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quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Poliedro Pastoral


O sonho de uma Igreja missionária capaz de construir pontes e não muros, pode refletir-se através de uma figura apresentada pelo Papa Francisco: o poliedro… Esta figura orienta-nos para saber que ser Igreja em saída significa ir em busca de todas as partes, a fim de uni-las no poliedro, arquétipo de construção social. Por isso é necessário assumir o desafio a converter o olhar e o método de interpretar a realidade a uma dimensão sistémica da vida. Cardeal Tolentino, SNPC 2.08.2022.

sábado, 20 de agosto de 2022

A Igreja quer ouvir-te



Este convite chega-me do Conselho Episcopal Latino-Americano, CELAM. Fico surpreendido, tanto mais que vem acompanhado pelo nome do Papa Francisco. Desperta o meu desejo constante de acompanhar e viver o que acontece na Igreja. Por isso resolvi dar-lhe resposta, que partilho neste artigo.

A Igreja quer escutar-te

A Igreja quer escutar-te é uma iniciativa da RILA - Rede Informática da Igreja na América Latina – que foi apresentada à Secretaria Geral do Sínodo da Sinodalidade. Pretende levar a cabo o processo sinodal, em curso, no mundo digital para poder escutar mais pessoas sem ter importar as fronteiras e como Igreja fazer-nos cada vez mais nesta realidade.
Qual tem sido a tua experiência com a Igreja Católica? Pergunta interpelante porque não aponta a teorias, mas à relação, à vivência. Crente ou não crente, queremos que compartas a tua experiência, se te sentistes acolhido ou não. As tuas experiências nos ajudarão a reflectir e a dar o primeiro passo para uma renovação da Igreja. E para não nos remetermos à mera subjectividade, apresenta um guia pedagógico. Ajuda-nos preenchendo o questionário e a darmos o primeiro passo para uma renovação da Igreja. Responde com sinceridade e confiança.

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Cuidado convosco. É estreita e baixa a porta de entrada

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo XXI do Tempo Comum



“Serão muitos os que se salvam?” A resposta é nossa. A decisão depende de cada um. A urgência aperta. A coerência serve de critério aferidor. A prática da justiça constitui, segundo Jesus, a porta estreita de “entrada na casa” da salvação.

A vida humana tem futuro? O que fazemos agora esgota-se no momento em que acontece ou prolonga-se para além do tempo? O que sobrevive de mim, após a morte, tem algo a ver comigo que procuro realizar-me em cada momento? O que me aguarda definitivamente tem algo a ver com as opções que faço, em cada dia, e a vida que levo?
Estas e outras preocupações – talvez não tão elaboradas – atormentam os acompanhantes de Jesus, no seu “percurso” para Jerusalém. Um anónimo ergue a voz, no meio da multidão, e condensa-a na pergunta: “Senhor, são poucos os que se salvam?” - pergunta que fica sem resposta directa. Lc 13, 22-30.
Jesus lança mão da metáfora da porta estreita e exorta a que nos esforcemos para entramos por ela na sala da felicidade. Metáfora que nos reporta à Igreja da Natividade, em Belém da Palestina.

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

Abençoado fogo do amor que nos envolve

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XX do Tempo Comum

O fogo incendiário é o do amor com uma energia tal que nada o detém. Nem a morte, como se verá no Calvário

A declaração de Jesus não pode ser mais provocadora: Vim trazer fogo e quero que ele incendeie toda a terra. Não vim estabelecer a paz e, desde agora, está lançada a divisão. Lc 12, 49-53.
Pode ajudar-nos na compreensão deste desejo de Jesus a atitude dos bombeiros que, fiéis ao seu lema - vida pela vida – combatem as chamas dos incêndios correndo os maiores perigos. Dois fogos em contraste. Jesus testemunha o fogo do amor incondicional.
Os discípulos, como nós hoje, devem ter ficado chocados e perplexos. Ainda que Lucas – o autor da narrativa – tenha juntado, num só texto, várias sentenças, a mensagem surge tão radical que deixa intrigados a todos. E, naturalmente, nasce o espírito da busca do sentido mais profundo, o impulso da curiosidade mais abrangente do contexto, a força do desejo de verificar a coerência do proceder de Jesus.

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Acolhe com satisfação o prazer que Deus nos oferece

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XIX do Tempo Comum

"A autenticidade do discípulo fiel está em saber conformar-se com Jesus Cristo, com o seu Evangelho e seus valores, o seu estilo de vida e escala de prioridades"

Jesus está preocupado em preparar bem os discípulos para o desempenho da missão que lhes quer confiar: O anúncio do Reino de Deus, isto é, que se promovam, na terra, relações de partilha e de fraternidade, espelho da dignidade comum de todas as pessoas e sementes do futuro definitivo da humanidade, na casa do Pai. Jesus acaba de chamar a atenção para a necessidade de buscar o que é fundamental no quotidiano, de acolher a vida como dom de Deus e tarefa nossa, de, sem medo, dar testemunho da verdade, de ser autêntico e transparente. Agora avança um passo mais: acolher o Reino que Deus nos confia, estar vigilantes face às circunstâncias, de ser responsáveis. Saborear a confiança que tem em nós, o prazer de nos servir como o administrador regressado da viagem de núpcias. E conclui este ensinamento afirmando pela “boca” de Lucas: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”. Lc 12, 32-48.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Abre a porta e recebe Jesus em tua casa

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XVI do Tempo Comum

Escutar e decifrar as mensagens que são transmitidas por palavras e silêncios, por gestos e atitudes. E descobrir neles a pessoa e seu estado anímico e espiritual, o seu drama, a sua aspiração silenciada, o seu sonho adormecido.

Jesus continua a sua caminhada para Jerusalém e aproveita para fazer os seus ensinamentos, ora por gestos e palavras, ora por atitudes e parábolas. Acompanha-o o grupo dos discípulos. Avança por cidades e aldeias. Escolhe o ritmo da viagem. Atende a quem o procura e lhe manifesta um desejo. Toma, também, a iniciativa de ir ao encontro de quem quer. Para visitar amigos e fazer confidências. Para descansar e revigorar forças. Seja qual for a razão, Jesus faz, de cada passo, uma ocasião para dar a conhecer algum detalhe da sua mensagem. Lc 10, 38-42.

sexta-feira, 8 de julho de 2022

Vai e cura com misericórdia os feridos da vida

Reflexão de Georgino Rocha 
para o domingo XV do Tempo Comum

Vai e faz o mesmo porque o amor de Deus envolve necessariamente aqueles que Deus ama, sem distinção de género ou de raça; percorre os seus caminhos de aproximação e serviço; reveste os seus sentimentos de ternura e misericórdia.

Esta exortação assertiva, clara e interpelante, surge na parábola do samaritano, narrada por Jesus, como resposta ao mestre de leis preocupado com o sentido da vida e com os meios a usar para alcançar a vida eterna; decorre, como consequência lógica e coerente, do amor a Deus e ao próximo, síntese de todos mandamentos, como bem acentua o jurista inquieto e desejoso de acertar na solução do futuro; comporta uma orientação fundada e constitui um guia seguro de atitudes e comportamentos para o relacionamento das pessoas em sociedade, sobretudo em situações de especial necessidade; destaca a importância da rede de cuidados e da cooperação entre os intervenientes; apresenta um dos traços mais fortes da identidade dos discípulos/cristãos e define a marca mais vigorosa do seu testemunho público. Lc 10, 25-37.

sexta-feira, 24 de junho de 2022

Livres e prontos para seguir Jesus, servindo

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XIII do Tempo Comum

Jesus anda por terras da Samaria e toma a decisão de ir a Jerusalém, centro da vida religiosa e política dos Judeus. Aqui, quer anunciar a novidade de Deus que suscita uma convivência respeitadora da dignidade humana. Prepara a viagem e envia mensageiros à sua frente. Está determinado a correr todos os riscos. Manifesta o que lhe vai “na alma”, endurecendo os traços da sua fisionomia. Lc 9, 51-62.
A liturgia de hoje sugere que Deus conta connosco para intervir no mundo, para transformar e salvar o mundo; e convida-nos a responder a esse chamamento com disponibilidade e com radicalidade, no dom total de nós mesmos às exigências do "Reino". Padres Dehonianos.
No caminho, encontra pessoas com diversas pretensões: samaritanos que lhe recusam acolhimento, discípulos que querem vingar-se desta afronta, gente anónima que deseja segui-lo e outra que ele convida, apóstolos que o acompanham. Jesus, em respostas claras e desconcertantes, mostra a necessidade de estarem livres para o seguir e a urgência de fazer o anúncio da novidade de Deus.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Toma a tua cruz e segue Jesus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XII do Tempo Comum

Seguir Jesus é ter capacidade de escutar o que se diz e pensa a respeito da missão realizada, acolher as respostas diferenciadas, reencaminhar as imagens desfocadas para o autêntico sentido da mensagem transmitida.

“Sabes qual é a maior mentira do mundo?” – pergunta uma jovem, em tom jocoso, ao falar das redes sociais e de algumas páginas da web, e continua: “marcar no quadradinho «aceito as condições e os termos de uso» que normalmente aparecem como requisito para quem queira inscrever-se nas referidas redes e foros de opinião. Coloca a marca sem haver lido essas condições por estarem em letra muito pequena, miudinha, e serem extensas. Mas as pessoas dão-lhes pouca importância porque o que lhes interessa é entrar na rede e formar parte da grande família de cibernautas”.
Esta historieta pode ajudar-nos a captar o centro da mensagem deste domingo. Jesus, após um tempo de missão e em clima de oração, faz um levantamento do que se pensa a seu respeito: primeiro, os comentários que chegam aos discípulos e, depois, a atitude pessoal de cada um deles. Pedro acerta em cheio, identificando-o como o Messias de Deus. Segue-se uma lista de recomendações e de condições que correspondem ao desejo de seguir Jesus. Esta série termina: “quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me”. Lc 9, 18-24.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

SUBLIME OFERTA: Isto é o meu Corpo. Tomai e Comei

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa do Corpo de Deus 




Jesus faz a oferta do seu corpo e sangue na ceia de despedida. Em ambiente tão familiar, os discípulos entreolham-se procurando captar o alcance desta oferta. Na sua memória está muito vivo o lava-pés, gesto inaudito de qualquer mestre. No seu coração desenha-se o futuro iminente, o horizonte da missão. Lc 9, 11b-17.
A narrativa da comunidade de Lucas tem como matriz a ceia de despedida que Jesus realizou com os seus amigos, antes de começar a série de episódios que haviam de levá-lo à morte no calvário, antecâmara da ressurreição. Constitui o “coração” da Eucaristia, agora celebrada pelas comunidades cristãs, em Igreja. É maravilha a contemplar e tesouro a descobrir ao longo dos tempos, sobretudo da vida de cada um de nós. Maravilha que nos convida e atrai para captarmos o seu sentido profundo, assumirmos o espírito de entrega e de serviço, saborearmos o amor de doação incondicional, crescermos em disponibilidade e confiança até à entrega total, simbolizada no pão frágil e no vinho escasso que, por força do Espírito Santo, vão ser “corpo entregue e o sangue derramado por um mundo novo”.

sexta-feira, 10 de junho de 2022

Vive a festa de Deus Família

Reflexão de Georgino Rocha
para o  Domingo XI  —  A Santíssima Trindade 

"A festa da Santíssima Trindade é a nossa festa de família, a festa da Igreja por excelência na multiplicidade das suas comunidades, a começar pela família"

Jesus, na ceia de despedida, fala abundantemente do Espírito Santo. Atribui-lhe funções de companhia amiga, mestre que faz memória do sucedido e ajuda à sua compreensão, conforto dos discípulos e testemunha qualificada, perante o mundo adverso, luz do coração que discerne a maldade do pecado e a bondade da graça, presentes nas situações de vida, guia seguro para a verdade plena. É sobretudo esta função que mais se destaca na festa da Santíssima Trindade. Jo 16, 12-15.
O pintor crente Roublev faz uma expressiva visualização desta realidade inabarcável pelas capacidades humanas: Um ícone de três pessoas que se entreolham e, no modo como se olham, fazem brilhar o amor de cada uma pelas outras. Traduz, assim, a relação que existe entre o Pai, o Filho e o Espírito. São um só na comunhão e três pessoas na pluralidade das funções que manifestam ao longo da história da salvação. Todas estão presentes no agir de cada uma que assume o protagonismo. É pelo seu agir em nosso benefício que temos acesso ao mistério insondável da sua existência. É pelo que Jesus promete aos discípulos que podemos sentir a “mão” segura do Espírito Santo a conduzir-nos para esta verdade admirável.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Alegrai-vos. Somos a morada de Deus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo VI da Páscoa 

Somos a morada de Deus que vem viver na nossa consciência, no mundo interior de todos os que são fiéis à Sua palavra

Jesus está na hora das grandes confidências, pois vive o tempo da despedida, de dizer aos discípulos o que lhe vai no coração e quer deixar como distintivo da sua identidade: a alegria, fruto da palavra. “Se me amásseis, ficaríeis contentes por Eu ir para o Pai”. Jo 14, 23-29.
Em diálogo franco, Jesus faz declarações que suscitam perguntas. Judas, não o Iscariotes, não entende como é que Jesus se vai manifestar, nem porque escolhe a quem o irá fazer. E formula a correspondente pergunta: “Porque vais manifestar-te a nós e não ao mundo?”; pergunta a que Jesus responde: “Se alguém me ama, guarda a Minha palavra e Meu Pai o amará. Eu e Meu Pai viremos e faremos nele a Nossa morada”.
Abre assim horizontes surpreendentes e interpelantes. Os contemplados são aqueles que acolhem o seu amor e guardam a sua palavra; a estes, Jesus dá a garantia de serem morada de Deus e de receberem o Espírito Santo. Assim, terão companhia em todas as circunstâncias da vida e nada os poderá perturbar. Assim, a saudade da despedida é compensada pela nova forma de presença. E Jesus destaca a alegria como testemunho da fé dos que compreendem o alcance destes factos, da Sua palavra.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Amai-vos uns aos outros como eu vos amei

Reflexão de Georgino Rocha para o Domingo V da Páscoa

“A família é o santuário da vida e do amor, lugar da manifestação de «uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura» ”

Jesus, ao despedir-se dos discípulos, deixa-lhes em testamento o "mandamento novo: «Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei»". Este mandamento é uma síntese da Sua vida e um estatuto da comunidade cristã chamada a concretizar o projeto de Deus. Jo 13, 31-33a. 34-35
A recomendação feita por Jesus tem “sabores” muito ricos e plurais: testamento vital, espelho do amor mútuo a Deus seu Pai, núcleo fundamental e dinamismo permanente da comunidade cristã, credencial do testemunho dos discípulos, força e imperativo de humanização qualificada de toda a sociedade. Os momentos cruciais da vida de Jesus entram na “recta” final. É hora de abertura total, de confidências, de comunicação de “últimas” vontades. E o amor surge com toda a sua energia e amplitude. É um amor de entrega, de serviço, de perdão, de doação. A atestá-lo está a ceia de despedida, o lava-pés, o episódio de Judas.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Humilhado na Morte, Glorificado na Ressurreição

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo de Ramos, 
Pórtico da Páscoa



"A paixão de Jesus consiste em viver para os outros, correr os riscos desta opção e pagar a respectiva factura de incompreensão e morte. Não é simples compaixão ou ingénua comiseração."

Hoje, domingo de Ramos, não somente recordamos um feito histórico, mas um acontecimento de fe; fazemos solene profissão de fe em que a cruz e morte de Cristo são, definitivamente, uma vitória. Palmas e ramos, sinais populares de vitória, manifestam que a morte na Cruz é caminho de vitória. Lc 22, 14 – 23, 56
A paixão de Jesus condensa e realiza, de forma sublime, o seu amor pelo bem dos outros. Mostra, com clareza, o centro da sua vida e missão. Une, de modo feliz, a dedicação às pessoas, com o desejo intenso de Deus Pai salvar a todos/as. Leva ao extremo a capacidade de doação que perdoa aos verdugos, suporta o abandono dos amigos, vibra e chora com a dor da multidão, aceita a ajuda dos que o acompanham na caminhada pública, solidariza-se com a sorte dos excluídos e condenados e condói com toda a humanidade.

sexta-feira, 18 de março de 2022

Em Jesus, Deus dá sempre uma última oportunidade

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo III da Quaresma

Agora é tempo de dar frutos. Há que vencer resistências e fazer como o vinhateiro; apesar de tudo o que se vê e parece aconselhar outras atitudes. É possível dar frutos novos e saborosos. O amor transforma e faz ser ousado.

As notícias que circulam nos meios de comunicação indicam que há mais de 25 guerras mortíferas, sendo a da Ucrânia a que nos chega em directo, ao vivo, de modo que a temos em casa. Zenit 11.03.22. Dramática realidade que nos abre o coração para aceder ao Evangelho de liturgia de hoje. Com efeito São Lucas narra os episódios da matança dos galileus por Pilatos, procurador do imperador de Roma, por motivos políticos, e o desabar da torre de Siloé, em Jerusalém, que por casualidade esmaga 18 homens. E quem traz estas informações a Jesus pretende saber de quem era a culpa e o pecado. Pretensão que tem resposta em duas interpelações de Jesus e na parábola da figueira que vamos meditar. Lc 13, 1-9.
“No caminho da vida há acontecimentos trágicos, comenta a Bíblia Pastoral. Estes não significam que as vítimas são mais pecadoras do que os outros. Ao contrário, são convites abertos para que se pense no imprevisível dos factos e na urgência da conversão para se construir a nova história. A parábola salienta que, em Jesus, Deus sempre dá uma última oportunidade”.

sexta-feira, 11 de março de 2022

Escutar Jesus, o Filho Amado de Deus Pai

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Segundo Domingo da Quaresma 

A transfiguração faz-nos ver a autenticidade de Jesus, o Filho de Deus, dá lucidez e coragem aos seus amigos e seguidores para verem a outra face da vida, abre horizontes de ressurreição aos acontecimentos “negros” da paixão injusta e da morte aniquiladora

“Diz-me o coração: «Procurai a face do Senhor». A vossa face, Senhor, eu procuro; não escondais de mim o vosso rosto”. É esta a antífona de entrada da celebração litúrgica do domingo da Transfiguração de Jesus, ocorrida no monte Tabor. Antífona que desvenda o íntimo do coração humano desejoso de ver o rosto de Deus e, cheio de confiança, Lhe suplica que se mostre. Antífona que nos predispõe a acolher a mensagem das leituras de hoje. Em sintonia com a Igreja, vamos fazer o percurso dos discípulos eleitos de Jesus para serem testemunhas da sua transfiguração e revigorarmos a nossa fé. Lc 9, 28b-36.
Ao desejo do coração humano responde Deus Pai indicando o caminho seguro de escutar Jesus, seu Filho amado. Escutar é uma constante bíblica que desvenda a relação humana que sintoniza com o preceito divino. Escutar com o coração disponível a acolher e com todas as faculdades humanas despertas e prontas a corresponder. “Quem dera ouvísseis hoje a voz do Senhor” exorta o salmista ao começar a oração da manhã da Liturgia das Horas.

sexta-feira, 4 de março de 2022

Faz tuas as opções de Jesus que nos abre o caminho da Páscoa

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Primeiro Domingo da Quaresma

As provações sedutoras insinuam-se constantemente. O dinheiro/ouro luz, reluz e seduz; o poder atrai e exibe-se; o êxito afirma-se e impõe-se. E os três pretendem ser os pilares da nossa sociedade, os objetivos de tantas carreiras profissionais, o móbil que condiciona as consciências e faz girar o mundo. A tríade ramifica-se em muitos “filhotes” que a publicidade consumista se encarrega de fazer apresentar de forma insinuante e atraente.

“Parem com a guerra; façamos a Paz”, gritam milhares de manifestantes. Gritos em lágrimas que o Papa Francisco faz ressoar em tom de exortação veemente, dando-lhes um novo horizonte “Convido todos a fazer no próximo dia 2 de Março, Quarta-feira de Cinzas, um dia de jejum pela paz. Encorajo de modo especial os crentes a fim de que naquele dia se dediquem intensamente à oração e ao jejum. Que a Rainha da paz preserve o mundo da loucura da guerra”, afirmou, referindo a sua tristeza pelo agravamento da situação na Ucrânia, precisamente na véspera do início da invasão.
Exortação dirigida a todos, porque irmãos em humanidade; dirigida especialmente aos unidos pela fé no Senhor Jesus. A todos, o jejum solidário; aos cristãos, a oração intensa que confia em Deus Pai de todos e reconhece a pequenez humana, a precariedade das criaturas e da criação.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

A sabedoria do coração, tesouro da nossa vida

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo VIII do Tempo Comum


"Podes chegar a ser aquilo que Deus, teu Criador, sabe que tu és, se reconheceres o muito a que estás chamado"

“Pegue na minha mão;, pede ao médico um doente prestes a morrer. Eu preciso da sua mão”, relata o Papa Francisco na comunicação aos profissionais de saúde que em Itália celebravam o seu Dia Nacional. E remata: “Todos precisamos de uma mão amiga ao longo da vida”. Mão amiga que nos faz sentir a presença do outro e a sua ternura, mão amiga que é companhia e segurança, mão amiga que desperta energias e levanta ânimos, mão amiga que guia e conduz. Mão amiga que revela a riqueza de um coração sábio e prudente, verdadeiro bom tesouro, como afirma o Evangelho de hoje. Lc 6, 39-45.
Lucas agrupa em três breves parábolas os ensinamentos de Jesus na parte final do sermão das bem-aventuranças: o cego a guiar outro cego; o argueiro e a trave na vista, a árvore que se reconhece pelo fruto. Todas elas conduzem ao que o salmo 89 chama “sabedoria do coração” que se revela nas palavras que são na boca o eco do vai no coração humano.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

A grandeza do amor sem limites. Como o de Jesus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo VII do Tempo Comum

Não deixemos que nos roubem o ideal do amor fraterno!

“Parem de nos matar” pedem jovens em cartaz levado em marcha de protesto contra a violência e o terrorismo. “Deixem-nos viver em paz e construir as nossas vidas em segurança” clamam outros no mesmo desfile. E o sentir destes jovens é emblemático do que todos praticamente vivemos: guerra mundial por zonas que despedaçam povos e criam instabilidade; guerras locais por núcleos que rivalizam em vinganças e retaliações; guerras no interior de cada pessoa que, insatisfeita consigo mesma, entra em conflito com o próximo, os familiares (Papa Francisco). Qual a nossa atitude perante quem nos calunia, persegue, prejudica? O exemplo de Jesus serve-nos de guia para assumirmos uma atitude humana digna. Lc 6, 27-38.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

O caminho da felicidade no seguimento de Jesus

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo VI do Tempo Comum

“Feliz não é quem possui todos os tesouros da terra; feliz é quem faz de Deus o seu verdadeiro tesouro”.

Hoje é o domingo das bem-aventuranças apresentadas por Lucas de forma emblemática. São quatro com o seu reverso: felicidade e infelicidade, alegria e tristeza, pobreza e opulência, anúncio de satisfação e lamentação compassiva (ai de vós), Visualiza e prolonga a homilia de Jesus na sinagoga de Nazaré, antecipa o ministério que se propõe realizar e abre horizontes ao futuro de avaliação final da nossa vida. Mt 25, 31-46. O estilo de vida que assume, a mensagem que anuncia e as acções que realiza constituem o visual do seu ser Deus humanado, o sonho de um homem novo, feliz, e faz a sua proposta de vida no ensinamento das bem-aventuranças. Apresenta a identidade da sua causa que nos atrai e vamos saborear. Lc 6, 17.20-26.