terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Dia Mundial da Religião: 21 de Janeiro



Este dia aponta, no calendário, a data da partida do meu progenitor, deste mundo, para o Além.
A lembrança do dia 20 de Janeiro de 2013, bem vincada, na minha memória, ainda mais se agudiza, no concernente ao tema de hoje.
A religião que professamos tem muito a ver com os nossos antepassados, o legado que nos deixaram e com o local geográfico onde nascemos.
Se porventura tivesse nascido num país árabe, certamente seria muçulmana e, a esta hora, usaria a burka. Se o local de nascimento tivesse sido a Índia, professaria a religião hindu e andaria vestida com um sári. Se tivesse nascido no Tibete, provavelmente seria budista!
 Mas quis a Fortuna que tivesse vindo à luz do dia, nesta terra bendita de cultura cristã.
Desde tenra idade, fui imbuída dos valores e princípios cristãos, tendo recebido todos os sacramentos que me tornaram um membro legítimo da comunidade que é a Igreja Católica.


Foi também, de muito pequenina que pude observar com curiosidade infantil, um livro pousado na mesa de cabeceira do pai, cuja imagem de capa muito me impressionou: – A tua Religião na tua Vida. Através de um bosque de árvores altas, penetrava um feixe de luz que irradiava em todos os sentidos. Habituados que estamos a ouvir que “uma imagem vale por mil palavras”, esta imagem ficou gravada no fundo no meu ser. Despertava-me para algo de metafísico que, numa tão tenra idade, ainda não sabia interpretar.
Quando me competia, a mim, a colaboração nas tarefas domésticas da arrumação e limpeza da casa e passava pelo quarto, lá, abria furtivamente o livro, ia lendo excertos do mesmo e interiorizando as mensagens subliminares.
A minha personalidade foi-se construindo, em alicerces duma formação religiosa e espiritual, que ainda hoje enformam a minha postura na vida.
Aos meus progenitores devo aquilo que sou hoje e até ao momento, não me tenho dado mal com a herança genética que me transmitiram.
A religiosidade aliada à espiritualidade dá ao homem a dimensão transcendente da vida. Esta não se confina à pura materialidade da existência mundana.

Mª Donzília Almeida
18.01.2014


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Reconhecimento mútuo do Batismo

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO de ontem


Depois da tempestade...



À memória de meu Pai

Depois da tempestade tu partiste,
Qu’ o ciclon’ acalmasse esperaste.
A d’rmir serenamente tu ficaste...
O frémito telúrico não sentiste!

P’ra o Éden acredito que subiste
Ali, a tua Rosa encontraste.
À Luz dos teus olhos te juntaste
Nesta trindade a tua paz consiste!

Que a tua peregrinação sofrida
As marcas que na terra tu deixaste
Nos alcancem a Terra Prometida!

Veredas e caminhos que trilhaste
Foram a nossa bússola na vida,
Que tão sabiamente orientaste!

Mª Donzília Almeida

20.01.2014

domingo, 19 de janeiro de 2014

Ainda o falecimento do Padre Miguel Lencastre

Missa do 7.º dia, 
amanhã, segunda-feira, 
na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, 
pelas 19 horas


Padre Miguel (foto do meu arquivo)

O Padre Miguel partiu para o seio do Pai

Embora esperada há tempos, a notícia do falecimento do Padre Miguel Lencastre, no dia 13, no Recife, Brasil, encheu de tristeza os seus amigos, tanto na Gafanha da Nazaré como em diversas regiões de Portugal e daquele país irmão, mas não só.
O Padre Miguel Lencastre era, por natureza, uma pessoa disponível para todos, independentemente das cores políticas, sociais e religiosas de cada um. Bom conversador e bom amigo, tinha no seu espírito o sentido da aliança com Jesus Cristo, Nossa Senhora e seu Santuário, mas também com as famílias e entre as pessoas. 
Veio para a Gafanha da Nazaré como coadjutor do Padre Domingos Rebelo em 1970, e em abril de 1973 assumiu a paroquialidade da nossa terra até outubro de 1982, ao mesmo tempo que se empenhou no desenvolvimento do Movimento de Schoenstatt no nosso país e em particular entre nós. 
Sacerdote de diálogo e de consensos, imprimiu com o seu entusiasmo a renovação das estruturas paroquiais, procurando com afinco contribuir para a aproximação dos paroquianos, com uma minifeira popular e a criação de comissões de lugares destinadas a promover o envolvimento dos paroquianos nos serviços comunitários.
O Padre Miguel implementou a construção das igrejas da Cale da Vila, Chave e Praia da Barra, enquanto reorganizou o CNE — Corpo Nacional de Escutas, levando à criação do Agrupamento 588, que escolhe para patrono D. José de Lencastre, seu pai e primeiro Chefe Nacional do Escutismo Católico.
Em 1975 pôs em funcionamento o Stella Maris, clube do Apostolado do Mar, para apoio espiritual, religioso e social aos homens do mar e suas famílias, organizando ainda a primeira procissão pela ria em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, inédita na região.
Foi um prior próximo e dialogante, sempre ansioso por levar à prática iniciativas de desenvolvimento comunitário e humano, abertas a todas as idades, dando prioridade aos mais fragilizados. Teve uma relação cativante com a juventude e com os idosos, que visitava frequentemente. 
Outra faceta em que se distinguiu foi na convivência com pessoas pouco ou nada ligadas à Igreja, conseguindo delas colaborações que à comunidade diziam respeito, mostrando à evidência quanto foi importante para si o ser humano enquanto tal.

Fernando Martins 

Nota: Texto publicado no Timoneiro de janeiro.



O Obituário do EXPRESSO noticia 
o falecimento do Padre Miguel


A urgência do diálogo ecuménico

Crónica dominical 
de Bento Domingues 
só amanhã no meu blogue

Consciência ecuménica, consciência baptismal
Frei Bento Domingues

Algumas frases: 

«A urgência do diálogo ecuménico nasceu, nos finais do séc. XIX, nas chamadas terras de missão, para vencer o contratestemunho das igrejas cristãs divididas que se hostilizavam no anúncio do Evangelho da paz. As vicissitudes do movimento ecuménico já foram historiadas.»

«O Movimento Ecuménico português já apresentou serviço: representantes das Igrejas Católica, Lusitana, Presbiteriana, Metodista e Ortodoxa, em Portugal, irão assinar, no próximo dia 25, em Lisboa, uma declaração de reconhecimento mútuo do baptismo. Ainda bem.»

«Em certas zonas do mundo, o cenário é devastador: matam-se os cristãos sem perguntar pela identidade eclesial. O cristianismo está a ser completamente eliminado. É urgente um ecumenismo global de socorro.»

«O Papa mandou uma carta aos futuros cardeais: “O cardinalato não significa uma promoção nem uma honra nem uma condecoração, é simplesmente um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração”.»

sábado, 18 de janeiro de 2014

A "Ílhava já está no Museu de Ílhavo

A "Ílhava"


Quando se juntam forças a remar para o mesmo lado, quiçá contra ventos e marés, é certo e sabido que se concretizam sonhos. Quem um dia sonhou com a "Ílhava" no MMI e viu realizado esse sonho pode dar-se por muito feliz. Foi o que aconteceu aos Amigos do Museu ilhavense. E ela lá está para gozo de quantos apostam na preservação do nosso património histórico e cultural. Parabéns a todos.

Sobre a "Ílhava", pode visitar estes links para ficar mais elucidado:


Terra da Lâmpada I

Terra da Lâmpada II

Terra da Lâmpada III 

E mais:

Tudo sobre a "Ílhava" aqui


Os Caleiros


O APELIDO CALEIRO, NA GAFANHA
Orquídea Ribau

O apelido “Caleiro” existe espalhado por vários pontos do País,e até, por força da emigração, por diversos pontos do globo. Ao pensarmos na sua génese, somos levados a deduzir que surgiu como alcunha para distinguir alguém que produzia ou vendia cal, e se lhe colou definitivamente, sendo transmitido aos seus descendentes já como apelido legal.
No fechado mundo gafanhão da transição do séc.XVIII para o séc.XIX, José Fernandes Filipe, um dos filhos de Filipe Fernandes, foi contemplado com essa alcunha, que deixou de herança aos seus filhos e netos de forma oficial.
Por ter tido oportunidade de analisar com alguma atenção o meio geográfico e ambiental em que estavam inseridos, e as actividades económicas a que se dedicavam os gafanhões dessa época, atrevo-me a colocar a hipótese de não ter sido o facto de vender ou produzir cal que deu tal nome a este indivíduo.
Os canais principais da ria eram — e ainda são — designados por “cale” a que se segue um nome diferenciador, como: “dos Frades”, “do Espinheiro”, “da Vila”. Esta última, por sinal, deu o nome à zona gafanhoa que servia, e que ficou “lugar da Cale da Vila”.
Esses irmãos Fernandes Filipe foram tradicionalmente homens da ria. Um deles foi piloto da barra, creio que desde a sua abertura, e transmitiu essa profissão aos filhos e netos. O nosso José Fernandes Filipe (Caleiro) pode ter-se profissionalizado no transporte fluvial através das cales, e ganho a alcunha de caleiro, que o distinguiria do irmão piloto, e dos outros que exerceriam outras actividades parecidas.
A considerar…

NOTA: Mais uma boa curiosidade da Orquídea Ribau para nos estimular a trabalhar nesta área tão interessante. Seria uma mais-valia se outros a seguissem. Eu prometo divulgar.
Em mãos e à espera de tempo para as reescrever, agora no computador, tenho curiosidades sobre alcunhas e apelidos das nossas gentes. Verão a luz do dia logo que possível.

Gesto histórico de Bento XVI

Anselmo Borges


FRANCISCO E OBAMA
Anselmo Borges


Bento XVI teve um gesto histórico único ao determinar que no dia 28 do mês de Fevereiro passado, às 20 horas, a sede de Roma ficava vacante, abrindo assim caminho à eleição de um novo Papa. No dia 13 de Março, aconteceu pela primeira vez um Papa jesuíta: o cardeal de Buenos Aires, Bergoglio.
O nome escolhido, Francisco, foi todo um programa, que tem realizado. A sua atitude tem sido autenticamente franciscana. Conquistou o mundo, ao inclinar-se, despojado, perante a multidão e pedindo a sua bênção. Depois, com a sua humildade, simplicidade, bondade, compaixão, deixou o Palácio Apostólico para viver normalmente em Santa Marta. O seu interesse pelas pessoas é real e genuíno. Foi a Lampedusa, beija, diz piadas, sorri, ri, acaricia, escreve cartas, telefona. Não tem medo. Declara que também tem dúvidas.
Mas Francisco tem pela frente imensos problemas. Diria que o primeiro é tentar converter a sua Igreja ao cristianismo, começando pelos hierarcas. Que os cardeais, bispos, padres, católicos, se convertam ao Evangelho de Jesus.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O ideal do amor fraterno

JESUS, É ELE O FILHO DE DEUS
Georgino Rocha


Esta afirmação manifesta a convicção profunda a que chega João Baptista, após um processo lento de busca e reconhecimento. Processo que fica como exemplo de quem se sente peregrino na fé e assume o desafio de procurar resposta para as interrogações do coração humano. Processo que revela, de modo especial, a inter-acção fecunda de Deus com o homem/mulher e a qualidade do encontro pleno desejado. 
João não conhecia Jesus, facto estranho que indicia uma nova dimensão de conhecimento. Sendo primos de sangue, a sua relação era familiar e, consequentemente, de parentesco próximo, de pertença à mesma tribo, de membros da comunidade que tinha encontros e convívios por ocasião de festas rituais. A este nível, o conhecimento era normal, espontâneo, natural. Mas João não mente. O seu amor à verdade está comprovado com o testemunho de vida honrada e com o assumir corajoso do risco ocorrente – a condenação à morte por ordem de Herodes. Que pena, haver quem desconhece Jesus ou fica apenas pelo conhecimento humano, respeitando-o como guru, benemérito da humanidade ou agente revolucionário da não-violência!

João Magueta: No atletismo há lugar para todos




João Carlos Magueta, 51 anos, pintor naval, atleta há 37 anos, treinador e dirigente do Grupo Desportivo da Gafanha (GDG) na secção de Atletismo, foi considerado pela Associação de Atletismo de Aveiro o atleta do ano 2013, pelo seu triunfo nos 3000 metros obstáculos, no escalão de Veteranos (M50). A prova realizou-se no Luso, no dia 13 de Julho, com o tempo de 12:01,45, marca que o consagrou como o melhor atleta nacional do seu escalão. Também é vice-campeão nacional dos 400 metros barreiras, no mesmo escalão. 

A sua paixão pelo atletismo começou em 1976, quando viu Carlos Lopes nos Jogos Olímpicos de Montreal. Tinha 14 anos e nunca mais parou, acumulando as responsabilidades de atleta com as de treinador e dirigente. «Muito do pelotão nacional de atletismo foi influenciado pelas vitórias da Carlos Lopes, Fernando Mamede e Rosa Mota», afiançou-nos.
Sem se mostrar cansado e muito menos desanimado, João Magueta sonha com novos colaboradores para que o atletismo no GDG não esmoreça, antes progrida, atraindo mais jovens de todas as idades para uma modalidade desportiva que é realmente uma verdadeira escola de virtudes. «No atletismo, os atletas apoiam-se mutuamente em momentos difíceis, independentemente das equipas a que pertencem», disse.

O Papa será de esquerda?


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Apoio a carenciados




«O Fundo Municipal de Apoio a Famílias e Indivíduos Carenciados foi criado em 2011 com o objetivo de constituir um instrumento importante para a concretização de uma política social mais estruturante, que tem sido utilizado pelos diversos parceiros do Atendimento Social Integrado. Com a utilização deste instrumento, julga-se caminhar para uma intervenção mais congregadora e reflexiva, reafirmando medidas de apoio com caráter inovador, que não se sobreponham às já existentes e que tenham sim uma funcionalidade complementar e por isso devidamente articulada entre as diversas entidades.»

Ler mais em CMI

NOTA: Penso que é importante sublinhar o apoio que as autarquias prestam às famílias e indivíduos carenciados, sobretudo em épocas de crise económica e social. Eu sei que toda a gente e todas as instituições precisam de ajudas, mas tem de haver prioridades. Nesta linha, as pessoas fragilizadas têm mesmo de estar na linha da frente.

Um livro de Manuel António Pina



“Coisas que não há: Sobre a escrita 
de Manuel António Pina”

Li num fôlego “Coisas que não há: Sobre a escrita de Manuel António Pina”. Um livro pequeno com apenas 72 páginas, mas que dá ao leitor momentos de prazer, sobretudo se gostar do escritor que, se fosse vivo, teria completado, em 2013, 40 anos de vida literária, como se lê na Nota Introdutória. Organizado por Sara Reis da Silva e João Manuel Ribeiro, o livro reflete um Simpósio que decorreu no Instituto de Educação da Universidade do Minho, em 29 de Maio de 2013, de homenagem ao poeta de O Pássaro da Cabeça. Para além disso, o leitor ainda tem acesso a uma entrevista que Manuel António Pina concedeu a Blanca-Ana Roig Rechou e Sara Reis da Silva.

Algumas ideias:

Famílias tradicionais da Gafanha



Assento de óbito de António Ferreira
Fonte: A.D.A., S.Tiago de Vagos, Óbitos, Lv. nº 16, Fl .nº 11-verso.
Foto obtida sob autorização do A.D.A.


CURIOSIDADES À VOLTA DE ALGUNS NOMES
 DE FAMILIA TRADICIONAIS DA GAFANHA

Orquídea Ribau

Como em qualquer outro universo comunitário, alguns nomes de familia, ainda hoje utilizados na Gafanha, têm uma origem muito particular e um pouco à revelia das diferentes“normas” aplicadas ao longo do período compreendido entre a fixação dos primeiros habitantes, no final do séc. XVII, e o final do séc. XIX. Esses nomes adoptados adquiriram tal importância dentro da comunidade que fizeram mesmo desaparecer um ou mais apelidos familiares oficiais. Eis alguns exemplos:

SARDO – Surgiu como alcunha. António Ferreira, assim se chamava o visado, obteve o nome por ser de “cor sardo e cabelo avermelhado”, de acordo com o assento de óbito. Pertencia à família Ferreira, uma das primeiras a fixar-se definitivamente nas areias da “Gafenha” no virar do séc. XVII para o seguinte. Viveu durante a segunda metade do séc. XVIII, e deixou de herança o apelido da familia e a alcunha aos seus descendentes – FERREIRA SARDO. Nas ocasiões em que tinham que mencionar oficialmente a sua filiação, tais como baptismos ou casamentos, os seus filhos identificavam-no como António Ferreira Sardo.
No séc. XIX fixou-se na Gafanha um indivíduo da Murtosa, Mateus Fernandes Sardo, sem ligação aparente à família da Gafanha. Aqui deixou descendentes com esse apelido, que deverá ter uma origem diferente.
O referido António Ferreira Sardo teve um sobrinho, filho de seu irmão mais velho Joaquim Ferreira, de seu nome José Ferreira, a quem, ainda não descobri porquê, apelidaram de “fidalgo”, alcunha que também vingou e se transmitiu como apelido até aos nossos dias - José FERREIRA FIDALGO.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Areia na Praia da Barra


Praia da Barra (Foto FM)

Na sequências da visita do ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, à Praia da Barra, para se inteirar dos estragos causados pelo temporal, a Câmara de Ílhavo informa que ficou desde já prometido que, «até ao início do próximo verão, se procederá ao enchimento de areia na praia afetada, numa intervenção com o valor estimado de 850 mil  euros, minorando assim o défice que na mesma se verifica». 
Diz a nota da autarquia que posteriormente se procurarão solucionar os problemas «e não apenas os seus efeitos», na sequência do novo Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Ovar-Marinha Grande, em fase final da sua execução.

Ofertas para a Biblioteca de Ílhavo



Vários utilizadores e entidades diversas ofereceram livros, CD e DVD, à Biblioteca Municipal de Ílhavo, gesto que se reveste de singular importância. Como é sabido, julgo que é muito frequente as pessoas guardarem livros depois de os lerem ou mesmo sem os lerem, quando numa biblioteca podem chegar a outros leitores. Há livros interessantes de reduzida divulgação, de autores conhecidos e menos conhecidos, que só ganham se integrados em espaços acolhedores e públicos, como são por norma as bibliotecas. Oferecer livros, portanto, é uma atitude cultural de larga relevância.

Poema para dia chuvoso

Eu Peneiro o Espírito e Crivo o Ritmo

Eu peneiro o espírito e crivo o ritmo
Do sangue no amor, o movimento para fora
O desabrigo completo. Peneiro os múltiplos
Sentidos da palavra que sopra a sua voz
Nos pulsos. Crivo a pulsação do canto
E encontro
O silêncio inigualável de quem escuta

Eis porque as minhas entranhas vibram de modo igual
Ao da cítara

Eu peneiro as entranhas e encontro a dor
De quem toca a cítara. A frágil raiz
De quem criva horas e horas a vida e encontra
A corda mais azul, a veia inesgotável
De quem ama
Encontro o silêncio nas entranhas de quem canta

Eis porque o amor vibra no espírito de quem criva

O músico incompleto peneira a ideia das formas
Eu sopro a água viva. Crivo
O sofrimento demorado do canto
Encontro o mistério
Da cítara

Daniel Faria

No livro  "Dos Líquidos"

Ricos pouco solidários

Maria João Lopes escreve no PÚBLICO: «Quanto mais instruídos e ricos, menos solidários são os portugueses.» O «estudo da Universidade Católica Portuguesa e do Instituto Luso-Ilírio para o Desenvolvimento Humano vai ser apresentado na quinta-feira e mostra ainda que pessoas que recebem mais de 4 mil euros por mês são tão infelizes como quem recebe menos de 500.» 

Ler mais aqui


Museu de Ílhavo dos mais visitados




«O Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) fechou o ano de 2013 com o maior número de visitantes da sua história: 77 111. Este número recoloca o MMI entre os dez museus mais visitados do país e confirma-o como um dos museus municipais que atraem mais público em Portugal.
Durante a última década, o MMI alcançou um crescimento compatível com o investimento feito pelo Município de Ílhavo, concretizado em 2001. Esse investimento consistiu na ampliação e remodelação do edifício, na abertura ao público do navio-museu Santo André e na redefinição da identidade do Museu, que então se assumiu como museu marítimo.
Em 2012 e 2013, o MMI conheceu novos projetos de crescimento e qualificação que se concretizaram na abertura do CIEMar-Ílhavo e do Aquário dos bacalhaus. O projeto de ampliação do Museu para construção do Aquário e reservas de coleções foi distinguido, em 2013, como a melhor obra pública de Arquitetura em Portugal.»

Ler mais no MMI

Noite


A noite também tem os seus encantos.
Fotografia tirada no meu jardim para provar isso mesmo.
(Foto FM)

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Critérios para entrar no Panteão Nacional

O Panteão das chuteiras 
João Miguel Tavares 

«A existência de um critério compreensível é muito importante, e a Lei n.º 28/2000, que regula as honras do Panteão Nacional, define-o com bastante clareza: ele destina-se “a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”.»

Ler mais no PÚBLICO

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Padre Miguel, um prior próximo e dialogante

Recordando o Padre Miguel 





Natural de Paços de Ferreira, onde nasceu em 12 de junho de 1929, foi o último dos dez filhos. Entrou na Universidade de Lisboa em 1949 para estudar engenharia, mas no ano seguinte transferiu-se para Coimbra, instalando-se da República “Os Kágados”, onde fez inúmeros amigos. Depois volta a Lisboa, faz a tropa e vive intensamente a vida. 
Porém, o seu futuro já estava traçado nos livros de Deus. Em 1959 matricula-se em economia na Universidade de Lausanne, Suíça, e nesse mesmo ano descobre a sua vocação religiosa. A partir daí, assume a espiritualidade mariana e em 15 de outubro de 1966 é ordenado presbítero, ingressando logo no Instituto dos Padres de Schoenstatt.
Ligado ao Padre Domingos por afinidades schoenstattianas, vem para a Gafanha da Nazaré como coadjutor, entre 13 de junho de 1970 e 30 de setembro de 1972. Em abril de 1973 passa a Prior da nossa terra, missão que desempenhou com entusiasmo até outubro de 1982. 
Para além dos trabalhos pastorais que desenvolveu entre nós, os quais, directa ou indirectamente, não deixarão de ser referidos, embora sucintamente, quando se fala da nossa terra, importa salientar que o Padre Miguel convidou, para trabalhar com ele na nossa paróquia, outros padres de Schoenstatt, todos eles impregnados duma vivência mariana muito forte.
Foi um Prior próximo e dialogante, sempre ansioso por levar à prática iniciativas de desenvolvimento comunitário e humano, abertas a todas as idades. Teve uma relação cativante com a juventude e com os idosos, que visitava frequentemente. 
Outra faceta em que se distinguiu foi na convivência com pessoas pouco ou nada ligadas à Igreja e delas, muitas vezes, conseguiu colaborações que à comunidade diziam respeito.
Paralelamente, implementou, de forma intensa, a implantação de Schoenstatt entre nós.
Faleceu em 13 de janeiro, pelas 17.30 horas, no Recife, Brasil, 20.30,  em Portugal. 

Fernando Martins

Padre Miguel Lencastre partiu para o Pai


Da esquerda para a direita: Padre António Maria, Fernando Martins,
Daniel Rodrigues e Padre Miguel

Recebi, há momentos, a triste notícia do falecimento do nosso bom amigo e antigo Prior da Gafanha da Nazaré, Padre Miguel Lencastre. Eram 17h30 horas no Recife, 20h30 em Portugal. Embora esperada há uns tempos, a sua partida para o Pai, que o acolheu com ternura no seu seio maternal, causou-nos dor, compreensível pela amizade que nos unia, sobretudo desde que veio trabalhar para a nossa terra, onde estimulou e contribuiu de forma exemplar para a instauração do Movimento de Schoenstatt na Diocese de Aveiro e um pouco por todo o país.
O Padre Miguel Lencastre era, por natureza, uma pessoa aberta aos outros, independentemente das cores políticas, sociais e religiosas de cada um. Bom conversador e bom amigo, tinha sempre no seu espírito o sentido da aliança com Jesus Cristo e Nossa Senhora, mas também com as famílias e entre as pessoas. 
Que Deus o receba na sua glória.
Darei mais notícias quando puder.

Cortejo dos Reis: Festa centenária a manter


Carro enfeitado com presentes
Apesar da chuva, a festa saiu à rua 
para adorar o Menino

A chuva estragou a festa do Cortejo dos Reis, mas a caminhada dos Reis Magos e seus séquitos, com pastores e povo para adorarem o Menino-Deus, aconteceu no domingo, 12 de dezembro, como havia sido programada. Este ano, com a Aparição do Anjo para anunciar o nascimento do nosso Salvador na igreja de S. Pedro, na Cale da Vila.
Seguindo trajeto habitual, a partir dali, com muita gente munida do seu guarda-chuva e outros resguardos, que o frio também marcou presença, os autos do costume foram apresentados, com o último, no palácio de Herodes, junto à igreja matriz. Depois, foi o momento alto da festa, com a cerimónia da adoração do Menino. Reis Magos à frente com os seus séquitos e pastores com a sua expressividade natural junto ao presépio, todos beijaram o nosso Salvador, ao som de lindíssimos cânticos natalinos, alguns dos quais vêm do tempo dos nossos avós. O leilão dos presentes oferecidos ao Menino realizou-se no salão Mãe do Redentor, com o despique da praxe, para entusiasmar os eventuais compradores. 

domingo, 12 de janeiro de 2014

Museu de Ílhavo já acolheu a bateira "Ílhava"

Ílhava

«“É um dia de festa, um dia de encantamento”. Foi desta forma que Álvaro Garrido, coordenador da direcção do Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) caracterizou o dia ontem vivido na casa de cultura do mar ilhavense e que mereceu a atenção de várias centenas de pessoas. Aproveitando a passagem do primeiro aniversário do Aquário de Bacalhaus, os responsáveis por aquele espaço museológico decidiram promover mais um dia aberto, que compreendeu várias actividades e culminou com a inauguração da bateira “ílhava”, a mais recente aquisição da Sala da Ria do MMI.


Papa batiza na Capela Sistina



«O Papa Francisco baptizou neste domingo no Vaticano o filho de uma mulher solteira e a filha de um casal casado apenas civilmente, durante uma cerimónia na Capela Sistina.

Perante uma plateia de mães, pais e 32 crianças, Francisco quis deixar toda a gente à vontade, mesmo sendo o cenário tão solene como a capela onde são eleitos os papas. “Hoje o coro vai cantar, mas o coro mais belo é aquele das crianças, algumas delas quererão chorar porque têm fome ou porque não estão confortáveis. Estejam à vontade mamãs, se elas tiverem fome dêem-lhes de comer, porque elas são as pessoas mais importantes aqui”.»

Texto e foto do PÚBLICO

Um Papa anticlerical?

Crónica de Bento Domingues no PÚBLICO


1. A religião é uma das grandes dimensões mentais e culturais dos seres humanos. Hoje, no Ocidente, é uma realidade controversa, mas não apagada. O acolhimento ao Papa Francisco não resulta apenas, nem sobretudo, de qualquer estratégia publicitária. Nele, as pessoas vêem uma das expressões mais genuínas da atitude de Jesus Cristo, no meio do seu povo.

O divórcio entre as Igrejas e o mundo moderno não foi provocado, apenas, pela má vontade dos incréus e dos anticlericais. O anticlericalismo foi, muitas vezes, o reverso do clericalismo. Nasci numa zona do país em que não se podia viver sem padre, desde o baptismo ao funeral. Passava-se o tempo a dizer mal deles por causa do seu autoritarismo e da arbitrariedade ameaçadora dos seus comportamentos pouco pastorais. Não eram especialmente maus, mas apenas o resultado da formatação recebida.

Hoje já não se repetem estas palavras de Pio X (1), mas elas modelaram gerações: “só na hierarquia reside o direito e a autoridade necessários para promover e dirigir todos os membros para os fins da sociedade. Em relação ao povo, este não tem outro direito a não ser o de se deixar conduzir e seguir docilmente os seus pastores”.

A Civiltà Cattolica (2), na época da definição da infabilidade do papa, escrevia: “a infabilidade do papa é a infabilidade do próprio Jesus Cristo […]. Quando o papa pensa, é o próprio Deus que pensa nele”.

Ainda o centenário do senhor Diamantino

Longevidade
Maria Donzília Almeida


"Viver é envelhecer, nada mais."
Simone de Beauvoir

É um dado adquirido que a partir de certa idade, a idade madura, muita gente não gosta de fazer anos, sem negar a evidência que todos gostam de continuar a viver! Dizia-me, há algum tempo, um amigo que a única forma de atingir a longevidade é... fazer anos!
A marcha do tempo é inexorável, todos o sabemos e inevitável é a correspondente erosão da saúde, com os indesejáveis efeitos do envelhecimento.
Na hierarquia das idades, ou fases etárias do ser humano, há uma que é vista de soslaio por muita gente, tanto por aqueles que já entraram nela, como por outros ainda muito distantes e cuja imaturidade lhes assegura/garante (!?) uma ambicionada eterna juventude - a terceira idade!
Quer queiramos quer não, a velocidade a que o Chronos se move é a mesma para todos os cidadãos, apenas cada um se situa no seu ponto particular do percurso.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Algo inaudito na Igreja Católica

Um texto de Leonardo Boff

Os movimentos populares latino-americanos 
junto ao Papa Francisco


«Algo inaudito está acontecendo com a Igreja Católica sob a direção do Papa Francisco. Uma coisa é falar dos pobres e dos excluidos e denunciar a violência praticada contra eles. E deixá-los lá longe com suas penas. A Igreja assumia, normalmente, uma função tribunícia: se propunha representar, como um tribuno, os pobres. Agora com esse Papa, na linha da tradição latino-americsna, os pobres e excluidos são considerados sujeitos autônomos. Como tais são convocados a Roma, junto à Sé Apostólica, para falarem por si mesmos. Ouvir a versão das vitimas e não apenas ouvir os analistas cinetíficos das causas que os tornam o que são, excluidos e explorados.»

Li em  Leonardo Boff


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Norberto Correia é Chefe Nacional do CNE


Norberto Correia

«O novo Chefe do Corpo Nacional de Escutas (CNE) é o aveirense Norberto Correia, que, juntamente com a sua equipa de dirigentes, tomou posse no passado sábado, numa cerimónia que se realizou na Casa do Escuteiro, em Fátima. Norberto Correia é economista, tem 60 anos, está ligado ao escutismo há 47 e tem pela frente um mandato de três anos.
Já com vasta experiência no dirigismo do CNE, o aveirense chega agora ao cargo executivo mais elevado. Contactado pelo nosso jornal, Norberto Correia afirmou que “já tinha sido convidado várias vezes para assumir o cargo, e agora não fui capaz de dizer que não”, assumindo que este se trata de “um grande desafio para o qual senti que podia dar o meu contributo”, referiu.»

Li no DA


Nota: Felicito o Chefe Norberto Correia pelas tarefas que assumiu, o que prova quanto a sua dedicação é reconhecida pelo maior movimento associativo da infância e juventude do país. Sei que a sua ação dignificará em absoluto o escutismo.


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Postal Ilustrado - Padrão comemorativo




Na Praia da Barra, Gafanha da Nazaré, na Praça Comendador Carlos Roeder, pode apreciar-se um padrão comemorativo da construção das obras da barra, bem junto ao molhe central e com o Farol e boca da barra à vista. Por ali passam, no verão, milhares de pessoas, mas não sei nem nunca saberei se têm tempo para ler as três lápidas que ostenta, explicativas do que por ali se passou desde 1802 até aos nossos dias. Aqui as deixo como lição de história, curta mas elucidativa. 

«Estando as águas da ria represadas durante cerca de um século, por motivo da insuficiência da barra, foi construído de 1802 a 1808 sob a regência do príncipe D. João, o molhe central, que abriu definitivamente a comunicação com o mar, saneou a região e restabeleceu a navegação.»

«Em 16 de Outubro de 1932, o Presidente da República, General António Oscar de Fragoso Carmona lançou solenemente a primeira pedra para a construção das obras de melhoramento da barra.»

«Aos 5 dias do mês de Julho de 1959 durante as comemorações do milenário de Aveiro, o Presidente da República, Américo Deus Rodrigues Thomaz, descerrou este padrão comemorativo da construção das obras exteriores do porto.»

O Papa das pessoas

O QUE DIZEM DE FRANCISCO
Anselmo Borges



Não há dúvida de que o Papa Francisco é hoje uma figura de impacto global, talvez a figura mais popular no mundo, na qual se põe mais esperança e confiança. Foi proclamado como personalidade do ano 2013 pela revista Time, que escolhe, desde 1927, a pessoa que considera ter tido mais influência nas notícias em todo o mundo no respectivo ano. Designou-o como "o Papa das pessoas", concretizando que "o que o torna tão importante é a rapidez com que captou a esperança de milhões de pessoas que tinham abandonado toda a esperança na Igreja". "É raro um novo actor internacional da cena mundial suscitar tanta atenção tão rapidamente, tanto entre os jovens como entre os mais velhos, entre os crentes ou os mais cépticos", declarou Nacy Gibbs, directora da redacção da revista.

“Este é o Meu Filho muito amado”


A MARAVILHA DO BAPTISMO DE JESUS
Georgino Rocha

Chegado da Galileia, Jesus põe-se na fila dos pecadores que, no Jordão, aguardam a sua vez para serem baptizados por João. Este gesto tem um sentido profundo e dá origem à mais bela manifestação de Jesus. Com efeito, realça a solidariedade humana assumida ao nascer como um de nós e provoca a declaração solene da Voz celeste: “Este é o Meu Filho muito amado”. Condensa e desvenda a identidade original de Jesus. 
O baptismo é a festa desta maravilha surgida nas águas do Jordão e agora anunciada e celebrada no baptistério de todas as comunidades cristãs. Os intervenientes e as circunstâncias são especiais, mas comungam da mesma humanidade que nós. No entanto, o baptismo cristão tem originalidade própria que advém de ser feito em nome de Deus: Pai, Filho e Espírito Santo, Deus que Jesus ressuscitado manifesta de modo singular. E não podemos deixar que se perca ou desfigure esta originalidade.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Diamantino Sarabando completou um século de vida

O senhor Diamantino com alguns familiares

Diamantino da Rocha Sarabando é um ancião que completou serenamente um século de vida, no passado dia 2 de janeiro, com familiares e amigos. Em abril do ano passado, em entrevista que nos concedeu,  disse-nos que ainda faltava muito para chegar aos 100 anos, mas que esperava juntar a família, onde havia netos, bisnetos e trinetos que não conhecia. Mas chegou, fazendo questão de que nada faltasse na mesa celebrativa de tão bonita idade, que foi posta num restaurante da nossa terra para o jantar. 
Cerca de 80 pessoas acompanharam a alegria do senhor Diamantino, que mostrou quanto está feliz com a vida, mantendo-se firme até depois da meia-noite, conversando e debitando histórias. E para espanto de alguns, o aniversariante até cantou.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Google homenageia Simone de Beauvoir


Simone de Beauvoir
(1908-1986)
M.ª Donzília Almeida



Hoje, o Google homenageia Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, a famosa escritora e filósofa francesa, que completaria hoje 106 anos de idade. Mais conhecida por Simone de Beauvoir, nasceu a 9 de janeiro de 1908, em Paris, tendo falecido a 14 de abril de 1986. Foi companheira de Jean-Paul Sartre, outro nome marcante da filosofia e da cultura francesa.
Ligada ao existencialismo, Simone bateu-se pela emancipação da mulher. É-lhe atribuída uma das principais frases do movimento feminista: “Não se nasce mulher, torna-se mulher.” Esta não tem um destino biológico, ela é condicionada por uma cultura que define o seu papel na sociedade. As mulheres, durante muito tempo, ficaram circunscritas ao papel de mãe e esposa, restando-lhes apenas, a opção do convento. Simone rompe com esse determinismo e com os padrões sociais da sua época. Escreveu romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia.
Entre os seus romances mais conhecidos, destacam-se os títulos: “A Convidada”, “O sangue dos outros” e os “Os mandarins”. Este último consagrado com o Prémio Goncourt e considerado a sua obra-prima.

Mau tempo ataca Praia da Barra


O mau tempo atacou fortemente a Praia da Barra e outras zonas do litoral português, e não só. No que nos diz respeito, a que mais sofreu foi a Praia da Barra, mas este fenómeno é frequente desde que me conheço. É claro que o Governo veio ver, tendo prometido que obras vão ser feitas. Também sei que a solução não é fácil porque o mar é imprevisível. Mesmo sob o ponto de vista técnico e científico, não há soluções garantidas. O que hoje se pode admitir como certo amanhã poderá estar tudo ultrapassado. Isto mesmo me foi explicado há anos num seminário que se realizou na Universidade de Aveiro, que contou com a intervenção de vários especialistas na matéria. Contudo, é imperioso que se responda aos ataques do mar...
«Ontem mesmo, o Sr. Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia [Jorge Moreira da Silva], acompanhado dos Srs. Secretários de Estado do Ambiente e da Administração Local, visitou a Praia da Barra, dando especial atenção à problemática ocorrida e colocando-a na agenda política do Governo. Esta importante visita permitiu ao Presidente da Câmara Municipal de Ílhavo [Fernando Caçoilo] manifestar de viva voz aos nossos Governantes, de forma concertada, concreta, objetiva e coerente, não só as preocupações, anseios e expetativas da Câmara Municipal, mas também das nossas populações em relação à situação vivida, assim como a urgência da necessidade de uma solução sustentada para a resolução dos problemas da erosão costeira, vivida de forma sistemática desde há alguns anos a esta parte.» Assim se lê na informação que nos chegou da CMI.

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Mudanças nos próximos 20 anos

«Nos próximos 20 anos, haverá mais mudanças 
na sociedade e na Igreja do que nos últimos cem»
Rui Jorge Martins


Na diocese de Innsbruck, na Áustria, subsiste a convicção de que «nos próximos vinte anos, na sociedade e na Igreja, haverá mais mudanças do que nos últimos cem anos».
«A direção desta tendência, se para melhor ou para pior - está nas nossas mãos», refere uma nota referente ao ciclo de encontros "Um outro futuro é possível", que a diocese organiza no âmbito da comemoração dos cinquenta anos.
As sessões sobre o futuro da sociedade e Igreja, que começam esta terça-feira, contam com a intervenção do bispo do Tirol, bem como especialistas em teologia pastoral, pedagogia, sociologia, ecologia, empreendedorismo e jornalismo, entre várias personalidades do mundo académico, eclesiástico e social austríaco.
Os organizadores apostam no «diálogo» para favorecer uma «compreensão mais profunda» das posições dos diferentes intervenientes, abrindo a porta à mudança de posições e atitudes.
Os debates centram-se em questões que podem conduzir a sociedade ao desespero, resignação e medo, ou podem ser fontes de alegria, coragem e esperança, dependendo das decisões que forem hoje tomadas, sublinha a nota de apresentação.


Li aqui

D. João Evangelista morreu há 56 anos



No dia 8 de janeiro de 1958, realizou-se o funeral de D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro, presidido por D. Domingos da Apresentação Fernandes, que lhe viria a suceder. O falecimento ocorreu no dia 2, pelas 12 horas, no Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Aveiro.
Diz o Calendário Histórico de Aveiro de António Christo e João Gonçalves Gaspar que no funeral, «o mais impressionante de que há memória em Aveiro», participaram 14 prelados do Continente. 
Sublinha-se na referência do Calendário Histórico que o Arcebispo-bispo de Aveiro foi «um prelado verdadeiramente ilustre e ínclito aveirense, cuja memória perdurará eternamente, pelo seu alto prestígio, suas singulares virtudes, acendrado patriotismo e exemplar amor à sua terra». Esta efeméride foi escrita com base nas notícias dos jornais Litoral (11-1-1958) e Correio do Vouga (18-1-1958).
Como nota pessoal, permitam-me que refira que conheci D. João e que assisti ao funeral, recordando-me perfeitamente da sua passagem pelo edifício da Câmara Municipal de Aveiro, onde o funeral parou, para sobre o caixão ser colocada uma bandeira, julgo que da autarquia aveirense. Tinha eu 20 anos.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Água vale Dinheiro

«A água de janeiro vale dinheiro»

NOTA: A ser assim, que chova, mas sem causar estragos. E sem estragos, pode ser que o provérbio tenha razão.  

Fórum Municipal da Maior Idade

Primeiro Aniversário




O Fórum Municipal da Maior Idade assinala hoje, 7 de janeiro, o seu primeiro aniversário, tendo-se afirmado, neste seu primeiro ano de vida, como um local de encontro e convívio, mas também de aprendizagem e de partilha para todos os que o frequentam e participam nas mais diversas ações.
Ao longo deste seu primeiro ano de existência foi dinamizado um trabalho de parceria na realização de diversas atividades, pelas várias Instituições envolvidas, nomeadamente a Câmara Municipal de Ílhavo, a Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, a Obra da Providência, o Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Nazaré, a Fundação Prior Sardo, a Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, a Associação de Pais e Amigos das Crianças da Gafanha da Encarnação, a Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo e a Associação Aquém Renasce.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A ausência do patriarca

6 de Janeiro


DIA DE REIS
Maria Donzília Almeida

A celebração católica do Dia de Reis está associada à tradição natalícia, segundo a qual, três magos do oriente, chamados Gaspar, Belchior e Baltazar visitaram o Menino Jesus, na noite de 5 para 6 de Janeiro, trazendo-lhe de presente, ouro, incenso e mirra.
Segundo a tradição, nesta festividade, volta a reunir-se a família, encerrando-se assim, o ciclo dos festejos de Natal. Repetem-se na Noite de Reis, as iguarias de Natal: bacalhau com batatas, bolo-rei, pão-de-ló, rabanadas, sonhos, entre outras, que atropelam os propósitos de muita boa gente que perde a linha, nesta quadra de excessos gastronómicos.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Janeiras — 2014

Uma saudação especial para os emigrantes




O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré teve a gentileza, à semelhança doutros anos, de vir cantar as Janeiras à minha casa. Músicos e cantores, jovens e menos jovens, ofereceram-nos, a mim e à minha Lita, as conhecidas melodias próprias da quadra, sempre agradáveis de ouvir. Vêm para manter a tradição, mas também para angariar fundos para o grupo.
Sabendo que eu divulgo as nossas tradições, porque elas fazem parte das nossas memórias pessoais e coletivas, o grupo pediu-me, na despedida, que em seu nome desejasse um ano de 2014 muito melhor para todos os emigrantes, mas não só, e à medida dos sonhos de cada um.

Ano Novo com muitos desafios

Mensagem do Papa sobre a paz
Frei Bento Domingues

1. Entre os mais idosos, alguns talvez ainda tenham gosto em se lembrar e outros, vontade de esquecer que no dia 8 de Dezembro de 1967 foi criado, pelo papa Paulo VI,o Dia Mundial da Paz. Ficou decidido, no entanto, que seria celebrado, daí em diante, no primeiro dia do ano civil. Assim continua, embora as Nações Unidas tenham marcado, em 1981, o Dia Internacional da Paz para o dia 21 de Setembro. Não se sobrepõem. 
Em Portugal, a decisão de Paulo VI teve um impacto significativo durante a guerra colonial, porque se inscreveu nos ecos do Vaticano II e da Pacem in Terris de João XXIII, que tinham alargado, aprofundado e provocado iniciativas de oposição católica ao Estado Novo (1). Destacamos: no Porto, suscitou a criação da comissão diocesana de Justiça e Paz, com múltiplas intervenções; em Lisboa, as vigílias na Igreja de S. Domingos, em 1969, e na Capela do Rato, de 1972 para 1973, tornaram-se marcos históricos pela ressonância conseguida. A vigília da Capela do Rato provocou a intervenção da Pide, várias prisões e aceso confronto, na Assembleia Nacional, entre os deputados Miller Guerra e Francisco Casal Ribeiro.
As mensagens anuais constituem peças importantes da posição dos papas perante as questões da guerra e da paz. Ao se tornarem um ritual, o seu verdadeiro impacto depende, apenas, do que as Igrejas locais fizeram desses notáveis documentos.

EUSÉBIO morreu



«Humilde, mas sem falsas modéstias. Quando Eusébio chegou à “metrópole” e ao Benfica campeão europeu em 1961, sabia o que valia. “Não me interessa se eles são campeões europeus, vou entrar nesta equipa.” Ele era um jovem moçambicano acabado de chegar de Lourenço Marques e já metia medo aos consagrados Águas, Augusto e Coluna, os “senhores”, como os novatos da equipa lhes chamavam. “Comentávamos entre nós, quem é que vai sair? Porque o Eusébio era um jogador de excepção”, diz José Augusto. Alguém saiu e ele, Eusébio da Silva Ferreira, entrou na equipa do Benfica para se tornar uma lenda do futebol mundial. O melhor jogador português de todos os tempos que brilhou numa altura em que o futebol era diferente. Como Amália, o seu nome é sinónimo dele próprio. Não existirá mais nenhum Eusébio.»

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sábado, 4 de janeiro de 2014

Humilhação

Qualquer coisinha, tenho fome
Anselmo Borges


Não sei se há humilhação maior do que ter de estender a mão suja, que salta de um corpo e uma roupa também sujos, pedindo, com o corpo inclinado e o olhar perdido e suplicante: "Qualquer coisinha, tenho fome." Se é uma criança, com uma mãozinha pequenina, um velho, um deficiente, suplicando "por caridade, por caridade", parte-se-me a alma. Sinto-me muito envergonhado por mim e pela sociedade, e dou, numa indizível atrapalhação, pois precisaria de dizer-Ihes que não é por caridade, mas por dever. E desaparecer.

Dar generosamente. Nem a mão deveria aparecer, para não ser vista. Um grande amigo que já morreu - porque é que os amigos morrem?! - repetia constantemente: a mão que dá esconde-se. A partir daí, perguntei-me sempre: será por isso que não vemos Deus? Porque dá - Deus é Dar, o Dar Originário, Criador -, escondendo-se?


Maravilha da Epifania

ONDE ESTÁ O REI ACABADO DE NASCER?
Georgino Rocha


Ingenuidade, ignorância ou provocação! São exclamações espontâneas que a pergunta dos Magos a Herodes suscita e “deixa no ar”. Confiança no informador, desejo de acertar na procura, certeza firmada no nascimento ocorrido? São interrogações que podem servir de guia para penetrarmos na maravilha da Epifania do Senhor. Profissão de fé no Recém-nascido, profecia do futuro emergente, testemunho corajoso de quem busca a verdade e, inquieto, arrisca todas as vias? São deduções razoáveis e auspiciosas que se podem fazer, a partir do encontro de Jerusalém. A pergunta dos Magos é a pergunta de tantos homens e mulheres do nosso tempo que, sem preconceitos inibidores, ousam escutar a voz da consciência profunda e, livremente, pretendem alcançar resposta condizente.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Homenagem a Mons. João Gaspar

60.º aniversário da sua  ordenação presbiteral 




A Diocese de Aveiro celebrou hoje o 60.º aniversário da ordenação presbiteral de Mons. João Gonçalves Gaspar, Vigário Geral da nossa Diocese e conhecido historiógrafo de Aveiro e sua região, com inúmeros livros publicados. 
A eucaristia celebrativa teve lugar numa capela interior do Seminário de Santa Joana Princesa, a mesma onde decorreu a cerimónia de ordenação em 3 de janeiro de 1954, presidida por D. João Evangelista de Lima Vidal, primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro e conterrâneo de Monsenhor João Gaspar, pois ambos são naturais da vila de Eixo. 

O MMI prepara-se para albergar a «nossa ílhava»

Um texto de Ana Maria Lopes




A ílhava, «para mim», só tem uma história mais ou menos consistente, há cerca de 30 anos. Bateira identitária dos ílhavos, foi a mais polivalente das embarcações da região lagunar – na ria, usada, para a apanha do moliço e para carreto; no mar, desde a rede do chinchorro, na quebra da vaga à arte da tarrafa, em águas do Tejo, na baia de Cascais. É enigmática e senti necessidade de sistematizar o que fui aprendendo sobre ela. Não descobri nada. Atenção! Li, observei, pensei e vou tentar pormenorizar coincidências. O processo da ílhava tem tido vários intervenientes, que se foram sucedendo no tempo.

Sabia desde os meus vinte e tal anos que tinha havido uma bateira ílhava, mas como não havia deixado rasto que me despertasse a curiosidade, esse conhecimento permaneceu em letargia.

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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

BORDA D’ÁGUA

O Verdadeiro Almanaque


O meu filho João Paulo gosta de passar pelas feiras para saborear o ambiente de compras e vendas de tudo e mais alguma coisa. Um dia destes foi à Feira das Palhaça, e dela ofereceu-me um relato vivo do espetáculo em que o povo é ator fundamental. Ator no ato de sair do ramerrão de quotidianos de trabalho duro para regatear o que quer comprar, mas também para degustar uns petiscos tipo bifanas e churrascos em mesas corridas, tudo regado com vinho da pipa ou cerveja fresca. 
O meu João gosta de apreciar porque no fundo não vai lá comprar nada, penso eu. Contudo, não foge à regra de adquirir o BORDA D’ÁGUA, “O Verdadeiro Almanaque”, que se publica há 85 anos, com uma tiragem de 100 mil exemplares, para me oferecer. Pelo que se sabe, o povo gosta do BORDA D’ÁGUA pela inúmera informação direcionada para agricultores sobre sementeiras, plantações, enxertias e colheitas. Mas tem muitas outras curiosidades.
Tenho cá um palpite que o meu filho me oferece o almanaque para me seduzir para a jardinagem e horticultura, pois me lembra logo que em janeiro é tempo de semear favas, ervilhas, alface e rabanetes, entre outros vegetais e não só. E diz mais, agora sobre o jardim, que é chegada a hora de semear begónias, sécias, amores-perfeitos e… até paciências, flor de que nunca tinha ouvido falar.
O almanaque indica as luas, os feriados e festividades, sem esquecer as recomendações astrológicas, decerto para brincar, julgo eu, que não acredito nessa “ciência” dos signos e afins.
A propósito disso, a diretora Célia Cadete diz, no "Juízo Final", que 2014 terá «um inverno áspero mas pouco frio; a primavera  húmida, o verão quente e o outono temperado». Quanto ao inverno, já falhou um pouco, porque eu sinto um frio enorme, e quanto à primavera fico à espera para confirmar. Sobre o verão e outono, nem vale a pena ter dúvidas, pois teremos o calorzinho .da praxe, logo seguido da estação que nem é carne nem peixe.
A diretora garante que os nascidos em 2014 serão de «estatura mediana com olhos pequenos e atrativos, testa larga e alta, mãos esbeltas e dedos compridos». Vou ficar atento.
Bom ano.



quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Maria, a Mãe do Deus Menino


ANÚNCIO DOS PASTORES 
PROVOCA ADMIRAÇÃO
Georgino Rocha

O campo dos pastores, nome da localidade por onde deambulavam os guardas dos rebanhos nas cercanias de Belém, é a zona escolhida pelo anjo do Senhor para anunciar o nascimento de Jesus que havia ocorrido numa manjedoura do curral de animais. A aparição do enviado de Deus e o anúncio que lhes faz provocam uma reacção de medo, de sobressalto, de sã curiosidade. 
Sempre assim é. O homem surpreendido nas suas rotinas teme a novidade que vem e o interpela. Praticamente todas as pessoas chamadas a uma missão passam por momentos semelhantes. Desinstalar-se e lançar-se a uma nova aventura, confiar e aceitar as consequências imprevisíveis, sentir-se envolvido, apesar da sua “pequenez”, exige realmente um coração grande, uma disponibilidade a toda a prova, uma capacidade de “aguentar” o presente onde emerge o futuro da decisão tomada.