domingo, 15 de setembro de 2013

Duas guerras

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO de hoje


1. A significação das palavras depende, em muito, do seu uso. Por método deveria fazer aqui uma sinopse das significações da palavra religião e religiões, mas é algo pouco apropriado para uma crónica. Espero que se entenda que os maiores inimigos da verdadeira religião - isto é, da intensa relação com a transcendência de Deus e dos outros - são sempre os considerados "mais religiosos", os mais fanáticos, os que chamam Deus em seu auxílio para fazer o mal, sacralizando os interesses mais perversos. O Antigo Testamento está cheio dessas narrativas arrepiantes. Não vale a pena tentar justificá-las pelo seu contexto histórico e cultural. Também não há contexto histórico, cultural, religioso, que possa legitimar as guerras religiosas da cristandade. O muro levantado entre judeus e palestinos não me parece o melhor templo para as orações de um e de outro lado. Em certas expressões islâmicas do nosso tempo, a tradição da "guerra religiosa" atingiu o delírio. Depois, para a combater retorna-se ao fundamentalismo político-religioso de alguns mundos ocidentais. Parece-me que o "Deus dos exércitos" já tem tropa a mais. Há textos bíblicos que são profundamente reveladores daquilo que, em nome da religião, se pode fazer de pior: colocar na boca de Deus o ódio que nasce da nossa desumanidade. A própria cruz de Cristo nem sempre foi a vacina contra a loucura.

Frei Bento Domingues


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sábado, 14 de setembro de 2013

Poesia para este tempo

Manuel Alegre




Estradas Ermas Junto ao Mar


Pouco a pouco eles partiram
sonhavam outros mundos dentro
deste mundo. Levaram suas palavras
carregadas de bandeiras a esvoaçar
ao vento. Levaram o próprio vento
que por vezes trazia
as guitarras secretas da líricas ilusões.
E as tardes de Verão e o cheiro do jasmim
e as raparigas debruçadas das janelas
e as estrelas ardentes que deixavam
pelas estradas ermas junto ao mar.
Levaram o próprio mar que estava dentro
dos íntimos caminhos nunca desbravados.
Levaram os livros que narravam
as cidades futuras. Levaram
as próprias cidades e a abstracção
de suas casas e suas ruas
onde se juntavam todos e ninguém.


Levaram as manhãs anunciadas  
e o amor de uma noite de um só
Verão. Levaram o próprio amor
levaram a noite e o Verão
as teorias e os teoremas
as gramáticas viradas do avesso
as praças os poemas
e sobretudo aquele verso
onde os povos passavam a cantar.

Pouco a pouco partiram. E só deixaram
estradas ermas junto ao mar.


Manuel Alegre

Nota: Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

O pobre não pode ser humilhado

O que pensa Francisco sobre o dinheiro (6)


"É necessário traçar caminhos de promoção e de integração na comunidade. O pobre não tem de ser um eterno marginalizado. Aquilo que degrada o pobre é não ter o óleo que o unge de dignidade: o trabalho. O grande perigo - ou a grande tentação - na assistência aos pobres reside em cair no paternalismo protector que, em última instância, não os deixa crescer."

Papa Francisco 



ALEGRAI-VOS COMIGO!

Georgino Rocha





«A relação de confiança é fundamental ao ser humano e à convivência em sociedade. Destruí-la é lesar o vínculo que nos humaniza e abre ao transcendente, a Deus.
Como é urgente recuperar esta componente da nossa humanidade! Em todos os âmbitos, sobretudo nos espaços educativos e religiosos, nas instâncias que têm como missão servir o bem comum.»


Georgino Rocha

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Vícios - Pecados - Guerra

"Todos os vícios de todas as idades e de todos os países do mundo reunidos juntos, nunca seriam iguais aos pecados que provoca uma só campanha de guerra"

Voltaire (pseudónimo de François-Marie Arouet, 1694 – 1778)




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Ainda o S. Paio da Torreira






«Durante» o S. Paio - 2013

Como escrevinhei o «antes» do S. Paio, há quem espere pelo «durante». Ei-lo, aí vai ele, antes que seja tarde e se perca a emoção.
Um grupo de amantes da ria organizou-se e foi no moliceiro PARDILHOENSE, com a mira do S. Paio – a maior das romarias lagunares setembrinas de fim de Verão. Objectivo – assistir à regata de bateiras à vela e à corrida dos chinchorros – programa imperdível! Acompanhar as embarcações, apreciá-las, sorvê-las, admirá-las e divulgá-las.

Mas o tempo promete, não promete?

De Ana Maria Lopes, no Marintimidades



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Mistério de um livro Desconhecido





"O Papa Francisco é um profeta que surgiu na Igreja e na sociedade. Não inventa nada. Fiel à mensagem evangélica, dá vida ao que crê e propõe. Os seus gestos são os de Cristo, para uma Igreja que lhe quer ser fiel. Servem também de sinal para uma sociedade descentrada do essencial. Ele mostra, de modo atual e ao vivo, o fundamental esquecido, minimizado, trocado por gostos do tempo, alheios à reflexão e às exigências do bem. Há mais gente a alegrar-se com as suas vaidades do que com a verdade que liberta. Assim na sociedade. Também, na Igreja, no meio do fumo do incenso, se pode esconder o essencial da mensagem, caminho certo na procura do bem. O que provoca o confronto incómodo nas ideias e opções, bem como a vontade de reagir, é o que na vida é essencial. Não é o banal ou o efémero. Pelo essencial reclamam os que querem ser fiéis à verdade e experimentam, cada dia, o vazio e sem horizontes de uma sociedade amorfa."

António Marcelino

11 de setembro 2013


Hoje, até as temperaturas cálidas de um verão terminal, trazem à mente, com uma agudeza sobrenatural, as más memórias associadas a esta data.
Relatavam os mass media em todos os recantos do mundo civilizado, nesse dia 11 de Setembro de 2001, que pouco antes das 9h00 o mundo acordava para o primeiro embate. O primeiro de quatro aviões sequestrados pela Al-Qaeda, no espaço aéreo dos Estados Unidos, irrompia no Worl Trade Center.
O mundo, literalmente parou, defronte dos aparelhos de televisão, que duma forma cruel mas realista iam registando, a par e passo, a devastação perpetrada contra o símbolo do poder americano, The Twin Towers.
A forma como os Estados Unidos têm assinalado o 11 de setembro tem levantado polémica e, ao longo dos anos, foram sendo eliminados os discursos políticos.
Este ano, o presidente da câmara pediu ajuda aos novaiorquinos e acabou por receber cerca de 4500 sugestões para assinar este 12.º aniversário dos ataques. 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Senhora dos Navegantes

Festa na Ria, dia 15, domingo



No próximo domingo, 15 de setembro, a Ria de Aveiro vai viver mais uma festa, desta feita em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, venerada no Forte da Barra, Gafanha da Nazaré. Depois da procissão pela laguna, com andores, irmandades, música, barcos para todos os gostos, de formas, tamanhos e decorações variadas, também com alguns foguetes, que sem eles não haverá verdadeiramente festa, será celebrada a eucaristia, com acompanhamento coral protagonizado pelos rancho e grupos convidados. São eles, para além do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, que é também o organizador dos festejos, em sintonia com a paróquia e com a colaboração de diversas entidades, públicas e privadas, o Rancho Folclórico do Rio Novo do Príncipe e o Grupo de Danças e Cantares de Cortegaça.
A procissão sai da igreja da Cale da Vila, pelas 14 horas, até ao cais número três do Porto de Pesca Longínqua, começando o desfile pela laguna meia hora depois. Nele se incorporarão as irmandades, andores com as respetivas imagens, onde pontifica a Senhora dos Navegantes, a Filarmónica Gafanhense, os grupos convidados, bem como pessoas devidamente autorizadas que ocuparão lugares nas embarcações que lhes estão destinadas. Nos barcos particulares, a responsabilidade pelo transporte dos seus passageiros pertence aos proprietários dos mesmos.
Durante o percurso, há uma paragem em S. Jacinto, cuja população, ligada profundamente à ria, gosta de saudar, com alegria e devoção, a Senhora dos Navegantes.
O Festival de Folclore terá início às 18.30 horas.

Viver Deus na alegria da família

DIA DA FAMÍLIA - 11 DE SETEMBRO





"Dar tempo à família permite e favorece que cada um, segundo a sua idade e condição, participe no mundo e nos sonhos dos outros, para que filhos e netos, pais e avós aprendam uns com os outros e saboreiem a alegria e a sabedoria de viver em família.
Depois das férias e no início de mais um ano, este convite a viver o Dia da Família e a fazer de cada família um lar de amor abençoado e feliz oferece uma oportunidade única para recentrar a família no essencial. A família deve ser berço e primeira escola, casa e igreja doméstica para que cada um dos seus membros aí encontre a bênção e o perdão, a força para caminhar e o porto de abrigo nas horas de provação, a apreciação mútua e o incentivo para abrir novos horizontes ao futuro.
Neste Dia da Família procuremos sentir a alegria das famílias da Diocese, das comunidades cristãs e dos movimentos apostólicos particularmente vocacionados para a pastoral familiar."

Ver mais aqui

Nota: Foto do Google

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O Marnoto Gafanhão — 7

Um texto póstumo de Ângelo Ribau

A safra terminou




A safra já ia comprida e alguns moços começavam a reclamar. É que eles eram “ajustados” por safra e não havia outro prazo de prestação de serviço. Enquanto as marinhas fizessem sal, eles tinham de cumprir! Por isso quando a safra era comprida, alguns anos havia marinhas que apareciam “alagadas”. Era fácil, bastava alguns moços juntarem-se durante a noite, abrirem as bombas de tubo, deixarem-nas abertas e quando na manhã seguinte chegassem às marinhas, encontravam-nas cheias de água da ria… e então não havia mais nada a fazer. Com o verão a terminar, as temperaturas a baixar, era o fim.
E assim sucedeu. Chegados à marinha no dia seguinte, foi retirado o sal que se encontrava aproveitável, dos tabuleiros para os montes. Começaram a limpar a marinha, que se encontrava muito suja e de difícil limpeza. Pela tarde começaram de novo as nuvens de trovoada a aparecer do lado da serra.
  Toca a arrumar as alfaias e vamos embora que isto não está nada bom! Se amanhã continuar a trovoada acaba-se com a marinha…  diz o marnoto desgostoso!
No dia seguinte voltaram as trovoadas e o marnoto, depois de consultar os seus vizinhos da “corte”, resolveram terminar com a safra. Agora era só achegar as “mancheias” (pequenos montes de sal), cobri-las e estava terminada a safra. Os moços mostravam-se satisfeitos. Finalmente iriam receber o que tinham contratado e tentar arranjar trabalho noutro sítio.

(Continua...)

Nota: Hoje mais curto, para se iniciar novo capítulo na próxima semana.


Alunos da Fundação Prior Sardo apresentam fotografias

Centro Cultural de Ílhavo





No dia 9, pelas 21.30h, no Centro Cultural de Ílhavo, foi inaugurada a III Exposição anual de fotografia dos alunos da Universidade Sénior da Fundação Prior Sardo. Esta mostra está inserida na Semana da Maioridade/2013, organizada pela Câmara Municipal de Ílhavo.
Os trabalhos agora expostos já estiveram no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, Galeria Perlimpimpim na Vagueira e no Hotel da Pateira de Fermentelos, no encerramento da época 2012/13. Merecem, sem dúvida, ser apreciados, ou não fossem eles da autoria da nossa gente.... 

Aniversário da Biblioteca de Ílhavo




Ler mais informações aqui

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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Dia de Férias - Vagos e Praia de Mira

Senhora de Vagos
Dia de férias, isto é, sem preocupações de maior, ou fugindo delas por uns momentos, que não é fácil ignorar o que se passa à nossa volta. Eu e a minha Lita lá fomos por aí, sem pressas, por estradas raramente andadas, entre pinheiros e casarios, com mar à vista. E a primeira paragem foi no Santuário da Senhora de Vagos, das minhas ancestrais raízes, que as da Lita estão fixadas em Pardilhó e, provavelmente, em Válega, dúvida que haveremos de investigar, para bem da verdade.
Encomendámos a  família à Senhora de Vagos, que sei estar atenta às nossas inquietações humanas, como mãe zelosa que é.
Olhámos para Vagos como quem perscruta rostos e sentimentos de gentes que me deram o ser gafanhão. Percorremos aldeias, apreciámos a evolução das terras vaguenses, com comércio e indústria, casario, agricultura e ares despoluídos...  uma demonstração de desenvolvimento sustentado. Outros dirão que não é assim, mas foi assim que eu vi a terra dos meus avoengos. Também tentámos encontrar um amigo, mas não foi possível. Ficará para uma próxima visita.

Saltámos para Mira, 
como estava previsto... 
O dia estava agradável e as pernas portaram-se bem. 


domingo, 8 de setembro de 2013

“Gafanha da Nazaré: Memória Histórico-Antropológica”

Lançamento de um livro de Júlio Cirino

Júlio Cirino na hora dos autógrafos

Participei, na sexta-feira, 6 de agosto, na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, no lançamento do mais recente livro do Júlio Cirino — “Gafanha da Nazaré: Memória Histórico-Antropológica”. A sessão decorreu na biblioteca, com a presença de cerca de 250 pessoas, interessadas decerto em conhecer retalhos significativos da vida dos nossos antepassados, contados com realismo e verdade, depois de oito anos de intensas e profícuas pesquisas, conversas, leituras e muitos encontros com gente que tinha e tem algo para contar.
A sessão foi animada pelo grupo Portas d’Água e pelos corais da Associação do Porto de Aveiro e da Escola Secundária, que é também a sede do Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré. Grupo e corais de que o Júlio é membro ativo, o que define a sua capacidade de trabalho e de envolvimento cultural, para além das competências desportivas e outras que possui. Houve ainda leituras de algumas passagens do livro, bem como uma intervenção minha, sobre a qual terei a oportunidade de escrever, mais desenvolvidamente, num futuro próximo.

A Educação e a Vida

"A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida"

Séneca (-4/65), filósofo e escritor da Roma Antiga

No PÚBLICO de hoje

Nota: Infelizmente, não é preciso grande esforço para compreender como esta verdade, tão simples, tem sido ignorada por tantos ao longo dos séculos.

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Paz na Síria e no mundo

Papa Francisco pede perdão, diálogo e reconciliação na vigília de oração pela paz na Síria e no mundo







"O papa Francisco pediu o perdão, o diálogo e a reconciliação durante a intervenção que proferiu na vigília de oração pela paz na Síria e no mundo, que decorre no Vaticano este sábado, até à meia-noite.

«Quando o homem pensa apenas em si próprio, nos próprios interesses e se põe no centro, quando se deixa fascinar pelos ídolos do domínio e do poder, quando se coloca no lugar de Deus, então rompe todas as relações, destrói tudo, e abre a porta à violência, à indiferença ao conflito», vincou.

Perante milhares de pessoas presentes na Praça de S. Pedro, o papa afirmou que quando o homem «destrói a harmonia com a criação», «o irmão a proteger e a amar torna-se o adversário a combater, a suprimir».

«Em toda a violência e em todas as guerras, fazemos renascer Caim. Todos nós! E ainda hoje continuamos esta história de confronto entre irmãos, ainda hoje levantamos a mão contra quem é nosso irmão», apontou Francisco, referindo-se ao primeiro livro da Bíblia, o Génesis, que narra o homicídio de Abel por parte de Caim."

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sábado, 7 de setembro de 2013

Humanizar a Sociedade



"Humanizar a Sociedade" é o título do mais recente livro do Padre Georgino Rocha, prestes a chegar às livrarias. Neste trabalho, o autor diz que humanizar a sociedade é responsabilidade de todos, apresentando, nessa perspetiva, ensaios, propostas e testemunhos, tendo em conta os mais vulneráveis.
Atrevo-me a adiantar que Georgino Rocha vai provar à saciedade que, sem o envolvimento concreto de todos, não será fácil construir uma sociedade mais justa e mais fraterna, numa perspetiva da Doutrina Social da Igreja.



Francisco: 4. sobre temas em debate

«Quanto à mulher na Igreja, "pensem: a Virgem é mais importante do que os apóstolos", "a mulher na Igreja é mais importante do que os bispos e os padres", "é necessária uma profunda teologia da mulher". Mas, "quanto à ordenação das mulheres, a Igreja falou e diz não. Disse-o João Paulo II, com uma formulação definitiva. Essa porta está fechada".»

Anselmo Borges

Quanto à comunhão das pessoas que voltaram a casar-se, é preciso pensar que a Igreja é mãe e misericórdia e "creio que o problema deve ser estudado no quadro da pastoral matrimonial." Não esquecer que a Igreja ortodoxa tem uma práxis diferente, "dá uma segunda possibilidade."
Sobre a lei do celibato dos padres, sobre a ordenação das mulheres, sobre a comunhão dos divorciados recasados, sobre o preservativo, sobre o casamento homossexual, sobre o aborto, sobre a eutanásia, o que pensa o Papa Francisco?
"O problema moral do aborto é de natureza pré-religiosa, porque no momento da concepção reside o código genético da pessoa. Já ali se encontra um ser humano. Separo o tema do aborto de qualquer concepção religiosa. É um problema científico." "A vida humana deve ser defendida sempre desde a concepção."
Quanto ao preservativo, não ignorará que Bento XVI já abrira a porta, pelo menos em certos casos.
Sobre o celibato sabe por experiência própria. Quando era seminarista, ficou deslumbrado por uma rapariga. "Surpreendeu-me a sua beleza, a sua luz intelectual... e, bom, andei baralhado durante algum tempo, a dar voltas à cabeça." Ainda era livre, porque era seminarista. Teve de repensar a sua escolha.
"Voltei a escolher o caminho religioso - ou a deixar que ele me escolhesse. Seria estranho que não se passasse este tipo de coisas." Quando aparece um padre a dizer que engravidou uma mulher, "ouço-o, procuro transmitir-lhe paz e aos poucos faço-o perceber que o direito natural é anterior ao seu direito como padre". No catolicismo ocidental (no Oriente, os padres podem casar-se), "o tema está a ser discutido", mas "por enquanto mantém-se firme a disciplina do celibato". "Trata-se de uma questão de disciplina, não de fé. É possível mudar."
Quanto à mulher na Igreja, "pensem: a Virgem é mais importante do que os apóstolos", "a mulher na Igreja é mais importante do que os bispos e os padres", "é necessária uma profunda teologia da mulher". Mas, "quanto à ordenação das mulheres, a Igreja falou e diz não. Disse-o João Paulo II, com uma formulação definitiva. Essa porta está fechada".
Quanto à comunhão das pessoas que voltaram a casar-se, é preciso pensar que a Igreja é mãe e misericórdia e "creio que o problema deve ser estudado no quadro da pastoral matrimonial." Não esquecer que a Igreja ortodoxa tem uma práxis diferente, "dá uma segunda possibilidade.
Sobre o lobby gay no Vaticano. "Quando nos encontramos com uma pessoa assim, deve-se distinguir entre o facto de ser gay e o facto de fazer lobby, porque nenhum lobby é bom. Se uma pessoa é gay e procura o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?" O Catecismo da Igreja Católica "explica isto de forma muito boa: não se deve marginalizar estas pessoas. É preciso integrá-las na sociedade. O problema não é ter esta tendência. Devemos ser irmãos. O problema é fazer lobby. Lobby desta tendência ou lobby dos avaros, dos políticos, dos maçons".
Ainda cardeal, sobre o casamento homossexual. "Sabemos que, em tempos de mudanças históricas, o fenómeno da homossexualidade aumentava. No entanto, no nosso tempo, é a primeira vez que se levanta o problema jurídico de a associar ao casamento, o que considero uma menos valia e um recuo antropológico. Digo-o, porque esta questão ultrapassa o plano religioso, é antropológica. Quando o chefe do Governo da cidade de Buenos Aires, Mauricio Macri, não apelou da sentença de uma juíza de primeira instância autorizando o casamento, senti que tinha algo a dizer, e, como forma de orientação, senti-me obrigado a manifestar a minha opinião. Foi a primeira vez em 18 anos de bispo que fiz uma crítica a um funcionário. Em momento algum falei depreciativamente dos homossexuais, mas intervim apontando uma questão legal." "Se houver uma união de tipo privado, não há um terceiro ou uma sociedade que sejam afectados. Ora, se dermos à homossexualidade a categoria matrimonial, os homossexuais ficam habilitados à adopção, e poderá haver crianças afectadas. Qualquer pessoa precisa de um pai masculino e de uma mãe feminina que ajudem a representar a sua identidade."
Quanto à eutanásia, é preciso distingui-la da obstinação terapêutica. "As pessoas não são obrigadas a conservar a vida através de cuidados extraordinários. Isso pode ir contra a dignidade do indivíduo. Diferente é a eutanásia activa; esta é equivalente a matar."


Anselmo Borges

O que move o mundo

"O que move o mundo não são os braços fortes dos heróis, mas sim a quantidade dos pequenos empurrões de cada trabalhador honrado"

Helen Keller

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Só em liberdade se pode ser cristão





«Tomar a decisão certa exige tempo de reflexão, prudência, sabedoria, recursos, determinação. A atitude do homem que pretende fazer uma construção ou do rei que quer empreender uma guerra ilustra o ensinamento de Jesus sobre as condições prévias à opção de quem se propõe ser seu discípulo.»

Georgino Rocha

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Maria João Cravo e Jorge Cardoso apostam no artesanato

Escritos, conversas e reportagens à volta do Festival do Bacalhau, que decorreu entre 14 e 18 de agosto, no Jardim Oudinot, deram prioridade ao “fiel amigo” e a pratos das muitas maneiras de o confecionar, bem como aos petiscos dos chamados derivados, nomeadamente, bolinhos, pataniscas, feijoada de samos, línguas e carinhas fritas. Também se falou muito dos concertos que bateram recordes de assistências e de outras festas associadas. Pouco, a meu ver, dos artesãos que se apresentaram em bom número, cada um com as suas artes e ofícios, onde predominam, em diversos casos, o ineditismo e o espírito criativo.
Na impossibilidade de nos referirmos a todos, que todos bem o mereciam, optámos aleatoriamente por dois jovens entusiastas e profissionalizados. São eles Maria João Cravo e Jorge Cardoso.

Texto e fotos de Fernando Martins

Ambos começaram de forma espontânea e muito cedo. A Maria João sempre gostou de trabalhos artesanais e um dia, em férias, apeteceu-lhe fazer um colar. Foi à retrosaria e comprou o que julgou preciso. «Gostei tanto que repeti e resolvi mostrar… a partir daí, as coisas foram crescendo.» Do colar saltou para artes com tecido e corda. Posteriormente, entusiasmou-se pela cerâmica, tendo recebido formação na ACAV — Associação Arte e Cultura de Aveiro. «Mais a sério, dedico-me à bijutaria desde 2005», disse.
O Jorge iniciou esta atividade, que virou prazer, há 15 anos, por brincadeira, com a arte de marinharia, «para oferecer aos familiares e amigos, na expetativa de poupar dinheiro nas prendas de natal». E nunca mais parou. Dos nós passou ao restauro, às miniaturas e aos trabalhos com conchas, fixando-se, presentemente, entre outras artes, na “Amendoimlândia”
«Desde que tive contacto com o artesanato, fui-me apaixonando, e hoje não é só um sustento mas também um grande vício», sintetiza.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Hum segundo dia de creação

30 de setembro de 1808


Luiz Gomes de Carvalho 
escreve uma carta ao futuro rei D. João VI

D. João VI


«Senhor

Tenho a honra de partecipar a V. A. R. o feliz exito da Commissão da Abertura da Barra de Aveiro, que V.A.R. foi servido confiar-me, honrando-me tanto nesta escolha, q.to a questão era diffícil, e até na opinião geral impossivel.
O dia trez de Abril deste prezente anno foi o venturoso dia d’Abertura da Nova Barra de Aveiro; elle foi, em certo modo, hum segundo dia de creação em que se operou, como por hum prodigio hua conveniente e necessaria separação das agoas, e dos terrenos, que estavão na mais fatal confuzão; e este Grande Beneficio, que V.A.R. preparava a estes Povos, desde muito tempo, fez despertar, como eu fui testemunha, a saudade constante que os Povos mais interessados nesta Obra consagravão ao Seu Legitimo Auzente Soberano quando gemia debaixo da escravidão e tyrania de que o Ceo, auxiliando os nossos proprios exforsos, e os dos nossos amigos, acaba de resgatar-nos.

S. Paio aí está

O «antes» do S. Paio - 2013



«Cumprindo uma ancestral tradição, a partir de amanhã e até ao próximo domingo, dia 8, a praia da Torreira, no concelho da Murtosa, volta a encher-se de gente vinda dos mais variados pontos do País, em maré de celebração, para a romaria do S. Paio, indiscutivelmente, a mais concorrida, popular e afamada da região.
A influência da festa é de tal ordem que ali o calendário é marcado em função da romaria e então é comum ouvir dizer-se que determinado assunto fica para “antes ou depois do S. Paio” – refere o Diário de Aveiro de hoje, 3.9. 2013.»

Nota: Quem não puder ir à romaria do S. Paio da Torreira, pode muito bem seguir quem está bem informada sobre esta festa enraizada na alma das gentes lagunares. Por isso, sugiro que os meus leitores estejam atentos ao que sobre a romaria escreveu e, provavelmente, vai escrever Ana Maria Lopes, no seu Marintimidades.

Papa pede oração e jejum pela paz na Síria


Incoerência gera indiferença


António Marcelino


«O que de mais grave se passa hoje em comunidades amorfas e a desertificar, é a incoerência de muitos, sempre contrária às exigências evangélicas e à verdade que a fé não dispensa. A incoerência gera indiferença perante o essencial e o importante, e esta tornou-se a maior calamidade, social e religiosa, da atualidade. O indiferente, nem procura, nem acolhe. Cheio de si, dispensa Deus e os outros e nem se preocupa em perceber os sinais da sua presença. Para o indiferente só ele próprio conta. 
Vemos, entretanto, gente dita religiosamente indiferente, atenta às palavras e gestos do papa Francisco. Isto quererá dizer que quando se toca o coração e se expressa verdade e coerência, a indiferença entra em solavancos. Quererá dizer ainda que um estado de total indiferença não é coisa normal numa pessoa séria e equilibrada.»

António Marcelino

terça-feira, 3 de setembro de 2013

“Gafanha da Nazaré: Memória Histórico-Antropológica”

Um livro de Júlio Cirino




No próximo dia 6, sexta-feira, pelas 21 horas, na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, vai ser apresentado um livro de Júlio Cirino, cujo título — “Gafanha da Nazaré: Memória Histórico-Antropológica” — não deixará de despertar vivo interesse, ou não fosse o nosso povo, das mais diversas proveniências, curioso pelo nascimento e desenvolvimento da nossa terra.
A sessão pública conta com um momento cultural, enriquecido pelo “Grupo Portas d’Água”, Coral da Escola Secundária da Gafanha da Nazaré e Coral da Associação do Porto de Aveiro. Haverá ainda leitura de alguns textos e a apresentação da obra ficará a meu cargo.
O mais recente livro de Júlio Cirino (escreveu outros sobre temáticas desportivas) aborda as mais variadas vertentes desta região que começou a ser habitada porventura no século XVII, apresentando uma “Visão Retrospectiva da Vida da Gafanha da Nazaré”. Passa depois por “Espectáculos e Divertimentos”, “Traquinices da Infância e Adolescência” e  culmina com um capítulo sobre “Chás e Mezinhas de outros tempos”.
Pelo que já li, confirmo que se trata de um trabalho que sintetiza oito anos de pesquisas, conversas, encontros, debates e registos dignos de nota, justificando, por isso, o relevo que lhe é devido.
No prefácio, Dinis Ramos salienta, referindo-se ao autor, que sempre foram «companheiros do quotidiano, almocreves da mesma estrada da infância e juventude, até aos dezassete anos, altura em que por imperativos pré-profissionais» se afastaram. Mas logo acrescenta que nos últimos anos fizeram questão de «ir pondo a conversa em dia». 
Dinis Ramos adianta, noutro passo do Prefácio: «Dotado de memória invulgar, o Júlio lá vai desfilando todo um rosário de aventuras da nossa juventude, com pormenores que já havíamos esquecido por insignificantes, ou porque o passar dos anos se encarregou de os arrecadar no sótão do nosso conhecimento…»
Os amantes das nossas tradições, os apaixonados pela história de nossa terra e suas gentes, os que aceitam, como mola-real da vida, a importância do passado nos alicerces do presente e do futuro, decerto marcarão presença na apresentação do livro “Gafanha da Nazaré: Memória Histórico-Antropológica”. 

Fernando Martins

O Marnoto Gafanhão — 6

Um texto póstumo de Ângelo Ribau


“Valha-nos Deus, que já não será sem tempo”


“Valha-nos Deus, que já não será sem tempo”, pensava eu, “ao menos aquelas temperaturas tórridas, a que não faltava sequer a falta de vento irão acabar. Oxalá o meu pai também acerte desta vez!”
Assim foi. Passados que foram cerca de dois dias, logo se notou pela manhã a temperatura a refrescar. O dia já foi menos quente e pela tarde, ao regressarmos a casa, chegados à “boca” do Esteiro dos Frades, foi dada ordem de içar a vela, que puxada pela “ustaga” se fez chegar ao cimo do mastro. Orientada pela escota de acordo com a direção do vento, lá ia a bateira em direção ao seu ancoradouro, junto à seca do Egas. O marnoto, sentado no “cagarete”, governava a bateira e ia orientando a vela, puxando ou largando a escota, que era presa na borda de sotavento. Com vento fresco a viagem era rápida e o esforço praticamente nulo. Era só içar a vela e arreá-la ao chegar ao ancoradouro.
Com a falta de temperaturas muito elevadas a produção de sal ia lentamente baixando. Mas, mesmo assim, trabalho nunca faltava. Os tabuleiros onde o sal escorria, para depois ser transportado para o monte, os “machos” por onde passávamos com as canastras cheias de sal, não eram mais lama dura. O sal tinha-se entranhado na lama e aqueles locais eram autênticas máquinas de lixar as solas dos pés. Só quem andou naquela vida pode fazer uma ideia correta dos sacrifícios que o pessoal das marinhas passava.

sábado, 31 de agosto de 2013

Uma manhã na Praia da Barra



Os meus amigos e leitores já devem ter percebido que não sou um gafanhão que aprecie pisar as areias das praias. Mete-me impressão, pronto! Porquê? Não sei. Mas gosto de passear pelos acessos empedrados, de respirar o ar iodado, de sentir o sol forte no corpo, de ver as pessoas que correm, saltam e mergulham. Na Praia da Barra montaram um biblioteca, no afã de dar prazer aos leitores. Não vi por ali ninguém a ler a sério. O pessoal queda-se mais numas revistas ligeiras, daquelas que não dão muito que pensar. Também, quem é que se dá ao luxo de pensar muito numa praia? Mas não reprovo, antes aprovo, a possibilidade dada às pessoas que gozam com boas leituras.
Quem passa pela Praia da Barra, não resiste a fixar para a posteridade o nosso farol, o mais alto de Portugal e um dos mais altos da Europa. Com a moldura humana, mais apetite cresce por uma boa fotografia. Uma boa fotografia não estará muito nas minhas capacidades fotográficas, mas prezo-me de mostrar ao mundo, como posso e sei, imagens destas nossas terras e suas belezas.
Ontem, quando fui à Barra, a moldura humana estava bem composta. abrigos cheios para quem, como eu, detesta o vento, que por sinal não era forte, e muitos a enfrentar ondas mansinhas, que nem meninos davam por elas. O fim do mês de férias por excelência está a chegar ao fim, contradizendo os que, maníacos pelas notícias bombásticas, nos bombardearam com prenúncio de que o verão só o teríamos lá para outubro ou novembro. Esquecem-se de que, previsões com algum crédito, não duram mais do que 24 ou 48 horas. E o verão vai continuar conforme o calendário. O dia 23 de setembro, com dias iguais à noites, ditará o princípio do outono.

Deus respeita a cultura dos povos

O que pensa Francisco: 3. sobre as religiões


«Porque há várias religiões? "Deus faz-se sentir no coração de cada pessoa. Também respeita a cultura dos povos. Cada povo vai captando essa visão de Deus, tradu-la de acordo com a cultura que tem e vai elaborando, purificando, vai-lhe dando um sistema."»


Anselmo Borges


Uma sociedade desigual

Amigo, vem mais para cima

Família à mesa (imagem google)

«Estar à mesa e comer juntos tem um grande significado familiar, social e religioso: encontro amigo e fraterno, conversa e partilha de notícias e saberes, reforço de laços de proximidade, afirmação de estima mútua e de próxima ou igual categoria. Assim o entendiam todos os participantes. Por isso se observam mutuamente. Jesus não foge à regra.»

Georgino Rocha 


sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O drama dos fogos florestais



Em Portugal, os verões não são apenas épocas de lazer, praias, campo, descontração e preparação para um novo ano de trabalho. São, quase sempre, épocas de fogos florestais, que destroem tudo o que encontram à sua frente, sem dó nem piedade. As altas temperaturas, alimentadas pelo calor sufocante e pelos chãos de folhas ressequidas, qual pólvora à beira da explosão que tudo mata, não perdoam nada. Nem vegetação, nem casas, nem pessoas e seus bens, nem animais. Tudo fica em cinza. 
As mortes de bombeiros, os soldados da paz e apaixonados pela solidariedade fraterna, sem nada esperarem em troca, fazem-nos pensar nos dramas que os fogos provocam e na incapacidade das nossas sociedades para encontrarem soluções de prevenção que minimizem o sofrimento das populações e a destruição da nossa riqueza florestal.
Nesta hora de luto pelos bombeiros falecidos, pelos bombeiros que combatem até à exaustão, pelas pessoas que se veem de um momento para o outro sem nada, mas também de tanta gente que direta e indiretamente apoia os que sofrem, importa reclamar, com urgência, soluções mais eficazes para erradicar, ano após ano, esta calamidade nacional. Os Bombeiros precisam da nossa colaboração? Então não olhemos para o lado.

Fernando Martins


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Papa Francisco







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Torreira de passagem

Todos os anos, durante o período de férias, que para nós podemos dizer que são todos os dias, por enquanto, impomos a nós próprios uma visita à Torreira, praia de tantas boas memórias. Com os nossos filhos, por lá vivemos momentos inesquecíveis, com ponto de partida e de chegada em Pardilhó. Este ano, porém, ficámos um pouco desiludidos por não podermos apreciar o burburinho próprio dos bons dias de praia. O tempo até estava razoável, mas no areal escasseavam as barracas com veraneantes. Turistas também não vimos muitos.
Como positivo, apreciámos o Monte Branco, limpo, airoso, sereno. Num bar com esplanada voltada para a nossa ria saboreámos um bolo regional, bebemos uma água fresca e tomámos um café, tudo servido com esmerada atenção. E contemplámos o barco que deslizava ao sabor da brisa na mansa laguna. Pouca gente, é certo, mas deu para recordar momentos doutrora em que os nossos filhos chapinhavam na beira-ria na tentativa de aprender a dar as primeiras braçadas.
O almoço, num restaurante perto do mar e já nosso conhecido (Restaurante Avenida Praia), foi outro momento digno de registo, ou não fosse o robalo assado na brasa, com os competentes acompanhantes, uma delícia para o nosso palato. Dizem as regras que perto do mar não devemos pedir carne, porque peixe fresquíssimo a pular das redes para a cozinha só na borda d'água se encontra.
Depois ainda demos um salto à praia do Areínho, já no concelho de Ovar. Passagem rápida por Torrão do Lameiro, com as suas quintas, e aí está a praia, desta feita sem vivalma. Bar e restaurante quase às moscas, ambiente circundante abandonado... uma tristeza. Mas a vida é assim... Enquanto umas zonas de lazer se desenvolvem, atraindo multidões, outras morrem sem glória. Mas pode ser que a praia do Areinho volte ao que era. Assim os responsáveis saibam e queiram fazê-la reviver

O sonho da democracia



«Não falta quem aponte os outros para acusar e condenar, desviando, assim, a atenção de si próprio. Um dia, que pode não demorar muito, os acusadores dão em acusados e os juízes em réus. Nos tempos, ainda pouco longos da vida do país democrático, já assistimos a tudo isto: um dia gente válida e noutro dia pouco menos que canalhas…»

António Marcelino

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Martin Luther King

28 de Agosto de 2013


“I have a dream!”

Passam, hoje, 50 anos sobre o célebre discurso que Martin Luther King Jr proferiu sobre os direitos civis dos negros e pelo fim do racismo, nos Estados Unidos da América. Evoca-se este momento histórico na luta pela igualdade racial.
A 28 de agosto de 1963, tinha eu apenas treze anos de idade, Luther King discursava perante 250 mil ativistas no Memorial a Lincoln, em Washington, um acontecimento que serviu de bandeira na luta pela igualdade racial a nível mundial. O Nobel da Paz foi assassinado cinco anos mais tarde, no auge do combate pelos direitos civis da população negra, em 1968, tendo já eu, a memória do acontecimento.
Cinquenta anos depois, a efeméride é assinalada por um presidente negro, o que constitui um grande avanço na conquista da igualdade, mas o filho mais velho de Luther King diz que o sonho “ainda está por cumprir”, usando como referência o recente caso do homicídio do jovem Trayvon Martin.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O Fim é o princípio

Marcador com expressão


O Marnoto Gafanhão — 5

Um texto póstumo de Ângelo Ribau



Sal de "pedra" fina



Agora, por cerca de três meses, será sempre, todos os dias, uma repetição do que se fará a partir de depois de amanhã, terça-feira.

Hoje, segunda-feira, o tempo continua bom, com sol. A marinha “pegará macia”, o que quer dizer que o primeiro sal a ser colhido, será de “pedra” fina.
Logo que a moira aqueceu, o marnoto e o moço mais velho, pessoas experientes, pegam nos galhos e vão “bulir” (mexer a moira), misturando-a, para que toda aqueça ao mesmo tempo.
Quando o tempo se mantém sereno, sem vento, esta operação tem de ser repetida, à tarde, agora não para misturar a moira mas para quebrar as “peles” (uma camada finíssima de sal que se forma à superfície, quase como farinha, e que serve para temperar as saladas) que, por falta de vento, se acumularam à superfície. Autorizados pelo marnoto, os moços mais novos aproveitavam esse sal que depois vendiam a quem lho encomendava.
Passados dois dias, após a botadela, chegou a altura de começar a colher o resultado de tanto trabalho.
A marinha era dividida em três mãos (três partes, na vertical), o que quer dizer que só passados quatro dias a primeira-mão voltaria a ser rida.
Os meios eram quebrados (o sal era puxado com um galho dos lados dos meios para o centro dos mesmos —  para os vieiros) e daí, era rido (arrastado com a rasoila para o tabuleiro do sal onde ficava a escorrer). Quando todos os meios estavam ridos, puxava-se todo o sal para cima do tabuleiro que, ficando fora do contacto com a moira, escorria mais facilmente tornando-se mais leve, o que facilitava a dura tarefa de o transportar para cima da eira.

A “Novazinha das Canas” ia finalmente “estrelar” (pôr o primeiro sal em cima das eiras)… Os primeiros marnotos faziam-no com certa vaidade, pois era sinal de que tinham trabalhado bem na preparação da marinha… 
A redura (quantidade de sal colhido) neste dia era pequena. Mesmo assim, lá foi a primeira canastra de sal para cima da eira!
— Estrelámos! — Diz o Ti Marendeiro.
Merendeiro, o moço mais velho, teve a honra de carregar com a primeira canastra…
Enquanto púnhamos as canastras a secar, depois de lavadas no esteiro, olhamos em volta.
— Só as “Cortes de Baixo e a de Cima”, que são mais “valentes”, estrelaram antes de  nós! — Diz o Ti Marendeiro, mostrando satisfação.

Não tardariam oito dias que todas as marinhas estivessem “a sal”, e então a vista da Ria seria maravilhosa, com todos aqueles montículos. Um sonho, mas um sonho em que o Tónio nunca pensara colaborar como efetivo, só nas férias… Enfim, a vida tinha-lhe reservado destas surpresas. E não seria a única. 

Começou a época do sal, a mais difícil e trabalhosa das marinhas.
Era levantar cedo, pegar no cesto com o “tacho” - normalmente um tacho com “caldo” uma sopa consistente para o pequeno-almoço, e um mais pequeno com o “conduto”, que juntamente com um pedaço de broa serviria de almoço - preparado pela mãe, que para tal se tinha de levantar cerca das cinco horas da madrugada.
Chegados à casa do João Banca, era pegar na vela da bateira que aí ficava todas as noites, na jarra da água que todos os dias era cheia - era impossível esquecer a água no ambiente salgado onde se trabalhava. Um moço com a vela ao ombro, outro com a jarra, e íamos para a bateira. Chegados, cada um tomava o seu lugar. Dois, um a cada remo. O marnoto ao leme e os restantes sentados no bordo da bateira, abriam os cestos e comiam a primeira refeição (a mais consistente do dia).
— Vá, toca a comer depressa que os camaradas que vão ao remo “tamem” têm de comer antes de chegarmos à marinha, que hoje lá não falta trabalho!
Chegados, os cestos da comida eram pendurados em cruzetas existentes no intervalo, onde corria sempre água, o que evitava que a comida fosse atacada pelas formigas que abundavam nas marinhas de sal.

E começava a faina.
Ugalhos e rasoilas ao ombros e lá íamos nós para a “mão” onde era para colher o sal. Eram cinquenta meios que teriam de ser colhidos naquele dia. Cada um daria cerca de três canastras de sal.
O Tonio ia rendo e pensando: “Mais ou menos três canastras por meio, vezes cinquenta meios, dá cento e cinquenta canastras, a dividir por três (os moços que transportavam o sal para a eira), dá a cada um cinquenta canastras… cinquenta vezes do tabuleiro até à eira… em média cinquenta metros do tabuleiro à eira, metade carregado com cerca de sessenta quilos de sal, e no retorno com a canastra vazia...”
— Anda-me com essas mãos rapaz, senão adormeces! —  Grita lá de longe o marnoto.

Gota de água

"Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota."

Madre Teresa de Calcuta (1910-1997)


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Um livro da Fernanda Matias

"De mangas arregaçadas pela escada da vida"

No sábado, 24 de agosto, à noite, na Casa José Engling, junto ao Santuário de Schoenstatt, foi apresentado um livro de Fernanda Matias, conhecida gafanhoa que à sociedade se deu com entusiasmo, espalhando e criando imensas amizades. Daí os amigos, cerca de 200, de diversos quadrantes, que quiseram manifestar-lhe a sua simpatia, direi mesmo o seu carinho, tanto mais que ela foi, durante décadas, uma dedicada catequista, deixando em cada catequizando e nos seus familiares genes de ternura para toda a vida. 
Lurdes Matias, filha da autora, afirmou na abertura da sessão que o livro de sua mãe «não é nada de especial», mas não deixa de ser um seu irmão «que vai nascer hoje». E acrescentou: «Ao fim de 50 anos ter um irmão é uma festa.» Ainda frisou que para si é uma alegria grande saber que a sua mãe «tem muitos amigos».

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Luso de fugida...

Um passeio de fugida por ambientes conhecidos tem sempre os seus encantos. No sábado passámos pelo Luso, a terra da água cristalina do mesmo nome. Não interessa hoje contar a história da porventura mais importante riqueza do Luso, que isso está claramente no Google e ao alcance de toda a gente, mas importa referir neste meu espaço a visita de sábado, que não deixará de suscitar a curiosidade para outras leituras.
Penso que as termas e curas de água já não são o que eram antigamente. De qualquer forma, há sempre quem aposte nos benefícios das águas, normalmente acompanhadas do descanso num ambiente de serenidade e de ares puros que a serra e o arvoredo alimentam... Quem vai ao Luso e não prova a  água é como quem vai a Roma e não vê o Papa.
Aqui ficam registos da nossa passagem pelo Luso.



Panorâmica da Fonte de São João. Há gente que chega de garrafões vazios e parte de garrafões cheios. Num vaivém contínuo e sem ruídos. A paz, essa convida ao silêncio. Num dístico recomenda-se que os visitantes não levem para a fonte mais recipientes do que os que possam transportar de uma só vez. Não sei se é respeitada a norma... nem isso interessa por agora. É que eu já vi quem ocupe duas bicas ou mais para encher os seus garrafões. Mas há água para todos.



Chapéus há muitos, já dizia o Vasco Santana. A minha filha Aidinha provou este, que lhe ficava bem, para o meu gosto, mas achou que era muito largo. Serviu decerto para outras cabeças. Lá para aqueles lados, os clientes habituais devem ter cabeças um pouco maiores... Será? É que não havia chapéus mais pequenos. Paciência.


E a água... Quem há por aí que não goste de a saborear? A minha Lita e a Aidinha foram as primeiras a correr para a Fonte de São João. Toca a beber, que o leitão, na Mealhada, pedia água pura. Há quem opte por tinto ou branco ou por espumante de qualquer cor. Mas nós somos apaixonados por água pura, que lava o organismo. 




E depois fui eu, que também sou filho de Deus. Deus terá abençoado as águas do Luso, que há séculos matam a sede e a fome a muita gente. Fresca, límpida e saborosa (quem se atreve a dizer que a água de Luso é insípida?) ali está à disposição de toda a gente. Para já, de graça. Com graça... agora ainda é de graça, digo eu, quando quase tudo se paga.

Padre António Maria entre nós

Padre António (foto da CMI)

Padre António Maria cantou 
 e encantou na Gafanha da Nazaré


O Padre António Maria Borges cantou e encantou mais uma vez na Gafanha da Nazaré, a convite da Câmara Municipal de Ílhavo, na sexta-feira, 23, no Jardim 31 de Agosto, à noite. De certa forma, foi um concerto integrado nas Festas da Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, que habitualmente se realizam no último domingo de Agosto e este ano sem a componente profana.
Bem conhecido dos gafanhões e não só, o Padre António trabalhou na paróquia como coadjutor do prior Padre Miguel Lencastre, entre 1977 e 1981. Aliás, o Padre Miguel foi o responsável pela sua vinda para a paróquia.
O Padre António Maria brindou a numerosa assistência com canções que perduram na memória de quem o conheceu e com ele privou. Canções carregadas de mensagens de amor e paz, mas também da sua incondicional devoção a Nossa Senhora, a Mãe Admirável que sempre o acompanhou no seu sacerdócio e na sua vida artística.

Preço da cobardia

"Ora, esse Portugal vai dar mais que falar do que se imagina, devido ao facto das fusões de freguesias serem apenas uma realidade de papel que ainda não teve reflexos na realidade local. Mas, com as eleições autárquicas, isso vai-se alterar e o enorme potencial do conflito dessas fusões em muitas freguesias já se está a manifestar no processo eleitoral. Os decisores da fusão das freguesias, – uma medida destinada a enganar a troika para ocultar a não execução da fusão de concelhos, essa sim que vem no memorando – sabiam que se tomassem duas decisões lógicas, mas perigosas, antes das eleições isso iria causar certamente muitas perturbações no processo eleitoral. Essas decisões são duas: o nome e a sede da nova freguesia. E adiaram-nas por cobardia."

Li no Abrupto


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Na morte de António Borges

"Em Portugal, mas não só, a tradição é que, depois da morte, todos os protagonistas passam a ser bons e insubstituíveis. Não é, manifestamente, o caso de António Borges. Mas uma coisa é criticar as ideias, naturalmente discutíveis, do economista. Isso é próprio da democracia e da liberdade de opinião de cada um. Coisa diferente é celebrar a morte de alguém. A Internet foi, como já se disse, o veículo escolhido para todo o tipo de insultos e festejos. Até podemos aceitar que esta plataforma se torne uma espécie de mesa de café dos tempos modernos. A forma livre e desabrida como se fala na Internet é normal, é natural, faz parte da natureza humana. Coisa diferente é permitirmos que ela se transforme numa espécie de lixeira ou sarjeta da opinião. Isso não é tolerável nem saudável para a liberdade e para democracia."

Li no DN

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Dias cheios

Recanto no Luso

Os últimos dias foram muito cheios para a minha idade.Não tenho de que me queixar, porque não fugi a nenhuma exigência. Cansado, mas satisfeito. Tanto que nem coragem tive durante o domingo para publicar fosse o que fosse que implicasse esforço e capacidade reflexiva. Graças a Deus. 
Para além do normal numa casa com gente buliçosa, sendo que o neto de 28 meses nos dá água pela barba, de tão mexido que é, registei o concerto do Padre António Maria no Jardim 31 de Agosto, na sexta-feira, uma visita ao Luso e ao Bussaco, no sábado,  e o lançamento do livro da Fernanda Matias na Casa José Engling, também no sábado, para além de outras tarefas menos trabalhosas mas que requerem atenção, nomeadamente, leitura de jornais e revistas e umas tantas páginas de um livro que devia ter lido há anos, "Viver para contá-la", de Gabriel García Márquez. Apetece-me esbofetear-me por ainda o não ter lido.  De tudo direi algo durante os próximos dias, quando serenar um pouco mais.


domingo, 25 de agosto de 2013

Capitais Imperiais - Budapeste

6.ª feira, 23 de agosto


Donzília no barco
O fascínio do Danúbio  
ficará gravado na nossa memória


Tomámos o pequeno almoço no hotel, donde partimos às 10h locais.
Rumámos ao Bastião dos Pescadores e ao Parlamento. O bastião dos pescadores, no outeiro que se levanta na parte de Buda, sobre o Danúbio é um lugar de destaque e de visita obrigatória. É uma cidade medieval onde parece que o tempo não tem passado, com as suas muralhas, torres e as ruas de pedra. Ontem, fizemos uma visita, by night e as miríades de luzes dão ao lugar, o aspeto de um presépio iluminado. Abundam as lojas de lembranças, de artesanato local que atraem as multidões de forasteiros. São muitos os miradouros que existem no baluarte e podem servir para ver a cidade e fazer uma pausa na caminhada. 
O Parlamento de Budapeste, em húngaro – Országház, é o local onde se reúne a Assembleia Nacional da Hungria e um dos edifícios legislativos mais antigos da Europa. Ergue-se na Praça Kossuth Lajos, na margm do Danúbio. Atualmente detém o título de maior edifício da Hungria e o de segundo maior parlamento na Europa.


Nossa Senhora da Nazaré...



As festas da Senhora da Nazaré, padroeira da nossa paróquia, já não são o que eram antigamente. Também não se perdeu grande coisa, embora as festas proporcionem sempre o encontro de pessoas que, em tempos de férias e de verão, voltam à terra natal para rever familiares e amigos. O profano, que estava e ainda está associado às festividades dedicadas aos patronos, nem sempre cuidou de ter em conta a alegria saudável e a expressividade cultural que essas festas mereciam. O encontro era muito válido, mas não se devia ficar por aí. 
Despesas exageradas com foguetório e artistas musicais de fraco nível frequentemente conduziram para a morte lenta deste tipo de festas. O aspeto religioso foi-se mantendo e ainda bem, mas eu acredito que os nossos padroeiro ficariam satisfeitos se houvesse a preocupação de se reformularem as festividades, associando-lhes valências culturais, sociais, artísticas e de partilha fraterna. 
Hoje, a Festa em Honra de Nossa Senhora da Nazaré contou apenas com a missa solenizada pela Filarmónica Gafanhense e com a procissão que seguiu o trajeto habitual, com passagem pelo Cruzeiro. Nela se incorporaram as Irmandades de Nossa Senhora da Nazaré e outras, bem como instituições e associações da Gafanha da Nazaré. O povo devoto de Nossa Senhora nunca falta.

sábado, 24 de agosto de 2013

A sabedoria da verdadeira religião



O que pensa Francisco: 
2. sobre a Igreja

«O fundamentalismo não é o que Deus quer, e ele não consiste apenas em matar em nome de Deus, o que é "uma blasfémia". "Por exemplo, quando eu era pequeno, na minha família havia uma certa tradição puritana; não éramos fundamentalistas, mas estávamos nessa linha. Se alguém do nosso círculo próximo se divorciava ou se separava, não entrávamos na sua casa; e também acreditávamos que os protestantes iam todos para o inferno, mas lembro-me de uma vez em que estava com a minha avó, uma grande mulher, e passaram precisamente duas mulheres do Exército de Salvação. Eu, que tinha uns cinco ou seis anos, perguntei-lhe se eram monjas. Ela respondeu-me: "Não, são protestantes, mas são boas." Esta foi a sabedoria da verdadeira religião."»

Anselmo Borges

A vida humana tem futuro?


Entrar pela porta estreita


«A coerência entre o que se ouve e diz e o que se faz; entre o que se convive em festas alegres e amigas e a distância de sentimentos e critérios de vida; entre a presença vistosa, provocadora e hipócrita em praças públicas e as atitudes honestas, fruto da verdade e do bem; entre os comportamentos sociais fingidos e corruptos e o testemunho honrado e corajoso, ainda que incompreendido e desvirtuado; entre as situações discriminatórias e humilhantes e os laços fraternos das pessoas entre si e as relações filiais com o Deus de todos …esta coerência vivida é expressão do reino anunciado por Jesus e tão belamente visualizado na porta estreita, na novidade do Evangelho.»

Georgino Rocha



sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Capitais Imperiais - Budapeste

5.ª feira, 22 de agosto

Bastião dos pescadores


Budapeste

O dia foi inteiramente preenchido com a visita, à cidade de Budapeste, conhecida como a “Pérola do Danúbio”.
É a capital e maior cidade da Hungria, com 2 milhões de habitantes. Está dividida em duas partes, separadas pelo Rio Danúbio: a parte de Buda com as suas colinas cheias de história e a parte plana de Peste mais movimentada. Eram duas cidades distintas mas fundiram-se em Budapeste em 1873, rica em património arquitetónico e cultural. O significante das palavras não tem nada a ver com o significado que, aparentemente, sugerem em português, referiu-nos a guia, com o seu fraquinho patriótico, pela terra natal.
Começando por Buda, a Colina do Castelo é um lugar magnífico para deambular pelas ruas medievais e apreciar o panorama de todo o lado de Peste, o rio e a Colina Gellért. No topo da colina, fica o imponente Palácio Real, construído no século XIV e reconstruído em estilo barroco 400 anos mais tarde. Foi a residência dos reis húngaros durante 700 anos. Atualmente, alberga os melhores museus da Hungria e a Biblioteca Nacional. Aí perto, fica a Igreja Matthias, com 700 anos, onde os reis eram coroados. Uma grande atracção turística é o chamado Bastião dos Pescadores, um miradouro monumental onde se tem a melhor vista da cidade, com o rio e Peste aos nossos pés, incluindo a magnífica visão do Parlamento neo-gótico e a famosa Ponte Széchenyi. 
A colina Gellért é uma reserva natural no meio da cidade. Aqui fica a Cidadela e 3 dos famosos hotéis-spa de Budapeste.