram na elaboração das "Linhas Orientadoras" e que, assim, prestaram um péssimo serviço aos pais portugueses que, erradamente, sentiam que estavam a ser bem representados. 3 - Saúda as diversas associações e movimentos de pais que, de forma espontânea, se organizaram para fazer frente ao que se estava a passar em escolas portuguesas, sob a capa de "Educação Sexual". 4 - Congratula-se por ambos os documentos reprovarem o caminho que vinha sendo seguido, nomeadamente a inadequação dos manuais e metodologias recomendadas no documento "Linhas Orientadoras em Meio Escolar", traduzindo-se num atestado de incompetência à APF, sua autora e, até então, vista como a grande especialista neste domínio.
(Para ler todo o comunicado, clique aqui)

SEMANA DOS SEMINÁRIOS: 6 a 13 de NOVEMBRO

Posted by Picasa Seminário de Aveiro Nota da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios para a Semana dos Seminários "CELEBRAR A GRATIDÃO E A ESPERANÇA"
Vamos celebrar de 6 a 13 de Novembro a Semana dos Seminários. Fazemo-lo na unidade e na comunhão da Igreja em Portugal, procurando que progressivamente todas as dioceses, institutos, congregações e ordens religiosas se identifiquem com estas datas, se unam nesta iniciativa e se mobilizem em torno desta causa comum.Com este guião litúrgico e com os elementos e subsídios pastorais que a Comissão Episcopal Vocações e Ministérios coloca ao dispor dos sacerdotes e das comunidades cristãs pretendemos, com simplicidade e confiança, dizer que esta Semana nos oferece, no termo do ano Litúrgico e logo no início de cada ano lectivo, um momento mais denso e intenso de celebrar a gratidão e a esperança.
Nesse sentido louvamos e agradecemos a Deus pelos nossos Seminários que nascem e se consolidam numa “Igreja que ausculta de modo mais intenso nesta Semana o seu próprio mistério de ícone da Trindade no meio do mundo.”
Queremos, também, louvar e agradecer a Deus pelos nossos sacerdotes e perceber que os nossos presbitérios, a sua maneira de servir a Igreja e o mundo e o seu testemunho de vida, são frequentemente os imediatos e mais próximos mediadores entre o chamamento de Deus e a resposta à vocação por parte das crianças, adolescentes e jovens.
Queremos, ainda, louvar e agradecer a Deus pelas famílias e pelas comunidades cristãs que se abrem com generosidade ao encanto e ao alvoroço que uma opção radical por Cristo implica, oferece e exige, nos tempos em que vivemos.Esta gratidão não se confina a esta Semana, mas aprende-se, intensifica-se e desenvolve-se a partir daqui, para que na oração diária e na abertura permanente dos Seminários aos sacerdotes, às famílias e às comunidades se revele este rosto acolhedor e agradecido de quantos ali vivem e trabalham.
Só quem sabe celebrar a gratidão é capaz de olhar o futuro com esperança.A Semana dos Seminários é, assim também, tempo abençoado para sentir, dizer, rezar e viver a beleza de ser padre, “o encanto de uma vida que continua a fascinar” e de uma opção que permanece necessária, válida e útil.
Dizemo-lo pelos jovens que, ano a ano, porventura em menor número mas com percursos afirmados onde o mistério de Deus diariamente se conjuga com a generosidade humana, procuram os nossos Seminários.
(Para ler mais, clique aqui)

domingo, 6 de novembro de 2005

Vaticano quer devolução do local da Última Ceia de Jesus

O VATICANO PEDIU A ISRAEL QUE ENTREGUE AOS CATÓLICOS O USO DO LOCAL QUE OCUPOU NA GUERRA DE 1948
A questão da devolução à Igreja Católica do Cenáculo de Jerusalém – local da Última Ceia de Jesus -, voltou à ordem do dia. O Vaticano pediu a Israel que entregue aos católicos o uso do local, que ocupou na guerra de 1948.
O Cardeal Walter Kasper, presidente da Comissão da Santa Sé para as relações religiosas com o Judaísmo, está a negociar pessoalmente esta situação, de particular importância pelo simbolismo do local, onde a tradição cristã situa a instituição da Eucaristia.
Os Franciscanos, actuais Custódios da Terra Santa, foram expulsos do Cenáculo em 1523, pelos otomanos, que o transformaram numa Mesquita. Em 1948, Israel expulsou os muçulmanos e apropriou-se do uso do local, reconvertido numa Sinagoga, com a justificação de que debaixo da sala estaria o túmulo do Rei David.
O Cenáculo, situado no Monte Sião, em Jerusalém, é um dos principais santuários cristãos, mas, ao contrário dos outros, está sob administração israelita. A transferência do Cenáculo para a Santa Sé, provavelmente ao cuidado da Ordem Franciscana (que já tem a custódia da Terra Santa), estimularia a peregrinação dos cristãos de todo o mundo.
Em 2000, durante a histórica visita à Terra Santa, João Paulo II celebrou mesmo uma Missa privada no local, naquela que foi a primeira celebração eucarística no Cenáculo em vários séculos.
A tradição cristã sobre a autenticidade do Cenáculo é muito antiga e remonta a finais do século III. No recinto também há uma antiga capela dedicada ao relato evangélico do Lava-pés.

HISTÓRIAS DA PESCA DO BACALHAU

Posted by Picasa MUSEU MARÍTIMO DE ÍLHAVO VAI RECOLHER HISTÓRIAS DA FAINA MAIOR
Todos sabemos, penso eu, que o concelho de Ílhavo está indelevelmente ligado à Faina Maior, sendo a cidade maruja a terra portuguesa com mais oficiais náuticos. E também sabemos que a pesca do bacalhau, que já não tem a expressão doutros tempos, deixou histórias que se não podem perder.
Em boa hora, pois, resolveu o Museu Marítimo de Ílhavo cuidar da recolha de testemunhos de velhos lobos-do-mar, testemunhos esses que são uma das maiores (se é que não é mesmo a maior) riquezas culturais das gentes ilhavenses, onde estão, também, como é óbvio, as gentes gafanhoas.
Quem conhece o dinamismo do director do Museu de Ílhavo, Álvaro Garrido, que é também um especialista na área da Faina Maior, sabe que daqui vai sair um trabalho que dignifica os marítimos que vão contar as suas histórias, muitas delas dramáticas, estou em crer, mas também as pessoas que viveram, directa ou indirectamente, a saga da pesca do "fiel amigo".
Fernando Martins

Um poema de Camilo Castelo Branco



  OS AMIGOS 

Amigos cento e dez, e talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia!
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais.

Amigos cento e dez, tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia,
Que eu, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.

Um dia adoeci profundamente.
Ceguei. Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quase rotos.

—  Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego, não nos pode ver…
Que cento e nove impávidos marotos!

Camilo Castelo Branco

AVEIRO ARTE CELEBRA ANIVERSÁRIO

A exposição anual do Aveiro Arte – Círculo Experimental dos Artistas Plásticos inaugurou, ontem, a sua exposição anual
A mostra ficará patente na Galeria Morgados da Pedricosa, próximo do Museu de Aveiro, até dia 30 deste mês. Pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 14 às 19.30 horas, e aos fins-de-semana das 15 às 19 horas. A abertura da exposição contou com um momento de bailado, com coreografia de Yann Tiersen.
Durante o período da exposição decorrerão actividades paralelas, designadamente as visitas guiadas. O artista plástico Artur Fino estará presente no dia 15, pelas 17 horas, e Jeremias Bandarra a 19, pelas 16 horas. As comemorações do Aveiro Arte integra também um ciclo de conferências alusivas ao tema «Os fundadores revisitados».
Gaspar Albino falará sobre o artista Cândido Teles (já falecido), no dia 12, pelas 17 horas, na Galeria Morgados da Pedricosa.Jeremias Bandarra, um dos intervenientes, refere que as «obras apresentadas são inéditas e com tendência para a experimentação e modernidade».
O artista plástico frisa que se trata de «um repertório cultural que valoriza a nossa região e aguça a sensibilidade estética». Para finalizar, Jeremias Bandarra acredita que «esta exposição oferece-nos através da pintura, escultura e fotografia, novos desafios na esfera da criação artística».
(Para ler todo o texto de Cristina Paredes, clique Diário de Aveiro)

sábado, 5 de novembro de 2005

IGREJA LUSITANA CELEBRA 125 ANOS DE VIDA

Igreja Lusitana encerra comemorações do 125.º aniversário
A Igreja Lusitana Católica, Apostólica, Evangélica integra-se na comunhão da Igreja Anglicana e tem como Bispo D. Fernando Luz Soares. No dia 1 de Novembro, festa de Todos os Santos, realizou-se o encerramento das comemorações do 125º aniversário desta Igreja em Portugal, as quais se desenrolavam desde o 1.º Domingo do Advento de 2004. O acontecimento teve lugar na Igreja Catedral de S. Paulo situada em Lisboa, na zona de Santos, com a celebração da ordenação de três novos presbíteros dessa Igreja.
A Igreja Lusitana Católica, Apostólica, Evangélica surgiu na segunda metade do séc. XIX, no contexto do regime liberal, como oposição à tendência absolutista da hierarquia católica, particularmente da definição da jurisdição universal e da infalibilidade pontifícia. Procurou também reagir à “desconfiança em relação á leitura da Bíblia pelos crentes”. Desde 1980 a Igreja Lusitana é membro de comunhão anglicana, tendo como autoridade metropolitana o Arcebispo de Cantuária e congrega 70 milhões de pessoas em todos os continentes.
A Liturgia da Igreja Lusitana é muito próxima da Liturgia da Igreja Católica, e recorre aos textos bíblicos, aos hinos tradicionais e os textos da celebração eucarística são muito semelhantes, bem como os ritos da ordenação.
Ordenação de uma mulher
A novidade desta celebração de 1 de Novembro consistiu no facto de terem sido ordenados três presbíteros para essa Igreja, entre os quais uma mulher, a primeira em Portugal e receber ordenação presbiteral no contexto de uma Igreja com episcopado histórico.A decisão de ordenar mulheres para o sacerdócio foi tomado no Sínodo da Igreja Lusitana em 1990, esclarece um comunicado desta Igreja, “depois de criadas as condições para tal”.
Foram ordenadas os seguintes membros: Elisabeth Sena, solteira, licenciada em Ciêncua Religiosas pala Universidade Católica Portuguesa, e frequentando o 2.º ano Mestrado em Ciências Religiosas com o tema Estética e espiritualidade litúrgica na renovação da Igreja. Profissionalmente é Técnica de Finanças, foi confirmada na Igreja Lusitana em 1989 e ordenada diácona em 1997, sendo responsável pela paróquia de Castanheira do Ribatejo, sendo membro da Sociedade Bíblica de Portugal desde o início deste ano.
Foram também ordenados João Hipólito, de 65 anos, pai de três filhas e Doutor em Medicina pela Universidade de Genebra; e Diamantino Lemos, de 68 anos, que cursou Teologia em Carcavelos, tendo trabalhado na Igreja Metodista em projectos sociais, tendo sido Presidente da União das Instituições Particulares de Solidariedade Social de Aveiro.

Fonte: Voz Portucalense

GAFANHA DA NAZARÉ: PÓLO DE LEITURA

Posted by Picasa PÓLO DE LEITURA NA GAFANHA DA NAZARÉ
Na Gafanha da Nazaré, mais concretamente no Centro Cultural, junto ao Jardim 31 de Agosto, há um Pólo de Leitura da Biblioteca Municipal de Ílhavo. Trata-se de um espaço acolhedor, onde os amantes da leitura podem usufruir de um conjunto de livros que não podem ficar esquecidos.
Se tiver horas para a leitura ou horas de lazer, passe por lá. Escolha um livro a seu gosto e leia. Verá que não está a perder tempo.
F.M.

Um poema de Cabral do Nascimento

AMO O SILÊNCIO Amo o silêncio e as vozes que insinuam, Meigas ciciam, musicais, veladas, Fracas, serenas, pálidas, cansadas, Doces palavras que no ar flutuam. Amo o silêncio e a luz difusa… E amo A tarde cor de cinza, a chuva calma, E o mar sem ondas, liso como a palma Da minha mão aberta… E em cada ramo Das árvores sem folhas, amo os verdes Musgos pendentes, flácidos, em tiras… Assim, minh’alma extática, suspiras, Meu coração tranquilo, assim te perdes! Rude fragor do mundo, sombra fria, Passa de largo! Não me acordes, não! Deixa correr a fonte da ilusão, Enche-me a vida de melancolia…

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Posted by Picasa GAFANHA DA NAZARÉ: Navio-museu Santo André

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Posted by Picasa Gafanha da Nazaré: Casa Gafanhoa; Pólo museológico

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Posted by Picasa GAFANHA DA NAZARÉ: Capela de Nossa Senhora dos Navegantes, no Forte da Barra

PATRIMÓNIO CULTURAL À NOSSA ESPERA

O TURISMO REGIONAL TEM DE CONTAR COM O NOSSO APOIO
Todos reconhecem que a envolvência das populações na resolução dos problemas é fundamental. Com o povo, penso eu, tudo é mais fácil.
Acontece que já se faz muito pelo turismo regional, com autarquias e instituições vocacionadas para o sector a darem o seu melhor. No entanto, se as pessoas não forem suficientemente motivadas para aproveitarem as benesses da natureza e as ofertas do homem não se chegará muito longe. Urge, pois, apostar na sensibilização do povo, para que usufrua do leque, cada vez mais amplo, das potencialidades turísticas da região, marcadas, não só, pela ria e pelo mar, mas também pelo interior.
Paisagens, património histórico e monumental, museus, recantos com encantos a perder de vista, de tudo um pouco há na região aveirense. E muito do que há está por descobrir por muitos de nós, que nos ficamos quietos, quando o mundo espera por nós, para nos deliciar.
Fernando Martins

PRESIDENTE DA REPÚBLICA PROMOVE O TURISMO

Posted by Picasa Jorge Sampaio Jorge Sampaio inicia hoje jornadas sobre turismo
O Presidente da República inicia hoje uma jornada de quatro dias dedicada ao turismo, que até terça-feira o levará a todas as regiões do país, incluindo Açores e Madeira, e a concelhos onde nunca esteve enquanto Chefe de Estado. Nas jornadas sobre turismo, Jorge Sampaio vai visitar exemplos emblemáticos em diversas áreas do sector: enoturismo, gastronomia e património cultural, desporto, património e ambiente, sol e praia, turismo cultural, ecoturismo e turismo de aventura, artesanato local.
A visita tem início hoje com uma sessão de abertura na Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, onde discursam Jorge Sampaio e Ana Cristina Ribeiro, presidente da autarquia.Antes, à chegada ao concelho ribatejano, o Chefe de Estado visita o Centro de Interpretação e Educação Ambiental do concelho.Depois, Jorge Sampaio segue para Escaroupim, uma zona ribeirinha totalmente recuperada, ponto de partida para passeios turísticos de barco pelo rio Tejo, e visita em seguida a Quinta da Alorna, no concelho de Almeirim, onde participa numa prova de vinhos.
Do enoturismo para a gastronomia, Jorge Sampaio ruma depois à Feira de Gastronomia de Santarém, que comemora o seu 25º aniversário, almoçando depois com dirigentes das regiões de turismo e com o novo presidente da câmara local, Francisco Moita Flores.À tarde, o Presidente visita a Quinta da Barca, em Esposende, e segue depois para o Algarve, onde termina o dia num jantar com empresários do sector em Vilamoura.
Fonte: PÚBLICO ON-LINE

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

FÁTIMA: MISSA DA ESPERANÇA

Posted by Picasa "Missa da Esperança" junta brasileiros e portugueses
No próximo dia 6 de Novembro, Domingo, será celebrada no Santuário de Fátima a "Missa da Esperança", celebração que se pretende vivida em sentido de oração e recolhimento, pelos doentes e pelos mais desprotegidos.
O Santuário acolhe pela terceira vez esta iniciativa, proposta pelo Conselho da Comunidade Luso-brasileira, e que tem a particularidade de, após a celebração da Eucaristia, contar com a presença de um grupo de cantores, de Portugal e do Brasil, que dedicam uma canção/oração a Nossa Senhora, no momento da oração do Rosário, na Capelinha das Aparições.
Este ano vão estar presentes no Santuário os cantores brasileiros P. António Maria, Joanna e Maria Bethânia, e os cantores portugueses Marco Paulo e Kátia Guerreiro.
O programa inicia-se pelas 11 horas, com a celebração da Santa Missa, no Recinto de Oração, presidida pelo Bispo de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva. Terminada a Eucaristia, por volta das 12.15 horas, e após a procissão com a imagem de Nossa Senhora de Fátima de regresso à Capelinha das Aparições, segue-se a oração do Rosário, naquele lugar, com a dedicação de um tema musical à Virgem.
Está também confirmada a presença do Embaixador do Brasil em Portugal, Paes de Andrade; do Presidente do Conselho da Comunidade Luso-brasileira, António dos Ramos; e do Seleccionador Nacional de Portugal, Luís Felipe Scolari.
A "Missa da Esperança" será, de novo, transmitida em directo pelas estações de televisão RTP – Canal 1 e RTP Internacional – e Rede Vida de Televisão (Brasil) .
Recorde-se que, em 2004, 65 mil pessoas participaram na celebração da segunda "Missa da Esperança", realizada a 21 de Novembro.
Fonte: Ecclesia

Citação - 1

"Nada é mais natural num debate que discordar. O problema não está aí. Está antes em não se aprofundar essa discordância. Em não se fazer um esforço para que ela possa ser «mutuamente compreendida». Hoje o interesse numa discussão reside mais em saber quem a vence do que em esclarecer o porquê das divergências."
Tiago Mendes,
no Diário Económico
In "Citador"

Um artigo de Clara Ferreira Alves, no Diário Digital

Paris já está a arder
Paris está, de facto, a arder. Mas, estes fogos postos são um pequeno rastilho aceso dos fogos que estão para vir. Quem deixar o centro de Paris e as suas conotações fantasistas e românticas pintadas de Sena e Torre Eiffel, de cafés e boulevards, de croissants e gastronomia, e decidir apanhar a rede de metro suburbana e deixar-se arrastar pela viagem à «grande banlieue parisienne», sabe que o aguarda o inferno no fim da linha. É como passar de um mundo para outro, nos antípodas. Os subúrbios de Paris, onde moram tantos imigrantes, entre eles os portugueses, são uma massa de desumana arquitectura, talhada e arrumada de propósito para mostrar a quem lá vive a sua alienação e a sua diferença desintegrada. É uma arquitectura monstruosa e apocalíptica, de corredores desabrigados e materiais frios, sem vida comunitária. Lugares onde as pessoas vivem como em gaiolas, atomizadas, isoladas, reduzidas à ínfima espécie da sua condição menor. Por mais que a França igualitária, republicana, fraternal e idealista, criadora dos Direitos do Homem e herdeira espiritual do Iluminismo queira pensar e repensar o fenómeno da integração dos imigrantes e da suas políticas, o facto saliente é este: ninguém, salvo escassíssimas excepções, está integrado. Magrebinos, negros, árabes, os grupos mais representados, quase todos eles um subproduto residual do colonianismo francês e das suas guerras de libertação, sabem à partida que podem trabalhar em França, viver em Paris, mas, viverão sempre à sombra da luz que ilumina os brancos e os filhos da terra e do sangue. O racismo francês, latente ou explícito, contaminou sempre a sociedade francesa, uma das sociedades mais chauvinistas e xenófobas do mundo, apesar da capa «cultural» e das manias snobs dos intelectuais que gostam de «descobrir» culturas marginais mas, nunca, de as integrar de pelo direito como francesas ou europeias. A integração cultural, falsa, assente em meia dúzia de participações controladas dos estrangeiros «escolhidos», não oculta nem pode ocultar a separação profunda e radical entre o Estado francês e os grupos étnicos que lhe são estranhos, pelos hábitos, as tradições, a pobreza, a ignorância e a cor da pele. Esta gente, remetida para guetos donde só saem para trabalhar, espera na ansiedade, na raiva e no desespero. Paris não é Londres nem Nova Iorque, que acolheram sociedades multirraciais sem fracturas nem degradações tão humilhantes como as que atingem os imigrantes em França. Paris não é, sequer, Berlim. É uma capital de luxo e bem-estar, cercada de arame farpado e favela melhorada. Nem Sarkozy, nem Villepin, nem os decrépitos partidos franceses e os seus dirigentes, mais um Chirac decadente e na recta final, estão preparados para enfrentar este magno problema, que requer mais do cargas policiais e manifestações de força e autoridade. Estes imigrantes desafectados tornar-se-ão, no seu abandono, um perigo sociológico e uma subcultura de crime e desvio da norma.

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Posted by Picasa Torreira: paisagem da ria TORREIRA merece sempre uma visita
A Torreira merece sempre uma visita. Mesmo em dia de chuva, o mar e a ria oferecem-nos paisagens e tonalidades que encantam. Sem o bulício dos tempos de praia, com gente que corre em busca das águas calmas, a maior parte das vezes, do mar e da ria, a Torreira do Outono também tem um ambiente agradável. E se aprecia peixe fresco, não faltam restaurantes com serviço agradável.
Passe por lá.
F.M.

Desafios colocados à Igreja

Formação permanente para o clero de Aveiro
Nos próximos dia 7 e 8 de Novembro, segunda e terça-feira, no Stella Maris, com início às 9.30 e encerramento às 17 horas, decorrem as Jornadas da Formação Permanente, destinadas aos padres e aos diáconos da Diocese, podendo também participar os consagrados e os leigos que o desejarem.
A temática das Jornadas relaciona-se com o Plano Diocesano de Pastoral, que neste período nos orienta para o melhor conhecimento da sociedade em mudança, em ordem ao serviço às pessoas e às comunidades.
Três temas nos ajudarão a reflectir, a partilhar conhecimentos e experiências e a tentar caminhos novos de acção:
- Olhar a sociedade e ver aí os sinais dos tempos e seus dinamismos, Dr. Manuel Ferreira Rodrigues, da Universidade de Aveiro, Departamento das Ciências da Educação;
- Problemas mais emergentes da Bioética e desafios postos à Igreja, Padre Francisco José de Oliveira Martins, do presbitério diocesano;
- Desafios do laicismo e oportunidades da laicidade para a acção pastoral e apostólica, Bispo de Aveiro.

Igreja promove diálogo com cientistas

Vaticano não quer mais «casos Galileu»
O Vaticano quer criar “um novo clima de diálogo” entre cientistas e teólogos, promovendo já na próxima semana o I Congresso Internacional do projecto STOQ(Science, Theology and the Ontological Quest - ciência, teologia e a busca ontológica), sobre o tema “O infinito na ciência, na filosofia e na teologia”. Especialistas de todo o mundo estarão no Vaticano, de 9 a 11 de Novembro, para participar nesta iniciativa do Conselho Pontifício para a Cultura (CPC).
O presidente deste Dicastério, Cardeal Paul Poupard, disse hoje, em conferência de imprensa, que “todos sabem onde pode levar uma razão científica que seja um fim em si mesma: a bomba atómica e a possibilidade de clonar seres humanos são frutos de uma razão que se quis libertar de qualquer vínculo ético ou religioso”.
Os perigos da separação entre ciência e religião também se fazem sentir para os crentes: também estamos conscientes dos perigos de uma religião que corta os seus vínculos com a razão e se torna presa do fundamentalismo”, disse o Cardeal francês.Apresentando o Congresso aos jornalistas, o presidente do CPC explicou que o STOQ quer “oferecer ao mundo científico parceiros competentes com os quais dialogar sobre as várias questões que o desenvolvimento das ciências, em especial as naturais, colocam nos nossos dias”.
(Para ler mais, clique aqui)

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

LAICISMO E INDIFERENTISMO

O Estado é leigo na matéria Religião
Duas tendências da sociedade actual, laicismo e indeferentismo, obrigam a repensar o modo de ser e agir em Igreja. Duas centenas de pessoas juntaram-se no Seminário para discutir o assunto
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“Em questões de religião, o Estado tem que perceber que é leigo na matéria”, afirmou o padre jesuíta Vasco Pinto de Magalhães, na jornada sobre “Laicismo e Indiferentismo”. O “Estado é laico; o povo tem as crenças que tiver. O Estado é a-religioso, o que é muito diferente de ser anti-religioso. Compete-lhe gerir todas as formas de religiosidade de maneira a que as pessoas vivam os seus espaços de religiosidade”, disse.
A Jornada, organizada por várias instituições lideradas pelo CUFC, reuniu duas centenas de pessoas em Aveiro, na noite de sexta-feira e manhã de sábado, para falar de duas tendências do tempo actual que obrigam a repensar o modo de estar da Igreja: o laicismo e o indiferentismo.
Como laicismo entende-se a corrente que pretende relegar a religião para o espaço privado. Em última instância, para a consciência de cada pessoa, apagando-a do espaço público. Essa tendência, presente em alguns políticos portugueses e muito actuante na Europa, é um “laicismo serôdio”, diria o Bispo de Aveiro no sábado de manhã, relembrando o laicismo anticlericalista dos sécs. XIX e XX.
Indiferentismo é o caldo cultural difuso e ambíguo, em que a sociedade actual vive, e que se caracteriza pelo relativismo moral, pelos compromissos descartáveis, pelas opções contraditórias, verificadas, inclusive nos peregrinos de Fátima, como mostrou um estudo apresentado pela gestora Madalena Abreu. O indiferentismo “é um inimigo que está dentro de casa”, afirmou o jesuíta, reconhecendo que é a base para que o laicismo seja aceite sem ser criticado.
Pluralismo ambivalente
O director do Centro Universitário Manuel da Nóbrega (Coimbra), reconheceu que o laicismo poderá fazer um grande caminho na sociedade portuguesa, com consequências nefastas como a eliminação das aulas de Educação Moral e Religiosa Católica. “Prevejo que vai ser muito pior do que será. Há claramente vontade de as eliminar do mapa”, afirmou, reconhecendo que, enquanto Igreja, “quase só temos questões; não temos estratégias”. No entanto, “a Igreja está preparada para passar perseguição”. “Os tempos de expulsão são tempos de santidade”.
Numa intervenção mais moduladora, Manuel Alte da Veiga expôs a ambivalência do pluralismo (positivo: a troca de ideias; negativo: o sentimento de andarmos perdidos), para afirmar de seguida a “teoria do grupo perfeito”, ou seja, aquele que é “perfeitamente grupo”, porque “cada qual tem a oportunidade de manifestar a sua opinião, sem se sentir oprimido”.
Segundo o professor reformado da Universidade do Minho e actualmente a colaborar No ISCRA, no grupo perfeito, “o negativo da pluralidade converte-se em positivo de tendência para a verdade”. Alte da Veiga sublinhou a importância do grupo perfeito na educação, “expressão maior do segundo útero”, e deu um exemplo de alcance prático na vida da Igreja: “Por que é que não podemos pedir explicações ao padre no fim da homilia?”
A Igreja no debate cultural
D. António Marcelino, na última intervenção da Jornada, descreveu vários domínios da sociedade segundo o laicismo e segundo a laicidade. Alguns exemplos: A economia pode ser o domínio das leis de mercado, ou ter rosto humano. A cultura poder ser relativista (“tudo é igual”) ou criticar as várias “verdades” para definir prioridades.
A terminar, D. António Marcelino apontou caminhos para a Igreja e seus agentes. Estes caminhos sugerem uma nova atitude no campo cultural: “[A Igreja tem de] estar activa nos debates culturais, (...) entrar no comboio, saber o lugar que lhe compete (...), promover iniciativas concretas no contexto intercultural”. Trata-se, disse o Bispo de Aveiro, de “cultivar o pluralismo legítimo e equilibrado”, “sem pôr em causa o mundo da fé”.
Fonte: Correio do Vouga. Trabalho do jornalista Jorge Pires Ferreira

A Casa abrigo "VeraVida"

A Casa Abrigo «VeraVida», uma valência do Centro Social Paroquial da Vera Cruz (CSPVC), abriu a 21 de Março passado e está com a sua capacidade esgotada (16 utentes)
Paula Hipólito, directora de serviços do CSPVC, refere que «se fosse maior deixaria de ser um lar como se pretende». A entrada na «VeraVida» é faseada e quem já se encontra há mais tempo ajuda a estabilizar quem chega.
O serviço está preparado para acolher temporariamente mães e filhos, menores de 12 anos, vítimas de violência e oriundos de qualquer ponto do nosso país. É um espaço de protecção e de segurança, que permite às mulheres e crianças utentes o tempo e a oportunidade de sarar feridas, mediar conflitos e repensar projectos de vida.
As crianças são integradas nas valências do CSPVC e nas escolas. O regulamento prevê que cada utente permaneça na Casa Abrigo durante um período até seis meses, altura em que a equipa técnica procede a uma avaliação global.
No entanto, pode haver excepções, ou seja, utentes que ainda não tenham o seu projecto de vida delineado e que por isso verifica-se a necessidade de prolongar os seis meses regulamentados. «É um sítio de passagem, onde a pessoa vai recuperando e, depois, a comunidade encarregar-se-á de a regenerar outra vez», assinala o padre Rocha, presidente da Direcção do CSPVC.
Paula Hipólito garante que «as mulheres que deixam a Casa Abrigo nunca são abandonadas, porque as técnicas mantêm um certo contacto com elas». Por sua vez, Emília Lima, psicóloga, acrescenta que há situações em que as mulheres regressam às suas casas, para junto do agressor.

(Para ler todo o trabalho da jornalista Cristina Paredes, clique Diário Aveiro)

HÁ PENSIONISTAS RICOS À BOLEIA DOS POBRES

Utentes com fracos rendimentos vão ter que autorizar o acesso aos seus dados fiscais

Os reformados que recebem pensões muito baixas e as pessoas que provem insuficiência económica e que, por isso, têm direito a um regime especial de comparticipação de medicamentos vão ter que assinar uma declaração autorizando o acesso aos seus dados fiscais pelos serviços de saúde, anunciou ontem o ministro da Saúde, Correia de Campos, em conferência de imprensa. Embora na população portuguesa só existam 18 por cento de pensionistas com direito a regime especial de comparticipação, 53 por cento do receituário nacional tem benefícios de comparticipação com base neste critério, explicou o ministro. "É injusto que haja quem ande à boleia dos que mais precisam", comentou.
Esta desproporção é considerada uma prova de que está a haver abusos. O governante estima que "o montante potencial da irregularidade" possa andar entre os 18 e os 21 milhões de euros.
Com o objectivo de moralizar o sistema, Correia de Campos quer mudar os meios de prova de rendimentos baixos. Os pensionistas com direito ao regime especial de comparticipação - cujo rendimento total anual não exceda 14 vezes o salário mínimo nacional - terão que assinar um documento em que declaram, sob compromisso de honra, que não têm mais rendimentos sem ser a pensão. Até agora, bastava apresentar um comprovativo do valor da pensão.
A mesma declaração poderá ser assinada por pessoas com insuficiência económica que queiram continuar a usufruir da comparticipação a 100 por cento, que desceu recentemente para 95 por cento.

BEETHOVEN NO AVEIRENSE

NONA SINFONIA NO TEATRO AVEIRENSE
Não é todos os dias que podemos ouvir, ao vivo, a Nona Sinfonia de Beethoven, para muitos uma obra-prima da música clássica. Mas no sábado, dia 5 de Novembro, está ao nosso alcance assistir, no Teatro Aveirense, a um concerto da Orquestra Filarmonia das Beiras, recentemente reactivada, que encerra os Festivais de Outono, interpretando a Nona Sinfonia e o Concerto nº 5 para Piano, de Ludwig van Beethoven.
A Orquestra Filarmonia das Beiras vai ser dirigida por António Vassalo Lourenço e acompanhada pelo Coro da Fundação Conservatório Regional de Gaia.

JORNADAS DO MAR EM AVEIRO E ÍLHAVO

Posted by Picasa DIA NACIONAL DO MAR
A Administração do Porto de Aveiro promove, em parceira com a Universidade de Aveiro e a Câmara Municipal de Ílhavo, as Jornadas do Mar em Aveiro e Ílhavo, iniciativa que terá lugar entre 16 e 19 de Novembro e se insere no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Mar. Das 10h às 12h do próximo dia 16, a todos os interessados será facultada visita ao TEDP e ao navio França Morte, ali atracado.
As Jornadas do Mar oferecem programa bastante diversificado, incluindo um fórum, um atelier, uma conferência, duas exposições e várias visitas.Para além da visita às instalações da APA, os interessados poderão ficar a conhecer, também no dia 16, a Estação Salva-Vidas, no Forte da Barra, e o Farol da Barra, um dos mais altos do mundo.
O Fórum Portugal e o Mar, e uma visita à exposição “O Mar: um mundo a descobrir”, na Fábrica de Ciência Viva de Aveiro; o Atelier “Mar Fantástico”, no Museu de Ílhavo, são iniciativas que se desenrolarão também a 16 de Novembro, uma quarta-feira. O atelier “Mar Fantástico” é destinado a alunos de escolas do ensino básico e secundário.
Para sábado, dia 19, está prevista presença no encerramento da exposição “Artes de Pesca. As pescas na Arte”, patente no Museu Marítimo de Ílhavo. Ainda no sábado, e também no Museu Marítimo de Ílhavo, lugar à conferência “Homens do Mar, Homens da Guerra: A Marinha Portuguesa na Segunda Metade do Século XX”. Será conferencista o Prof. João Freire.
Fonte: Portal do Porto de Aveiro

RAMAL FERROVIÁRIO DE LIGAÇÃO AO PORTO DE AVEIRO

Declaração de Impacte Ambiental na próxima semana
A Declaração de Impacte Ambiental referente à obra de construção da plataforma multimodal de Cacia e do ramal ferroviário de ligação ao porto de Aveiro deverá ser emitida na próxima semana.Caso não se verifique nenhum atraso de última hora, foi esta a data adiantada pelos responsáveis do Ministério do Ambiente que, no passado dia 13 de Outubro, se deslocaram a Aveiro para percorrer a zona de implantação deste importante projecto para a região.
A visita da Comissão de Avaliação do Estudo de Impacte Ambiental integrou representantes do Instituto do Ambiente, Instituto de Conservação da Natureza, Comissão de Coordenação de Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico (IPPAAR), da REFER e da Administração do Porto de Aveiro. A APA esteve representada pelo eng. Jorge Rua.
Recorde-se que a fase de inquérito público do Estudo de Impacte Ambiental terminou a 5 de Setembro, tendo estado a consulta durante 36 dias.O ramal ferroviário entre a Linha do Norte e o Porto de Aveiro terá uma extensão de nove quilómetros. A ligação partirá de uma plataforma intermodal de mercadorias, em Cacia.
O projecto consagra também a construção das ligações ferroviárias aos vários terminais do Porto de Aveiro e um parque de interface modal adjacente à zona de triagem, que ocupará uma área de 16 hectares, obras da responsabilidade da Administração do Porto de Aveiro.
O Estudo de Impacte Ambiental foi aprovado em Dezembro de 2004. Segundo dados da REFER, o investimento previsto, de 68,5 milhões de euros, reparte-se da seguinte forma:Plataforma Multimodal de Cacia/Esgueira - € 12.000.000,00;Ramal de acesso ao Porto de Aveiro - € 56.500.000,00.Execução com verbas provenientes do Orçamento de Estado e Fundos Comunitários.
A construção do ramal ferroviário de ligação ao complexo portuário foi incluída pelo actual Governo no Programa de Investimentos em Infraestruturas Prioritárias.
Fonte: Porto de Aveiro

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

PAPA PEDE MAIS APOIO PARA AS FAMÍLIAS NUMEROSAS

Famílias numerosas precisam de apoio, defende Papa
Bento XVI defendeu hoje mais medidas sociais e legislativas que apoiem as famílias numerosas, na sua habitual mensagem das quartas-feiras. Segundo o Papa, no actual contexto social, os núcleos familiares com muitos filhos são um testemunho de fé, de coragem e de optimismo, "porque sem filhos não há futuro".
"Faço votos para que venham a ser promovidas intervenções sociais e legislativas adequadas de apoio às família mais numerosas, que constituem uma riqueza e uma esperança para qualquer país", sublinhou o Papa.

COMISSÃO DESACONSELHA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO SEXUAL NAS ESCOLAS

Parecer apresentado hoje ao Ministério da Educação
Um relatório da comissão coordenada pelo psiquiatra Daniel Sampaio, apresentado hoje ao Ministério da Educação, conclui que as escolas do ensino básico e secundário devem revitalizar os seus currículos sobre educação para a saúde, incluindo a educação sexual, em vez de criarem um nova disciplina. "A educação sexual deve deixar de ser fragmentada e deve ser integrada na educação para a saúde", afirmou Daniel Sampaio em conferência de imprensa, defendendo que cabe à escola e ao Ministério da Educação (ME) a responsabilidade de dar uma nova vida aos currículos sobre a matéria para diminuir os comportamentos de risco dos jovens. O objectivo desta "dinâmica curricular" é diminuir comportamentos de risco e colmatar lacunas de conhecimento dos jovens sobre educação para a saúde.
A comissão - criada em Junho pelo ministério para avaliar e propor soluções para o conteúdo dos programas de educação sexual nas escolas - propõe que a alteração dos currículos escolares seja feita em algumas escolas já este ano lectivo.
De acordo com António Ramos André, adjunto da ministra da Educação, a tutela deverá dar uma resposta a este relatório preliminar até ao final deste mês.
O grupo de trabalho recomenda também que o ME termine, até ao final do ano, os protocolos que mantém com a Associação para o Planeamento da Família, o Movimento de Defesa da Vida e a Fundação Portuguesa A Comunidade contra a Sida. Estas três organizações não governamentais têm assegurado nos últimos anos a introdução da educação sexual nas escolas, mas Daniel Sampaio defende que "é a escola que deve assumir a responsabilidade, porque os professores estão mais perto dos alunos".
(Para ler todo o texto, clique PÚBLICO)

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral, no DN

REACÇÕES
A candidatura presidencial de Mário Soares tarda a levantar voo nas sondagens. Talvez não signifique muito há vinte anos, Soares partiu com apenas 8% e ganhou a eleição. Nesta fase do campeonato a vitória de Cavaco Silva (em quem irei votar) não está assegurada. Mas as sucessivas sondagens que colocam Soares atrás de Alegre têm provocado reacções de nervosismo entre os soaristas. O próprio Soares queixou-se há semanas, e os seus apoiantes têm repetido, de que a comunicação social "anda com Cavaco ao colo". Ora, quando primeiro-ministro, Cavaco Silva conquistou duas maiorias absolutas contra a maior parte dos jornalistas. Nunca a comunicação social simpatizou com ele. Também há soaristas indignados com os jornais que noticiaram as confusões e lapsos de Soares, ao responder a perguntas de jornalistas na apresentação do seu manifesto eleitoral. Como se tal não tivesse acontecido ou fosse matéria irrelevante num candidato presidencial.
E já começam a ouvir-se vozes culpando o povo, distraído e sem memória, de não alimentar intenções correctas quanto ao voto nas presidenciais. "Parece que as pessoas se esqueceram do enorme alívio com que receberam a distensão de António Guterres depois do segundo mandato de Cavaco", lamentava Mário Mesquita ao último Expresso.
A tendência para culpar os media e as pessoas pela falta de sucesso de uma candidatura eleitoral não é inédita. Já havia sido manifestada, de forma chocante, por Manuel Maria Carrilho, após a derrota na corrida à Câmara de Lisboa. Não é uma reacção saudável. Convém que os apoiantes de Soares se lembrem de que ele, dois meses antes de se candidatar, considerava tal hipótese "uma loucura", mesmo numa situação-limite (que não é o caso). Não admira que muita gente julgue insensata a decisão de Soares.

QUERCUS DE AVEIRO PRECISA DE VOLUNTÁRIOS

RUI CUNHA ESCREVE NO DIÁRIO DE AVEIRO SOBRE A URGÊNCIA DE SE COLABORAR COM A QUERCUS
«Quercus Aveiro. Infelizmente, por falta de voluntários, não é possível neste momento o atendimento pessoal». É uma gravação que responde à chamada para o 234425072, número de telefone do núcleo regional de Aveiro da associação ambientalista Quercus, que segunda-feira assinalou 20 anos de existência.Durante todo o dia de ontem, o Diário de Aveiro procurou falar com a presidente do núcleo, Teresa Páscoa, ou outros dirigentes locais da instituição, mas em vão, o que diz muito sobre as dificuldades sentidas pela Quercus em Aveiro.A falta de voluntários afecta a actividade local da associação, mas não a anula. Um exemplo do empreendedorismo dos ambientalistas aveirenses são as frequentes visitas organizadas a locais de interesse ecológico, como a que no próximo sábado vai ser realizada a Belazaima do Chão, no concelho de Águeda.O objectivo da iniciativa é «contribuir para minimizar o impacto das extensas monoculturas de eucaliptos que, sem ordenamento nem limitação, ocuparam praticamente todo o espaço não agrícola da região», lê-se no sítio da Quercus na Internet (www.quercus.pt).
(Para ler mais, clique Diário de Aveiro)

Um artigo de D. António Marcelino

PARAÍSOS EFÉMEROS E ÂNSIA DE FELICIDADE O contexto social e religioso destes dias de recordação e saudade, dado os sentimentos pessoais que suscita, como as experiências dolorosas, fruto das tragédias naturais dos últimos meses e dias, conhecidas e vividas, ao longe e ao perto, deram-me ensejo para esta reflexão. A ânsia de viver e de ser feliz comanda a vida de qualquer pessoa normal. “Experimentar” passou a projecto motivador de muitas vidas de jovens e adultos. Fazem-se poupanças, parte-se à procura de terras e mares distantes que a publicidade vende chamando-lhes “paraíso”, exorcizam-se medos de repetição de cataclismos e, sabendo, embora, que tudo é efémero, a decisão de ir mais longe, ainda que apenas geograficamente, não se deixa vencer facilmente por perigos vividos. De um momento para o outro, todos ficamos a saber mais de ciclones e maremotos em terras de outros, fustigadas por forças incontroláveis, que provocaram morte e destruição. É a ânsia de felicidade, de bem-estar, de poder dizer e contar, de novas sensações e experiências, se exóticas tanto melhor, que vai comandando a vida. E parte-se, assim, um mês depois, para terras e situações que se haviam já riscado da lista das vivências desejadas e possíveis. A vida, com o seu fascínio, ainda que a estadia no paraíso seja de dez ou de quinze dias. Nesta semana houve multidões de gente nos cemitérios. Um misto de gosto e de desgosto, de dor e de saudade, de lembrar e de esquecer. Os ingredientes parecem de festa: muita gente, muitas flores, muitos abraços, encontros de um ano que cada ano se repetem, comunicação pessoal bem diferente da do velório, de há muito ou pouco tempo. Como nos ritos de festa, tudo passa depressa. Pouco ou nada se fala de morte, porque a morte incomoda sempre e é página a virar, sem demora, para não perturbar a vida. Muitos vão ao cemitério, lugar de mortos, sem passagem pelo templo, lugar de vivos. Alimento de uma nostalgia ou avivar de uma esperança, ou apenas a ilusão de uma ânsia que não se consegue abafar e a que não se pode dar muito tempo nem alimento, porque há sempre recordações para esquecer e cálices difíceis de beber até ao fim. Nem o efémero dos paraísos sonhados, nem o rito que anualmente se repete nos cemitérios, por mais que sejam longos os caminhos andados, parece convidarem a parar para ler a vida, descobrir o seu valor e penetrar no segredo, tão profundo, como incómodo, do sentido da vida e da morte. Será que depressa volta tudo ao mesmo, neste frenesim que se vive e onde é preciso ter a coragem de parar, para poder viver melhor e com mais sentido? Quando os mortos deixam de nos falar no silêncio dos cemitérios, a vida dos vivos já tem pouco de vida e nada de esperança. Quando a catástrofe deixa de interpelar quem podia ter sido vítima ou quando o inesperado para outros, que a todos nos pode tocar, está arredado de qualquer reflexão com mais sentido, é sinal de que a correria da vida nos foi enchendo de nada. O paraíso não pode ser efémero, porque ele faz parte inseparável da ânsia pessoal de felicidade. A morte não atrai a morte, porque também é mestra de vida. Parar para reflectir não é tempo perdido, porque o sentido do que se faz, dá sempre valor novo ao tempo que nos resta.

Concordata e tribunais eclesiásticos preocupam Bispos

A aplicação da nova Concordata entre Portugal e a Santa Sé foi um dos assuntos tratados na reunião dos Bispos da Província Eclesiástica de Braga, que decorreu segunda-feira nessa cidade
As exigências, problemas e dúvidas suscitadas pela revisão daquele tratado, nomeadamente quanto à área fiscal, foi o tema mais falado nesta reunião, a par do funcionamento dos tribunais eclesiásticos. Aquele assunto será tratado também na assembleia plenária da Conferência Episcopal Portuguesa, que decorrerá em Fátima de 14 a 18 de Novembro.
Um dos problemas em foco está relacionado com a actuação de algumas comissões de festas e/ou de angariação de fundos para obras da Igreja. Além dos procedimentos, a independência manifestada por algumas em relação ao Conselho Económico Paroquial, que é sempre presidido pelo pároco, e às orientações da hierarquia eclesiástica, tem suscitado divergências e conflitos nas comunidades paroquiais.
Quanto aos tribunais eclesiásticos, os bispos do Norte e Centro de Portugal conversaram ontem sobre a possibilidade de, sem recorrer a mais meios materiais e pessoais, o seu funcionamento ser melhorado. O problema dos divorciados recasados foi debatido.
A reunião dos bispos da Província Eclesiástica de Braga acontece duas ou três vezes em cada ano. A próxima terá lugar em Viana do Castelo, no dia 6 de Fevereiro do próximo ano. Ontem estiveram presentes os bispos de Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança-Miranda, Lamego, Porto, Coimbra e Aveiro. Do Porto vieram os Bispos Auxiliares. D. António Marto, Bispo de Viseu –que também faz parte da Província Eclesiástica de Braga –, faltou devido ao falecimento de um sacerdote na sua diocese.
Com estes encontros, explicou o Arcebispo de Braga em declarações ao Diário do Minho, pretende-se «intensificar a comunhão entre as dioceses». São «encontros informais », esclareceu D. Jorge Ortiga, «sem acta nem comunicado », e por isso sem conclusões ou tomadas de posição colectivas, mas com tempo para os bispos constatarem «as preocupações e alegrias» de cada diocese em particular, e da Igreja em geral. E também para se falar do actual momento político, tanto ao nível local como nacional.
Fonte: ECCLESIA

terça-feira, 1 de novembro de 2005

HALLOWEEN: Será que isto tem algum interesse para os portugueses?

NÃO É PRECISO IMPORTAR TRADIÇÕES
Vai-se enraizando, nas escolas portuguesas, o hábito de importar tradições que nada têm a ver connosco. Ontem, por exemplo, crianças das nossas escolas vieram a minha casa pedir um contributo para o Halloween, sem saberem lá muito bem o porquê deste peditório. Tanto quanto sei, esta iniciativa foi estimulada, entre os alunos, pelos professores de Inglês, talvez com base em projectos pedagógicos. E à partida penso que tais projectos poderiam muito bem ter por base tradições portuguesas. Portugal, em geral, e a nossa região, em particular, têm tradições riquíssimas que mereciam ser mais aproveitadas pelos professores e pelas escolas, de todos os graus de ensino, não se justificando, a meu ver, qualquer recurso ao que se faz e ao que existe no estrangeiro, nesta linha. Há anos, ainda tentei explicar às crianças que havia tantas coisas interessantes, de matriz regional, para se envolverem e para mostrarem as suas capacidades criativas, mas senti que estava a malhar em ferro frio. A professora de Inglês é que sabe e estava tudo dito. Ora, eu penso que os professores, sejam eles de que disciplina forem, devem informar-se, quando chegam a uma escola de uma região diferente das suas, quais são as tradições que urge reviver, para que o património cultural que nos tem servido de matriz não se perca. Agora, andar a importar tradições, em tempos da necessidade de preservar as riquezas que herdámos, não me parece muito bem. Fernando Martins

DIA DE TODOS OS SANTOS

OS SANTOS NÃO SÃO GENTE QUE ESTÁ FORA DO MUNDO Celebra-se hoje, 1 de Novembro, a festividade do Dia de Todos os Santos. A Igreja Católica recorda todos os que, pelos seus méritos, mereceram ser acolhidos no seio de Deus, para aí gozarem da felicidade eterna. O número desses santos, que ultrapassa, de longe, o número dos que a Igreja Católica designou para ocuparem lugares especiais nos altares, não tem limites, tantos devem ser eles. E desses, quantos não serão nossos familiares e amigos… É bom, pois, que os recordemos e que os seus testemunhos de arautos do bem e da verdade nos estimulem, para no dia-a-dia contribuirmos para a construção de um mundo mais fraterno. E também é correcto pensarmos e dizermos que afinal a santidade não é qualquer coisa de extraordinário, porque está ao alcance de todos nós, na vivência dos acontecimentos de todos os dias. Os santos não são gente que está fora do mundo e da vida, exibindo rostos macerados pelas penitências e pelos sacrifícios, mas são gente que trabalha, que luta pela verdade, que vive ideais nobres, que procura construir uma sociedade mais justa, que é solidária, que experimenta a caridade, que dialoga com Deus e com todos, que cultiva o bem. Os santos estão connosco e são muitos de nós; os santos caem e levantam-se, renascendo constantemente; os santos alegram a vida pela felicidade que espalham à sua volta. Por isso, os celebramos hoje, na certeza de que um dia estaremos com eles, e com Deus, para gozarmos a alegria plena. Fernando Martins

MÊS DE NOVEMBRO - MÊS DAS ALMAS

“Bem-aventurados os que morrem no Senhor, que repousem dos seus trabalhos, porque as suas obras os acompanham (Ap 14,13)”No mês de Novembro encontramo-nos em pleno Outono, esta estação do ano que tanto me fascina, pelo encanto da natureza que se recolhe para o Inverno, das folhas que se revestem dos mais belos tons antes de caírem, como a mostrar a nobreza do entardecer da vida, que se recolhe e se despede serenamente antes de repousar no silêncio do mistério!... E mesmo o nevoeiro denso que em muitos dias de Outono nos envolve, também isso é um convite ao recolhimento, mesmo ao mistério que diz a nossa existência.
Talvez tenha sido por isso que a Igreja, na sua admirável pedagogia da fé que respeita os ritmos da natureza, tenha escolhido o mês de Novembro para nos recordar o mistério da morte, com a celebração dos fiéis defuntos logo no início, a 2 de Novembro, e dedicando todo o mês à meditação da morte e à contemplação do purgatório. Novembro é o mês das almas!É assim que o recordo, desde a minha infância: ‘mês das almas’. A missa era muito cedo, lá pelas quatro ou cinco da manhã, para que também os lavradores pudessem participar antes de irem para o leite.
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