quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dia Mundial do Mar - 16 de novembro




Ó MAR SALGADO

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa


NOTA: Poema sugerido por Maria Donzília Almeida, com o seguinte texto:

Dennis Torres

 «Lembrei-me que hoje se comemora o Dia Mundial do Mar!
Queria só, daqui, enviar uma pequena homenagem a todos os homens do mar, com especial destaque para os meus familiares e amigos, que passaram as procelas desse gigante. Incluo aqui, com muito orgulho, o Mr Dennis Torres, que integra o corpo dos Mariners dos Estados Unidos, combateu patrioticamente na guerra do Iraque e regressou ileso com a condecoração de herói!»

Rua Sacadura Cabral


Sobre a Rua Sacadura Cabral, na Gafanha da Nazaré, escrevi um texto que pode ler aqui, para evocar uma figura incontornável da história da Aviação Naval Portuguesa que passou pela nossa região.

Dia Internacional da Tolerância - 16 de Novembro


Só o ignorante é intolerante!
Maria Donzília Almeida

"A responsabilidade da tolerância 
está com os que têm a visão mais ampla” 
George  Eliot

A palavra tolerância deriva do étimo latino, tolerare, que significa sofrer ou tolerar pacientemente. Este conceito baseia-se numa aceitação assimétrica do poder. Tolera-se aquilo que se apresenta como distinto da maneira de pensar e de agir de quem tolera; este está numa posição de superioridade, em relação àquele que é tolerado. Pode ou não tolerar. 
O Dia Internacional para a Tolerância foi instituído pela ONU como sendo o dia 16 de novembro de cada ano, em reconhecimento à Declaração de Paris, assinada no dia 12 deste mês, em 1995, com 185 Estados como signatários. Foi instituído pela Resolução 51/95 da UNESCO. A Declaração da ONU fez parte do evento sobre o esforço internacional do Ano das Nações Unidas para a Tolerância. Nela, os estados participantes reafirmaram a "fé nos Direitos Humanos fundamentais" e ainda na dignidade e valor da pessoa humana. Também contribuiu para poupar sucessivas gerações das guerras, por questões culturais, para tanto devendo ser incentivada a prática da tolerância, a convivência pacífica entre os povos vizinhos.

O que é mais importante na relação da Igreja com a Cultura?



Relação entre Igreja e Cultura 
não se pode «manter 
por muito tempo tal qual se encontra» 
Lídia Jorge 

Não me parece que a relação entre a Igreja e a Cultura se possa manter por muito tempo tal qual se encontra. É verdade que se está perante dois universos difíceis de gerir, já que em parte são coincidentes, e em parte divergem. Entre outras divergências, sublinho o facto de a Cultura se basear na interpretação do pensamento sem limite de variáveis, sendo por natureza aberta e inconclusa, e a Religião fundamentar-se em silogismos de resolução fechada. Pelo meio, porém, existem todas as aproximações possíveis e desejáveis, não esquecendo que a Cultura se aproxima com mais facilidade da Religião do que a Religião da Cultura. No ponto em que estamos, vários me parecem ser os aspetos em que a aproximação da Igreja poderia ser útil para a sociedade crente e não crente dos nossos dias. 
Um dos aspetos tem a ver com a natureza do discurso pastoral. Se em determinados contextos a Igreja ainda associa a criação de ambientes e discursos pouco inteligíveis como forma de desencadear relações místicas, é bem verdade que hoje em dia se assiste à prática salutar de uma crescente aproximação do discurso lógico, interventivo, por vezes com alto grau de racionalidade e muita informação, como convém a uma sociedade cada vez mais aberta e exposta ao mundo da comunicação e da crítica globalizada. Mas nem todos os agentes da Igreja conseguem atingir um nível eficaz.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Lançamento da revista EVOLUIR



Na Gafanha da Nazaré, pelas 18 horas, no salão paroquial, e em Ílhavo, pelas 21 horas, na pastelaria Mims, junto ao Centro Cultural, vamos poder participar no lançamento da revista EVOLUIR, toda ela dedicada à Escrita Criativa. A presença dos amantes da cultura será um estímulo à continuidade da revista. 

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Dia Nacional da Diabetes - 14 de novembro


A DIABETES É UMA DOENÇA 
EM CRESCIMENTO
Maria Donzília Almeida

Hoje, em dia, nas sociedades modernas, o sedentarismo e a falta de exercício físico, fazem aparecer, quando não recrudescer certas patologias que antigamente tinham um espetro muito reduzido. A propósito disto, vem-me à memória a entrevista concedida ao jornal, o Timoneiro e publicada no blog Pela Positiva do Professor Fernando Martins. Aí, a enfermeira Madalena Cardoso fazia um pequeno historial da sua experiência nos serviços de diabetes, aquando da sua permanência no Hospital de Aveiro. Considero ter sido de grande utilidade, a transmissão dos ensinamentos que a experiência lhe consente. 
A diabetes é uma doença crónica que se caracteriza pelo aumento dos níveis de açúcar (glicose) no sangue e pela incapacidade do organismo em transformar toda a glicose proveniente dos alimentos. À quantidade de glicose no sangue chama-se glicemia e quando esta aumenta, diz-se que o doente está com hiper-glicemia. A diabetes é uma doença em crescimento, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo e em idades mais jovens. No entanto, há grupos de risco com fortes probabilidades de se tornarem diabéticos: 

· Pessoas com familiares directos com diabetes; 
· Homens e mulheres obesos; 
· Homens e mulheres com tensão arterial alta ou níveis elevados de colesterol no sangue; 
· Mulheres que contraíram a diabetes durante a gravidez; 
· Crianças com peso igual ou superior a quatro quilogramas à nascença; 
· Doentes com problemas no pâncreas ou com doenças endócrinas. 

Seminário de Santa Joana Princesa - 2


Das minhas memórias, recordo que participei num cortejo de oferendas a favor do Seminário, com o envolvimento de dezenas de paróquias da diocese. Foi isto em 30 de Junho de 1946.

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Achegas para recordar a construção do Seminário de Aveiro - 1


«Muitas coisas, quando se fizer a história do seminário, 
se as quiserem saber, têm que ir à minha campa 
e perguntar por elas às minhas cinzas 
que ainda por lá estiverem.» 

Lima Vidal, 
CV de 14-02 de 1950, (DA) 

Com a restauração da Diocese de Aveiro, concretizada em 11 de Dezembro de 1938, pela aplicação da Bula Omnium Ecclesiarum, D. João Evangelista de Lima Vidal tinha em mente já o sonho da abertura de um Seminário Diocesano. Porque «Uma Diocese sem seminário é como se fora um corpo sem alma. Nem teria mesmo a aparência duma máquina que se move com a pouca corda que se lhe dá» (DA), disse o primeiro Bispo da Diocese reconstituída, numa altura em que desejava, quanto antes, passar do sonho à realidade.

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SEMINARISTA EM AVEIRO: Roteiro que levou ao baú da memória

Seminário de Santa Joana Princesa celebra hoje, 
14 de novembro, 60 anos da sua abertura

Porta

SEMENTES DO FUTURO
Georgino Rocha

Aceitei o convite para mergulhar na memória do tempo em que fui seminarista em Aveiro. Fi-lo com alegria e entusiasmo. Nunca me tinha dado a tão grata peregrinação orientada: buscar algo que semeado então, qual grão de mostarda, reconhecesse agora como árvore fecunda a crescer progressivamente. Encontrei e detive-me perante três “nichos” especiais: o da cultura, o da justiça social e o da preocupação missionária. E quero mostrar o seu recheio, de forma breve e familiar.
Pude lançar mão de um dos primeiros números da “Messe”, a nossa querida revista, e reler o artigo que, então, escrevi, talvez o primeiro. Dei conta do assunto: uma situação de vida; do estilo da narrativa: existencial de intervenção; de um propósito claro: apelo à acção do conjunto e melhoria da qualidade de vida. Verifico que este gérmen se mantém, praticamente, em toda a minha produção literária e foi adquirindo forma mais incisiva ao longo da minha vida.

domingo, 13 de novembro de 2011

PAINEL CERÂMICO: GRATIDÃO




Este painel cerâmico, que pode ser apreciado em casa situada junto ao Cruzeiro da Gafanha da Nazaré, mostra, claramente, um gesto de gratidão do proprietário, na altura da construção do edifício. É um agradecimento a quem, com a herança que deixou, permitiu a referida construção.
Sobre a pessoa que deixou a dita herança, a familiares que tinha na Gafanha da Nazaré, pode ler aqui

PÚBLICO: Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)


Reflexão para este domingo:: Ninguém se pode instalar no aburguesamento


Monte das Oliveiras


RESPONSÁVEIS CONSCIENTES
Georgino Rocha

Juízo severo, sentença drástica. Quem o poderia imaginar? O desfecho da parábola dos talentos é surpreendente, desconcertante. O “chamado” servo mau não faz mais do que proceder de acordo com as regras do tempo e do modo de ser do seu patrão: aceita o encargo, guarda com cuidado o talento e apresenta-o sem desfalque no regresso do senhor, acompanhando a entrega com uma justificação plausível. O seu comportamento está motivado pelo modo de ser do patrão: ter medo de quem é severo, saber de antemão que não pode falhar pois ele quer colher onde nada semeou. Por isso manteve a rotina e fez como era hábito: escolher um local seguro, enterrar cuidadosamente o objecto recebido, gravar na memória esse local e, tranquilo, descansar aguardando o momento da reposição.
A sentença aponta a novidade da mensagem a viver e transmitir: importa mais a atitude do que o resultado, o risco do que a segurança, o investimento do que a poupança, a abertura aos outros do que o encerrar-se sobre si mesmo, o uso responsável da liberdade do que a obediência servil e tacanha. Como se verifica nos servos bons.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 263



DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 46


A BICICLETA E A MECÂNICA 

Caríssima/o:

Ao ler o título fácil é ver a nossa bicicleta dependurada e o garagista de volta dela a remendar um furo, a pôr uma forra no pneu, a tirar um elo à corrente e afiná-la (coitada, há tanto tempo que não via pitadinha de óleo!).
Pensei que seria pelo menos curioso fazer o levantamento das “oficinas” que existiam para servirem as nossas bicicletas; e um dia juntámo-nos o Ângelo e a Lurdes, o Artur e a Graciosa e, mais elas do que eles, lá foram construindo o “mapa”:

João Maria Bola,
Zé do Lino,
Dionísio,
Hermínio,
Virgílio,
Necas Cagão,
António João da Rocha e Joaquim Vinagre,
Hilário Vinagre.

Tudo bem mas não posso pôr ponto final e irmos embora até à semana se Deus quiser!

Coisas que acontecem a quem procura um livro para ler: encontrei um intitulado: «A Mecânica em perguntas» cujo autor é J.-M. Lévy-Leblond; e topei com a bicicleta em quatro exercícios. Não vamos resolvê-los todos, mas ficam aí dois (com a numeração do livro) para testar a vossa agilidade:



«P.38 


Um cordel está atado ao pedal de uma bicicleta. Enquanto um amigo segura a bicicleta na vertical, o leitor coloca-se atrás da bicicleta e puxa suavemente o cordel, estando o pedal na posição baixa observada na figura. Supõe-se que a bicicleta pode andar, mas não deslizar no chão. Quando puxa o cordel, a bicicleta começa a deslocar-se para a frente, ou permanece imóvel?


P.95


Quando um ciclista aborda uma curva de bicicleta numa estrada horizontal (curva não assinalada), 
a) a inclinação que o ciclista deve tomar é tanto maior quanto mais pesado ele for? 
b) qual a natureza da força centrípeta que permite abordar a curva? » 

Manuel

Desta vez vou transcrever as respostas para não desgastar muito os travões dos neurónios. No livro vêm assim:

sábado, 12 de novembro de 2011

Ainda o S. Martinho



GRATIDÃO
S. Martinho, eu te agradeço,
Esta temperatura amena!
Mas será que o mereço?
Pedir-te valeu a pena!
Esta brisa leve e quente
Que ao passar nos beija o rosto
É um miminho que se sente
E ainda não paga imposto!
O Verão de S. Martinho
Camuflado doutra “roupa”
Sempre chegou, de mansinho
E o frio, assim nos poupa!
O Santinho bem conhece
As mágoas deste país.
Sabe que o povo padece,
Não quer vê-lo infeliz!
12.11.2011
Mª Donzília Almeida

Poesia para este sábado







A minha morte, não ta dou
A minha morte, não ta dou.
De resto, tiveste tudo
— a flor, a sesta, o lusco-fusco,
a inquietação do dia 8,
as órbitas das mães, das mãos,
das curiosas palavras de não dizer nadinha.
Tudo tiveste: estás contente?

Feliz assim por teres tudo o que sou?
Feliz por perderes tudo o que sei?
Só não te dou o que não serei.
Não, a minha morte, não ta dou.
Pedro Tamen
"A minha morte não ta dou"
Sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

Não temos o direito e o dever de criticar a nossa cultura, quando estão em causa os direitos fundamentais humanos?



Culturas e Crítica
Anselmo Borges

No quadro da matança de Oslo e dos motins em Londres e outras cidades britânicas e das declarações, entre outros, de Angela Merkel e Cameron, aí está um tema incendiário, mas que precisa urgentemente de reflexão.
Que se entende por cultura? Esta é a definição clássica de Edward Barnett Tylor: "A cultura ou civilização, em sentido etnográfico amplo, é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os costumes e quaisquer outros hábitos e capacidades adquiridos pelo Homem enquanto membro de uma sociedade."

Evidentemente, como sublinha Gabriel Amengual, poderia ter acrescentado, com a mesma razão, utensílios, ferramentas, etc. A cultura tem a ver com o que o Homem aprende, cria, inventa, para lá da natureza e adquire como membro de uma sociedade. Por isso, diz M. Harris que ela é o "corpo de tradições socialmente adquiridas", é o "estilo de vida total, socialmente adquirido, de um grupo de pessoas, que inclui os modos padronizados e recorrentes de pensar, sentir e agir".

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

D. Carlos Azevedo nomeado delegado do Conselho Pontifício para a Cultura



Bispo auxiliar de Lisboa segue para a Santa Sé 
e espera colaborar na criação de «propostas pastorais inovadoras»

«Cidade do Vaticano, 11 nov 2011 (Ecclesia) – A Nunciatura Apostólica em Portugal anunciou hoje que D. Carlos Azevedo, até agora bispo auxiliar de Lisboa, foi nomeado por Bento XVI como “delegado do Conselho Pontifício para a Cultura" (CPC), organismo da Santa Sé.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o prelado fala num “momento de profunda alteração no estilo de serviço à Igreja”.
“Anima-me a vontade de estar ao serviço da relação entre culturas e nova evangelização, estética e espiritualidade, agora renovada na colaboração a dar às instituições eclesiais na criação de propostas pastorais inovadoras, a partir dos bens culturais”, observa.
D. Carlos Azevedo fala num “desafio às capacidades de organização” e admite “alguma experiência adquirida no campo da relação da fé com a cultura e na valorização do papel da memória para o futuro, em obediência à tradição viva da fé cristã”.
“Agradeço, muito reconhecido, esta prova de confiança”, acrescenta, antes de revelar que o convite da Santa Sé lhe foi colocado em abril deste ano.
“Sou chamado a concentrar o ministério num sector específico, sem a dispersão desgastante que caracterizou estes seis anos, levado a responder à diversidade de solicitações pastorais, na ordem social e cultural”, conclui.»

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Dia de S. Martinho - que não faltem as castanhas e a jeropiga



Quem pode esquecer o Dia de S. Martinho? Penso que a Troika não nos vai incomodar hoje por causa das castanhas assadas e da jeropiga que teremos de saborear... Eu cá por mim vou celebrar o S. Martinho de maneira modesta. O Google lembrou a efeméride, pois sabe quanto apreciamos estas celebrações, mesmo sem feriado... Vejam o que escrevi no meu Galafanha. Um pequeno texto que poderá servir de ponto de partida para outras recordações. Estou agora a lembrar-me dos magustos que se faziam nas escolas. Os alunos carreavam as bicas e até traziam algumas castanhas. Depois, à volta da fogueira, em que se confundiam as castanhas com o fumo e as cinzas, esperavam-se as prometidas. Os alunos, enfarruscados alguns no seu todo, menos na alma, atiravam-se à caça. Não faltavam  os açambarcadores que procuravam encher o saco, primeiro, para depois as degustarem. Perdiam os que apanhavam e comiam logo. Aí se via quem tinha vocação de comerciante.... 

Igreja Católica e Cultura



Relação com a cultura 
«obriga a Igreja a sair para a rua»

Às vezes basta uma palavra: Deus.
E ouço a música, pinto o inferno.
É uma espécie de inocência ardente, um modo de ir para longe.
Sou elementar, anjos são os primeiros nomes.
(Herberto Helder)

Não é fácil tentar responder à questão sobre o que é mais importante (criar, manter, repensar) na relação da Igreja com a cultura. Por um lado, há uma tendência para centrar a questão não na Igreja mas na religião; por outro, a definição de cultura é tão ampla, que se fica sempre aquém (como dizia Agostinho da Silva, até “um pastel de bacalhau é cultura”).

Certo é que a ligação entre religião e cultura é tão forte que muitos autores ou mal as distinguem ou fazem depender a qualidade de uma da qualidade da outra - por exemplo, para Maria Zambrano, “uma cultura depende da qualidade dos seus deuses” e, para T. S. Eliot, “nenhuma cultura pode aparecer ou desenvolver-se exceto em relação com uma religião”. De facto, mais do que apenas uma herança, o Cristianismo, ao longo da História, tem sido uma matriz inspiradora da arte e da cultura em geral. Desde logo, na sua génese, há uma cumplicidade, um “húmus comum”, entre o Cristianismo e a Cultura Clássica. Ainda que com diferentes conceções do Homem, de Deus e da relação entre ambos, “conhece-te a ti mesmo” tanto proclamou Sócrates como proclama o Novo Testamento.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Quanto mais conheço alguns políticos mais gosto dos meus cães




O Totti (à esquerda) e a Tita (à direita) dão-me lições que muitos seres humanos não conseguem imitar.

CEP: Bispos dizem que crise financeira internacional coloca democracia em risco

“É cada vez mais claro que a política internacional não pode reduzir-se, nem muito menos submeter-se, a obscuros jogos de capital que fariam desaparecer a própria democracia”, assinala o documento, divulgado em Fátima, no final da assembleia plenária da CEP.
Para os bispos, a vida democrática “só acontece onde todos se reconhecem, respondendo cada um pelo que faz ou não faz, à luz de valores e direitos que a todos interessam e suportam”.
“Nem podemos abster-nos da vida democrática, nem devemos cair nas mãos de novos senhores sem rosto. Também aqui se há de respeitar a verdade, condição básica da justiça e da paz”, alerta."
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Mãe ajuda filho a copiar...

"Um aluno de 10 anos foi apanhado a copiar numa escola de Chaves. Já não é coisa boa, mas se lhe disser que um aluno foi apanhado a copiar, com ajuda de sms enviadas pela mãe, é provável que dê um salto. Eu pelo menos dei, mesmo sabendo que em Portugal por vezes há aprendizes de juízes que copiam, com a complacência dos professores. De facto, uma mãe que planeia em casa a estratégia do copianço com o filho, lhe entrega um telemóvel para levar a cabo a operação, e se senta em casa à espera da hora do teste para lhe servir de cúmplice é de bradar aos Céus."
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Nota: Como é possível haver jovens honestos com mães destas? Com exemplos destes e outros? O problema é que há cursos e formação para todas as áreas profissionais e demais ações sociais, menos para as tarefas da paternidade e maternidade.

Orçamento: Pessoas estão acima dos números


O economista Alfredo Bruto da Costa, estudioso na área da pobreza e presidente da Comissão de Justiça e Paz, considera que a discussão sobre o Orçamento de Estado para 2012, em Portugal, deve ter em conta as pessoas e definir prioridades para as servir.

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Escola para encontrar caminhos novos



Uma desmotivação perigosa 
António Marcelino 

«Há escolas que funcionam bem, professores exemplares, alunos brilhantes e cumpridores, pais abertos e próximos, comunidades colaborantes, gente do governo, atenta, que sofre e não desiste. Porém, a escola será sempre o ponto de encontro e o eco inevitável das famílias desestruturadas, dos filhos não amados, das crises sociais, dos professores sem segurança, das metodologias de ocasião, de uma sociedade sem rumo, de acontecimentos inesperados. Todos os ventos borrascosos que se levantam na sociedade açoitam duramente as famílias e entram, na escola, por portas e janelas. Não os impedem os seguranças contratados, nem lhes muda o rumo a simples boa vontade de esforços isolados.» 

Vamos preparar e viver o S. Martinho: 11 de novembro


O verão de S. Martinho 
Maria Donzília Almeida

Numa altura em que as estações do ano, estavam mais ou menos definidas no calendário, era costume as temperaturas baixarem, significativamente, no Outono e este funcionava como antecâmara da estação fria, que se seguia, o inverno. 
Com o aquecimento global decorrente do efeito de estufa, as estações andam um pouco baralhadas e, muitas vezes apresentam “sintomas” de um clima pouco saudável. 
Antigamente, há muito tempo atrás, as pessoas esperavam, lá para meados do Outono, mais ou menos a época em que estamos agora, uma trégua, nas condições climatéricas adversas, chuva e frio. Era chamado, popularmente, a este período de bom tempo, o Verão de S. Martinho. O povo, pródigo em imaginação, procurou a justificação para este fenómeno, surgindo assim, a lenda de S. Martinho. 
Martinho nasceu em 316 DC, na Panónia, Hungria, filho de um oficial romano, em plena Idade Média. Durante este período da história, foi um dos santos mais populares de França. Guardado em Tours, numa basílica, o seu túmulo foi um dos centros de peregrinação, mais visitados da Europa Ocidental. Foi em 339 que aconteceu o seguinte episódio que o iria imortalizar.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MAIS UMA REVOLUÇÃO? OTELO DIZ QUE SIM!

"Otelo Saraiva de Carvalho é contra manifestações de militares, mas defende que, se forem ultrapassados os limites, com perda de mais direitos, a resposta pode ser um golpe militar, mais fácil do que em 1974."
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NOTA: Sempre pensei que tantos anos depois da revolução de abril o coronel Otelo já estivesse habituado à democracia, mas afinal não está. Continua a sonhar com revoluções, golpes de estado e amas para resolver os problemas da justiça social. Se calhar ainda sonha com a ideia de meter uns tantos portugueses no Campo Pequeno para os fuzilar. Não pense nisso, Otelo, olhe que a democracia tem de resolver os problemas do povo pelo voto. O povo pode enganar-se, mas é com os erros que se aprende. As armas agora são as eleições, o confronto de ideias e a formação cultural. Um povo culto é um povo mais livre. As armas agora já não podem nem devem ser usadas na politica.

FM

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Comissões Episcopais com novas presidências



A Assembleia Plenária dos bispos portugueses elegeu os novos responsáveis pelas sete Comissões Episcopais. D. António Francisco, Bispo de Aveiro, ficou com a tarefa de animar, no próximo triénio, como presidente, a Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé. Felicito D. António Francisco, na certeza de que vai conseguir os êxitos de que o Povo de Deus necessita.
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Cortes de salários para todos?

«Cortes de salários para todos? Discordo em absoluto, tenho muita pena!» Temos, de facto, de equacionar   todas as vertentes. Às vezes apenas olhamos para o nosso umbigo.

OS GREGOS FIZERAM TUDO MAL...

«Os gregos fizeram tudo mal, a começar por Papandreou, mas o seu anúncio de um referendo serviu para chamar a atenção da cada vez maior contradição entre o "processo europeu" e a soberania dos Estados, a democracia e a política democrática. Não é novidade para quem anda há muitos anos a chamar a atenção para as tendências anti-democráticas do processo europeu, mas talvez sirva agora para despertar os incautos. Nos últimos anos, a "construção europeia" tem sido essencialmente uma desconstrução da Europa dos fundadores, quanto às intenções, quanto ao método, quanto aos procedimentos. Substitui-se uma construção prudente e defensiva, que avançava lentamente e só perante grandes consensos dos Governos e dos povos, sublinho dos povos, para uma ideia iluminista de engenharia política utópica, sem legitimação popular e sem clareza e transparência por parte dos Governos.»

Cardeal-patriarca pede «equidade» nos sacrifícios



D. José Policarpo abre trabalhos da assembleia plenária dos bispos
 falando em momento «difícil» para o país


«O patriarca de Lisboa disse que a sociedade portuguesa está a “atravessar um período difícil” que traz exigências “para todos” e pode agravar “a situação dos mais desfavorecidos”.
“A todos os portugueses, de modo particular aos nossos irmãos para quem este período vai ser mais duro e exigente, dirigimos uma palavra de muito amor. Os mais pobres e os que sofrem serão sempre os nossos aliados privilegiados”, referiu, em nome dos bispos.
“A Igreja fará por vós e convosco, tudo o que puder. Queremos ser, para todos, porta de acolhimento e lugar da partilha”, acrescentou D. José Policarpo.»

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Eles correm para se sentirem vivos




A NOSSA MARATONA
José Tolentino Mendonça 

  No meio daquela multidão cada um se sente, de repente, radicalmente só, ferido pela dor, provado por uma incógnita que não oferece tréguas
Acho que todas as vidas, mais longas ou mais breves, têm o mesmo comprimento: medem todas quarenta e dois Kms. Porquê? Por que essa é a extensão de uma maratona. Repito: se a vida se parece com alguma modalidade, penso que não anda longe dessa corrida bela e interminável que de uma maneira evidente coloca em prova a resistência, a esperança e a vontade. Hoje vi passar uns largos milhares de corredores e dei comigo a pensar no que faz estas pessoas correr. Não falo dos atletas profissionais que têm aí uma expressão importante da sua vocação e do seu talento. Falo destes milhares de mulheres e de homens comuns, que ao longo de um ano arranjam com esforço um tempo livre para os treinos necessários e que anualmente acorrem à maratona não para competir uns com os outros, mas talvez por alguma razão mais profunda, que nos endereça para zonas silenciosas do nosso próprio coração. Eles correm porquê? Muito simplesmente para se sentirem vivos ou a reviver. Para se lançarem a si próprios um desafio. Para sentirem, de forma mais palpável, que as múltiplas corridas em que quotidianamente se embrenham (em que nos embrenhamos) convergem para uma meta.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré vão confraternizar

Ex-Acólitos da Gafanha da Nazaré vão confraternizar, com jantar marcado no restaurante O Porão, junto à igreja matriz, para o dia 26 de novembro. Compreende e aprecio estas confraternizações porque elas significam saudades de bons tempos vividos pelos convivas em determinadas actividades partilhadas em comum. É já o quarto jantar que este grupo leva a cabo, esperando eu que tudo decorra como eles desejam.
Os interessados devem proceder à sua inscrição por correio electrónico, para o endereço nuvempositiva@gmail.com, até ao dia 24 de Novembro.

SEM-ABRIGO VAI MESMO PARA A CADEIA?

A Justiça vai julgar um sem-abrigo que foi apanhado a roubar uns chocolates num conhecido supermercado. O segurança conseguiu reaver os chocolates, mas nem assim o sem-abrigo pode livrar-se da tentativa de furto. Anda a monte, mas não escapará, porque a nossa Justiça tem a noção dos seus deveres.
É claro que roubo é roubo e, portanto, ninguém pode ficar acima da lei. De certeza que o homem sabe disso, mas a fome talvez o tivesse levado a cometer o crime.
Também é claro que a nossa Justiça tem algumas singularidades. Se em vez do sem-abrigo fosse um indivíduo com dinheiro, jamais haveria julgamento e muito menos cadeia. Bons advogados, recursos em cima de recursos, requerimentos e mais requerimentos, e entretanto o caso prescreveria. Mas como é um sem-abrigo, sem cheta para pagar a um bom causídico, arrisca-se a malhar com os ossos na cadeia. Se calhar é mesmo isso o que ele quer neste momento. Ao menos fica uns dias com tacho garantido.
Ver aqui

A TROIKA JÁ ESTÁ POR CÁ...

A Troika aí está para mais uma avaliação ao trabalho dos nossos políticos. Decerto já ouviu falar que está a ser debatida, entre o Governo e o PS, a hipótese de aos funcionários públicos e aposentados desta área apenas se cortar um subsídio. Tudo, pensa-se, já estará agendado, conforme disse o Prof. Marcelo, mas com a Troika a decisão não será assim tão linear. É ela quem manda nesta fase do campeonato, quer queiramos quer não.
Uma vez que não nos soubemos governar, por ignorância ou incompetência, então teremos de obedecer a quem devemos o dinheiro que gastámos ou esbanjámos, como meninos que nunca se entenderam com mealheiros. Falamos muito, mas a Troika já saberá o que fazer, quando chegar a hora de nos deixar por aqui a sonhar com menos cortes...
Temos de nos convencer que os senhores dos créditos estão mais preocupados em receber o seu dinheirinho do que em evitar cortes salariais aos funcionários públicos e aposentados. E se começarmos a protestar muito, já sabemos qual vai ser a sua reação, que será a mesma que usaram na Grécia: a porta está aberta para quem quiser sair do EURO.

O QUE É MAIS IMPORTANTE NA RELAÇÃO DA IGREJA COM A CULTURA?





Alice Vieira: Pastoral da Cultura usa «linguagem nem sempre acessível a todos». «Penso que a Pastoral da Cultura está com muita força e a fazer um bom trabalho mas por vezes usa uma linguagem nem sempre acessível a todos. Temos de pensar que há muitas camadas diferenciadas de pessoas, pelo que é importante chegar a todas e que todas cheguem a nós, sem afastar ninguém.» 

 Ler mais aqui

PÚBLICO de hoje: Coroa de Nossa Senhora de Fátima

(Clicar na imagem para ampliar)

domingo, 6 de novembro de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 262


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 45 



SALTANDO DO SELIM COM RITMO 

Caríssima/o: 

Vem do lado do Forte; boa velocidade! 
Quase se não senta! Mal toca no selim! 
Pedala furiosamente! 
E afogueado, vermelho. 
Parece que está a participar na volta a Ílhavo! 
Até, se não me engano, há lágrimas nos seus olhos! 
Mas continua a pedalar. 
E ele que é tão folgazão, nem adeus diz, nem acena! 
Lá vai na sua corrida desenfreada, furiosa. 

O amigo que me faz companhia sentado no muro das Portas d'Água também estranhou: 
- Não, ali há coisa! Deve ter feito alguma aposta! 
É que o nosso homem já nem se via. 

No dia seguinte, a cena repetiu-se. Mas agora dava duas-três pedaladas, levantava-se, ... ia rolando a aproveitar o balanço e... lá se sentava.... Para logo a seguir, duas-três pedaladas, levantar... 
Seguiu até ao Forte. Passado algum tempo, retornou e a cena repetia-se: duas-três pedaladas, levantar, rolar... e sentar. 
Passou por nós sem olhar, com as lágrimas a correr pela face e a ... rugir. 

Mau! Aguçou-nos a curiosidade, mas ninguém teve coragem para se meter com ele. 
Pelo contrário, a chacota era dominante e, ganhando-lhe o jeito, uma-duas-três pedaladas, levantar, rolar e voltar a sentar! 

Andávamos nisto com gosto e sonoras gargalhadas, que o jogo prometia, quando passou a alta velocidade e, lançando um urro, nos atirou: 
- O que vos falta é o ... furúnculo, seus garotos! 

Manuel         

Uma reflexão para este domingo



VIGILANTES E ACTIVOS
Georgino Rocha


Insensatas, umas, e prudentes, outras. Assim se divide o grupo das jovens que aguardam a chegada do noivo da amiga. Néscias, umas e sábias, outras. Qual o critério para esta distinção, se o grupo todo se diverte durante o tempo da espera, se está apetrechado com as lanternas para iluminarem o cortejo nupcial, se escuta o mesmo anúncio, sente o correspondente apelo e entra num mesmo corrupio: “Eis que chega o noivo, ide ao seu encontro”?
Jesus, o autor das parábolas agrupadas numa só pela comunidade de Mateus por razões que têm a ver com a compreensão da última vinda do Senhor, quer dar uma resposta clara aos discípulos preocupados com a chegada do reino dos Céus e com os sinais que a manifestam. E a resposta começa assim: “Cuidado, para que ninguém vos engane” e prolonga-se por uma série de ensinamentos apresentados em parábolas, sentenças, recomendações. O cenário, onde esta “catequese” ocorre é o Monte das Oliveiras que, segundo a tradição, seria o espaço assinalado para esse derradeiro acontecimento. Aqui tem início, pouco tempo depois, o drama da paixão que leva Jesus à morte e à ressurreição.

sábado, 5 de novembro de 2011

Passagem por Pardilhó para recordar outros tempos

Monumento ao emigrante, com matriz, dedicada a S. Pedro, ao fundo

Aspeto do largo do centro de Pardilhó

Outro aspeto do largo 


De passagem por Pardilhó, a que me ligam tantos laços familiares e amigos, recordei, mais uma vez, tantas férias que lá vivi, com esposa, filhos pequenos e depois jovens. A Lita tem as suas raízes naquela simpática freguesia de gente cordata. À memória acudiram rostos, conversas e pessoas que já não estão fisicamente entre nós. Gente importante da terra e migrada em Lisboa e noutras paragens que vinha muito à terra natal. O largo de Pardilhó, com dois espaços distintos, era uma autêntica sala de visitas, onde confluíam diversas artérias dos vários cantos da freguesia. Por ali vi gente grada que em Lisboa se tornou importante e famosa, como os Ruela Ramos e Fernando Assis Pacheco, casado com uma pardilhoense. O Bispo Ferreira da Silva e seu irmão Monsenhor Ferreira da Silva também  se tornavam notados quando vinham a Pardilhó. Entre muitos outros, claro. 
O largo, com nome de Egas Moniz, esse mesmo do Prémio Nobel da Medicina, ficou  mais bonito e acolhedor com obras recentes. Egas Moniz foi educado em Pardilhó pelo seu tio, abade da paróquia de S. Pedro. Daí a ligação do sábio a esta terra.


Ver registo dessas férias  aqui

Poesia para este tempo


NO MEU PAÍS NÃO ACONTECE NADA

No meu país não acontece nada
À terra vai-se pela estrada em frente
Novembro é quanta cor o céu consente
Às casas com que o frio abre a praça.

Dezembro vibra vidros brande as folhas
A brisa sopra e corre e varre o adro menos mal
Que o mais zeloso varredor municipal
Mas que fazer de toda esta cor azul

Que sobre os campos neste meu país do sul?
A gente é previdente tem saúde e assistência cala-se e mais nada
A boca é pra comer e pra trazer fechada
O único caminho é direito ao sol

No meu país não acontece nada
O corpo curva ao peso de uma alma que não sente
Todos temos janela para o mar voltada
O fisco vela e a palavra era para toda a gente

E juntam-se na casa portuguesa
A saudade e o transístor sob o céu azul
A indústria prospera e fazem-se ao abrigo
Da velha lei mental pastilhas de mentol

O português paga calado cada prestação
Para banhos de sol nem casa se precisa
E cai-nos sobre os ombros quer a arma quer a sisa
E o colégio do ódio é a patriótica organização

Morre-se a ocidente como o sol à tarde
Cai a sirene sob o sol a pino
Da inspecção do rosto o próprio olhar nos arde
Nessa orla costeira qual de nós foi um dia menino?

Há neste mundo seres para quem
A vida não contém contentamento
E a nação faz um apelo à mãe
Atenta a gravidade do momento

O meu país é o que o mar não quer
É o pescador cuspido à praia à luz do dia
Pois a areia cresceu e o povo em vão requer
Curvado o que de fronte erguida já lhe pertencia

A minha terra é uma grande estrada
Que põe a pedra entre o homem e a mulher
O homem vende a vida e verga sob a enxada
O meu país é o que o mar não quer

Ruy Belo

NOTA: Sugestão do caderno ECONOMIA do EXPRESSO de hoje

Livro polémico e ponto de partida para o debate, que vai obrigar a um melhor e maior conhecimento de Jesus



“O Último Segredo” – 2 
Anselmo Borges 

Continuo a apresentação de O Último Segredo. Depois do que escrevi aqui na semana passada, desafio José Rodrigues dos Santos a retirar o que escreve na página 11: "Todas as citações de fontes religiosas e todas as informações históricas e científicas incluídas neste romance são verdadeiras." Lanço esse desafio, porque essa afirmação leva a um sem número de ambiguidades e equívocos e, assim, não é verdadeira. Afinal, a que informações históricas e teológicas se refere como verdadeiras? Também a afirmação "São milhares de erros a infectar a Bíblia", "incluindo fraudes"? Quais fraudes? O que valem, por exemplo, o sepulcro de Talpiot e os ossários descobertos? Os cristãos não habitam todos no asilo da superstição e da ignorância e, como já disse, não baseio a fé na ressurreição no túmulo vazio...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A independência dos Estados da UE

A Gréca informou a UE que já não vai avançar com qualquer referendo para decidir sobre o respeito pelas exigências da Troika. Esta decisão mostra claramente como os países da UE vão perdendo a sua independência a partir de setor económico e financeiro. Hoje pelas medidas impostas pela Troika e amanhã por outras razões.
Há tempos, disse neste meu espaço que Portugal não existia há mil anos e nada nos garantia que dentro de umas centenas ainda cantássemos o Hino Nacional ou respeitássemos a Bandeira verde-rubra. Alguns amigos caíram-me em cima contra aquilo que apelidaram de um pessimismo injustificado. Pois é. Agora da Grécia e um dia destes de um outro membro da UE.

500 anos não são nada na história


 Malaca

Portugal ao longe
António Rego

Mesmo sem se entender a língua, 
ou falando um português 
do tempo de Afonso de Albuquerque, 
há um povo que aí encontra 
a sua identidade, 
a venera, reza e ama 
com um enternecimento 
comovedor 


500 anos não são nada na história. Andar 12 mil quilómetros de avião aos solavancos, chegar a um lugar, ver uma pequena fortaleza, dois barquinhos a percorrer a cidade como se fossem duas imagens de santos, os jovens numa correria para os acompanharem, alguns mais tisnados, junto ao mar a cantar melodias portuguesas tão distantes do original nas palavras como nas melodias, as casas marcadas por uma cruz, o bairro conhecido tanto como português, como cristão, faz, a quem chega, ainda que não seja pela primeira vez, estremecer de emoção por o povo a que pertence ser o mesmo que ali vive naquele bairro simples de pescadores.

MUÇULMANOS VIVEM NA EUROPA COM OS MESMOS DIREITOS DOS EUROPEUS

D. Louis Sako

«No Iraque, é o contrário. Os cristãos não têm direitos, mesmo os que lá nasceram. Não gozam de liberdade religiosa, vivem sob ameaça e são constantemente alvo de violência. A pressão sobre eles é tão grande que, ao recusarem converter-se ao islão, arriscam a própria vida. Ou seja: estão na sua própria terra, são cristãos e morrem por causa disso.
Por cá, ao abrigo da chamada tolerância, os muçulmanos constroem mesquitas e manifestam-se como querem. E é assim que está certo: a defesa dos direitos humanos, nomeadamente, da liberdade religiosa deveria ser o melhor cartão de visita do Ocidente cristão.
Então, porque não nos batemos pela reciprocidade? Se respeitamos em nossa casa os direitos dos muçulmanos, bem podiam os muçulmanos fazer o mesmo com os direitos dos cristãos.
Nestes dias, o grito dos nossos irmãos iraquianos brada aos nossos ouvidos, pela voz do Arcebispo de Kirkuk. Monsenhor Louis Sako está em Portugal para dar testemunho.
Desde 2003 até agora, 54 igrejas foram atacadas e 905 cristãos perderam a vida. Os dados são alarmantes e revelam como está em risco o futuro dos cristãos no Iraque. Mas igualmente grave é o desabafo com que Monsenhor Sako terminou a sua intervenção em Lisboa: “Francamente, não percebo como é que os cristãos na Europa são tão indiferentes e têm vergonha da nossa fé”.»

Aura Miguel

Na RR online, de 4 de novembro de 2011


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

No litoral aveirense, o mar foi visitar a ria

O Ângelo teve a gentileza de me enviar fotos que mostram o mar a saltar para a ria de Aveiro. Estaremos todos, sobretudo o gafanhões, em perigo?






Filarmónica Gafanhense comemora o 175.º aniversário




A Música Velha foi fundada em 1836


Decorria o ano de 1885, quando um grupo de Ilhavenses, tendo como mestre João da Conceição Barreto, reorganizou e contribuiu para novo baptismo da banda que passou a designar-se Sociedade Filarmónica Ilhavense.
Mário Catarino foi também regente, embora por pouco tempo, sendo substituído pelo seu conterrâneo Armando da Silva, que no seu tempo, em Maio de 1934, alterou a designação social para Sociedade Musical Filarmónica Ilhavense (Música Velha).
Até meados de 1972 muitos foram os regentes que dirigiram a Associação, tendo nesse mesmo ano sido criada a Escola de Música Gafanhense, na Gafanha da Nazaré, pois era daqui que provinham muitos dos jovens com vontade de aprender música.
Em 1986, a Associação Musical Filarmónica Ilhavense festejou os seus 150 anos de existência, tendo realizado a Escritura de Constituição, na Secretaria Notarial de Aveiro, a 24 de Abril desse mesmo ano.

... Um dia a fé revela-se


Encontrar a fé perdida

«A fé católica pode esconder-se atrás de perguntas difíceis, como a que um dia Clara Costa disparou à catequista: «Se Deus está em todo o lado, para que serve a confissão? Não posso simplesmente voltar-me para uma parede e dizer o que tenho a dizer?» Pode também surpreender os mais incrédulos, em momentos difíceis de desorientação e dor. Ou pode revelar-se simplesmente, quando alguém olha para dentro de si e percebe ter «a felicidade» - assim o dizem - de acreditar. Não é um caminho linear. Há quem se zangue, quem se afaste, quem resista, quem a deixe adormecer ou viva muitos anos sem dar por ela. Mas, se existe, um dia a fé revela-se.»

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

UM LIVRO DE ANTÓNIO CHRISTO: "CAPELAS DE AVEIRO"



Com edição da ADERAV, foi publicado em 1989 um livro do aveirense ilustre António Christo, com "h", como consta do assento do batismo e se lê na autobiografia do autor, elaborada com graça e inserida neste trabalho. O livro, intitulado "Capelas de Aveiro", tem prefácio e notas de Amaro Neves. Do plano do autor, que contemplava 38 capelas, oratórios, nichos e grutas, apenas foram publicadas 20 capelas, quatro oratórios e uma gruta, trabalhos estes que viram a luz do dia no semanário Litoral, de que foi fundador e diretor David Christo, irmão de António Christo.
Apesar de tantos anos passados sobre a publicação em livro deste trabalho, só agora descobri a oportunidade de o ler e fi-lo com gosto. A abrir, o prefácio de Amaro Neves é deveras elucidativo, pelas informações que nos oferece e pelos motivos que suscita. Desde logo, pela recordações que nos levam até ao autor, um aveirense que se deu a Aveiro e suas gentes de alma e coração, com o seu envolvimento em inúmeras instituições dos mais variados objetivos.
Amaro Neves, também ele um historiador de reconhecidos méritos, dirigiu na altura palavras de estímulo aos novos estudiosos para que, "levados pelo amor de Aveiro", sigam o exemplo de António Christo. Julgo que, tal como em 1889, as palavras de Amaro Neves se mantêm atuais.
Desta leitura retiro ainda a ideia de que as comunidades esquecem depressa os que mais a elas se entregam e por elas lutam. Quero com isto dizer que não faltam políticos que são recordados como gente grande e digna de destaque nas praças públicas, porventura com razão. Outros, que não navegam nessas águas, caem facilmente no esquecimento.
A obra apresenta-se bem ilustrada. É natural que a edição esteja esgotada, mas se puderem lê-la, verão que vale a pena. Como curiosidade, oferece ainda a autobiografia do autor, de leitura muito saborosa.
FM

Diálogos na Cidade