domingo, 30 de setembro de 2012

Jacinta entrevistada pela XpressingMusic




Jacinta, a mais renomada artista da Gafanha da Nazaré, quiçá da nossa região, com destaque evidente no país e há muito já com créditos firmados no estrangeiro, concedeu uma entrevista à revista XpressingMusic, que merece ser lida. 
Um pouco da sua carreira e dos seus projetos, vislumbres de outros que estarão a caminho, mais a certeza de que continua com determinação, direi mesmo com garra, para chegar muito mais longe e muito mais alto, a Jacinta sabe que merece a nossa admiração e o nosso incondicional apoio. 

Pode ler a entrevista  aqui

Crónica de Bento Domingues: As mulheres não contam?

No Público de hoje


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Poesia para este domingo

Por sugestão do caderno Economia do Expresso




Dorme, meu amor

Dorme, meu amor, que o mundo já viu morrer mais
este dia e eu estou aqui, de guarda aos pesadelos.
Fecha os olhos agora e sossega ― o pior já passou
há muito tempo; e o vento amaciou; e a minha mão
desvia os passos do medo. Dorme, meu amor ―

a morte está deitada sob o lençol da terra onde nasceste
e pode levantar-se como um pássaro assim que
adormeceres. mas nada temas; as suas asas de sombra
não hão-de derrubar-me ― eu já morri muitas vezes
e é ainda da vida que tenho mais medo. Fecha os olhos

agora e sossega ― a porta está trancada; e os fantasmas
da casa que o jardim devorou andam perdidos
nas brumas que lancei no caminho. Por isso, dorme,

meu amor, larga a tristeza à porta do meu corpo e
nada temas: eu já ouvi o silêncio, já vi a escuridão, já
olhei a morte debruçada nos espelhos e estou aqui,
de guarda aos pesadelos ― a noite é um poema
que conheço de cor e vou contar-to até adormecer.

Maria do Rosário Pedreira

Nota: Esta semana lançou o seu livro "Poesia Reunida"


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sábado, 29 de setembro de 2012

Escolher a Vida

Por Georgino Rocha


A escolha da vida é a opção certa. Se um membro do corpo humano constitui ameaça séria à vida, tem de ser amputado; de contrário, os riscos de morte podem ser iminentes. A sabedoria popular e as ciências médicas confirmam este modo de proceder: salvar a vida, ainda que se percam bens muito valiosos e apreciados.
Jesus quer transmitir aos discípulos a importância de saber escolher o melhor. E para que entendam bem o alcance do seu ensinamento, recorre a imagens fortes, expressivas e hiperbólicas. A mão, o pé, o olho são partes do corpo humano com um grande valor simbólico: o desejo incontrolado de domínio e poder, de ambição e cobiça, de sedução e posse. Quem não se liberta do “cerco” em que se encontra aprisionado por eles, fica impedido de descobrir a novidade que Jesus anuncia e de entrar na sua comunidade. E constitui também um mau exemplo para os outros, sobretudo os “pequeninos”, os que não têm consistência nas convicções, os pouco esclarecidos na fé.

Dia Mundial do Coração - 29 de setembro

Por Maria Donzília Almeida

O coração e os olhos
São dois amigos leais!
Quando o coração está triste
Logo os olhos dão sinais!

Longe vão os tempos, em que o coração era o símbolo da paixão, que os namorados usavam profusamente, para fazerem passar a mensagem do seu enamoramento. A célebre figura de dois corações sobrepostos, atravessados pela seta do Cupido, era esculpida, isto é, gravada nos troncos de árvore, pelos jardins públicos, parques naturais, enfim, em todo o lado passível de exteriorizar o arrebatamento da juventude Eu, uma extremada amante da natureza, que gosto de preservar na sua pureza e espontaneidade, nunca alinhei nessas formas de mutilação das irmãs árvores, seguindo as pisadas de S. Francisco de Assis! Guardava, diretamente no sacrário do sentimento, o coração, as vozes e sentidos do amor!

Assim está o mundo

Por Anselmo Borges 
no DN

No quadro da presente situação nacional e global de crise, e de violência dos extremistas radicais no mundo islâmico, retomo alguns ditos e duas histórias de ou sobre Jesus, plenos de sabedoria e ensinamentos, provenientes da tradição muçulmana
É preciso saber que o Alcorão se refere várias vezes a Jesus como Profeta que anuncia o Deus único, criador e senhor da vida. Nasceu miraculosamente de Maria. A sua mensagem é de paz, mansidão e humildade. É "servo de Deus" e "Verbo da Verdade". Deus deu-lhe o poder de fazer milagres. Nega-se expressamente a crucifixão, tendo Jesus sido elevado miraculosamente para Deus.
Na literatura muçulmana, o amor e o respeito por Jesus são uma presença constante. Assim, Tarif Khalidi, que foi director do Centro de Estudos Islâmicos e membro do Conselho Directivo do King's College (Cambridge), reuniu em livro - Jesus Muçulmano - um conjunto das chamadas "máximas e histórias de Jesus", em que se encontram várias alusões aos Evangelhos.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Jesus foi casado?


Um texto de António Marujo no PÚBLICO


"Jesus disse-lhes: "A minha mulher..."" Esta frase, inscrita num fragmento de um papiro copta ainda não rigorosamente datado e de proveniência desconhecida, ateou de novo o debate: afinal, Jesus foi casado ou não?

Ver aqui

NASA descobre provas de um rio em Marte....

E não haverá sinais de gente ou de outros seres vivos? Vamos esperar com paciência!


«O robô Curiosity, enviado pela NASA a Marte, encontrou provas detalhadas da existência de um antigo rio na área em que aterrou e está a explorar.»

Li aqui

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A Igreja tem de ganhar "atitude de encontro"

Por José Tolentino Mendonça


A Igreja tem de ganhar «atitude de encontro» e rejeitar «distanciamentos, hostilidades e indiferenças»





"Na cultura contemporânea, e pensando no caso português, a Igreja ainda é olhada como adversário cultural. Precisamos de explicar e explicarmo-nos, para que a Igreja seja vista como aliada e não como adversária. Esta mudança que nós temos de protagonizar. Nós, cristãos, temos de fazer sentir aos outros que não têm de ter medo de nós, da nossa presença, do nosso modo de viver, do nosso estilo, dos nossos valores, do que celebramos na fé, da nossa liturgia, das nossas procissões, dos nossos jornais, da nossa agência noticiosa… Não têm de temer porque nós somos aliados do que a cultura e a civilização têm de mais fundamental, que é a pessoa humana e a sua vida, em todos os momentos. Que é, no fundo, as suas dificuldades e a situação concreta em que ela vive. Mas esta viragem – passar de adversário a aliado – compromete-nos e hipoteca-nos. E não podemos ficar à espera diante de uma porta aberta. Temos de ensaiar passos."

Ler mais aqui

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O futuro somos nós



"Não tenham medo do futuro 
porque o futuro são vocês"

João Paulo II

Dizemos frequentemente que temos de preparar um futuro melhor para os nossos filhos, quando, na verdade, o que temos de fazer é preparar os nossos filhos para o futuro. Parece um jogo de palavras, mas não é. E João Paulo II até nos diz que, afinal, nós  já somos o futuro. Teremos sido preparados para ele?

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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dia Mundial do Turismo - 27 de setembro

Por Maria Donzília Almeida


Escola da Gafanha da Encarnação



Ser turista é a melhor coisa do mundo! Penso eu e digo-o convictamente, quando me encontro em digressão, por um qualquer ponto deste planeta. Quando se provar, eficazmente, a vida em Marte, serei uma candidata a esse novo destino turístico! Mas, uma coisa só é boa em oposição ao seu contrário, pelas leis da lógica! Quem passou as passas do Algarve para angariar o seu sustento, com a dignidade de qualquer trabalhador, saboreia, a dobrar, as férias, quando o calendário as proporciona.
Andar sempre a falar de férias, de turismo, poderia, numa primeira análise, ser sintoma dum espírito obsessivo, ou de alguém que não tem o trabalho em muito boa conta.

Dia Mundial do Turismo - 27 de setembro


(Imagem da rede global)

Comemora-se hoje, 27 de setembro, o Dia Mundial do Turismo, celebração que foi estabelecida na terceira conferência da Assembleia Geral da OMT (Organização Mundial do Turismo), que decorreu em Torremolinos, Espanha, em setembro de 1979. Assim reza a Wikipédia 
Da história desta celebração não importa dizer mais nada, de minha conta, porque, para mim, o mais pertinente será valorizar todos os momentos que dedicamos à procura de outras terras e outras gentes, desfrutando as belezas naturais, as riquezas civilizacionais e o encontro com povos diversos. 
Infelizmente não sou grande turista, na verdadeira aceção do termo. Bem gostaria de poder viajar, sair do meu ambiente natural, mas a verdade é que por aqui me vou ficando ao sabor das marés do nosso mar e da nossa ria, ao jeito de quem espera que as águas e os ventos me refresquem a imaginação e me proponham sonhos lindos. Até lá, gozando a vida como posso  e com o que tenho, vou planeando a tal viagem tantas vezes pensada. 
Bons passeios para todos os meus leitores e amigos. 

FM 

No centro da vida da Igreja, sempre Cristo, a Palavra


Por António Marcelino



«Foi longo o tempo em que o contacto com a Palavra de Deus, por parte do povo cristão, foi escasso. A Igreja de Roma temia adulterações na Bíblia e dificultava as traduções. Praticamente só tinha acesso à Bíblia o clero, mesmo assim o mais erudito, porque escasseavam as traduções, e a leitura, em grego ou latim, não era fácil. O Concílio encontrou o terreno preparado, porque o movimento bíblico, de cariz renovador, foi ajudando a descobrir o valor da Sagrada Escritura. Pode dizer-se que o passo definitivo que levou a Bíblia ao Povo parte da constituição conciliar.»
Em novembro de 1965 foi publicada a constituição conciliar sobre a Divina Revelação, com o título “Dei Verbum” ou a “Palavra de Deus”. Não foi um documento pacífico e exigiu, logo no início, uma decisão do Papa João XXIII, sem a qual seria difícil avançar. Roma tinha preparado um esquema a seu gosto e fez tudo para o impor. Outros bispos, atentos ao que se passava na Igreja e no mundo, derrubaram os sonhos romanos, para tornar possíveis horizontes novos e urgentes na Igreja. E João XXIII decidiu. O texto dos romanos foi retirado. O documento conciliar demorou a ter a sua redação final. O esquema retirado entrara na aula conciliar logo no primeiro mês. 

14.º aniversário do Google


O Google celebra hoje o seu 14.º aniversário, razão mais do que suficiente para o homenagear, ou não fosse este motor de busca, e não só, o mais utilizado no mundo. Penso que não haverá no universo quem o não utilize, tanto para estudar e para se divertir, como para se encontrar com outras civilizações. Sendo certo que nem tudo é perfeito, e o Google também o não é, a verdade é que se nota um permanente esforço na melhoria das informações que presta a toda a gente. Exceto, claro, nos países ditatoriais e fechados ao mundo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os números e as pessoas



«(...) as medidas destinadas a acorrer ao desemprego — "o maior flagelo social do país", nas palavras do Ministro de Estado e das Finanças — serão pouco eficazes perante a gravidade do problema. As reações de espanto dos responsáveis governamentais e dos membros da Troika face ao agravamento deste fenómeno denotam uma preocupante desadequação do seu pensamento económico à realidade económica do país. Exige-se de quem governa, agora como sempre, mais atenção à realidade e menos enfeudamento a ideias pré-concebidas.»

“Igreja Matriz do Bunheiro”




“Igreja Matriz do Bunheiro” é um livro de Sara Vidal Maia, com a informação inicial de que se trata de um trabalho que faz parte de um “Seminário de Licenciatura em História de Arte — Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra”. 
Na Introdução desta obra, a autora lembra que «A Igreja Matriz do Bunheiro sobreviveu ao longo de vários séculos». Diz que este trabalho «pretende compreender a História e a Arte deste edifício, o que ele acolhe e o que com ele, de uma forma ou de outra, se encontra relacionado». 
Refere Sara Vidal Maia que, «por ter passado por séculos de história da freguesia, tornou-se numa referência para o orgulho deste concelho murtoseiro, e, acima de tudo, transformou-se num exemplo louvável de arte sacra local». 
“Igreja Matriz do Bunheiro” apresenta dois Prefácios. Um do Doutor Nelson Correia Borges, que orientou a tese de licenciatura da autora, e outro de Monsenhor João Gonçalves Gaspar, que fez a revisão dos textos. 
Afirma Nelson Borges que Sara Maia «introduz-nos na história do templo e das sucessivas transformações por que foi passando». E acrescenta: «Socorrendo-se de adequadas ilustrações, analisa todo o património artístico, realçando o seu valor cultural.»

Dia Europeu das Línguas: 26 de setembro


Por Maria Donzília Almeida



O dia 26 de Setembro é consagrado às línguas europeias desde 2001. A Europa encerra um verdadeiro tesouro linguístico: 23 línguas oficiais e mais de 60 línguas regionais ou minoritárias, além das línguas faladas pelas pessoas de outros países e continentes que vivem na Europa. Para chamar a atenção para este imenso património linguístico, a União Europeia e o Conselho da Europa tomaram a iniciativa de comemorar o Ano Europeu das Línguas em 2001. 
Falar línguas estrangeiras, no mundo globalizado, em que vivemos, é uma mais-valia para o exercício da cidadania, de forma ativa e participada, pois tal não se circunscreve, hoje, às fronteiras nacionais. 
A aprendizagem de línguas estrangeiras é um pré-requisito essencial para o acesso ao conhecimento e um fator favorável à mobilidade pessoal e profissional. Para além do domínio da língua materna, a capacidade de comunicar em outras línguas é, no mundo interdependente em que vivemos, um fator de aproximação entre os povos e o seu desenvolvimento à escala mundial. Além disso, o domínio de competências de comunicação em várias línguas, potencia o alargamento da nossa mundividência, pois permite o acesso a outras culturas, outros valores, modos de viver e pensar. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A nossa gente: Gabriel Ribau Nunes

Gabriel Ribau Nunes


Um viúvo que aceita a vida tal como ela é 


Gabriel Ribau Nunes, 81 anos, natural da Gafanha da Nazaré e aqui residente, no lugar da Marinha Velha, viúvo há quatro anos, partilha neste número do Timoneiro um pouco da sua longa e muito preenchida vida. 
O Gabriel celebrou o seu casamento aos 23 anos com Maria Cecília Gandarinho, sensivelmente da mesma idade, sua quase vizinha e amiga desde tenra idade. Tiveram cinco filhas, duas das quais faleceram, uma com quatro aninhos e outra, a Maria da Luz, com 49 anos. As outras filhas, casadas, residem perto de si. É por isso muito fácil estar com qualquer delas a qualquer momento. 
Recorda, com natural dor, o sofrimento que a morte da esposa lhe causou. Um vírus estranho foi o causador. A mágoa enche-lhe o coração, porém, nunca se queixou às filhas nem aos netos. «Mas elas perceberam», confidenciou-nos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Sonata de outono

Por José Tolentino Mendonça 



E o outono vai-se instalando. A princípio nem parece uma estação. É quase um estado de alma, este tempo assim um pouco vago, em declive delicado, com a chuva ainda rala (mesmo se em alguns dias chega por aí aos tropeções) e o vento que parece um miúdo a aprender a assobiar. Olhamos com íntima estranheza para a brevidade destes primeiros dias, dos quais já não nos lembrávamos. Nas árvores, as folhas tremeluzem, indecisas e iluminadas, transmutadas em incríveis tonalidades. Os frutos têm perfume e sabores densos, tão diferentes daqueles que se saboreiam no verão. 
Lembro-me de um poema de Miguel Torga, que gosto de pôr a tocar como uma pequena sonata de outono: 

O que é bonito neste mundo e anima,
é ver que na vindima
de cada sonho
fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura que se não prova
se transfigura
numa doçura
muito mais pura
e muito mais nova

sábado, 22 de setembro de 2012

Bento XVI no Líbano

Por Anselmo Borges,
no DN



As circunstâncias podiam não aconselhar a viagem do Papa ao Líbano. Por um lado, o conflito sangrento - 27 000 mortos - na Síria, com o risco de reabertura de tensões no próprio Líbano, já com combates em Trípoli. Por outro, a violência dos radicais no mundo islâmico, indignados com um vídeo de um extremista copta americano -Inocência dos Muçulmanos -, ridicularizando Maomé.

Mas a Bento XVI, que tem o sentido de missão e do dever, não faltou coragem, aproveitando precisamente o momento tão delicado da região, para levar aí a mensagem da paz e encorajar os cristãos a não abandonar o Médio Oriente, onde o seu número tem caído constantemente ao longo do último século, podendo o cristianismo desaparecer. Como disse ao Público o antigo arcebispo católico de Argel H. Teissier - ele sabe por experiência de que é que está a falar -, "é nas situações de tensão que a Igreja deve estar presente, mesmo que tenha de assumir riscos para tentar anunciar a sua mensagem de paz, de respeito recíproco."

Dia Europeu sem Carros: 22 de setembro

Por Maria Donzília Almeida

Arranque


É um regalo na vida 
À beira d’água morar! 
Quem tem sede vai beber 
Quem tem calma vai nadar! 

Ouvia este aforismo popular, da boca da mãe, quando esta se sentia invadida por um sentimento de gratidão ao Criador, pelo privilégio de morar neste local tão pitoresco. 
Na verdade, hoje sinto-me como peixe na água, por morar aqui mesmo, neste dia que se comemora. 
Por um lado, posso refrescar-me nas revitalizantes águas deste Oceano Atlântico, pois as temperaturas cálidas perduram, neste verão que se mantém na meteorologia, embora se tenha despedido no calendário. Por outro lado, posso fazer uma das coisas que me dá imenso prazer, que é o simples ato de andar de bicicleta. Nesta planície imensa que é a zona das Gafanhas, pode circular-se com toda a comodidade e há imensa gente a fazê-lo, não só por mero desporto, mas também como meio de transporte. Hoje, a bicla está na mó de cima!

Um serviço aos outros com sentido e dimensão


Por António Marcelino

«Paróquia que não se abre aos leigos ou que os aprecia apenas pelo serviço que prestam no templo, é paróquia que perde a sua fisionomia de comunidade eclesial e empobrece cada ia no seu esforço de evangelização. Certamente que também os leigos não podem deixar de ter obrigações para com o padre e a comunidade. Um serviço por vocação, a tempo pleno, não dispensa as manifestações de respeito, acolhimento, amor e compreensão, ajuda concreta dos leigos para com o seu pastor.»

Ser Primeiro

Por Georgino Rocha



Aspirar a ser o primeiro faz parte da natureza humana e cultiva-se durante a vida. Os discípulos de Jesus conversam animadamente sobre este assunto nos caminhos da Galileia. A conversa chega à discussão. O episódio ocorre numa circunstância especial. Jesus tinha-lhes dito, mais uma vez, que o percurso que ia seguir para realizar a sua missão não era o da ostentação gloriosa, mas o da cruz, da morte indigna, da ressurreição feliz. Esta declaração confunde-os. Não era assim que sonhavam o trajecto do Messias para a victória.

Jesus acolhe a perplexidade em que os discípulos se encontram. Reconhece que ser o primeiro é importante. Pretender alcançá-lo é legítimo. Mas, ser o primeiro em quê e para quê? As intenções dos discípulos não coincidem com o propósito de Jesus. É preciso clarificar o assunto e reencaminhar a aspiração. E, como bom mestre, recorre à pedagogia do exemplo. Toma uma criança, coloca-a no centro do grupo e abraça-a. Depois esclarece o alcance do seu gesto.

Ontem como hoje, ser o primeiro na disponibilidade para acolher e dialogar, na atenção e no serviço, sobretudo aos pequeninos da sociedade ( feridos da vida, excluídos, proscritos, ignorados). Ser o primeiro na capacidade de colocar o outro como centro da sua vida e das suas preocupações. Ser o primeiro em reconhecer a grandeza da simplicidade e a riqueza do amor de doação. Ser o primeiro na alegria de viver e na firmeza da esperança. Ser o primeiro na partilha de bens e no testemunho da felicidade.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Mas porquê tanta obsessão com consumo?

Por Camilo Lourenço, no Negócios

 Não há "bicho careta" neste país que não critique as medidas de austeridade por causa do efeito que têm sobre o consumo. 

Segundo esta corrente, não se pode reduzir o consumo porque acelera a contracção da economia. Que por sua vez gera desemprego, que por sua vez faz cair as receitas dos impostos, agravando o défice. É estranho que nem os mais informados insistam nesta "fixação". Porque têm obrigação de saber que o nosso ajustamento tem de passar pela quebra do consumo. Não há volta a dar: com PSD e CDS no poder, com PS no poder ou com qualquer outro partido. Quando não se tem rendimento para financiar o consumo, que é o que se passa em Portugal (e passou-se nos últimos dez anos), a solução é só uma: reduzi-lo.