domingo, 17 de outubro de 2010

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


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TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 206

PELO QUINTAL ALÉM – 43



A ERVA DAS PAMPAS

A
Américo, Oliveiros e
todos os Companheiros do Esteiro Pequeno

Caríssima/o:

a. Pelo nome que aí vai nem todos a reconhecerão, mas depois de ver a imagem não custa nada ... penhachos ... macios...
Um dia, levei com intenção de plantar no quintal uma plantinha ainda tenra e mesmo a pedir que dela cuidassem... Só que a recusa foi formal e convincente:
- Essa planta é uma praga... Por favor, não a plantes!
Contrariado e contristado, obedeci... Hoje dou-lhe carradas de razão. E aqui fica a minha admiração por quem há quase cinquenta anos já tinha a visão (que a experiência lhe dava!...) do que acontece nos nossos dias.

e. Muitos não saberão, mas a minha “amizade” para com os 'macios' vem dos tempos do Esteiro Pequeno. Que maravilhosas plumas nos tentavam no cimo dos tufos que cresciam desmesuradamente! E que cortes profundos as folhas dentadas serravam nos nossos dedos desprotegidos quando fazíamos mais uma tentativa para as cortar! Mas era um espectáculo de cor e de movimento que nos era proporcionado naqueles 'jardins' que marcaram a nossa infância. Talvez os senhores dos gabinetes tivessem compreendido melhor a mágoa (mesmo a angústia...) que os vizinhos dos Esteiros sentiram quando viram as máquinas a destruir esses 'tesouros' oferecidos pelos senhores da Junta se tivessem, algum dia, participado nas nossas aventuras e desventuras... E na 'réplica' estendida à população ficariam bem alguns exemplares destas plantas (embora se reconheça que deve ser muito difícil conseguir a riqueza cromática desses tempos).

i. Erva gigante, chegando a 2,5 metros de altura,as suas inflorescências parecem-se com grandes plumas e podem ser de coloração branca, amarelada ou arroxeada, formadas principalmente no verão. As folhas são longas, lineares e com bordas cortantes.
Recortei as frases que se seguem e me ajudaram a encontrar o sortilégio que vivíamos em cada dia da nossa infância:

Meditação para este domingo


Quantos cabelos há na sua cabeça?

As vidas da maior parte de nós são habitadas e empatadas por uma série de medos: medo de abandono, medo do embaraço, medo da rejeição, medo da dor, medos de perdas e humilhações de toda a espécie. E demasiadas vezes deixamos que esses medos nos paralisem e impeçam a nossa personalidade de crescer. E até nos podem levar a ceder ao que sabemos estar errado. “Vou perder o meu trabalho”, dizemos, “os meus amigos, a minha posição na comunidade, a minha vida, a não ser que ceda e faça o que a minha consciência diz que não devo fazer.”
Na maior parte dos casos, o medo conduz a pecados de omissão – não fazer o que os nossos corações dizem que temos de fazer. Jesus sabia disso e convida-nos a outro olhar. “Não se vendem cinco pássaros por duas pequeninas moedas? Contudo, nenhum deles passa despercebido diante de Deus. Mais ainda: até os cabelos da vossa cabeça estão contados. Não temais: valeis mais do que muitos pássaros” (Lucas 12, 6-7). De facto valemos, pelo que temos de confiar na imensidão do afeto paterno de Deus por nós.
O que é que Deus promete àqueles que confiam nEle? Será imunidade face às feridas e à má sorte? Infelizmente, não. O que Deus promete é que aconteça o que acontecer, incluindo o mais terrível dos desastres, Ele nunca nos deixará sozinhos e desprotegidos. Ele permanecerá junto de nós, caminhará conosco e dar-nos-á o que precisamos para fazer o que é necessário. Poderemos ter de entregar as nossas vidas mas Deus não permitirá que sejamos esmagados ou destruídos.
Por isso não temos nada, absolutamente nada a temer, se caminharmos com Ele e confiarmos nEle. Esta é a promessa de Deus e Ele cumpre sempre a sua palavra.
P. Dennis Clark
In Catholic Exchange
Trad. / adapt.: rm
© SNPC (trad.)
15.10.10

sábado, 16 de outubro de 2010

Artur Santos Silva em entrevista ao PÚBLICO

Entrevistas sobre o futuro




"Se não conseguirmos consenso,
seremos um país marginal"

Dizer a verdade e gerar consensos, outra coisa seria imperdoável. É esta a fórmula que Artur Santos Silva defende para evitar mais uma oportunidade perdida.Por Teresa de Sousa


«A razão principal é que as elites portuguesas - e o país em geral - não reclamam outros políticos, não reclamam melhores políticos. Poderíamos simplesmente dizer que temos os políticos que reflectem o que é a sociedade portuguesa. Não estou nada de acordo com isso. Acho é que há uma inércia, uma passividade nas elites portugueses, que não reclamam, não intervêm, não exercem, no fundo, as chamadas "liberdades positivas". Que a liberdade não é só a liberdade negativa - eu não quero que toquem na minha esfera, nos meus direitos. A liberdade são direitos e são obrigações. A obrigação de participar para construir um país melhor é um dever daqueles que são os melhores e os mais preparados.»

PÚBLICO

Ricos pagam só 11 por cento da austeridade

«As medidas de austeridade de que o Governo lança mão para 2011, anunciadas ao longo de três planos apresentados durante este ano, vão ter um impacto total de 11.500 milhões de euros, dos quais só cerca de onze por cento é que vão ser pagos pelas classes mais abastadas.»

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Um poema de Clara Sacramento



ERRO NA PAISAGEM

Todos somos seres errantes
e a paisagem
é a certeza
de estarmos sós

Aprendi a paisagem horizontal
Na lonjura mortal do infinito

Nela encontro
Os seres suaves

só ela persiste
no silêncio dos espaços

Nós erramos
verticalmente
efémeros
como as árvores

Clara Sacramento

"Antologia de Poetas Ilhavenses", organizada  por Jorge Neves

SOMOS RESPONSÁVEIS PELA NATUREZA E PELO SEU FUTURO

Via Láctea

Passados 13 700 milhões de anos, nós

Anselmo Borges

Muitos tentaram a escala. Agora, leio-a em Leonardo Boff, no Fraternizar. Comprimindo os mais de 13 000 milhões de anos do universo num ano cósmico, ficamos espantados com os resultados do cálculo para o aparecimento dos seres até nós.
No dia 1 de Janeiro, ocorreu o Big Bang. No dia 1 de Março, surgiram "as grandes estrelas vermelhas que depois explodiram e, dos seus elementos, lançados em todas as direcções, formou-se o actual universo". No dia 8 de Maio, surgiu a Via Láctea, uma entre milhares de milhões. No dia 1 de Outubro, nasceu a Terra. No dia 29 de Outubro, a vida irrompeu no seio de um oceano primevo. A 21 de Dezembro, apareceram os peixes. A 28 de Dezembro, às 08.00, os mamíferos. No mesmo dia, às 18.00, voaram os pássaros. No dia 31 de Dezembro, às 17.00, nasceram os nossos antepassados pré-humanos, os antropóides. No mesmo dia, às 22.00, entra em cena o ser humano primitivo, o australopiteco. No mesmo dia, às 23.00, 28 minutos e 10 segundos, surgiu o ser humano de hoje, o sapiens-sapiens, com consciência reflexiva. No mesmo dia, às 23.00, 59 minutos e 6 segundos, nasceu Jesus Cristo. No mesmo dia, às 23.00, 59 minutos e 59,59 segundos, viemos nós ao mundo. Impressionante, não é?

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Os benefícios de uma boa sesta

É de pequenino que se treina a sesta

Vi hoje, num programa matinal, um concurso para promover a sesta. O concurso decorreu numa grande superfície, à vista de toda a gente, com técnicos a medir a natureza, a qualidade e a originalidade da sesta dos concorrentes.
A experiência ditou que a sesta, um gosto especial dos espanhóis, é bastante benéfica, depois da refeição. Os candidatos, quando acordaram, garantiram que se encontravam muito bem-dispostos e mais preparados para prosseguir o dia de trabalho.
Em Portugal há um grupo dos Amigos da Sesta, com a finalidade de incentivar à prática da sesta. Mário Soares é um dos famosos que não dispensam a sesta depois do almoço, nem que seja sentado ou recostado num sofá. Eu, quando posso dormir uma sestinha, também reconheço os seus benefícios. Como aconteceu hoje, por exemplos.

Aveiro à noite




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Nota: Colaboração do P. José Manuel

Orlando Figueiredo na Antologia Poética sobre o Mar

Pontevedra

Amanhã, 16 de Outubro, pelas 18 horas, terá lugar, no Café Moderno de Pontevedra, a apresentação de uma Antologia Poética relacionada com o Mar. Esta antologia é publicada pela editora El Taller del Poeta e é coordenada pela autora valenciana Mila Perez Villanueva, com prefácio de António Cabrera e desenhos de Cândido Solaz.
Colaboram nesta antologia vários autores de Espanha, Argentina, Cuba, Chile, Grécia e México.  Orlando Jorge Figueiredo, poeta natural da Gafanha da Nazaré, é o português com lugar garantido naquela Antologia Poética. Os meus parabéns.

Igreja Católica tem de actualizar o seu código linguístico

«De acordo com D. Cláudio Maria Celli, “a cultura actual cria e transmite todo o tipo de novas linguagens e maneiras de pensar, algo que influencia mentalidades e métodos de aprendizagem, que domina todos os tópicos de discussão”.

Perante este quadro, “a Igreja não pode continuar a utilizar o mesmo código linguístico, para comunicar com uma população cada vez mais distante desse registo”, sublinha o bispo italiano, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS).
Numa declaração prestada hoje, dia 14, no âmbito da sexta reunião geral do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, o prelado considerou fundamental a “realização de uma renovação pastoral, reaprender a ouvir e a comunicar”.
Para D. Cláudio Maria Celli, isto não significa ir a correr atrás das últimas tecnologias, mas entender os códigos linguísticos das pessoas e utilizá-los da melhor forma

Ler mais aqui

Nicolau Breyner anda triste...

«Às vezes tenho vontade de pedir a demissão de ser português.»

Nicolau Breyner
In "Correio da Manhã"

NOTA: O que está a acontecer com Nicolau Breyner, deve acontecer com muito boa gente, que se envergonha de atitudes de alguns dos nossos compatriotas. Comigo, que não chego a tanto, também se verifica um normal incómodo, principalmente quando ouço, aos berros, de olhos esgazeados, alguns dos nossos políticos, no salão nobre da nossa democracia. Será que eles não visionam, à noite, quando regressam a casa, o filme dos maus exemplos cívicos que protagonizam na Assembleia da República? E será que na pacatez dos seus lares ninguém lhes mostrou a triste figura que exibem ao mundo?

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Formação no ISCRA

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O comportamento de Manuel Alegre

Tenho lido e ouvido que Manuel Alegre, candidato à Presidência da República, passa a vida, por tudo e por nada, a acusar o actual Presidente, Cavaco Silva, como se não tivesse mais nada que fazer. Agora diz que o Presidente Cavaco anda a recrutar crianças com bandeirinhas.  Mal vai um candidato, sobretudo com o nível intelectual e político da Manuel Alegre, quando, em vez de nos dizer quais são as linhas-mestras da sua candidatura, se inclina mais para atacar, sem qualquer sentido, os seus adversários. Neste caso, Cavaco Silva, que ainda não formalizou a sua candidatura. Seria bom que Manuel Alegre, um histórico da nossa democracia, se lembrasse do que aconteceu a Mário Soares. Tanto atacou, por vezes grosseiramente, Cavaco Silva, que se virou o feitiço contra o feiticeiro. E acabou por sair derrotado sem apelo nem agravo. Para mim, uma política com sentido de Estado vale mais pela afirmação honrada das convicções dos candidatos do que pelos ataques pessoais que alguns dirigem aos seus adversários.

FM

NOTA-1: «O director da campanha de Manuel Alegre, Duarte Cordeiro, desvalorizou hoje as acusações do candidato apoiado pelo PS e BE. Segundo Cordeiro, as declarações do escritor, proferidas após a inauguração da sede de campanha em Lisboa, foram “em sentido metafórico”: “O que o candidato queria dizer era que há iniciativas cénicas num momento difícil, obviamente, numa perspectiva de montar cenários”, explicou. (PÚBLICO de hoje)

NOTA-2: O candidato, lá por ser poeta, não pode enveredar por frases metafóricas, em assunto tão sério. A liberdade poética, na política, tem de se usar com parcimónia. FM

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Mineiros chilenos estão a voltar à vida


RESGATE EMOCIONANTE

Os 33 mineiros chilenos, enclausurados no interior da terra há 68 dias, estão a voltar à superfície. Até agora, já nove viram a luz do dia, de óculos escuros, para se adaptarem à claridade. O mundo inteiro, julgo eu, assiste emocionado às operações de salvamento, que vão continuar mais umas 24 horas, se tudo correr como até aqui.
Como é natural, a alegria está patente no rosto de todos os que dirigem e operam nas acções estudadas ao pormenor. Mas as emoções mais fortes são bem visíveis nos familiares que acolhem, quase em silêncio mas muito comovidos, os seus entes queridos que regressam à vida.
Quando contemplo as operações de resgate e quanto foi preciso fazer para salvar 33 homens, de vida dura como é o trabalho no ventre da terra, não posso deixar de pensar na generosidade do ser humano, capaz do melhor para socorrer o seu semelhante. E são estes gestos que nos levam a acreditar nas potencialidades físicas, científicas, técnicas e anímicas, quase ilimitadas, dos homens e mulheres do nosso tempo. O mesmo é dizer de todos os tempos.

FM

É preciso dignificar a acção política e aqueles que a tomam a sério



Verdade e honestidade na política

António Marcelino

«É preciso dignificar a acção política e aqueles que a tomam a sério. Mas este objectivo só é possível quando neste campo há gente que preza a sua dignidade, a sua palavra e está mais pronta a aceitar até os erros cometidos, que a desvirtuar a realidade. Gente honesta, capaz de escutar a todos e de se renovar interiormente. Gente que não se rodeia de quem a tudo diz lhe que sim, porque, para ela, agradar ao chefe é mais importante e rentável que servir a comunidade.»

TROFÉU PARA AS FLORINHAS DO VOUGA

Florinhas do Vouga
vencem Troféu Português do Voluntariado
com o projecto "Ceia com Calor"!


Professor Eugénio Fonseca, Presidente da CPV, e Elza Chambel,
Presidente do CNPV, com a vendedora



«Segundo o Júri, do qual fizeram parte a Dra. Maria José Ritta, a Dra. Fernanda Freitas, a Dra. Paula Guimarães e o Dr. Rui Rama da Silva, este projecto foi escolhido "pelo mérito da sua actuação no terreno do combate à exclusão social e da pobreza, pela capacidade de mobilização de voluntários organizados em função dos objectivos do projecto e espírito empreendedor, pelo envolvimento no seu trabalho da comunidade empresarial e escolar local".
Louvamos todos os voluntários que nas Florinhas do Vouga desempenham o seu voluntariado. Louvamos também os voluntários do Centro Social e Paroquial de Vale Figueira, da Academia Equestre João Cardiga, dos Leigos para o Desenvolvimento, da Santa Casa da Misericórdia de Oeiras e da Associação Coração Amarelo, bem como os corpos directivos destas organizações.
Foi anunciado no Sábado, dia 9 de Outubro, numa pequena cerimónia que decorreu nas instalações da delegação regional de Lisboa e Vale do Tejo do Instituto Português da Juventude.»


NOTA: Brevemente, mais informação sobre o troféu atribuído a um projecto das "Florinhas do Vouga"

1910 a duas vozes: Um livro com achegas para pensar


Mendo Henriques: «Com o liberalismo monárquico, fomentou-se a decadência ou o progresso do país em termos económicos, sociais e culturais?
Que factores determinaram a crise das instituições políticas da monarquia constitucional?
Se havia atrasos sociais, económicos e educativos, seriam fundamentalmente imputáveis à instituição real ou a reis concretos?»


Fernando Rosas: «Na realidade, na transição do século XIX para o século XX, um pouco por todo o Ocidente europeu, e em Portugal ao ritmo e com a extensão condicionados pelas especificidades socioeconómicas, políticas e culturais do meio, os sistemas liberais e oligárquicos começaram a ser minados nos seus fundamentos pelas dinâmicas de mudança de um capitalismo em profunda transformação económica e tecnológica.»

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Rão Kyao “O Melhor dos Tempos”

Centro Cultural de Ílhavo │OUTUBRO │SÁB 16 às 22h00

Rão Kyao

Rão Kyao é um guia que nos transporta por diversas paragens – por Portugal, claro, pela vizinha Espanha também, mas igualmente pelo Extremo Oriente onde estudou e aperfeiçoou a sua notável técnica na flauta de bambu.
São esperados momentos de grande introspecção, quando a sua música assume tonalidades mais místicas e nos faz reviver alguns dos momentos da sua carreira.
Um concerto de Rão é uma viagem – e não apenas pelo som de diversas latitudes, mas também por diversas emoções e sentimentos que provoca.

A ECONOMIA AO SERVIÇO INTEGRAL DA PESSOA


PARA QUE SERVE A ECONOMIA?

José Tolentino Mendonça

A Economia deixa de ser apenas um processo administrativo, uma arte de gestão corrente e passa a colocar no centro da sua finalidade o serviço integral à Pessoa



Há uma frase lapidar de Carl Schmitt em relação aos Estados modernos que importa recuperar: «Todos os conceitos decisivos da moderna doutrina do Estado são conceitos teológicos secularizados». Isto é, na origem de paradigmas fundamentais que nos regem, como por exemplo a Economia e o Governo, e que hoje regressaram (Deus sabe com que desespero) ao centro do debate público em Portugal, está a influência determinante da teologia cristã, sobretudo nas suas estações bíblica e patrística.

O Ilhavense Capitão José Paulo Vieira da Silva comanda navio de pesquisa numa expedição ao RMS Titanic

A LENDA CONTINUA


Cap. José Paulo

O SV Jean Charcot, da empresa Escocesa Hays Ships, levando a bordo 17 tripulantes e 30 passageiros (cientistas, arqueologistas e diveros técnicos ) sob o comando do Cap. José Paulo, esteve recentemente a efectuar uma expedição ao Titanic. Este navio encontra-se a 3870 metros de profundidade a 375 milhas SE de St. John’s na Terra Nova. A empresa Americana RMS Titanic Inc., possuidora de todos os direitos sobre os restos do Titanic, organizou esta expedição que se realizou entre os dias 22 de Agosto e 18 de Setembro de 2010.


Flores para os náufragos

O Jean Charcot foi equipado com um ROV (veiculo operado remotamente) REMORA e com dois AUV (veiculo autonomo). Estes equipamentos permitiram fazer um mapeamento do Titanic e da area envolvente bem como obter imagens por scan, para verificar o grau de decomposição do Titanic, e efectuar fotos e filmagens em 3D, com a intenção de reconstruir virtualmente o Titanic, tendo em vista o centenario da sua trágica viagem que se comemora em 2012. Serão então exibidas as imagens e documentários desta expedição, perpetuando a memória de quantos pereceram – 130 passageiros da 1ª classe, 166 da 2ª classe, 536 da 3ª classe e 685 membros da tripulação.
Quando o Jean Charcot chegou à posição sob a qual se encontram os restos do Titanic, toda a tripulação e membros da expedição participaram numa cerimonia evocativa do acidente e de quantos nele pereceram, lançando flores à água.
A expedição correu como previsto tendo sido ultrapassados todos os objectivos. Foram realizadas milhares de fotos e filmagens para posterior análise e estudo. Toda a expedição foi relatada quer por alguns media Americanos quer online através do facebook, e documentada para o canal História exibir em 2012.


Casamento na expedição


domingo, 10 de outubro de 2010

Igreja Católica: a importância dos catequistas

Altar-mor da Gafanha da Nazaré

Hoje, na missa das 10 horas, foi dia de apresentação de grupos de catequese com os respectivos catequistas. Mais do lado feminino que masculino. As catequistas, com o seu sentido maternal e sensibilidade muito própria, lideram o ranking dos educadores da fé na Gafanha da Nazaré.
Os meus olhos deram vida a reflexões sobre a importância dos catequistas (eles e elas, para não haver confusões) na vida da Igreja Católica, das famílias e da sociedade em geral. Eu sei que há leigos nos mais diversos sectores eclesiais, em cargos de muita responsabilidade e simples cooperantes. Todos assumindo, admito, a co-responsabilidade que deve ser norma essencial no viver da fé. Mas os catequistas, os que semana a semana acolhem crianças e lhes abrem a mente para acolher a Palavra de Deus e as verdades da Boa Nova de Jesus Cristo, esses merecem, de nossa parte, um carinho especial pela entrega, paciente e generosa, à causa da instauração do Reino de Deus nos tempos que correm, rumo a uma sociedade mais fraterna.
As religiões servem, fundamentalmente,  para unir as pessoas e indicar-lhes propostas de paz e bem, de justiça e verdade, de liberdade e de amor.

Os blogues permitem histórias comoventes

No Marintimidades, de Ana Maria Lopes, foi publicada uma história comovente, que mostra a força dos blogues, como espaços de partilha e de proximidades, mesmo de pessoas que não se conhecem. Mais interessante, por isso. Vejam aqui.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


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Filarmónica Gafanhense celebrou 174 anos de vida musical

Duas novas executantes da "Música Velha"


"MÚSICA VELHA" TEM FUTURO ASSEGURADO

Participei ontem no serão comemorativo dos 174 anos de existência da Filarmónica Gafanhense, sendo, por isso, a mais antiga colectividade do concelho de Ílhavo. Quem está habituado a ouvir que a Gafanha da Nazaré tem apenas um século de vida, não deixará de se questionar sobre este desfasamento entre a idade da instituição e da terra que lhe dá o nome. É que a Filarmónica Gafanhense nasceu, realmente, há 174 anos, não na Gafanha da Nazaré, mas em Ílhavo. Mudou muito depois de nome e de sede, por razões compreensíveis e já bastante conhecidas.
Feita esta necessária explicação, lembro então que ontem, sábado, a “Música Velha”, como é conhecida, esteve em festa. Foi em romagem ao cemitério para honrar os músicos, sócios e dirigentes já falecidos, participou numa missa de acção de graças na igreja matriz e à noite, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, houve concerto, participado pela banda juvenil e pela filarmónica, associando-se na parte final o grupo coral da colectividade.
Foram momentos muito agradáveis os que se viveram no Centro Cultural, não só pelo espectáculo em si, mas ainda pela cerimónia de entrada de novos executantes na Filarmónica, que receberam os bonés do maestro e do presidente da associação.
Carlos Sarabando Bola, o dinâmico presidente, frisou que a banda juvenil é fruto de muito trabalho e persistência, não só deles mas também de muita gente, em especial dos pais, que se não têm poupado a esforços para levar os seus filhos aos ensaios. «A direcção pouco ou nada pode fazer sem esse apoio», acrescentou. Contudo, adiantou que a associação continuará de portas abertas para acolher todos os que quiserem dar a sua colaboração.
Paulo Costa, vereador da Câmara Municipal de Ílhavo, que representou, deu os parabéns à banda pela sua longevidade, salientando o seu crescimento artístico e a sua disponibilidade para «estar sempre presente», nos momentos festivos do concelho.
Acrescentou que esta agremiação está «no caminho certo», enquanto garante o seu próprio futuro «com muita malta nova». Referiu a inovação que o coro da banda simboliza, «cheio de energia», enaltecendo por fim a importância que a autarquia atribui à formação cultural, «privilegiando neste mês dedicado à música a prata da casa».

FM

À espera de um bom domingo



PEDRAS VALENTES

O mar bravo que se está a preparar para o Inverno, que oficialmente ainda vem longe, fez ontem alguns estragos em terras que o enfrentam na sua bravura. Na Praia da Barra, aqui perto de onde moro, temos pedras valentes que, dia após dia, inverno após inverno, se sacrificam por nós, defendendo-nos. Aqui lhes deixo a minha homenagem, extensiva a quem, há mais de dois séculos, ousou abrir a Barra de Aveiro neste sítio, à custa de muitas canseiras.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 205

PELO QUINTAL ALÉM – 42


O PINHEIRO

A
Júlia Magalhães,
João Sousa

Caríssima/o:

a. As aventuras envolvendo pinheiros, no nosso quintal, dariam para encher algumas páginas, das mais variadas cores, simbolizando da desilusão ao maior gozo por objectivos conseguidos... Imaginem só como é congratulante sabermos que as tábuas de duas pinheiras criadas atrás do nicho das Alminhas sulcam as águas da Ria em moliceiro airoso!

Outros pinheiros fizeram ou fazem vida por estas bandas, mas crescem remoçadas outras duas pinheiras mansas que apontam, cada ano que passa, para um futuro mais verde..., de esperança acrescida!

Falar hoje desta árvore é também fazer memória da vida da casa nos tempos de minha Sogra; é que, como o dia 5 é (e já era) feriado, aproveitou-se, durante muitos anos, para ir à caruma ao Camondo, ou ao Ervideiro, pinhais que estavam mais a jeito, e que ofereciam governo para todo o ano: para acender o lume, fazer lastro para o porco dependurado no chumbaril, ou simplesmente para estender umas sardinhas a escorrer ...

e. Também pelas nossas Gafanhas, durante anos e anos, o pinheiro era presença amiga e benfazeja; não apenas na Mata mas também nos pinhais que abundavam bordejando a floresta. Quem poderia esquecer as viagens que fazíamos às bicas com os filhos do ti Manuel Elviro!

E para além das brincadeiras, desde muito novos, aprendemos a admirar a obra que Mestre Manuel Maria fazia brotar de raízes e troncos de pinheiros torcidos e retorcidos!

Mas ao menos ainda por esta vez deixai-me sonhar com o meu barco de casqueira que o vento impele na vela da folha do meu caderno dos deveres imperfeitos...

sábado, 9 de outubro de 2010

Deve haver barreiras para a liberdade de expressão?



Religiões e liberdade


Anselmo Borges

Realizou-se no sábado passado, na Biblioteca Municipal, o X Simpósio de Santa Maria da Feira. O tema foi Identidade, Liberdade e Violência, tratado por duas figuras mundialmente conhecidas pela sua luta pela liberdade: a iraniana Shirin Ebadi, Prémio Nobel da Paz em 2003, e o dinamarquês Kurt Westergaard, célebre por causa do cartoon com Maomé com uma bomba no turbante. Era notória a segurança policial por todo o lado.
A primeira a falar foi Shirin Ebadi. E disse que, sem a liberdade de expressão, de que faz parte a liberdade religiosa, a democracia não existe. O problema das teocracias é que os cidadãos e concretamente as minorias não podem exprimir-se. Ora, as pessoas devem poder exprimir-se sem medo. O direito à liberdade religiosa implica também a possibilidade de converter-se a outra religião, e isto é particularmente importante em países islâmicos como o Irão e a Arábia Saudita, onde a conversão é castigada de modo muito pesado.
Deve haver barreiras para a liberdade de expressão? Não é aceitável a propaganda a favor da guerra, da violência, da discriminação. Mas não se pode considerar que o cartoon com a bomba no turbante seja contra os direitos humanos. "Claro que eu não aceito a reacção dos fundamentalistas".
A censura não é admissível. Aqui, Shirin Ebadi citou o seu país, onde a censura é cada vez mais rígida e se pode estender à tradução de obras famosas estrangeiras. E denunciou o Ocidente, que colabora com a censura, por exemplo, vendendo tecnologia com essa finalidade.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

NOBEL DA PAZ PARA UM ACTIVISTA CHINÊS


Nobel da Paz atribuído ao dissidente preso Liu Xiaobo


O Nobel da Paz foi atribuído hoje ao dissidente chinês Liu Xiaobo, preso por protestar contra a ditadura do governo no seu país.
O PÚBLICO noticia que a mulher do galardoado se declarou «"absolutamente encantada" ao saber da atribuição do Prémio e pediu "com insistência" ao Governo chinês para libertar o seu marido.»
O Prémio Nobel da Paz de 2010, defensor dos direitos humanos e arauto da não-violência, tem mostrado, como salientou o Comité do Nobel da Paz, que «existe uma relação próxima entre os direitos humanos e a paz.»
Os ditadores, sejam eles da esquerda ou da direita, são gente diabólica e incapaz de reconhecer a importância da liberdade para o povo. Os protestos já se fizeram sentir, mas lá há-de vir o dia em que cairão do pedestal da tirania e da arrogância.
Na minha já longa vida, já vi cair algumas ditaduras e, se os homens livres quiserem, ainda poderei presenciar o estilhaço de outras estátuas nas pedras da calçada.

VIOLÊNCIA SOBRE IDOSOS





É frequente ouvir e ler denúncias de violências sobre idosos. Hoje mais uma vez aconteceu. Trata-se de violências físicas, psicológicas, financeiras e outras. Normalmente, estas violências acontecem no seio da própria família.
Um dia destes, uma notícia dizia o que há muito se sabe: há idosos abandonados nos hospitais; os familiares indicam telefones errados para não serem contactados. Também há idosos em lares que ali ficam esquecidos pelas famílias, que nem sequer os visitam.
Estas notícias deixam-me (deixam-nos) perplexo. Mais do que isso: deixam-me revoltado.
Eu sei que há muito os idosos são tidos como fardos inúteis, porque improdutivos. Mas são sangue do nosso sangue. Vou então acreditar que, a partir destas denúncias, os comportamentos se alterem em relação aos mais velhos. Nem que seja por vergonha!

FM

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Ruas da Gafanha da Nazaré: Rua Luís de Camões


Luís de Camões

Rua Luís de Camões

Homenagem ao Príncipe dos Poetas Portugueses

A Rua Luís de Camões é mais conhecida pela rua da escola da Cale da Vila. Estende-se desde a rua D. Manuel Trindade Salgueiro até à rua João XXIII. Trata-se de uma via com grande movimentação de pessoas e veículos, e a ela estão ligadas outras que sustentam o acesso ao casario intenso que se tem construído naquela zona da Gafanha da Nazaré.
Sendo indiscutível que a Chave foi o ponto de partida para a Gafanha da Nazaré dos nossos dias, a verdade é que a Cale da Vila se tornou no primeiro pólo de desenvolvimento da nossa terra, situando-se ali as principias indústrias e comércio ligados ao mar.
Depois destas curtíssimas notas, viremo-nos agora para o “patrono” desta rua, o mais cantado poeta português, ou não tivesse ele a dita de estar associado ao Dia de Portugal e das Comunidades Portuguesas. Com justiça, em nossa opinião, embora haja quem o queira destronar do lugar cimeiro dos poetas lusos.

Poesia para este dia

Fonte: Revista Ecclesia

MUSEU DA CIDADE DE AVEIRO celebra a República




Até 31 de Outubro – Curiosidades da República
10.00 – 12.30 e das 14.30 – 18.00
visitas guiadas mediante marcação prévia

Até 11 de Outubro – Bandeira(s) e Hino(s) Nacional
Colecção de bandeiras Nacionais pertença do Museu Militar do Porto
10.00 – 12.30 e das 14.30 – 18.00
visitas guiadas mediante marcação prévia

14 de Outubro – Lançamento do Roteiro republicano de Aveiro
autoria de Flávio Sardo e António Neto Brandão
18.30
Antiga Capitania do Porto de Aveiro

Outubro a Dezembro - Ciclo de Palestras “ A República”
Museu da Cidade de Aveiro
auditório do Museu da Cidade

Exposições MCA:

Até 31 de Outubro – A Jóia do Museu
(futuro) Museu Arte Nova
10.00 – 12.30 e das 14.30 – 18.00

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Hugo tinha a chave da felicidade!

Crónica de um professor



Os ténis
Mª Donzília Almeida

O dia amanhecera cinzento. O plúmbeo céu abatia-se sobre aquela povoação, criando nas pessoas uma vaga sensação de opressão. Uma brisa fresca sacudia a copa das árvores que ramalhavam num movimento contínuo. No chão rodopiavam as folhas caídas, que estralejavam à passagem da pequenada.
E assim se abriu a escola, nesse dia outonal, para mais um dia pleno de actividades. As crianças, cheias de vivacidade e energia, corriam e saltavam, indiferentes àquelas condições meteorológicas. Quaisquer que sejam, não falta alegria, nem boa disposição nas suas vidas. Para elas, viver é sempre um acto de grande prazer, contrariamente aos adultos que até pelo tempo se deixam influenciar.
Dirigiram-se para a sala, alunos e professora, para mais uma aula, que prometia muita actividade.

Luta contra a pobreza em Portugal

Nem seria preciso esta crise que se sente e vive para se reconhecer que temos de apertar o cinto. Há anos que se conhece o número assustador de pobres que existe no país, sem que ninguém consiga dar a volta ao problema. Mas hoje, por força da Rede Europeia AntiPobreza, mais uma vez foi badalada a realidade. São 18 por cento de compatriotas nossos que vivem no limiar da pobreza.
Conhecem-se iniciativas ajustadas à situação. Há instituições a voltarem-se para os mais carentes, nomeadamente, para os desempregados e pobres envergonhados. Vi na TV mais uma Loja Social, onde será possível ajudar pessoas e famílias. O que não serve a uns serve para outros. Boa regra para partilhar solidariedade. Só tenho pena que tantas das nossas IPSS fiquem eternamente agarradas a valências de há décadas, sem coragem nem capacidade de iniciativa para a inovação. Lá vão vivendo com os apoios estatais, mas ultrapassar essa fase, avançar para  iniciativas arrojadas e criativas, não está no seu espírito. Como as Lojas Sociais, as Cozinhas Sociais, a troca de serviços e o envolvimento de voluntários na intervenção em prol dos mais pobres. Ainda todos estamos a tempo de fazer algo de diferente.

Será que a história já não é mestra, nem sequer para a Igreja?



Leitura serena e sem preconceitos

António Marcelino

Ouvimos agora falar muito dos “valores republicanos” que, diz-se, é preciso defender e promover. Falam disto os republicanos tradicionais e os mais modernos. Fala o que resta da geração da velha carbonária. Fala a maçonaria actual e as suas lojas. Falam ministros socialistas e laicos de todas as cores. Fala-se, também, no Parlamento, em discursos políticos, em entrevistas e escritos diversos. A todos parece que a salvação do país e a solução da crise está na implementação rápida destes valores, mais do que na sua efectiva compreensão. Diz-se serem eles o legado da República, via Revolução Francesa, a bíblia dos sistemas que enchem os seus códigos com a doutrina de uma modernidade mal entendida e não travada a tempo nas limitações que provocam injustiça e empobrecimento social.
Liberdade, igualdade e fraternidade, a trilogia intocável do regime republicano, não traduz senão conceitos evangélicos e atitudes de uma cultura cristã milenar que ajudou a construção da Europa. Assim o afirma e o afirmará a história, mesmo que dela se rasguem folhas incómodas.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um violino no fado


NOTA: Proposta do Orlando Figueiredo


CUFC: Tertúlias às quartas


(Clicar na foto para ampliar)

NINGUÉM SABE A HISTÓRIA TODA NEM TODAS AS HISTÓRIAS



A Agência Ecclesia, ligada à Igreja Católica, editou um número especial do seu semanário de actualidade religiosa, dedicado ao Centenário da República. Trata-se de um trabalho muito bom e oportuno, que reflecte o sentido da Igreja face aos 100 anos da República, sem ignorar conflitos, que os houve, entre o Estado republicano e a comunidade religiosa, no seu todo, apesar de logo no início ter sido decretado o respeito pelas diversas confissões.
A revista “Agência Ecclesia” apresenta, em 88 páginas, temas muito variados, agrupados em três partes: Sociedade e Religião; Relação Igrejas, Estado e Sociedade: do regalismo à separação; Universos Espirituais e Experiências Religiosas durante a Primeira República. Ilustrações da época e datas marcantes, referências a variadíssimas situações e, no fundo, um conjunto de estudos que nos poderão servir para tomar conhecimento mais completo da problemática relacionada com a República, que agora comemoramos e que nasceu sob o signo da separação do Estado e da Igreja Católica, até então considerada a religião oficial, com privilégios conhecidos.
Investigadores sabedores das matérias a abordar, nomeadamente, António Matos Ferreira, Guilherme Sampaio, Hugo Dores, João Miguel Almeida, Marco Silva, Rita Mendonça Leite, Sérgio Ribeiro Pinto e Tiago Apolinário Baltazar, brindaram-nos com estudos bem delineados e esclarecedores, coordenados por António Matos Ferreira e Rita Mendonça Leite, sob a responsabilidade do Centro de Estudos de História Religiosa da Universidade Católica Portuguesa.
António Rego, padre e jornalista, mas também director do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais, sublinha que «ninguém é quimicamente puro nas análises que ensaia porque ninguém sabe a história toda nem todas as histórias. Como o futuro, o passado límpido apenas a Deus pertence». E mais adiante frisa: «Com a humildade de quem sabe que a história é uma recolha meticulosa de fragmentos que parecem ser um todo, não podemos cansar-nos de procurar as linhas mestras que a sequência vertiginosa dos séculos foi criando como um vulcão paciente que atingiu altíssimas temperaturas e no arrefecimento progressivo e lento  foi criando montanhas, planícies, desertos, oásis, terras áridas e rios abundantes.»
O director da revista, Paulo Rocha, e seus mais directos colaboradores, estão de parabéns.

Fernando Martins

5 de Outubro de 1910: Discurso do Presidente da República



Portugueses,


«Se o regime monárquico, como disse o seu último chefe de governo, suscitava a indiferença do povo, porque durou tão pouco tempo a Primeira República? Se tinham ideais tão elevados, porque se deixaram os políticos republicanos enredar em conflitos e divisões que acabaram por conduzir o país para uma ditadura?
A resposta terá de ser dada pelos historiadores. Mas é sabido que a instabilidade da Primeira República se ficou a dever, entre outros factores, à ausência de um elemento fundamental: a cultura da responsabilidade.
É pacífica a conclusão de que a República foi um regime atravessado por querelas e lutas que pouco diziam ao comum dos Portugueses. Lutas que eram perfeitamente secundárias face aos problemas que o País tinha de enfrentar: o analfabetismo e a pobreza, o atraso económico, as desigualdades, a dependência do exterior, a entrada na Grande Guerra, o desequilíbrio das contas públicas.
O essencial não é a discussão e a luta dos políticos. Há cem anos, como hoje, o essencial é a vida concreta das pessoas.»

Ler todo o discurso aqui

5 de Outubro de 1910


A Portuguesa

Heróis do mar, nobre povo,
Nação valente, imortal,
Levantai hoje de novo
O esplendor de Portugal!
Entre as brumas da memória,
Ó Pátria, sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há-de guiar-te à vitória!


Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar
Contra os canhões marchar, marchar!

Composição
Alfredo Keil, Henrique Lopes de Mendonça

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Ainda o Prémio Hernâni Cidade



Mais dois sonetos de João Alberto Roque






Mia Couto


Sim, amigo, obrigado pelas lições.
Matámos a galinha por um ovo…
é preciso avivar, erguer de novo,
brincar, criar, fazer brincriações.


Ajudaste a sonhar colorações
no planeta dormente onde me movo,
recriaste a língua com o povo,
recreaste a língua em diversões.

Recuperaste até antigos brilhos
(e os ovos de ouro brilham mais
se reflectem o brilho dos demais),


trouxeste alegria a nossos filhos,
cor aos planetas já entorpecidos …
Seja a língua carícia em teus ouvidos!



Unidiversidade


Nascemos em países tão distantes
mas nossas falas, na diversidade,
brincam juntas em tal intimidade
nesse encontro, são línguas de amantes.


Belo festim de sons com cambiantes,
poetas burilando a claridade.
Tantas faces não quebram a unidade,
mas reflectem a luz, são diamantes.


Perceber-te não é grande façanha:
posso achar a pronúncia estranha,
pode o vocabulário divergir…


- Adorei, foi gostoso o cafuné
- Se pensas que eu não sei o que isso é…
Percebi, não precisas traduzir.


João Alberto Roque

domingo, 3 de outubro de 2010

Oficina da Formiga: Artesanato de qualidade

Diversas peças do mostruário da Oficina da Formiga

Jorge Saraiva exibe um belíssimo prato

A riqueza das cores
No Festival do Bacalhau, Júlio Isidro adquiriu um penico



Visitei há dias a Oficina da Formiga na Rua da Coutada, em Ílhavo. O convite veio de Jorge Saraiva, há cerca de um ano, o primeiro responsável pela Oficina e grande entusiasta pela cerâmica tradicional. Com a minha agenda sempre cheia, quantas vezes de coisa nenhuma, o tempo foi passando. Mas durante estas férias, em S. Pedro do Sul, dei de caras com produtos da Oficina da Formiga expostos em diversas lojas, onde também notei o interesse dos visitantes e turistas pelos trabalhos artesanais feitos com qualidade. Daí o meu desejo de levar à prática a visita adiada.
Diz-se no “site” da Oficina que a cerâmica artesanal é das tradições mais antigas em Portugal, remontando «ao século XVI com a tentativa de fabrico de pasta para louça branca. Este tipo de Artesanato é baseado na faiança doméstica produzida em relativa quantidade desde o século XIX até aos anos 60 em Aveiro, com a reprodução dos mesmos desenhos ou recuperação de outros provenientes da rica azulejaria portuguesa».
Tendo por cicerone Jorge Saraiva, fui sendo esclarecido sobre os temas reproduzidos nas peças expostas ou em fase de produção, com predominância para os elementos naturais: Mar, Terra e Ar, reflectidos nos peixes, galos, flores e pássaros. Os suportes são pratos e travessas oitavadas ou ovais; e as cores, de alto fogo, são o azul, o rosa, o castanho e o amarelo.

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 204

PELO QUINTAL ALÉM – 41


A ABÓBORA

A
José Araújo


Caríssima/o:

a. Já há anos que não semeamos abóboras no quintal mas, curiosamente, vão nascendo aqui e além uns pés de variedades não muito frequentes na região. Com mais ou menos sucesso, cuidando a rega e limpando as ervas que se intrometem, têm-se obtido exemplares interessantes, com certa parcimónia.

e. Abundante, abundante era a produção de abóboras por essa Gafanha além. E essa fartura era aproveitada para a criação do gado...

i. ... e também para a nossa alimentação... caldo (sopa!...), papas (ai as papas de carolo!!...)... as filhós.
Em matéria de doces, acrescentemos tão só o pão de abóbora.
E... as pevides!?...
Todos nos recordamos que tolera a seca mas não humidade em excesso e gosta de terra bem estrumada. Agora o que será motivo de admiração para alguns é o facto de se desenvolver bem na vizinhança da figueira do inferno, associar-se bem com o milho mas, quando plantada junto da batateira, têm um efeito inibidor mútuo.
É ainda interessante apreciarmos que as flores abertas são comestíveis e decorativas, servem para perfumar sopas; podem comer-se recheadas com carne e legumes ou ainda salteadas ou fritas com farinha e ovo.

sábado, 2 de outubro de 2010

República em Aveiro

Aqui ao lado, em Destaques, coloquei um Link que talvez lhe interesse. Fala da República em Aveiro, trabalho de um conhecido publicista aveirense, Eduardo Cerqueira, que não deve nem pode ser ignorado.
Aproveite a ocasião para melhor ficar a conhecer os princípios da República na nossa região...

FM

Câmara de Redondo divulga premiados do XV Prémio Literário Hernâni Cidade

XV Prémio Literário Hernâni Cidade - Edição de 2010

Tema “Venho brincar aqui no Português, a lingua", na modalidade de poesia.

Trabalhos Premiados

1º Prémio - “Venho brincar aqui no português”
João Alberto Fernandes Roque, Gafanha da Nazaré

2º Prémio – “O ente do dente”
André Telucazu Kondo, Brasil

3º Prémio – “Brincar no português”
José Carlos Franco Pereira da Silva, Leiria

Prémio Especial Juventude

O não reconhecimento de trabalhos enquadrados nos critérios exigidos pelo Júri do concurso determinou a não atribuição deste prémio na edição de 2010

Menções Honrosas

“Brincar com a língua”
Maria Filomena Franco Gonçalves Mota,

Mais um Prémio Literário para João Alberto Roque


Venho brincar aqui no Português


Venho brincar aqui no Português,
a língua dos meus pais e minha, agora,
herança a que acedi e assim me fez
irmanado a milhões, pelo mundo fora.


Espaço de orgulho e altivez,
onde se ouve uma voz livre e sonora.
Lugar de diversão, sem timidez,
não vive já dos feitos de outrora.


E os poetas que brincam com os sons,
alegres companheiros no recreio,
partilham todos deste devaneio:


de tornar, cada qual com os seus dons,
nossa língua um local acolhedor;
nossa pátria mais rica… e maior.

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O Prémio Literário Hernâni Cidade é uma iniciativa anual da Câmara Municipal de Redondo, através da sua Biblioteca.
Na edição de 2010 a modalidade foi poesia e os trabalhos (um conjunto de três sonetos) tinham que ser subordinados ao tema: Venho brincar aqui no Português, a língua – uma frase do conhecido escritor moçambicano Mia Couto, retirada da sua crónica Perguntas à língua portuguesa. Essa crónica foi o ponto de partida para escrever o poema Mia Couto. Outro poema começa com o tema proposto: Venho brincar aqui no Português, a língua… O terceiro tem como título Unidiversidade uma palavra inventada, como é característica do autor moçambicano.
A cerimónia de entrega dos prémios será no dia 23 do Outubro.

NOTA: João Alberto Roque, que tenho há muito como bom amigo, é, pelo que sei, o gafanhão mais premiado em concursos literários. Distinguiu-se nos primeiros como contista, com uma veia criadora inesgotável, e agora apostou na poesia. Vai receber, no dia 23 de Outubro, o prémio com que foi distinguido. O concurso impunha três poemas, que publicarei, neste meu modesto espaço, para que todos os meus amigos e leitores passem a conhecer mais e melhor este nosso escritor, que é, também, professor na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré e cidadão empenhado na defesa do melhor para a nossa comunidade.
Os meus parabéns ao meu amigo Roque.
FM


Um livro de ética arrasaria todos os outros


Quem guardará a guarda?

Anselmo Borges

Um dia, numa conferência, L. Wittgenstein disse mais ou menos o seguinte: se fosse possível escrever um livro de ética que fosse verdadeiramente um livro de ética, esse livro arrasaria todos os outros.
Hoje, toda a gente se queixa: "não há ética, perderam-se os valores"... Quem pode negar razão a essas queixas? Mas, depois, fundamentar a ética e, sobretudo, ser ético, é tremendamente complicado. Se há terreno há muito revisitado teoreticamente, é o da ética, mas lá estão as éticas materiais e as formais, as ontológicas, as teleológicas e as deontológicas, as éticas da virtude e até as teológicas, também há a negação do seu conteúdo cognoscitivo, pois estaríamos apenas no campo das exclamações emotivas de aprovação ou reprovação... Etc. Mas o mais difícil mesmo é ser ético na vida. Porque devo ser honesto, se isso prejudicar os meus interesses?
Os seres humanos são constitutivamente abertos à questão ética, porque nascem por fazer, devido à neotenia, e devem fazer-se bem moralmente, porque a sua lei é a lei da liberdade e da dignidade. Devemos habitar o mundo eticamente (o étimo de ética é êthos, morada).

Descobrir o outro...



Às vezes precisamos de parar um pouco, descansar, contemplar a beleza da vida, a paz do silêncio...
Descobrir-ME e descobrir a profundidade do OUTRO!
No CUFC há uma capela acolhedora, com almofadas para te sentares no chão se quiseres, com bancos para estares confortável como em casa...

Fonte: CUFC