domingo, 19 de junho de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Expresso: palavras para este tempo

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Reflexão para este domingo: O Homem quer saber quem é Deus



MOSTRA-ME O TEU ROSTO

Georgino Rocha

Moisés, com esta súplica, expressa um dos desejos mais profundos e persistentes do coração humano. O rosto espelha o ser e abre “janelas” de acesso à interioridade. A quadra popular traduz em poesia esta verdade elementar: O coração mais os olhos/ são dois amigos leais/ quando o coração está triste/ logo os olhos dão sinais. 
O homem de todos os tempos quer saber quem é Deus e, por isso, ousa pedir que o Senhor lhe mostre o seu rosto. Ao desejo do ser humano corresponde a manifestação divina. E o encontro acontece, gerando uma aliança de amor para sempre. Deus espelha-se na pessoa humana e esta revê-se em Deus e no seu agir histórico.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 242

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 25 





PARQUES DE ESTACIONAMENTO 

Caríssima/o:

Esta coisa de estacionar bicicletas tem que se lhe diga. 
Sábado passado, deu-me para observar o J. que vinha reparar o telhado da garagem. Nove horas e ele ali está a encostar o selim da bicicleta ao esteio de granito, onde ficará resguardada do sol. ... 
Uma da tarde, chegado do almoço, desmonta e encosta a bicicleta a uma fiteira, com a sombra garantida para o resto da tarde. 
Até aqui, nada de extraordinário; o que acho singular, é que um outro J., este pintor, já lá vão uns trinta-quarenta anos, encostava a bicicleta exactamente nos mesmos sítios! 
Afinal, em tudo semelhante ao que se passava nas zonas de estacionamento junto das fábricas ou oficinas: cada um tinha (terá?) o seu local preferido, onde esperava reencontrar o seu transporte na hora da saída. 
E agora que tantas... se dizem contra os arrumadores dos automóveis (uma autêntica praga, se clama!), é interessante recordar o que se passava em todas as festas das redondezas em que os arrumadores se postavam estrategicamente à entrada do arraial a oferecer os seus préstimos, a receber a moeda e a garantir que a bicicleta lá estaria quando pensasse regressar! E juntavam dezenas e dezenas!

sábado, 18 de junho de 2011

Lançamento de Livro: Contos e Ditos

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7.ª Jornada da Pastoral da Cultura: Elogio da Fraternidade

Lídia Jorge, D. Manuel Clemente, José Mattoso e Tolentino Mendonça

A Fraternidade promove 
a aproximação ao outro


Participei ontem, em Fátima, na 7.ª Jornada da Pastoral da Cultura, dedicada ao “Elogia da Fraternidade”. A abrir a Jornada, o padre e poeta José Tolentino, presidente do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), afirmou que é na diversidade das linguagens que vamos «tecendo a nossa cultura», com intervalos curtos, mas suficientes, para nossa «respiração pessoal». Trata-se de uma iniciativa daquele secretariado, a que presidiu D. Manuel Clemente, Bispo de Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

Aventuras de um boxer

Boris


Austeridade! P’ra quem?

Maria Donzília Almeida


Béu, béu! 
Cá estou vivo e bem vivo! Os anos começam a pesar e a deixar-me o “rosto” cheio de cãs! Um cão com cãs......carinhoso, confidente e companheiro.....soa assim como...uma aliteração, diz-me a dona para me instruir! Não emagreci sequer um grama, desde que chegou a crise! O PEC, p’ra mim, foi apenas...Paparoca Empacotada Canina. Ouço, que os cães ouvem muito bem, não sei se sabem, que anda toda a gente aflita com as medidas de austeridade. Uns já andam a mudar os hábitos de consumo e a adotar medidas mais restritivas. Outros viram os seus meios de subsistência, reduzidos, mediante os cortes salariais de que foram vítimas. A mim, ainda não chegou a crise: continuo a viver num hotel de 5 estrelas, (não caiu nenhuma), com vários dormitórios ao longo da “mansão”: um para o inverno, outro para o verão e outro que eu próprio criei, na estufinha das plantas, com um microclima ameno, para os dias assim, assim! Quando a nortada varre as folhas do jardim, refugio-me neste retiro, enrosco-me, a jeito, por baixo da hera e fujo da perseguição do vento. Para me chamar, a dona faz estalidos com os lábios....e lá vou eu a correr, feliz, até ela. Amor com amor se paga!. Casas de banho, também tenho uma série delas, colocadas estrategicamente no jardim; uma à esquina de cada árvore! Sombras, para descansar, as que as árvores combinam com o astro-rei.

Anselmo Borges - O reconhecimento e as suas esferas

Há antigos alunos que me convidam para ir às escolas fazer palestras sobre temas relacionados com a Filosofia. Os ouvintes são alunos dos 10.º, 11.º e 12.º anos e também outros professores. Procuro corresponder. A última vez o tema era "A filosofia e o sentido da existência". E lá fui falando sobre o universo e o seu processo - a realidade é processual -, o salto da animalidade para a humanidade, a neotenia, os diferentes tipos de acesso à realidade, que é complexa, o sofrimento e o mal, o sentido e os sentidos enquanto caminhos, a questão do sentido último... No fim, antes das perguntas e comentários deles e delas, fui perguntando a este e àquele, a esta e àquela, o que tinha ficado. E todos foram dizendo que o mais interessante era aquilo do reconhecimento. Isso eles não iriam esquecer. Uma surpresa, que não devia sê-lo. 
De facto, de que precisamos senão de reconhecimento, de valer para alguém, de alguém que nos dê valor, que justifique a nossa existência? É que, ao contrário de uma árvore ou de uma estrela, não nos basta existir; precisamos de existir para alguém, que nos devolva a nós mesmos na nossa dignidade e valor.
Não está a Europa dividida em Europa católica e Europa protestante, precisamente por causa do reconhecimento, em termos teológicos tradicionais, por causa da doutrina da justificação? Essa era a questão existencial de Lutero: quem me reconhece definitivamente, o que vale a minha vida, quem justifica incondicionalmente a minha existência,? E ele leu em São Paulo, na Carta aos Romanos: o homem é justificado pela fé. Quem acredita no Deus de Jesus tem a vida eterna.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Primeiro Aniversário de Renovação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré


Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Com a inauguração do renovado Centro Cultural da Gafanha da Nazaré (CCGN), a 20 e Junho de 2010, e após um ano de programação regular, podemos afirmar que o investimento de ampliação e qualificação que ali foi feito traduz uma aposta ganha da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) na concretização da importante caminhada de crescimento e de desenvolvimento do Município. Este Equipamento Cultural, integrado na rede municipal e gerido de forma integrada com o Centro Cultural de Ílhavo, é mais um instrumento da prioritária política cultural da CMI, cumprindo os seus objectivos principais e propostos à comunidade: a preservação e a promoção dos valores da nossa história, a formação integral dos Cidadãos e a promoção do espírito de inovação e de empreendedorismo.

"Aveirenses Notáveis" de Rangel de Quadros


«Com esta publicação tenho em vista três fins principais: - Dar mais glória à terra em que nasci; incitar alguém a que me siga o exemplo, emendando então quaisquer inexactidões involuntárias e escrevendo com a pureza e rigor de linguagem, para que não tenho habilitações; e, finalmente, animar os aveirenses, contemporâneos e futuros, a que imitem aqueles cujos nomes são dignos de memória, porque esses indivíduos se enobrecem, assim como enobrecem as famílias e a terra, que lhes fora berço.»

Rangel de Quadros
"Prólogo" do livro "Aveirenses Notáveis"

A informação está ao alcance de cada um




Revoluções que abanam 
e mudam a história

António Marcelino

Começo por uma frase que pede reflexão: “Vai-se tornando cada vez mais comum a convicção de que, tal como a revolução industrial produziu uma mudança profunda na sociedade através das novidades inseridas no ciclo da produção e na vida dos trabalhadores, também hoje a profunda transformação operada no campo das comunicações guia o fluxo de grandes mudanças sociais e culturais”. São palavras de Bento XVI, a propósito do XLV Dia Mundial das Comunicações Sociais, recentemente celebrado. 
As chamadas revoluções não têm todas a mesma repercussão social e humana, ainda que tragam consigo algo de novo que deixa algumas marcas na história das pessoas, porventura só num país ou noutro. Há, porém, revoluções que abanam a história e mudam o seu rumo. Foi o caso da revolução industrial da qual todo o mundo beneficia, e estoutra das comunicações, com realce para a Internet e suas possibilidades, que nos leva a sentir que o mundo acorda cada dia diferente.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Recordando Ella Fitzgerald


Ella Fitzgeral morreu neste dia de 1996


Bispos portugueses defendem prioridade do “bem-comum”...

Dizem os bispos portugueses:

«Verificámos que alguns líderes políticos, no calor da disputa eleitoral, referiram a Doutrina Social da Igreja para secundar as suas propostas políticas. Tinham o direito de o fazer, pois a vastíssima doutrina da Igreja sobre a sociedade pode, realmente, inspirar programas de governação. É nessa perspetiva que ousamos, neste momento particularmente delicado do nosso País, sublinhar os seguintes aspetos:»


Ler comunicado do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa aqui

ADIG quer ser reativada


Sede da Junta de Freguesia

A ADIG — Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré vai reunir os seus sócios em Assembleia Geral, no Salão Nobre da Junta de Freguesia, no próximo dia 21 de junho, pelas 21 horas, com o objetivo fundamental de a reativar.
Criada há anos com a intenção clara de cuidar dos valores, tradições e demais interesses desta terra, trilhando caminhos próprios e sem a pretensão de atropelar ninguém, já que as autarquias e outras associações e instituições também se ocupam de causas semelhantes, a verdade é que uma certa modorra se instalou no seu seio, porém não tão forte que fosse capaz de a matar. Por isso, a ADIG aí está empenhada em voltar ao trabalho, que auguramos próximo e fértil, pois todos não seremos de mais para levar a bom porto esta barca, que é a Gafanha da Nazaré.
Da agenda consta informações pela direção, presidida por Óscar Fernandes, apresentação de listas candidatas aos cargos dos corpos gerentes, seguindo-se a respetiva eleição. O convite, lançado pelo presidente da Assembleia Geral, João Alberto Roque, é extensivo aos associados e a todos os que o desejarem ser.

Crónica de um Professor: Vislumbra-se já terra firme

Santa Maria Manuela

Terra à vista...

Maria Donzília Almeida

A navegar, há muito tempo, o mesmo da gestação de um aluno (!?), neste mar encapelado, que é o ensino, em que as intempéries assolam, a cada passo, a “embarcação” e a calcular pelo tempo da viagem, vislumbra-se já, para breve, terra firme, terra à vista! 
Irmanados todos, no mesmo barco, cooperando para o êxito das manobras, todos os tripulantes soltam as velas e desafiando Eolo, navegam, à bolina. 
A proximidade do mar, na geografia das Gafanhas, a banhar-nos a costa (Nova) e a espevitar a energia dos nossos alunos daí oriundos, está subjacente a esta analogia. 
Nesta fase da navegação, em que os dias de primavera se esgotam no calendário e o verão já espreita, tímido, atrás das orvalhadas da manhã e das ventanias de fim de tarde, aqui estamos, nós, os professores, a limar as últimas arestas. Os diamantes brutos que nos foram depositados, em mão, sofrem o último polimento...e em breve partirão, para o “cruzeiro” a que têm direito. Para uns, será o descanso merecido, a que podem, com toda a propriedade chamar férias, para uma seca, outros, aqueles que deixam de ter alvos a atingir com o seu tiroteio verbal e quórum para alinhar nas suas piratarias! 

Igreja Portuguesa premeia o compositor Eurico Carrapatoso

Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes 2011


Eurico Carrapatoso

A música de Deus

José Tolentino Mendonça

A Igreja Portuguesa premeia um maravilhoso criador contemporâneo, o compositor Eurico Carrapatoso. Na próxima sexta-feira, em Fátima, D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, entregará o galardão “Árvore da Vida/Padre Manuel Antunes” a um dos nomes mais importantes da nossa cena musical. Eurico Carrapatoso tem assinado um reportório de invulgar qualidade, num país como o nosso que valoriza ainda pouco o grande contributo cultural e humano que as artes, e nomeadamente as artes musicais, representam. É de toda a justiça iluminar um percurso que, além do mais, sempre tem tentado um diálogo com o nosso cancioneiro tradicional e tem procurado, de forma inspirada, a voz de poetas emblemáticos Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner ou António Manuel Pires Cabral.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ílhavo: Semana da Educação com balanço e projetos


Alegria na escola


Entre 15 (amanhã) e 25 de junho, vai realizar-se mais uma edição da Semana da Educação no Município de Ílhavo, composta por um conjunto de iniciativas de balanço do ano letivo em curso e preparação do próximo, com destaque para a apresentação pública do Plano Municipal de Intervenção Educativa, no dia 21 deste mês.
A autarquia ilhavense, ao anunciar esta Semana da Educação, lembra que este ano letivo que se aproxima do fim ficará na história do Município pela «ativação e inauguração de cinco novos Centros Escolares, que a CMI construiu aproveitando os Fundos Comunitários do QREN, num investimento total de cerca de dez milhões de euros cofinanciados em cerca de 70 por cento».
Importa sublinhar que tudo o que se investe ou venha a ser investido em prol do ensino e da educação não será perda de tempo nem de meios. Digo isto porque o futuro da sociedade passa, fundamentalmente, pela formação do homem todo e de todos os homens.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Antigamente a Escola era risonha

José de Almeida


O estudante alsaciano
 Antigamente, a escola era risonha e franca.
  Do velho professor as cans, a barba branca,
  Infundiam respeito, impunham sympathia,
  Modelando as feições do velho, que sorria
  E era como creança em meio das creanças.
  Como ao pombal correndo em bando as pombas mansas,
  Corriam para a escola; e nem sequer assomo
  De aversão ou desgosto, ao ir para ali como
  Quem vae para uma festa. Ao começar o estudo,
  Elles, sem um pesar, abandonavam tudo,
  E submissos, joviaes, nos bancos em fileiras,
  Iam todos sentar-se em frente das carteiras,
  Attenta, gravemente — uns pequeninos sabios.
  Uma phrase a animar aquelle bando imbelle,
  Ia ensinando a este, ia emendando áquelle,
  De manso, com carinho e paternal amor.
  Por fim, tudo mudou. Agora o professor,
  Um grave pedagogo, é austero e conciso;
  Nunca os labios lhe abriu a sombra d’um sorriso
  E aos pequenos mudou em calabouço a escola
  Pobres aves, sem dó metidas na gaiola!
  Lá dentro, hoje, o francez é lingua morta e muda:
  Unicamente o allemão ali se falla e estuda,
  São allemães o mestre, os livros e a lição;
  A Alsacia é allemã; o povo é alemão.
  Como na propria patria é triste ser proscripto!
  Frequentava tambem a escola um rapazito
  De severo perfil, energico, expressivo,
  Pallido, magro, o olhar intelligente e vivo
  — Mas de intima tristeza aquelle olhar velado
  Modesto no trajar, de lucto carregado...
  — Pela patria talvez! — Doze annos só teria.
  O mestre, d’uma vez, chamou-o á geographia:
  — "Dize-me cá, rapaz... Que é isso? estás de lucto?
  Quem te morreu?"
  — "Meu pae, no último reduto,
  Em defeza da patria!"
  — "Ah! sim, bem sei, adeante...
  Tu tens assim um ar de ser bom estudante.
  Quaes são as principaes nações da Europa? Vá!"
  — "As principaes nações são... a França..."
  — "Hein? que é lá?...
  Com que então, a primeira a França! Bom começo!
  De todas as nações, pateta, que eu conheço,
  Aquella que mais vale, a que domina o mundo,
  Nas grandes concepções e no saber profundo,
  Em riqueza e esplendor, nas lettras e nas artes,
  Que leva o seu domínio ás mais remotas partes,
  A mais nobre na paz, a mais forte na guerra,
  D’onde irradia a sciencia a illuminar a terra,
  A maior, a mais bella, a que das mais desdenha,
  Fica-o sabendo tu, rapaz, é a Allemanha!"
  Elle sorriu com ar desprezador e altivo,
  A cabeça agitou n’um gesto negativo,
  E tornou com voz firme:
  — "A França é a primeira!"
  O mestre, furioso, ergue-se da cadeira,
  Bate o pé, e uma praga energica lhe escapa.
  — "Sabes onde está a França? Aponta-m’a no mappa!"
  O alumno ergue-se então, os olhos fulgurantes,
  O rosto afogueado; e emquanto os estudantes
  Olham cheios de assombro aquelle destemido,
  Ante o mestre, nervoso, audaz e commovido,
  Timido feito heróe, pygmeu tornado athleta,
  Desaperta, febril, a sua blusa preta,
  E batendo no peito, impavida, a creança
  Exclama:
  — "É aqui dentro! aqui é que está a França!"
                                                                                 
  Acácio Antunes

NOTA: Poema recitado pelo meu pai, José de Almeida, mais conhecido por Zé da Rosa, da Gafanha da Encarnação, nos longos serões, à lareira, e que constava do seu livro de leitura da 4ª(?) classe, em 1929.

Maria Donzília Almeida

Santo António morreu em 13 de Junho de 1231



Já se passaram 780 sobre a morte de Santo António, um dos três santos populares. Fernando de Bulhões ou Fernando Martins, seus nomes seculares, já franciscano, assumiu o nome de António, quando entrou na Ordem dos Frades Menores. Conheceu Francisco de Assis e foi canonizado cerca de 11 meses depois de deixar este mundo. Mantém, ao que suponho, o recorde da canonização mais rápida.
A sua história é por demais conhecida, mas permitam-me que recorde alguns factos: dos três santos populares (Santo António, S. Pedro e S. João) foi o único que não conheceu fisicamente Jesus Cristo; foi o primeiro teólogo franciscano; e, que eu saiba, foi o único português a ser declarado Doutor da Igreja. 

Fernando Pessoa nasceu há 123 anos

Imagem Google de hoje


O MOSTRENGO

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar, 

E disse: «Quem é que ousou entrar 
Nas minhas cavernas que não desvendo, 
Meus tectos negros do fim do mundo?» 
E o homem do leme disse, tremendo: 

«El-Rei D. João Segundo!» 
«De quem são as velas onde me roço? 
De quem as quilhas que vejo e ouço?» 
Disse o mostrengo, e rodou três vezes, 

Três vezes rodou imundo e grosso. 
«Quem vem poder o que só eu posso, 
Que moro onde nunca ninguém me visse 
E escorro os medos do mar sem fundo?» 

E o homem do leme tremeu, e disse: 
«El-Rei D. João Segundo!» 
Três vezes do leme as mãos ergueu, 
Três vezes ao leme as reprendeu, 

E disse no fim de tremer três vezes: 
«Aqui ao leme sou mais do que eu: 
Sou um povo que quer o mar que é teu; 
E mais que o mostrengo, que me a alma teme 

E roda nas trevas do fim do mundo, 
Manda a vontade, que me ata ao leme, 
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa 
“Mensagem”

domingo, 12 de junho de 2011

Moçambique: Missão Boroma


Caminho para Boroma: banca de venda



O  grande Rio Zambeze


Ainda bem que gosto de TT


O Salé pediu-me bolachinhas para a menina


Acesso à missão.
Inscrição: Borona 1885 S. José


Papaieira


Visto da Missão,  lá no alto, 
a toda a volta,  o terreno é plano


A Missão Borama ergue-se num alto o que servia de refúgio aquando das cheias. E agora,   o pior da estória, hoje, domingo, acordei sem luz e consequentemente sem água. Não pude carregar o meu telemóvel, que nestes dias tem servido mais de máquina fotográfica. Por azar, a bateria acabou quando ia a entrar na Missão, o local está semiabandonado e destruído; resta uma "escola-colégio” onde estudam rapazes. Ainda perguntei se não havia uma tomada para carregar o telemóvel, mas também aí a luz tinha faltado. Ao domingo há missa. Espero voltar lá com meios para registar esse local de culto e ensino que tinha escola de ofícios e apoiava a população em tempos idos.

Jorge Ribau, 
em Moçambique 

Alimentação errada, obesidade e sedentarismo provocam a diabetes





Enfermeira 
Madalena Cardoso 



A vida não termina 
com a aposentação 
ou reforma 

Madalena Cardoso, enfermeira, aposentada após 32 anos de serviço no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, assume a alegria de continuar, como voluntária, a fazer aquilo de que gosta. Depois de passar, como profissional de enfermagem, pelo Centro de Reabilitação de Alcoitão, fixou-se em Aveiro, onde se entregou a especialidades da sua preferência: ginecologia e obstetrícia, mas ainda, com mais fervor, à endocrinologia, na área da diabetes. No fundo, foi uma enfermeira sempre pronta para o que fosse preciso. 
Os últimos 20 anos foram em pleno dedicados à diabetes, colaborando com especialistas deste setor, envolvendo-se como enfermeira-educadora, quer nas consultas externas da Diabetologia, quer no Hospital-Dia de Diabetes. E com a aposentação não deixou o hospital abruptamente, pois por ali continuou dois anos, como voluntária, no mesmo serviço. Razões familiares, posteriores, levaram a enfermeira Madalena a suspender essa tarefa. O voluntariado na vida espera-a. E não se fica só pela diabetes. Presentemente, está a apoiar uma doente com Alzheimer, estimulando-a a manter, dentro do possível, a sua autoestima, fundamental para uma melhor qualidade de vida.

Antes & Agora, no PÚBLICO: O Jardim Oudinot voltou a honrar a sua história



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O que mudaria em Aveiro? Vassalo Lourenço, diretor da Filarmonia das Beiras, responde no PÚBLICO de hoje


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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Uma reflexão para este domingo



SUAVE FORÇA 
DO ESPÍRITO

Georgino Rocha

Há factos que valem mais do que a aparência. Sirva de exemplo a participação ou abstenção em eleições, a revolta ou resignação da geração à rasca, a renegociação ou manutenção da dívida, o entusiasmo ou esmorecimento de ânimo, o clima social saudável ou poluído pelas mais diversas confusões, as iniciativas apostólicas de renovação ou de involução, a cidadania activa ou a indiferença face ao bem de todos e de cada um.
Para crescermos em humanidade, precisamos de penetrar no sentido do que acontece, no segredo dos factos, no rumo das transformações em curso. É esta uma das funções principais da razão humana, dotada de capacidades a valorizar cada vez mais, e da fé em Jesus Ressuscitado que nos deixa o seu Espírito.
Fé e razão constituem as grandes asas do ser humano para voar em espaços de Infinito e mergulhar em regiões profundas de consciência adormecida.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 241

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 24 


A CORRENTE E OS PNEUS        


Caríssima/o:

Na década de 1880, o inventor inglês John Kemp Starley projectou uma bicicleta semelhante às actuais. Possuía guiador, rodas de borracha, quadro, pedais e correntes. 
Foram introduzidos os pedais no centro, a tracção passou para a roda traseira, através de uma corrente de transmissão, utilizando uma ideia de Leonardo da Vinci, de há 400 anos. 
Com a sua morte, o seu neto aperfeiçoou o seu desenho e criou a Rover, conhecida também como “Safety Bike”, bicicleta em que as duas rodas têm a mesma dimensão ... 
A bicicleta Rover, fabricada pela Starley & Sutton, a partir de 1885, é o que existe de mais próximo da bicicleta moderna, dando base à sua construção... 
Publicitada como bicicleta segura, a Rover entra no mercado mas tem uma péssima aceitação inicial... 
As suas rodas de igual dimensão causam rejeição aos consumidores e a tracção por corrente é uma novidade que gera cepticismo aos ciclistas conservadores, já acostumados ao Ariel...

sábado, 11 de junho de 2011

A abstenção


Tem-se repetido um certo divórcio dos cidadãos nas eleições a nível nacional. Um direito que nos foi oferecido pela democracia, mas que tem sido recusado por muitos dos nossos compatriotas. Causas? Todos falamos, mas ninguém sabe, de ciência certa, onde estará a solução. Meras conjeturas, onde todos acabam por ter razão.
Em princípio, sou contra a obrigatoriedade de votar. Muito menos a favor de multas a quem por sistema se recusa a participar. Contudo, acho que algo terá de ser feito.
Miguel Sousa Tavares avançou com a ideia, no EXPRESSO, de se eliminarem dos cadernos eleitorais, durante dez anos, os que tenham faltado ao ato eleitoral por três vezes seguidas. Julgo que sem justificação, já que uma doença ou outras razões graves podem estar na base das abstenções de muitos portugueses. Talvez resultasse.
Maria Filomena Mónica diz, ainda no EXPRESSO, que, com círculos eleitorais uninominais, sendo os candidatos bem conhecidos dos eleitores, seria uma boa solução. De facto, votar em pessoas que nada nos dizem, que vêm para os distritos por indicação dos partidos, torna-se frustrante para muita gente. Ainda nas recentes eleições, me perguntei por que motivo estiveram, como cabeças de lista, políticos nada identificados com Aveiro? Não teríamos por aqui pessoas à altura de nos estimularem e envolverem mais convincentemente na vida política? Julgo que sim.
O que se sabe é que os partidos têm medo de mudar uma lei eleitoral que provavelmente mais os favorece. Não poderemos nós, os simples eleitores, protestar, exigindo mudanças? A democracia não pode evoluir, no sentido de aproximar as pessoas de quem as representa e governa?

Fernando Martins

Os pais devem amar mais os filhos do que as filhas?



Hermenêutica feminista 
das religiões e seus textos

 Anselmo Borges

«O que diriam os fiéis (eles e elas), se na Missa, o padre iniciasse o Credo assim: Creio em Deus Mãe toda poderosa, criadora dos céus e da terra? No entanto, Deus é assexuado e Pai é apenas uma metáfora, podendo, por isso, dizer-se também Mãe. O que se passa é que o óvulo feminino só foi descoberto em 1827. Antes, seguiu-se a concepção aristotélica do hilemorfismo, continuada por São Tomás de Aquino. Nesta visão, a mulher era passiva e um macho falhado e, por isso, Tomás de Aquino afirmou que a mulher não pode ter poder na Igreja, não pode pregar, e os pais devem amar mais os filhos do que as filhas.»

DOIS CRAVOS DECAPITOU




Denúncia

O Doutor foi um algoz,
Pois um crime perpetrou
E eu clamo, de viva voz,
Essa horrenda cena, atroz:
Dois cravos decapitou!

Foi um crime premeditado
Com requintes de malvadez!
Pois, de bisturi empunhado,
E sobre os ditos debruçado,
Actuou com altivez!

Sem se comover do pranto
Que os pobres derramaram,
Avançou, p’ra meu espanto,
Mas eu achei nisso encanto,
Pois suas mãos actuaram!

Mas houve cumplicidade,
Nesse crime planeado!
Na dona, houve crueldade
Por só ver deformidade,
No cravo ali plantado!

Contratou um “profissional”
No meio do seu desatino,
Que executou por sinal
E fez limpeza radical,
Nesse “jardim” clandestino!

Foi um crime ternurento
E ao seu executor,
O meu agradecimento
E todo o contentamento
Por ter sido este Senhor!

Mª Donzília Almeida
01.06.2000

No Espírito, o cosmos é enobrecido...




A NOVIDADE DO ESPÍRITO 

Sem o Espírito Santo, Deus fica longe; Cristo permanece no passado; o Evangelho é letra morta; a Igreja é uma simples organização; a autoridade é um poder; a missão é propaganda; o culto, uma velharia; e o agir moral, um agir de escravos. 
Mas, no Espírito, o cosmos é enobrecido pela geração do Reino; Cristo ressuscitado torna-se presente; o Evangelho faz-se poder e vida; a Igreja realiza a comunhão trinitária; a autoridade transforma-se em serviço; a liturgia é memorial e antecipação; o agir humano é deificado. 

Patriarca Atenágoras

NOTA: Seleção de Georgino Rocha

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Novas tecnologias da comunicação vistas por Pacheco Pereira

«As minhas "Novas Oportunidades" começaram com o iPad. Podia ter sido apenas com o computador, podia ter sido com o iPhone, mas foi com o iPad e, quando vivemos rodeados de gadgets (desde o relógio, um gadget antigo, ao telemóvel), isso significa uma considerável melhoria da nossa capacidade de estendermos o corpo e a mente, que é para isso que servem os gadgets no Homo sapiens sapiens. Nas outras variantes de Homo, já não digo nada.»

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Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas

Presidente da República fala aos portugueses



Da Mensagem às Forças Armadas

«As Forças Armadas saberão encontrar os caminhos que lhes permitam superar as dificuldades, explorando as margens ainda existentes para uma maior racionalização e integração de serviços, a fim de que possam manter a capacidade de resposta militar que os Portugueses esperam e a sua missão exige.
Por isso, o contributo que lhes é pedido deverá, sem situações de privilégio, ser justo e equilibrado, envolvendo decisões bem estudadas e ponderadas que, no respeito pela especificidade que lhes é própria, as não descaracterize, e contribuam para uma desejável estabilidade, indispensável ao seu bom desempenho e normal funcionamento.
Militares,
É obrigação do Estado apoiar e dedicar uma atenção permanente às suas Forças Armadas, assegurando as condições que viabilizem a realização das suas actividades essenciais, ainda que num quadro de grande rigor e contenção orçamental.»

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Da Mensagem às Comunidades Portuguesas

«As Comunidades da Diáspora são núcleos de cidadãos do Mundo, mas também embaixadas de Portugal que, pelo valor do trabalho e pelo espírito empreendedor dos seus membros, enobrecem o nome do País e dão um contributo fundamental para o seu prestígio no estrangeiro.
Portugal atravessa hoje uma situação difícil. Todos não somos demais para ajudar a nossa terra, a terra das nossas raízes.
Mas há razões de esperança. Uma delas é, justamente, a vitalidade das Comunidades Portuguesas.
A Nação portuguesa tem mais de um terço dos seus membros no exterior. Portugal está no Mundo inteiro.
Isto constitui um capital que temos de saber aproveitar, na convicção de que o País pode contar com o apoio de todos os seus filhos para superar os desafios que enfrenta.
Apelo, assim, aos Portugueses da Diáspora, que em outras ocasiões da História nunca faltaram com o seu auxílio, a que apoiem o nosso País.
Acreditem que esta Pátria, que é de todos, constitui um destino com grandes potencialidades, para onde podem canalizar o vosso investimento, o vosso talento, o vosso espírito empreendedor.
Aquele que emigrou era, por natureza, um inconformista. Aspirava a mudar de vida, não se resignou.»

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Rua Eça de Queirós

Rua Eça de Queirós


Eça de Queirós: 
Filho de Aveiro 
e quase peixe da ria

A Rua Eça de Queirós estende-se da Rua Comendador Egas Salgueiro até à Rua de Diu, no antigo lugar da Chave. Embora todas as ruas sejam dignas, esta, por não dar tanto nas vistas, não será compatível com a grandeza do escritor Eça de Queirós, com a qual foi homenageado. Desproporções como esta acontecem frequentemente na Gafanha da Nazaré, sem qualquer menosprezo para com quem levou a cabo a tarefa de batizar as nossas ruas, pois tal é trabalho sempre difícil.
Eça de Queirós, um dos mais notáveis escritores de língua portuguesa, faleceu em 1900, com 55 anos, mas os seus livros ainda hoje povoam o imaginário de muitos dos seus inúmeros leitores. Leitura obrigatória de bastantes gerações de estudantes, a sua obra continua a merecer releituras por quantos apreciam boa prosa e o retrato da época em que viveu o escritor, bem patente em “Os Maias”, “A Cidade e as Serras”, “A Relíquia”, “O Primo Basílio”, “O Crime do Padre Amaro”, “A ilustre Casa de Ramires” e a “Correspondência de Fradique Mendes”, entre muitos outros escritos.
Para além da importância dos seus livros, Eça de Queirós ainda passou pela Gafanha, quando, de Verdemilho, onde viveu alguns anos da sua vida, em casa do avô paterno, se deslocava para a Costa Nova. Mais tarde, já escritor, por aquela praia estanciou, no Palheiro de José Estêvão, já que era amigo de Luís de Magalhães, filho do grande tribuno aveirense.
Em carta a Oliveira Martins, diz Eça, em 1884:
«… Filho de Aveiro, educado na Costa Nova, quase peixe da ria, eu não preciso que mandem ao meu encontro caleches e barcaças. Eu sei ir por meu próprio pé ao velho e conhecido “palheiro de José Estêvão”.»
Na mesma data e ao mesmo escritor, acrescenta: «Apesar de ter retardado ontem o meu jantar até às nove da noite, não pude desbastar a minha montanha de prosa. Levar as provas para os areais da Costa Nova, não é prático — ó homem prático! Há lá decerto a brisa, a vaga, a duna, o infinito e a sardinha — coisas essenciais para a inspiração — mas falta-me essa outra condição suprema: um quarto isolado com uma mesa de pinho.»

Fernando Martins

Ares do Rio Revobue - Moçambique






NOTA: Imagens do Rio Revobue, entre Tete e Moatize, Moçambique, enviadas por Jorge Ribau, com a informação de que por ali há crocodilos. Cuidado, Jorge! Não vale a pena sonhar  que estás na Ria de Aveiro!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Violência juvenil

Os mais velhos, como eu, sabem que violência sempre houve entre crianças,  adolescentes e  jovens. Há quem pense que tal só acontece agora, mas não é verdade. Quando eu era menino, assisti a alguma violência, só que não havia telemóveis nem câmaras digitais para gravar. Muito menos havia a possibilidade de publicar o que quer que fosse. 
Quando jovem, presenciei uma cena horrível. Um pobre de pedir, daqueles que andavam de porta em porta, descansava num passeio, comendo um bocado de boroa que alguém lhe havia dado. De repente, e sem qualquer explicação,   os alunos que tinham saído de uma escola iniciaram uma estúpida sessão de pedrada contra o pobre velho. Ainda perguntei porquê e para quê, mas ninguém me ouvia. Protestei e recebi ameaças. Teimei, mas ele continuaram. Uns adultos que passavam resolveram intervir para pôr termo àquele apedrejamento sem qualquer sentido. 
Quando o Padre Américo pregou que não havia rapazes maus, alguém comentou essa proposição, sublinhando que, no fundo, todos possuímos o genes da violência, que somente a educação poderá atenuar.   Concordo com isto, obviamente. Não há gente com aspeto de boa que, inesperadamente, provoca, agride e mata por  ódios escondidos?

Túmulo nos Jerónimos não conterá as ossadas de Camões



«O túmulo referente a Luís de Camões existente no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, tem grande probabilidade de não conter os restos mortais do poeta, afirmou um especialista em estudos camonianos.»


Ler no DN

AVEIRO: Casa Sacerdotal


Casa Sacerdotal (foto Ana Paula Sarabando)



«Sei que este projecto, que é de todos e para todos, se fez caminho de comunhão e de unidade no Presbitério e na Diocese. Assim, depressa esta iniciativa se tornou um belo sinal de amor de Deus pelo seu povo e uma serena certeza de bênção para os sacerdotes. 
Esta é agora a hora de começar. O projecto está elaborado e aprovado, nas suas mais diversas vertentes, cumprindo as exigências legais, acolhendo as normas das várias instâncias e obedecendo a todos os requisitos, inclusivamente para que no futuro se possa diligenciar no sentido de celebração de acordos sociais de cooperação. Construído em propriedade do Seminário de Santa Joana Princesa, será o Seminário o Dono de Obra e ao Seminário pertencerá o novo edifício construído, assim como a sua direcção e orientação no futuro.» 

António Francisco dos Santos,
Bispo de Aveiro


Ler Nota Pastoral aqui

Aveiro na História



«Oxalá que estas despretensiosas páginas, agora [maio de 1997] revistas, corrigidas e ampliadas, sirvam para ajudar os homens e as mulheres de Aveiro a serem mais aveirenses, no carinho pela sua terra, no amor pela sua tradição, no respeito pelos seus antepassados, no interesse pelo seu progresso, no rumo pela sua liberdade. Estou convencido de que, para não se perder a identidade própria, não é possível construir-se o futuro sem se ir às raízes do passado.» 

João Gonçalves Gaspar, 
em “Explicação”, a abrir o seu trabalho

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Arquivo Secreto do Vaticano abre uma nova janela



Descobrimentos: 
Trilogia revela arquivo secreto do Vaticano

 Maria João Costa

Abre-se uma nova janela sobre o arquivo secreto do Vaticano, com o lançamento, para breve, em Portugal, de três livros que revelam o que está guardado sobre os Descobrimentos portugueses naquele arquivo. A recolha foi feita por duas dezenas de investigadores, ao longo de vários anos. São mais de três mil páginas, em três volumes, que reflectem 15 anos de trabalho de 20 investigadores que mergulharam no arquivo secreto do Vaticano. O fundo da Nunciatura de Lisboa foi alvo de pesquisa. “É um arquivo como outro qualquer, de qualquer Estado, que vai guardando a documentação de carácter administrativo referente à governação de um determinado Estado”, explica o coordenador da investigação, José Eduardo Franco. O investigador acrescenta que, “neste caso, trata-se do Vaticano e da Igreja e as implicações que a governação da Igreja tem”.
O olhar dos investigadores recaiu sobre milhares de documentos em diversas línguas, que falam sobre a construção da Igreja no tempo dos Descobrimentos. “Esta obra veio revelar o mundo extraordinário que, entretanto, se abria aos olhos europeus pelas navegações portuguesas e que permitiu, também, desenvolver de uma forma exponencial o ideário de universalização do cristianismo, através da construção da Igreja ultramarina, extra-europeia”, sublinhou José Eduardo Franco. Mas, além de “todas as dificuldades”, esta obra mostra também “os sucessos, os avanços, os progressos desse mesmo processo de construção [da Igreja extra europeia]”. A obra, editada pela Esfera do Caos, teve a colaboração das universidades de Lisboa e Católica.

"Poesia, saudade da prosa": Uma antologia pessoal de Manuel António Pina

Manuel António Pina


A um jovem poeta

Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser

que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças

como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.

Talvez possas então
escrever sem porquê.
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê.

Manuel António Pina

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Cedências ao supérfluo são provocadoras e escandalosas



Tiques de riquismo 
com a pobreza em pano de fundo

 António Marcelino

«Os tiques de riquismo são ofensivos, as cedências ao supérfluo são provocadoras e escandalosas. Todos são chamados, à medida de cada um, a entrar no processo da recuperação necessária e urgente do país. Não é trabalho apenas dos governantes. Pouco ou nada se conseguirá se cada um não se impuser a si próprio, atitudes de austeridade e gestos de partilha e a quem governa decisões certas e exemplo convincente. Urge que todos digamos, de modo consequente, que somos pessoas responsáveis e solidárias, irmãos e cidadãos com iguais direitos e deveres»

terça-feira, 7 de junho de 2011

Recordando um amigo com natural emoção

Flor do meu jardim para o José Carlos


Participei hoje, em Braga, no funeral de um amigo, que conheci desde tenra idade. José Carlos Chaves Fernandes, 45 anos, cardiologista, faleceu vítima de um acidente de viação. As causas do acidente estão por esclarecer. Casado com a Paula, com dois filhos, a Rita e o Francisco, foi um marido exemplar e pai amoroso, filho e irmão dedicado. Os seus pais, Nazaré Chaves e António Fernandes, e demais familiares, tal como os amigos de sempre, marcaram presença emocionada junto dos seus restos mortais, nas cerimónias religiosas e no momento da descida à terra do repouso final neste mundo. A sua alma, de homem generoso e sensível, está no seio de Deus.
Recordo-o com saudade, animado pela certeza de que ele continuará connosco, nos seus familiares e amigos, mas em especial nos seus filhos, que ele tanto amava. Animado, ainda, pela convicção de que o seu exemplo de amor acrisolado à família e de espontânea amizade fraterna para com os amigos hão de permanecer connosco.
Como poderei esquecer a sua natural alegria de viver, inúmeras vezes manifestada junto dos que o rodeavam? Como poderei olvidar o sentido profissional de proximidade com os seus doentes, que o levava a uma atualização permanente para mais e melhor ajudar quem sofre? Como poderei permitir que da minha memória fujam os cuidados que o José Carlos tinha em saber do meu estado de saúde, em momentos menos bons?
Recuando no tempo, estou a vê-lo a brincar com os meus filhos, a estudar com gosto pelo saber, a singrar na carreira profissional que escolheu, a especializar-se em cardiologia, área que abraçou com paixão.
Há poucas semanas, em Braga, tivemos, com minha esposa e um filho, sem o podermos imaginar, o último encontro. Lanche em casa dos seus pais e jantar em sua casa, com toda a família a trabalhar na cozinha. Foi muito bonito e muito saboroso. Jamais esquecerei esse como outros momentos semelhantes, de abertura à manutenção da amizade de décadas, de convívio franco e amigo, de recordações de vivências que perduram no tempo. Paz à sua alma.

Fernando Martins