quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Presbíteros e Diáconos Permanentes ao serviço do Povo de Deus


Presbíteros e diáconos,
dificuldades reais sempre superáveis


António Marcelino


O último Simpósio nacional sobre o diaconado permanente, realizado em Fátima no início do mês, trouxe, mais uma vez, ao de cima, algumas dificuldades, reais mas superáveis, entre presbíteros e diáconos, tanto a nível da relação pessoal como pastoral. Não se podem universalizar as dificuldades, mas também não se devem menosprezar, pelo clima que se pode ir criando que não é bom nem para os diáconos já em exercício, quer para os novos candidatos.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Ares do Inverno

Vagueira

Dizem os cientistas que o Inverno começou hoje, oficialmente. Veio com algum tempo de antecedência para nos habituarmos a ele. Não é preciso muito para termos consciência de que se trata de uma estação do ano fria e agreste. Para muitos, no entanto, o Inverno tem os seus encantos: convida-nos a ficar mais por casa, sugere-nos a leitura no aconchego da lareira acesa, proporciona o encontro da família, obriga-nos, delicadamente, a olhar para outras tarefas. Depois, quando ele se for, até saboreamos, com outro gosto, a Primavera regeneradora.

A Caminho do Natal


Crónica de um Professor: Natal na Escola

Maria Donzília Almeida

Eram os últimos dias do 1º período escolar. No amplo espaço da entrada, apresentava-se uma colecção de árvores ecológicas que davam o toque da época. Era uma demonstração pedagógica, já que os alunos as haviam construído com materiais reciclados. Simbolizavam a árvore de Natal, que ganhou preponderância nos tempos modernos, destronando assim o presépio, quase esquecido. Antigamente, por estas bandas, fazia-se o presépio com musgo, a simular os caminhos sinuosos e as figurinhas de barro que lhe davam beleza e encantamento.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e é ver hoje a árvore de Natal a conquistar a supremacia. Também as luzinhas multicores que abundam por aí, a ornamentar as fachadas das moradias, exibem o colorido multicor, a rivalizar com a alvura imaculada da neve, que cobre as terras altas. No litoral é a geada que envolve com o seu manto branco, as terras cultivadas ou em pousio.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

"Santo André" em obras de beneficiação

Navio-Museu Santo André

Até 31 de Dezembro de 2010 o Navio-Museu Santo André encontra-se encerrado ao público entre terça e sexta-feira, por motivos de obras de beneficiação e requalificação. Contudo, mantém-se aberto ao fim-de-semana, entre as 14h00 e as 17h00.

Saúde: Estamos sempre a aprender

"Boas agressões"

«Os radicais livres têm sido responsabilizados em várias doenças, nomeadamente nas doenças cardiovasculares e no envelhecimento. Usar e aconselhar antioxidantes constitui uma moda, e quando se verificou que o vinho tinha essas substâncias, clamou-se alto e em bom som que o papel protetor do vinho era devido a elas. Logo, beber uns copitos passou a adquirir o estatuto de medicamento ou de vacina! Mas só o vinho? Não! Chocolate, chás, brócolos, cenouras, morangos, tomates, vegetais verdes, amêndoas, castanhas, frutas cítricas e silvestres, só para citar alguns, têm componentes dotados desta atividade. Tudo bem. Resta saber, caso do vinho tinto, se as quantidades ingeridas, bebendo moderadamente, serão suficientes para ter algum efeito.»

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Compatriotas com fome em pleno século XXI

Aí temos a campanha eleitoral para as Presidenciais, com os aplausos de uns e as críticas de outros. Mas também com a indiferença de muitos. É o meu caso, quando me posso afastar.
Em período natalício, ao ouvir o que dizem os candidatos, apetece-me fugir de tanta banalidade e de tantos gestos menos positivos dos que aspiram a ocupar o lugar de Mais Alto Magistrado da Nação. Estamos mal…
Vivemos um momento difícil da nossa democracia, com o descrédito a envolver políticos e partidos. Tanto mais perigoso para o regime quanto estamos a sofrer as consequências de más governações, agravadas pelo descalabro do sistema financeiro a nível mundial.
Depois, é-se preso por ter cão e preso por não o ter. Os políticos do topo do nosso país, quais meninos rabugentos ou mimados, fazem guerra por tudo e por nada, apenas por interesses partidários e pessoais, como foi o caso do nosso primeiro-ministro se insurgir contra o Presidente da República, simplesmente por este sentir e dizer que nós, os portugueses, devíamos ter vergonha de haver, em pleno século XXI, compatriotas a passar fome.
Estes políticos de trazer por casa, que desconhecem o que é o sentido de Estado, já perderam o norte, se é que alguma vez o tiveram. Vai daí, falam por falar, convencidos de que, por dizerem palermices, na minha óptica, são os melhores. Não podem ser. A denúncia de tristes verdades, de que todos, provavelmente, somos responsáveis, deve continuar, no sentido de resolvermos os problemas o mais depressa possível.
Seria bom que durante esta semana que antecede o Natal se calassem para reflectir, dando-nos, assim, a oportunidade de, serenamente, olharmos mais uns para ou outros e para o bem de todos. Em paz.
Bom Natal.

Fernando Martins

A Caminho do Natal

Mensagem de Natal do Bispo de Aveiro,
D. António Francisco

domingo, 19 de dezembro de 2010

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar para ampliar)

Misericórdia de Ílhavo com novos Corpos Gerentes

Provedor João Bela


João Manuel Pereira da Bela é o novo Provedor

Realizou-se no passado dia 17 a Assembleia Geral Ordinária da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, para eleição dos Corpos Gerentes para o triénio 2011/2013. Presente ao acto eleitoral uma lista, que recebeu 69 votos a favor, tendo havido 2 votos brancos e 3 nulos.
A tomada de posse será a 14 de Janeiro, após os nomes eleitos serem ratificados pelo Bispo de Aveiro.
Segundo o novo Provedor, João Bela, antigo Engenheiro da fábrica da Vista Alegre, o Plano de Actividades para o ano de 2011, aprovado em 4 de Novembro, é para se manter, destacando-se a cooperação e parceria com a Segurança Social, Administração Regional de Saúde e Autarquia, além de se desenvolver  todo o esforço na procura de recursos humanos e financeiros, considerados suficientes para minimizar as dificuldades e carências dos mais desprotegidos. Manter-se-á o apoio às famílias mais desfavorecidas, enquanto serão prosseguidas acções necessárias para se conseguirem os objectivos do Plano de Desenvolvimento Social,  preconizados pelo Conselho Local de Acção Social.
Serviços administrativos, serviços de imagiologia, de medicina física e reabilitação, o apoio domiciliário, as creches/infantários (pré), a acção cultural, o espaço sénior, rendimento social de inserção e a unidade de cuidados continuados integrados são áreas em que o novo elenco directivo se vai empenhar em melhorar, com o apoio de todos os Irmãos e comunidade em geral, sempre dentro dos princípios que norteiam as Misericórdias.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 215

PELO QUINTAL ALÉM – 52


O AZEVINHO
A
Padre Manuel Ribau Lopes Lé,
Dr. Quirino e Esposa Prof. Irene

Caríssima/o:

a. Imagem que é como que uma provocação!
Ter azevinho no quintal sem as bagas vermelhas era consumição e motivo de certa «tristeza»: Por que é que não dá bagas?
Recordação de viagem à Escócia, esperou e cresceu e este ano aí estão os vermelhos coloridos. Foi um encantamento!
E como decorou a casa!... (Cortaram-se alguns, poucos, ramos que estavam atravessados e a prejudicar o equilíbrio da planta.)
e. Também não me recordo de azevinhos pelas nossas paragens e ramos com bagas só em figuras de cartões de boas festas.

i. Usada como planta decorativa em jardins e sebes, suporta bem as podas frequentes, sendo também muito resistente à poluição urbana.
A sua madeira é branca, homogénea, pesada e de boa qualidade, o que a torna muito cobiçada para a marcenaria. Pode, inclusive, substituir o ébano se for tingida de negro, sendo utilizada na confecção de peças de instrumentos musicais, entre outros. Contudo, apesar de muito dura e difícil de trabalhar, é óptimo combustível para lareiras.

o. As bagas não devem ser utilizadas pois possuem uma substância que as torna tóxicas. A sua ingestão provoca sintomas gastrointestinais de grande violência - vómitos, diarreia e dores intensas.
As partes utilizadas em fitoterapia são as folhas e a casca.

u. Curiosidades:

sábado, 18 de dezembro de 2010

O Homem tem de aprender a viver com o Ter, o Prazer e o Poder


Religião, felicidade e infelicidade

Anselmo Borges

Realizou-se nos dias 9 e 10 de Outubro passado, no Seminário da Boa Nova, Valadares, um Colóquio internacional, subordinado ao tema "Religião e (In)felicidade", com 220 participantes, e conferencistas vindos das Neurociências, da Sociologia, da Filosofia, da Teologia.
Aquele "in" de (In)felicidade indicava, à partida, o reconhecimento de que as religiões foram e são simultaneamente causa de felicidade e infelicidade.
Pela sua própria definição, a religião está referida à salvação: felicidade, sentido último, o sentido de todos os sentidos...
Grandes filósofos, como Kant, Hegel, Bloch, Habermas, reconheceram que foi pelo cristianismo que soubemos da dignidade da pessoa humana. Em tempos terríveis de miséria material e humana, foi a religião que ajudou homens e mulheres a erguerem-se um pouco acima da animalidade e do quotidiano embrutecedor.

Imagem do verão para um dia de frio

S. Pedro do Moel

Aqui, na minha tebaida, aconchegado pelo calor da fogueira, com o vento frio a sibilar lá fora, dei de caras com esta foto de uma esplanada, em S. Pedro do Moel, onde contemplei o mar a bater nas pedras, na ânsia de me chegar aos pés. O frio, decerto também necessário, em algumas circunstâncias, faz-nos recuar uns meses para nos imaginarmos de camisa temperada pelo calor do sol e pela brisa do mar. No próximo verão, vou-me vingar deste gelo de hoje, apanhando todo o sol possível. E não terei saudades das temperaturas destes dias que tanto me incomodam.

A Caminho do Natal

Árvore de Natal na Praça de S. Pedro


Árvore de Natal enriquece simbolismo do presépio

«Bento XVI afirmou esta Sexta-feira que “a árvore de Natal enriquece o valor simbólico do presépio”, num dia em que a Praça de São Pedro ficou decorada com um abeto de mais de 30 de metros de altura, iluminado por 1500 luzes brancas e amarelas.
Recebendo as autoridades civis e religiosas da região italiana alpina do Tirol do Sul, que ofereceu a árvore ao Vaticano, o Papa disse que esta “é uma mensagem de fraternidade e de amizade, um convite à unidade e à paz”.
A árvore de Natal e o presépio, acrescentou, deixam “um convite a dar lugar, na nossa vida e na sociedade, a Deus, o qual nos oferece o seu amor omnipotente através da frágil figura de um Menino”.
Estes símbolos transmitem uma mensagem “de esperança e de amor”, e ajudam a “criar o clima propício para viver na justa dimensão espiritual e religiosa o mistério do Nascimento do Redentor”.
Segundo uma tradição natalícia estabelecida pelo falecido João Paulo II, há mais de duas décadas, no centro da Praça de São Pedro foi preparado um presépio de grandes dimensões, junto do qual se encontra instalado a árvore de Natal do Vaticano.
A tradicional cerimónia de inauguração contou com a presença do cardeal Giovanni Lajolo, presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano.»

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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Quem nasce pobre pobre morre?

«Portugueses são dos que mais acreditam que quem nasce pobre pobre permanecerá...»


Será assim? Parece que sim.... Veja aqui

Eduardo Barroso Doutor Honoris Causa pela UA


«Foi com um optimista «Yes, we can!» que o médico cirurgião Eduardo Barroso sublinhou a importância de confiar na capacidade das pessoas para enfrentar os desafios e não se deixarem abater por uma visão excessivamente economicista. O cirurgião hepático que participou no primeiro transplante hepático programado e realizado em Portugal falava durante a oração de agradecimento na atribuição do Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Aveiro que marcou a cerimónia do 37º aniversário da instituição.»

Fonte UA

A Caminho do Natal

Amanhã, 18, às 22 horas


O Harlem Gospel Choir no Centro Cultural de Ílhavo

O Harlem Gospel Choir é o mais famoso grupo de gospel da América, facto comprovado pelo impressionante currículo que acumulou desde que foi fundado por Allen Bailey em 1986.
Convidados a participar nas mais diversas iniciativas de prestigio, a comprovar quando recentemente o Harlem Gospel Choir participou na cerimónia de homenagem a Michael Jackson, ou os elogios de personalidades como Bono, Nelson Mandela, Papa João Paulo II, Oprah Winfrey e Obama.
O gospel tem a condição singular de ser ao mesmo tempo uma música de devoção e de celebração e por isso as actuações do Harlem Gospel Choir são sempre exuberantes e profundamente sentidas. Se juntarmos a sua interpretação cheia de alma, vivacidade e paixão, e obtém-se um espectáculo perfeito para toda a família, em verdadeiro espírito natalício.

Fonte: CMI

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A Caminho do Natal



NATAL À BEIRA-RIO

É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?


David Mourão-Ferreira

País onde parece que a perfeição é ir só até ao meio


Por António Marcelino


«Génios do inacabado, fascinados pelo imperfeito e pelo irremediável. Sobrevivem os que avançam sem olhar para o lado. São modelo de vida os que não desistem e os que procuram noutros climas melhor maneira de respirar um ar não poluído. O futebol é rei. Com ele e seus corifeus ninguém se mete. O povo, agora descontente, logo semi contente, depressa acalma. Depois, já estamos habituados a ir “cantando e rindo”, “gemendo e chorando”.»

Morreu o Senhor Acontece, Carlos Pinto Coelho


Morreu hoje, com 66 anos, Carlos Pinto Coelho, conhecido por Senhor Acontece, em homenagem, decerto, ao seu programa da RTP2, dedicado a assuntos culturais. Na altura, já lá vão uns anos, foi uma pedrada no charco, pela sua oportunidade e acutilância, mas ainda pela sua postura pedagógica.
Eu gostava de ver o programa Acontece com a regularidade possível e nele destacava a originalidade de Carlos Pinto Coelho,  na forma de entrevistar os artistas. Era um profissional que nos seduzia para a envolvência cultural, incutindo-nos o apetite pelos livros que anunciava, pelas exposições que visitava, enfim, pelas expressões artísticas que trazia até aos seus telespectadores e, depois, aos radiouvintes. 
Recordo que, quando foi despedido ou dispensado pela RTP, se recusou a comentar o que lhe fizeram, sem, contudo, baixar os braços. Iniciou ou desenvolveu, posteriormente, programas radiofónicos, pegando no Acontece para o não deixar morrer.  

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Padre Pedro José vem integrar a equipa sacerdotal da Gafanha da Nazaré

Padre Pedro José


O Bispo de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, torna pública a seguinte nomeação, de acordo com o Decreto de Nomeação com data de 14 de Dezembro de 2010.

«Padre Pedro José Lopes Correia, membro da Equipa Sacerdotal da Gafanha da Nazaré, Vigário Paroquial de Nossa Senhora da Nazaré, da Gafanha da Nazaré, e de Nossa Senhora da Encarnação, da Gafanha da Encarnação, no Arciprestado de Ílhavo, e membro da Comissão Diocesana Justiça e Paz.»


NOTA: Daqui felicito o Padre Pedro José, que acaba de ser nomeado para trabalhar na equipa sacerdotal da Gafanha da Nazaré, como vigário paroquial das Gafanhas da Nazaré e Encarnação.
Depois do regresso do Brasil, onde viveu uma grande e, decerto, enriquecedora experiência missionária, numa zona carenciada daquele país, o Padre Pedro José volta à sua diocese de origem, para trabalhar entre nós e connosco, integrando, paralelamente, a Comissão Diocesana Justiça e Paz.
Aproveito para lhe apresentar os meus cumprimentos, formulando votos de excelente adaptação, para melhor servir o Povo de Deus e todos os homens e mulheres de boa vontade que residem nesta região de ria e mar.

A nova geração dos aposentados úteis

Idosos com lugar cativo

Há gente que espera a aposentação para fazer companhia todo o dia à televisão, ver todas as telenovelas, dispor de tempo para conversar ao telefone e com os pés quentinhos, com amigos ou amigas. Outros começaram por terem olhado a tempo para os bancos dos jardins e aí marcaram lugar cativo. Nas aldeias, a vida dos aposentados, a menos que tenham regressado da cidade com o estatuto de funcionários públicos reformados, é de continuar a trabalhar, porque nunca fizeram outra coisa na vida e agora é difícil andar por outro caminho. Uma moda nova e de aplaudir é passear o país em camionetas da câmara para ver o que nunca se viu ou matricular-se em universidades seniores para continuar a aprender…
Mas há outros, já aposentados ou lá a chegar depressa, que encontram agora tempo para investigar e escrever sobre a sua terra, sobre a história de tempos vividos antes, sobre usos e costumes que o tempo banal inclemente vai apagando. Uma maravilha de criatividade intelectual, de frescura de alma, de sentido de transmissão gratuita, de “plantar nogueiras” que só darão fruto para os bisnetos… Gente que mostra que o país não entrou em falência e que não é preciso um requerimento para se fazer o que se gosta. Gente que prolonga o tempo com um bem-fazer discreto mas útil.
Aposentado não quer dizer resignado, acomodado, inútil. Quer dizer que há gente que descobriu finalmente na vida o que a vida pacientemente lhe reservou para o tempo sem horário, para a gratuidade generosa, para que, fora da lufa-lufa, possa saborear a outra face da vida.

António Marcelino
no Correio do Vouga de 15-12-2010

Filatelia: Um ilhavense entre os melhores do mundo


João Senos Matias recebe medalha de prata dourada 
com a colecção
Faina Maior/Cod Fishing Classe Aberta

Manuel João Senos Matias, natural de Ílhavo e Professor Catedrático na Universidade de Aveiro, conquistou recentemente, na Exposição Mundial de Filatelia, realizada em Lisboa, a medalha de Prata Dourada com a sua colecção “Faina Maior/Cod Fishing  Classe Aberta", estando entre os três melhores classificados, conjuntamente com um coleccionador Neozelandês e um Inglês.
Esta colecção conta a história dos portugueses e da sua intervenção na pesca do bacalhau, recorrendo a selos e outras peças filatélicas. Começa com o estudo do bacalhau como espécie, habitat e características, além do seu valor comercial.
Depois segue com a participação dos portugueses na pesca até ao séc. XVI, seguindo-se o séc. XIX. Fala-se das primeiras viagens dos europeus à Gronelândia e Terra Nova, dos portugueses na Terra Nova, do abandono da pesca no séc. XVI, das tentativas de recomeço, na primeira metade do séc. XIX, dos navios, da pesca a linha, do arrasto e por fim da memória.

A Caminho do Natal



O PRESÉPIO SOMOS TODOS NÓS


O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
a esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno

José Tolentino Mendonça

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Um livro de Armando Tavares da Silva

Ilustração do convite

"Camões e a Química A Química em Camões"

No âmbito das comemorações do 50.º aniversário da CIRES, vai ser lançado, no próximo dia 17, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Estarreja, um livro de Armando Tavares da Silva, professor catedrático aposentado da Universidade de Coimbra, intitulado  "Camões e a Química — A Química em Camões". No mesmo auditório, decorre uma exposição fotográfica retrospectiva dos 50 anos daquela empresa.

III Jantar de Confraternização de ex-acólitos da Gafanha da Nazaré


Alegria marcou presença

Homenagem póstuma a Paulo Sérgio Bola

A confraternização anual dos Ex-Acólitos da cidade da Gafanha da Nazaré teve lugar no restaurante «Porto de Aveiro», no dia 11 de Dezembro, em ambiente festivo e contagiante. Apesar dos compromissos profissionais e associativos, a organização conseguiu reunir cerca de vinte elementos, maioritariamente representativos da geração dos anos 80 e 90.
Os elementos presentes tiveram oportunidade de prestar uma homenagem póstuma ao amigo Paulo Sérgio Bola, recentemente falecido, como sinal de gratidão pela tenacidade e perseverança, qualidades reconhecidas por todos, particularmente nos campos profissional e desportivo.
Sob a inspiração de S. Lourenço, patrono dos acólitos, a iniciativa tem servido para desfiar as recordações das actividades outrora assumidas pelo grupo, bem como para comemorar muitos anos de sadia camaradagem. Com efeito, o grupo pretende manter vivos os laços de entreajuda e de sentido de responsabilidade formativa dos seus elementos, como valores de referência para sempre.

Hélder Ramos

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré: Dança entre nós



Domingo, 19, às 17 horas

Este espectáculo procura mostrar de que formas a dança se pode exprimir. Entre diferentes idades e com diferentes experiências se chega a um conceito de dança contemporânea. Artistas convidados de vários pontos da cidade e com diferentes estilos visionários vão apresentar ao seu máximo apresentações e performances variadas. Organização: Casa do Povo da Gafanha da Nazaré e apoio da Câmara Municipal de Ílhavo.

Câmara de Ílhavo promove Festa de Natal


A Câmara Municipal de Ílhavo vai realizar, pelo décimo terceiro ano consecutivo, uma Festa de Natal para todas as Crianças do Pré-Escolar e 1º Ciclo do Ensino Básico e Instituições Particulares de Solidariedade Social com valência de Pré-Escolar do Município de Ílhavo.
Para este ano a organização optou por preparar um espectáculo de Circo, o qual inclui magia, palhaços, malabaristas, entre outras surpresas que, seguramente, farão as delícias de toda a pequenada.
A Festa de Natal 2010 realiza-se no próximo dia 15 de Dezembro, Quarta-feira, no recinto da Feira dos 13, na Vista Alegre, e contará com a presença de cerca de 2500 Crianças.
À semelhança dos anos anteriores, a Câmara Municipal facultará o transporte de todas as Crianças, respectivo Corpo Docente e Auxiliares para o local do espectáculo e, em parceria com as quatro Juntas de Freguesia do Município, oferecerá a cada Criança uma lembrança deste dia de Festa que comemora o Natal.
Por motivos de logística serão efectuados três espectáculos com a duração de 1,30 horas: às 9h30, 11h30 e outro às 15h00.

Fonte: CMI

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Costa-Nova-do-Prado — 200 anos de História e Tradição” em 3.ª edição

Maria José Santana, Senos da Fonseca e Helena Malaquias

Maria José Santana e Senos da Fonseca

Ílhavo seria muito diferente sem a Costa Nova

Um ano depois da 1.ª edição do livro “Costa-Nova-do-Prado — 200 de História e Tradição”, de Senos da Fonseca, surge a 3.ª, apresentada no sábado, 11, no Hotel de Ílhavo . No meio ficou a 2.ª edição, naturalmente. A razão é clara: a obra merece e os leitores não lhe viraram as costas. Voltada, ao que julgo, para quem conhece a Praia da Costa Nova do Prado, a obra começa a ser conhecida para além das nossas fronteiras regionais. A receita vai ser canalizada para o CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), como já o fora nas outras edições.
Helena Malaquias, da direcção daquela instituição, sublinhou o facto e o gesto do autor, que ofereceu o produto da venda, pela sua postura de ser solidário. Recordou a fundadora do CASCI, na década de 80 do século passado, Maria José Senos da Fonseca, «que toda a população de Ílhavo deve ovacionar de pé». Apresentou um vídeo que mostra a dinâmica e a projecção social na região ilhavense daquela instituição, com ramificações até Aveiro e Vagos. Lamentou, entretanto, que não tivesse sido possível fazer o lançamento desta 3.ª edição do livro de Senos da Fonseca num espaço mais amplo e adequado da tutela da Câmara Municipal, apesar de atempadamente ter sido solicitado.

A Caminho do Natal


Para rezar enquanto se constrói o presépio


Primeiro Andamento

Visite-nos, Senhor, a Tua alegria.
Seja ela o dom que sustém esta hora da nossa vida.
Tenha o poder de reedificar, em nós, o caído,
de aclarar a tenda que a noite atribulou,
de unir aquilo que a pressa ou o cansaço interromperam.

Seja ela o sinal da leveza com que nos vês,
a carícia que nos estendes no tempo,
o assobio do Pastor que inaugura as tréguas.

Dá-nos Senhor, neste tempo,
a alegria como alento revitalizador:
inscreva ela em nós o sabor da vida abundante e
multiplicada;
perfume cada um dos nossos gestos;
traga às nossas palavras a luz daquela estrela
que o Teu Nascimento para sempre acendeu.

Que o Teu Nascimento inspire cada um dos nossos
renascimentos
Que a Tua presença, nos ensine o que significa tornar-se
presente
E o dom que fazes de Ti, nos ajude a tecer a vida
como quem entretece uma história de amor.

Segundo Andamento


Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Para quem quiser ver a vida está cheia de nascimentos.
Nascemos muitas vezes ao longo da infância
quando os olhos se abrem em espanto e alegria.
Nascemos nas viagens sem mapa que a juventude arrisca.
Nascemos na sementeira da vida adulta,
entre invernos e primaveras maturando
a misteriosa transformação que coloca na haste a flor
e dentro da flor o perfume do fruto.
Nascemos muitas vezes naquela idade
onde os trabalhos não cessam, mas reconciliam-se
com laços interiores e caminhos adiados.
Enganam-se os que pensam que só nascemos uma vez.
Nascemos quando nos descobrimos amados e capazes
de amar.
Nascemos no entusiasmo do riso e na noite de algumas
lágrimas.
Nascemos na prece e no dom.
Nascemos no perdão e no confronto.
Nascemos em silêncio ou iluminados por uma palavra.
Nascemos na tarefa e na partilha.
Nascemos nos gestos ou para lá dos gestos.
Nascemos dentro de nós e no coração de Deus.

José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias (Madeira)
12.12.10

domingo, 12 de dezembro de 2010

Jantar de Natal do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré

Na hora de partir e repartir  o bolo

Se esquecermos o passado não teremos futuro

Ontem, 11 de Dezembro, num restaurante da nossa praça, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN) levou a cabo mais um convívio de Natal, sob o signo da alegria. Cerca de 100 convivas, entre membros do grupo e amigos, partilharam o que é típico desta quadra: o prazer da troca de impressões e a satisfação de se reverem, ao mesmo tempo que debitaram opiniões sobre o folclore e sobre vivências proporcionadas por um ano de trabalho intenso em prol da cultura da nossa região. E a propósito, Vasco Lagarto, um amigo do grupo e presidente da Direcção da Cooperativa Cultural e da Rádio Terra Nova, sentado ao meu lado, como é hábito, escreveu na toalha de papel da mesa comum: «O passado pode ser importante, mas quando o esquecemos não temos futuro.» Pois é verdade. Fiquei a pensar nisto e a medir a urgência, que é grande, de olharmos um pouco para as nossas raízes.
Com uma refeição farta e variada, bem regada e conversada, o bolo de aniversário e a música culminaram o repasto, de mistura com curtos discursos bem-humorados. O presidente e fundador do GEGN, Alfredo Ferreira da Silva, voltou mais uma vez a reclamar a já célebre Casa da Música, tendo em conta que as condições de trabalho e de ensaio não são as ideais. Claro que a crise, tão apregoada, até mete medo a quem precisa de pedir, mas o nosso amigo Alfredo não hesitou em o fazer, até porque «atrás de quem pede ninguém corre».

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

A Caminho do Natal


NATAL

A voz clamava no Deserto.

E outra Voz mais suave,
Lírio a abrir, esvoaçar incerto,
Tímido e alvente, de ave
Que larga o ninho, melodia
Nascente, docemente,
Uma outra Voz se erguia…

A voz clamava no Deserto…

Anunciando
A outra Voz que vinha:
Balbuciar de fonte pequenina,
        Dando
À luz da Terra o seu primeiro beijo…
Inefável anúncio, dealbando
Entre as estrelas moribundas.

Augusto Casimiro
(1889-1967)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 214

PELO QUINTAL ALÉM – 51


A GILBARDEIRA



A
Padre Artur

Caríssima/o:

a. À medida que nos aproximamos do Natal, o nosso olhar vai-se concentrando em algumas plantas que nos ajudarão a criar o ambiente. Hoje visita-nos a gilbardeira e não uma mas duas... Quando chegaram a nossa casa vinham em dois copos de iogurte que mão amiga suportava, enquanto a outra se agitava numa saudação muito própria. Sabedor como poucos dos segredos da Botânica, o Padre Artur Sardo foi visita amiga do nosso Quintal e presenteou-o com variedades que perduram, mas nenhuma com o encanto desta. Daí o cuidado e o carinho com que é tratada.

e. Não tive oportunidade de lhe perguntar a origem destas plantinhas, ou seja onde estava plantada a «mãe» que deu a semente, mas a curiosidade ficou sendo certo e sabido que, outrora, a não identificávamos na flora dos nossos terrenos arenosos.

i. Tem caules erectos que chegam a atingir , na maturidade da planta , cerca de 1 metro de altura . O pormenor mais curioso deste arbusto , é que aquilo que consideramos nele como folhas , são na realidade , pseudofolhas , a que os botânicos chamam de filocládios , e sobre os quais , se desenvolverão mais tarde as flores e as bagas vermelhas . As verdadeiras folhas são quase imperceptíveis , e distribuem-se ao longo do caule da planta como se fossem pequenas escamas .Os filocládios têm a particularidade de as suas extremidades serem muito aguçadas , de tal maneira que basta encostar a pele à planta , para sair de lá toda arranhada.
Por estas bandas da Murtosa, era planta vulgar nos cômoros... e está-se a ver por quê.
Há quem diga que as suas bagas vermelhas são venenosas e que o seu consumo não é recomendado, pois pode provocar vómitos, diarreias e convulsões.
A sua raiz é utilizada como diurético e os rebentos jovens podem ser comestíveis, tal como os espargos.
O facto de ser excessivamente cortada para arranjos natalícios, em substituição do azevinho,motivou o condicionamento legal da sua colheita.

o. Apenas dois ligeiros apontamentos sobre as suas propriedades e aplicações medicinais.
Existem , hoje em dia , numerosos preparados com esta planta disponíveis nas farmácias e ervanárias , facilitando assim o seu uso como planta medicinal. Pela sua acção diurética é útil no alívio de sintomas ligados à insuficiência veno-linfática das extremidades inferiores, pernas cansadas, varizes e hemorróidas.
O rizoma da gilbardeira juntamente com as raízes de aipo, funcho, salsa e espargo entram na composição de uma infusão denominada “xarope das 5 raízes”, que possui propriedades diuréticas muito apreciadas.
u. Curiosidades:

sábado, 11 de dezembro de 2010

Que mais querem os alunos?

Recreio da escola

Desabafo
Maria Donzília Almeida

— A Escola é uma seca! Atirou com ar displicente, à professora que ali estava, com toda a vontade de o chamar ao seu redil.
Poderia dar alguma tranquilidade aos analistas na matéria, se isto constituísse um caso pontual na grande massa de alunos que frequentam a Escola portuguesa. Para grande mágoa dos docentes, esta é uma realidade, diria pandémica que vai alastrando como um vírus.
As escolas dos nossos dias estão equipadas com bons recursos materiais e humanos que eram impensáveis nas escolas doutros tempos, Escolas onde era bom ser professor, em que os alunos bebiam as palavras do mestre. Hoje nada falta para que os alunos se sintam confortados amparados e atraídos pela Escola.
Há as salas equipadas com computadores, especificamente para a aprendizagem da informática; todas as salas de aula estão equipadas com um computador e um quadro interactivo; locais próprios para a compra de material escolar e alimentos, uma cantina que fornece refeições quentes e equilibradas, enfim, uma panóplia de coisas úteis e facilitadoras.

Manoel de Oliveira faz hoje 102 anos



De Manoel Oliveira já se disse tudo. Sublinhar que completa hoje 102 e que é o mais idoso realizar de cinema do mundo, em plena actividade, nunca é demais para o apontar como exemplo para cada um de nós.
Convencidos como estamos (alguns, pelo menos) de que com a reforma ou aposentação terminámos os tempos do trabalho, para ingressar nos tempos de descanso absoluto, é erro que a nossa história pessoal nunca nos perdoará. Trabalhar é importante. Diria mesmo que é fundamental, porque a vida tem de ser vivida em plenitude, ou não fôssemos nós um elo importante do mundo de que fazemos parte de pleno direito.
Causa-me uma certa impressão ver gente por aí sem fazer nada, deambulando como autómatos por entre sombras do passado. A vida tem de continuar.
Manoel de Oliveira, com 102 anos de idade, é um extraordinário exemplo para todos nós.
Os meus parabéns para o mais velho realizador de cinema do mundo em franca actividade.

FM

A Caminho do Natal

Padre Francisco Melo

O Natal precisa de ser assumido como um desafio

Francisco Melo

O Natal está mais uma vez a chegar. A nossa diocese e consequentemente a nossa paróquia apontam-nos um caminho de advento que nos leve a deixar acontecer verdadeiramente o natal na vida e coração de cada um de nós. O caminho tem como lema “JESUS VEM! REZA E ACOLHE”.
Importa em primeiro lugar dar ao Natal o que lhe pertence e o fez nascer: JESUS CRISTO. O Natal tem como acontecimento fundante a vontade de Deus-Pai de ser um como nós, de viver a nossa condição, de assumir-se homem para nos dizer que a nossa existência faz sentido e a realização e felicidade plenas são possíveis. É por isso que Natal é encontro, é humildade, é carinho, é entrega. Natal significa tudo o que de melhor existe no ser humano.
Em segundo lugar importa purificar tudo o que está a tornar este acontecimento originalmente tão significativo humanamente num acontecimento que chega a criar um ambiente fastidioso. Natal não são prendas, nem compras, nem almoços e jantares de natal, etc, etc. Natal é a celebração deste Deus que não nos abandona e que desafia o homem a olhar a sua dimensão divina.
Em terceiro lugar o Natal precisa de ser assumido como um desafio. A consciência da bondade de Deus leva-me na vida à imitação dessa mesma bondade. Não vejo como possa ser de outro modo.
Em tempos de crise económica e financeira poderemos hoje e aqui ter uma oportunidade para ver que o que absolutizamos tantas vezes, o consumismo, afinal não são o único caminho para a verdade e a felicidade.
Pela oração poderemos ver este Jesus Cristo que vem e desta consciência partir para o acolhimento.
Feliz e Santo Natal para todos.

Ao Homem compete a construção de um mundo moral...

ÉTICA ECOLÓGICA

Anselmo Borges

É significativo que, até pela via etimológica, ética e ecologia estão relacionadas. De facto, ética vem do grego êthos, que significa costumes e morada; ecologia provém de duas palavras gregas (oikos, casa, e lógos, razão, discurso) e significa tratado da casa, também em conexão com economia (oikos e nómos, lei), a lei da casa.
Logo pela etimologia se vê a importância decisiva do tema, pois é da nossa casa e do cuidado por ela que se trata. O debate tem-se tornado premente por causa da crise ecológica: alterações climáticas, contaminação do ar, do solo e da água, desertificação, extinção de espécies.
A responsabilidade ética é evidente, mas não é fácil responder a perguntas que se colocam neste domínio. Por exemplo: como se fundamentam os nossos deveres para com a natureza? Somos obrigados a cuidar dela por causa de nós ou porque ela tem valores objectivos?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Acordo Ortográfico vai ser aplicado em Setembro de 2011

«O novo Acordo Ortográfico vai ser aplicado nas escolas já no próximo ano lectivo 2011/2012, ou seja, em Setembro do próximo ano, decidiu hoje o Governo em Conselho de Ministros.»
Ler mais aqui

NOTA: Será desta? Será que toda a gente vai mesmo assumir o Acordo Ortográfico? Será que o podemos incluir nos nossos computadores, para mais facilmente nos habituarmos a ele? Seria o ideal. Preciso de o aplicar e com a ajuda do computador tudo seria mais fácil.

Ordem dos Advogados distingue Frei Bento Domingues

Frei Bento

«Frei Bento Domingues, dominicano português, vai ser agraciado esta sexta-feira com o prémio «Ângelo d'Almeida Ribeiro», atribuído pela Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (CDHOA).
A CDHOA distingue o “elevado mérito do trabalho desenvolvido em defesa dos Direitos Humanos”.
A entrega decorre, pelas 18h00, por ocasião do 62.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos do Homem.
O prémio «Ângelo d’Almeida Ribeiro» destina-se a distinguir anualmente as personalidades ou entidades nacionais que mais se tenham destacado na defesa dos direitos dos cidadãos.»

Leia mais aqui

NOTA: Congratulo-me com esta decisão da CDHOA de distinguir Frei Bento Domingues, que leio regularmente no PÚBLICO, por ser uma voz autorizada e desassombrada. Não é fácil encontrar um padre com uma leitura tão atenta dos sinais dos tempos, manifestando um sentido crítico apurado e aberto a todas as correntes do pensamento. Os meus parabéns pelo exemplo que nos dá.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

"Fechar as televisões e ir para o café falar"


"Os europeus estão preparados para um movimento ecológico"


Os olhos dos europeus abriram-se: a Terra é finita e a tecnologia não nos salvará. Há economistas a rejeitar o crescimento económico. O jornalista francês Hervé Kempf escreveu um livro onde vai mais longe e pede o fim do capitalismo em alternativa ao caos. Para salvar a democracia é preciso "fechar as televisões e ir para o café falar".
A ideia terá as suas vantagens, mas tenho para mim que a televisão terá mais força. Leiam mais aqui



Um livro de Licínio Amador: “Contos da Terra dos Ílhavos"

 Licínio Amador com uma futura leitora

Ilustração da capa

Estive ontem, 8 de Dezembro, no anfiteatro do Museu Marítimo de Ílhavo, no lançamento do livro “Contos da Terra dos Ílhavos”, de Licínio Amador. Foi, sem dúvida, um acontecimento cultural de relevo, que mobilizou muitos ilhavenses, e não só. O autor e o livro bem justificaram a participação de pessoas de todas as idades e níveis académicos.
Domingos Cardoso, que fez as honras da casa, sublinhou que a cultura é luz que ilumina a nossa civilização. E por se tratar de um acontecimento em Dia da Mãe, adiantou, com sentido oportuno, «que a cultura também é mãe».
Referindo-se ao livro, adiantou que o trabalho de Licínio Amador é uma homenagem aos nossos antepassados, acrescentando que a cultura tem muitas faces, muitas expressões, como se pôde apreciar nos  fados de Coimbra, com cantor e músicos ilhavenses a emprestaram ao evento uma nota muito agradável, com o amor a sobressair.
Depois a velha mas sempre renovada história da “Lâmpada”, roubada, segundo a lenda, à vista de toda a gente, tema glosado num dos 12 contos que enchem aquele  livro de Licínio Amador, que também é poeta premiado. Alunos e professores da Escola João Carlos Celestino Gomes mostraram-se à altura.

A Caminho do Natal


DEUS-MENINO

Era noite; e por encanto
Eu nasci, raiou o Dia.
Sentiu meu pai que era Santo,
Minha mãe, Virgem-Maria.

As palhinhas de Belém
Me serviram de mantéu;
Mas minha mãe, por ser Mãe,
É a Rainha do Céu.

Nem há graça embaladora,
Como a de mãe, quando cria;
É como Nossa Senhora,
Mãe de Deus, Ave-Maria!

Está no Céu o menino,
Quando sua mãe o embala.
Ouve-se o coro divino
Dos anjos, a acompanhá-la.

Como num altar de ermida,
Ando no teu coração;
Para ti sou mais que a vida
E trago o mundo na mão.

Não sei de pais, em verdade,
Mais pobrezinhos que os meus;
Mas o amor dá divindade,
E eu sou o filho de Deus!

Jaime Cortesão

Ainda o falecimento do Daniel Rodrigues

Daniel Rodrigues na Redacção

O Daniel Rodrigues, jornalista em vários órgãos de comunicação social, foi hoje recordado pelo Correio do Vouga, com o destaque que ele merece. Foi director-adjunto deste semanário diocesano, ao qual deu o melhor de si mesmo.
D. António Marcelino, que o conheceu como poucos, ao nível eclesial e humano, lembra-o assim:

«Daniel Rodrigues, jornalista inquieto e cristão inconformado


Conheci-o enamorado de “O Comércio do Porto” e a viver para ele as 24 horas do dia. Vi-o a correr ofegante para estar em todas. Ouvi-o a dizer palavras em catadupa, com receio de não comunicar tudo quanto tinha lá dentro. Observei-o entre os colegas de profissão, amigo de todos, fiel a todos. Escutei-lhe os desabafos ante a morte anunciada do “seu” jornal. Testemunhei como viveu o diaconado permanente como caminho de realização humana e cristã, e como serviu o Correio do Vouga, sem condições. Acolhi, com respeito e abertura, as suas confidências, preocupações e projectos. Vi os seus olhos a reluzir, sempre que recordava e sonhava passos andados a bem da região e da Igreja. Saboreei a sua paixão pelos pobres, pelos ciganos e os excluídos sociais. Senti-o a definhar-se na sua saúde, a pedir que não dessem por definitiva a sua debilidade, porque alimentava, até ao fim a esperança de viver, comunicar, servir, ser forte… Um homem da cidade que ele amava e o amava; da Igreja, de que falava com amor e servia com generosidade; das suas terras do Paiva, horizonte largo e duro do homem lutador que ele era; dos muitos amigos, espalhados por esse Portugal fora, que me perguntavam por ele, a jeito de quem o recordava como ele sempre foi…
Era assim, e muito mais, o Daniel. Morreu, mas continua vivo, como todos os que não viveram em vão. Semeou muito. Até ao fim. Os frutos hão-de vir.»

  Pode ler mais aqui, em "Bem-haja, Sr. Daniel!", "Duas propostas para lembrar um grande jornalista" e "Daniel Rodrigues foi o primeiro jornalista profissional em Aveiro"

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Gafanha da Nazaré: Rua 13 de Maio

Primeiras aparições
Fátima torna as pessoas mais generosas e mais fraternas

Passei há dias pela Rua 13 de Maio, que fica perto da Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré. A nossa terra está cheia de ruas que a cortam em todas as direcções. Umas com nomes expressivos e outras que nada nos dizem. Como o dia 13 de Maio entrou na vida de muitíssimos gafanhões, e não só, quase desde a fundação da freguesia e paróquia, permitam-me que avance por aqui, sendo certo que muitos outros arruamentos ficarão em carteira, sem preocupações de cansar quem quer que seja, mas tão-só com o objectivo de oferecer, nestas linhas simples, algumas notas informativas a quem mora ou passa pela Gafanha da Nazaré.
O dia 13 de Maio está, obviamente, associado às aparições de Nossa Senhora de Fátima aos três pastorinhos, em 1917. Lembremos que a paróquia e a freguesia da Gafanha da Nazaré foram criadas em 1910. E, que se saiba, por tantos testemunhos que ouvi, o povo das Gafanhas nunca, desde aí, deixou de peregrinar a Fátima, quer a pé, quer de bicicleta, quer ainda de camioneta e mesmo de comboio. As devoções, legítimas, a isso obrigam, para alegria dos crentes.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Alçada Baptista faleceu há dois anos

Alçada Baptista

Alçada Baptista: um escritor de afectos

Neste dia, há dois anos, faleceu o escritor António Alçada Baptista, com 81 anos. Católico progressista, deixou nos romances e crónicas que escreveu sinais claros de uma sensibilidade muito própria. Li, à medida que iam sendo publicados, os seus livros, mas também saboreava as suas crónicas publicadas em jornais e revistas, escritos que me atraíam pela proximidade que o escritor sabia estabelecer com os seus leitores.
Na homenagem que lhe foi prestada, por intelectuais e amigos, em livro editado em Fevereiro de 2007 (António Alçada Baptista: Tempo afectuoso - Homenagem ao escritor e amigo de todos nós), o nosso país ficou a saber quanto ele  era estimado por todos, independentemente das orientações políticas ou religiosas de cada um.  Escritor profundamente memorialista, sabia tornar-nos próximos do seu mundo familiar, das suas vivências, dos seus afectos, da ternura que nutria pelo ser humano.
Na altura da publicação desse livro escrevi um simples texto. Ver  aqui.

Álvaro de Campos: A música, sim, a música...


A música, sim, a música…

Piano banal do outro andar…
A música em todo o caso, a música…
Aquilo que vem buscar o choro imanente
De toda criatura humana,
Aquilo que vem torturar a calma
Com o desejo duma calma melhor…
A música… Um piano lá em cima
Com alguém que o toca mal
Mas é música…


Ah, quantas infâncias tive!
Quantas boas mágoas!
A música…
Quantas mais boas mágoas!
Sempre a música…
O pobre piano tocado por quem não sabe tocar.
Mas apesar de tudo é música.


Ah, lá conseguiu uma música seguida —
Uma melodia racional —
Racional, meu Deus!
Como se alguma coisa fosse racional!
Que novas paisagens de um piano mal tocado?
A música!... A música…!

Álvaro de Campos
NOTA: A Biblioteca Particular de Fernando Pessoa está aqui

A Caminho do Natal

Mensagem do Bispo de Aveiro 

Há sinais de tempos novos

1.Iniciamos o Advento como escola da esperança e tempo para viver na serena expectativa do Natal.
Jesus vem: reza e acolhe. É este o lema que nos vai orientar ao longo desta caminhada de Advento – Natal. Este lema procura mobilizar quem espera e acredita no nascimento de Jesus a concretizar o nosso Plano diocesano de pastoral, nesta etapa do nosso viver como Igreja orante, lugar da esperança.
Encontramos este lema escrito no frontispício das nossas Igrejas e sabemo-lo sobretudo inscrito no coração de tantas famílias e pessoas.

Gafanha da Encarnação celebra o 6.º aniversário de elevação a vila

ANGE

Na próxima Quinta-feira, dia 9 de Dezembro, a Gafanha da Encarnação comemora o seu 6.º aniversário de elevação a vila. Como forma de assinalar esta data, a Câmara Municipal de Ílhavo, em cooperação com a Junta de Freguesia da Gafanha da Encarnação, vai realizar durante a manhã uma visita de trabalho na freguesia, contando com a participação dos autarcas locais, na qual serão abordadas questões ligadas aos investimentos perspectivados pela CMI para o futuro próximo na Vila da Gafanha da Encarnação.
Daqui felicito a Gafanha da Encarnação e as suas gentes pela evento, esperando que o progresso e o bem-estar da  população continuem a crescer.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

“Costa-Nova-do-Prado — 200 Anos de História e Tradição” em 3.ª edição




No próximo sábado, dia 11, pelas 17 horas, no Hotel de Ílhavo, vai ser lançada a 3.ª edição do livro “Costa-Nova-do-Prado — 200 Anos de História e Tradição”, da autoria de Senos da Fonseca.
A jornalista Maria José Santana fará a apresentação da obra, estabelecendo-se depois uma troca de impressões com todos os que quiserem e puderem associar-se.
A 3.ª edição deste livro de Senos da Fonseca, um ano após ter vindo a lume pela primeira vez, diz muito da sua importância. Veio marcado pela novidade de nos lembrar que a Costa Nova perfez 200 anos de vida e apresentou-se numa edição de encher o olho, por duas razões: contou histórias e recordou acontecimentos e pessoas, pelo talento de um ilhavense que é também um poeta muito sensível; e ofereceu imagens de um artista, Rui Bela, que sabe como poucos captar as nossas cores.

Saudades de mim menino

Ai barcas, ai barcas
Tão triste é vosso negror,
Por onde ides navegar?
Que espreita
O olho que levais na proa?
Ai amores, ai amores
Da ria amada,
Ai amores  do verde pino…
Ai saudades de mim, menino
Levai-me em vosso vagar.

(S.F.)

A Caminho do Natal


Natal Africano

Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convencional,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz... Mas é Natal.

Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.

Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.


Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.

Cabral do Nascimento


Morreu D. Júlio Tavares Rebimbas

Faleceu o Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas, Arcebispo-Bispo emérito do Porto. Oriundo do Presbitério de Aveiro, foi sucessivamente Bispo do Algarve, Auxiliar do Patriarca de Lisboa (com o título de Arcebispo de Mitilene), 1º Bispo de Viana do Castelo e finalmente Bispo do Porto (1982-1997).
Em todos estes relevantes cargos eclesiais, o Senhor D. Júlio foi um dedicado Pastor do Povo de Deus, concretizando o espírito e as determinações do Concílio Vaticano II, quer nas iniciativas que tomou quer no seu modo cordial e próximo de estar e proceder com todos. Foi constante amigo do seu clero e deixou em todas as Dioceses que serviu um rasto de gratidão e simpatia, inteiramente merecidas.
Residia na Casa Diocesana de Vilar, estrutura de grande importância para a actividade pastoral, que edificou e bem denota o seu empenho e clarividência.
A Diocese do Porto está profundamente grata ao Senhor D. Júlio Tavares Rebimbas, guarda no coração o seu testemunho e pede a Deus a maior recompensa dos seus muitos e generosos trabalhos.

Porto, 6 de Dezembro de 2010

+ Manuel Clemente, Bispo do Porto