terça-feira, 19 de março de 2013

Bispo de Roma prega a bondade e a ternura


O Papa Francisco diz que "Não devemos ter medo da bondade nem da ternura". O Papa, Bispo de Roma como gosta de dizer, continua a mostrar que a simplicidade evangeliza mais que doutas teses teológicas. Que Deus o ajude a prosseguir nessa linha.


É feio não saber perder

Não gosto nada de quem não sabe perder... No desporto e na vida. Mourinho parece que não conhece o valor da humildade... Ou está isento por ser famoso?

Dia do pai - 19 de março




Sinto-me órfã
Maria Donzília Almeida 

Após 58 anos de convívio com os progenitores e 63 só com o pai, sinto-me órfã! 
Foi um privilégio privar com o Zé da Rosa, durante um período de tempo dilatado, muito fecundo, com períodos de afastamento mais ou menos longos. 
A presença dele, não física, mas espiritual, estava sempre ali, bem marcada e influente. 
Quando a vida me fez assentar arraiais na terra natal e o nosso convívio se estreitou, fui uma pessoa de sorte, que partilhou de agradáveis momentos de muita ternura, muita afetividade, muita pacificação. 
Sem nunca se intrometer nos assuntos privados da família, ia opinando, aconselhando, conciliando. 
Quis o destino que a fase final da sua vida fosse curta, sem passar por uma longa decadência, como acontece a tantas criaturas de Deus. 
Foi acompanhado de perto, pela família que lhe proporcionou o carinho e conforto, imprescindíveis à dignidade humana e a uma pessoa que tanto deu ao seu próximo! 
Partiu, sem um queixume, sem uma palavra de desalento, com a mesma serenidade com que viveu e conviveu com todos. 

sábado, 16 de março de 2013

Que se pode esperar do Papa Francisco?


Francisco, reconstrói a minha Igreja
José Tolentino Mendonça

José Tolentino Mendonça

É verdade que o nome Francisco tem representantes de altíssimo alcance na tradição (de Francisco de Assis a Francisco Xavier ou a Francisco de Sales), mas porventura ao ouvir a escolha do nome “Francisco”, por parte do novo papa, o pensamento da maioria de nós se tenha virado para a figura dopoverello e para as palavras que lhe dirigiu o Cristo de São Damião: “Francisco, reconstrói a minha Igreja”. A Igreja de que Jorge Mario Bergoglio é agora pastor precisa evidentemente de reconstrução. Os desafios são imensos, quer internamente quer no diálogo com o mundo. Os tempos são de reconfiguração: o que se sente é que as estruturas herdadas de uma determinada época estão exaustas (por exemplo, o estrito modelo da paroquialização) e não servem convenientemente as realidades emergentes no seio da própria Igreja.

Poesia para este tempo

Sugestão de leitura do caderno Economia do EXPRESSO

Eu tinha um velho tormento
Eu tinha um sorriso triste
Eu tinha um pressentimento

Tu tinhas os olhos puros
Os teus olhos rasos de água
Como dois mundos futuros

Entre parada e parada
Havia um cão de permeio
No meio ficava a estrada

Depois tudo se abarcou
Fomos iguais um momento
Esse momento parou

Ainda existe a extensa praia
E a grande casa amarela
Aonde a rua desmaia

Estão ainda a noite e o ar
Da mesma maneira aquela
Com que te viam passar

E os carreiros sem fundo
Azul e branca janela
Onde pusemos o mundo

O cão atesta esta história
Sentado no meio da estrada
Mas de nós não há memória

Dos lados não ficou nada

Mário Cesariny


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Papa quer uma Igreja pobre e para os pobres

O Papa Francisco disse hoje que quer uma «Igreja pobre e para os pobres»

Que grande desafio para todos os católicos. Ficamos à espera de exemplos que venham de cima. Jamais a conversa de «olha para o que eu digo e não para o que eu faço». Disso estamos todos fartos...

E o Governo não estará neste grupo?

Camilo nasceu neste dia

Homenagem a Camilo Castelo Brancos,
nascido neste dia de 1825


Camilo tem lugar de honra nas minhas estantes 


Comédia humana

Literatos! Chorai-me, que eu sou digno
Da vossa gemebunda e velha táctica!
Se acaso tendes crimes em gramática,
Farei que vos perdoe o Deus benigno.

Demais conheço a prosa inflada, enfática,
Com que chorais os mortos; e o maligno
Desafecto aos que vivem… Não me indigno…
Sei o que sois em teoria e em prática.

Quando o avô desta vã literatura
Garret, era levado á sepultura,
Viu-se a imprensa verter prantos sem fim…

Pois seis dos literatos mais magoados,
Saíram, nessa noite embriagados,
Da crapulosa tasca do Penim.


Li este soneto aqui

O Papa é um bispo que tem o primado pastoral

O maior afrodisíaco
Anselmo Borges

Anselmo Borges



Ainda Papa, J. Ratzinger disse o que é decisivo: "Nós somos a Igreja; a Igreja não é uma estrutura; nós, os próprios cristãos juntos, todos nós somos o Corpo vivo da Igreja. Naturalmente, isto é válido no sentido de que o 'nós', o verdadeiro 'nós' dos crentes, juntamente com o 'Eu' de Cristo, é a Igreja."

Mas, de facto e desgraçadamente, quando se pensa e fala e escreve sobre a Igreja, no que se pensa e fala e sobre que se escreve é, em primeiro lugar, a Igreja enquanto instituição e concretamente a organização central - em que se pensa, quando se diz o Vaticano? -, com o Papa, o cortejo de cardeais, arcebispos, bispos, monsenhores da Cúria e o Banco do Vaticano e regras e normas e escândalos e intrigas que se diz aninharem-se por lá e, evidentemente, também o espectáculo nem sempre edificante, e o folclore. Aliás, quem se não quiser enganar, mesmo dentro da Igreja, que se pergunte: o que juntou os mais de 5000 jornalistas estrangeiros em Roma para a eleição do novo Papa? Foi verdadeiramente a Igreja viva, constituída pelos discípulos de Jesus, que procuram real e verdadeiramente segui-lo no amor de Deus e do próximo?

“Quem estiver sem pecado atire a primeira pedra”

VAI E NÃO TORNES A PECAR
Georgino Rocha

Georgino Rocha

Esta sentença contrasta radicalmente com o preceituado na Lei de Moisés e constitui uma excelente e estimulante orientação de vida. É declarada por Jesus após o julgamento sumário da mulher apanhada em adultério e trazida por zelosos escribas e fariseus. Condensa exemplarmente a atitude de Jesus e reproduz o núcleo do seu ensinamento face a quem se desvia nos comportamentos dignos da condição humana, reflexo da bondade original de Deus.
Os rigorosos fariseus “deliciam-se” com o sucedido. E não era para menos. Não havia escapatória para Jesus. Por justiça legal, ela devia ser morta por apedrejamento. Por condescendência e misericórdia podia ser salva, mas transgredindo abertamente o preceituado tradicional. “E tu que dizes?” – indagam eles, alimentando o sonho discreto de o “porem à prova” com esta armadilha e terem razões para o acusar ou contradizer.

a Igreja é orientada por pessoas normais



Uma verdade finalmente a descoberto 
António Marcelino 

«Tudo isto recomenda que, ao pensarmos no novo Papa, não o endeusemos, e nos dispamos de sentimentos de messianismo ou do pensamento de que a Igreja só avança com pessoas ultra perfeitas. A Igreja dos crentes, comunidade que, pela sua fé, beneficia da graça da salvação em Jesus Cristo, estará sempre ao serviço da edificação do Reino, com pessoas de muita fé, mas pessoas normais. Esta edificação far-se-á sempre e só, em comunhão, com a força de Deus e as limitações humanas.» 

quinta-feira, 14 de março de 2013

Habemus Papam: Francisco I

Nota do Bispo de Aveiro



“Anuncio-vos uma grande alegria: Temos Papa”. Foi com estas palavras que se abriu a porta da Igreja para o Mundo conhecer o novo Papa.
Os Cardeais, reunidos em Conclave, escolheram para Bispo de Roma e para presidir na caridade a todas as Igrejas reunidas em comunhão com o Sucessor de Pedro o Cardeal Jorge Mário Bergoglio, Arcebispo de Buenos Aires, na Argentina.
Veio “do fim do mundo”, no dizer do eleito, e escolheu para seu nome, de forma surpreendente, o nome de Francisco.
Quanto maior é a surpresa humana maior é a bênção divina! É de surpresas constantes a acção do Espírito Santo na Igreja para que possa ser também cada vez mais abençoada a acção da Igreja ao serviço do mundo.
O novo Papa vem do hemisfério sul da mesma forma que se amplia também a geografia da missão da Igreja ao serviço da evangelização nos diferentes continentes do mundo. Ele sente-se alavancado por uma Igreja jovem a crescer em dinamismo pastoral e a abrir novos caminhos de anúncio e encanto do evangelho, como é a Igreja da América Latina. É um Pastor amado pelo seu Povo, testemunha de uma experiência de proximidade fraterna, de simplicidade reconhecida, de lucidez determinada e de coragem profética.

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Novo Papa com gestos proféticos




TEMOS PAPA. CHAMA-SE FRANCISCO
Georgino Rocha

Feito o anúncio solene, a multidão atraída pelo fumo branco da chaminé da Capela Sistina e pelo toque festivo dos sinos da Basílica de São Pedro, manifesta exuberantemente a sua alegria e o seu júbilo. Manifestação que se avoluma quando a figura do novo Papa, o Cardeal Jorge Bergoglio, aparece em público e, com uma postura serena e rosto sorridente, saúda os milhares de presentes, com braço erguido e palavras comuns.

Papa Francisco no primeiro dia

No PÚBLICO online

Novo Papa começou o dia a rezar 
na Igreja de Santa Maria Maior



«O novo Papa, Francisco, chegou pouco depois das 7h da manhã desta quinta-feira à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, para rezar em privado. Foi a primeira aparição do líder católico, eleito na quarta-feira.
Depois de ter rezado durante cerca de meia-hora na capela Paulina, deixou a basílica. Francisco chegou com um pequena comitiva de dois carros, acompanhado, entre outros, por Georg Gänswein, secretário particular do seu antecessor, Bento XVI, segundo um jornalista da agência. Gänswein é também prefeito da casa pontifical.
Viajou numa viatura sem a matrícula reservada aos pontífices, a CV1, o que confere com a imagem de modéstia que lhe é atribuída. Estavam à sua espera algumas dezenas de pessoas, principalmente jornalistas e e fotógrafos.»

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quarta-feira, 13 de março de 2013

Já temos Papa: Francisco


Papa Francisco I



Já temos Papa. O Cardeal Jorge Mario Bergoglio, o eleito no Conclave, adotou o nome de Francisco e veio da Argentina, o «fim do mundo». Não era dos cardeais badalados nos últimos dias  para a cadeira de Pedro nem é dos mais novos.  Vai para Bispo de Roma e passa a ser o chefe da maior e mais antiga instituição do mundo, precisamente na idade em que os bispos residenciais são levados a pedir a resignação. Mas é o novo Papa para um mundo em convulsão, com a Igreja Católica a necessitar urgentemente de reformas que têm de promover mais transparência da Cúria Romana e mais dignidade dos seus clérigos e leigos. 

terça-feira, 12 de março de 2013

Moliceiros no Canal Central




Desta vez sai da minha gaveta um postal com alguns anos de vida. O Canal Central da nossa capital de Distrito (ainda existe esta designação?) deve ser o motivo mais retratado de Aveiro. Quando lá vou, é certo e sabido que encontro gente das mais diversas idades a registar a sua passagem por ali. E então, nesta época do digital, mais cresceu o hábito, não faltando quem queira levar um pouco deste recanto aveirense como grata recordação. Ainda bem... 


Poesia para este dia




Terça-feira da semana IV

Não chames ao mundo morada, não lhe dês um nome
pois falhas a tua Primavera
as sugestões atmosféricas tornam as paisagens equívocas
e nunca chegamos a perceber
como avança uma história
ou uma tempestade

Diante da janela iluminada
acredita apenas na duração
do amor


José Tolentino Mendonça

segunda-feira, 11 de março de 2013

Portugal de costas voltadas para o mar

Cais bacalhoeiro

Esta foto que hoje publico é para nos fazer pensar um bocadinho. O Porto de Pesca Longínqua de Aveiro, sediado na Gafanha da Nazaré, era o mais completo do país, com os cais, nos períodos de defeso ou de descarga e nas horas da partida, sempre cheios de navios e de gente. Os navios eram símbolo de trabalho, de riqueza, de progresso, pese embora a vida dura que os marítimos protagonizavam. Depois, as secas do bacalhau, indústrias e comércio conexos davam uma preciosa ajuda à economia nacional. A Gafanha da Nazaré muito beneficiou de todo esse movimento.
Depois veio a CEE que deu origem à UE e a partir daí, por artes de acordos assinados, impostos e friamente seguidos pelos nossos políticos, tudo se desmoronou, como um baralho de cartas. Portugal de costas voltadas para o mar já não é Portugal. É apenas um país com a sua alma diluída numa Europa sem alma.

FM

Papa português e não só

No EXPRESSO de sábado


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Ler os sinais dos tempos

No PÚBLICO de ontem



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domingo, 10 de março de 2013

Uma sociedade anestesiada e sem futuro


Será que a democracia dispensa 
a responsabilidade e o bom senso?
António Marcelino
 
O resultado das eleições na Itália é um dado que faz pensar. Afinal, o que querem os italianos? Criticam escândalos, mas voltam ao mesmo. Rejeitam os fantoches, mas, depois, preferem a comédia e o circo. Sentem que é preciso arrepiar caminho, mas calam quem teve coragem de o fazer. Ficou claro que os italianos, como em tempos passados, querem apenas pão e diversões. Nem austeridade, nem restrições, nem sacrifícios necessários. Mas um país, com a economia à beira da falência, pode rejeitar sacrifícios e exigências que exijam a participação de todos? Mais um caso a mostrar para onde caminha a Europa que semeou sonhos e desprezou valores. Um caso que denuncia um uso pobre da democracia, fazendo dela uma brincadeira de mau gosto, mas consequente. Parece que a gente séria e com princípios deixa de ter lugar no palco da política do bem comum. 
O livro está aberto e a lição é para todos nós. A austeridade contestada e as dificuldades geradas podem mitigar-se, e, no possível, devem sê-lo. Mas não se sai desta situação sem que sejam aceites como inevitáveis. Palavras para agradar dizem-se às crianças. Palavras que matam a esperança são sabedoria dos bem instalados. De pessoas adultas e sérias espera-se capacidade e critérios para os compromissos e opiniões válidas que não se fechem em interesses pessoais ou de claques. 
Diz-se que não se podem repetir as eleições na Itália, não vá o homem do circo ganhar e formar governo… Em nome da democracia e com silêncios inaceitáveis, há vitórias de grupos minúsculos, que afetam negativamente o país. Sociedade sem valores e sem princípios é uma sociedade anestesiada e sem futuro.

Moliceiros na Ria de Aveiro

Moliceiros na Ria


Mais uma fotografia achada numa gaveta. É um postal representativo de Aveiro, com pessoas que os mais velhos conheceram, direi a propósito. Com bonés a condizer e descalços. Não seria dia de trabalho, mas de festa ou de feira, acrescento eu. Mas os entendidos é que sabem disto. E dirão, por certo, alguma coisa. De moliceiros e outros barcos da ria só sei o que se via de terra. É verdade que também passeei pela laguna de bateira, de moliceiro e mercantel, mas se calhar só me faltava a gravata. Numa bateira, do tio Manuel Elviro, apanhei um susto para a vida. Fomos à marinha passar um dia de trabalho e no regresso o vento era tanto que até nem sentados estávamos bem, tal era a inclinação. O tio Manuel Elviro, ao leme, ria-se do meu susto. Os filhos já estavam habituados, mas eu era verde nestas andanças. Quem também se ria muito era o Ângelo, falecido há meses. Que Deus o tenha na felicidade que ele merece.

sábado, 9 de março de 2013

Diocese de Aveiro comprometida na oração e na partilha



“Convido-vos, amados diocesanos, 
a participardes nesta iniciativa arciprestal,
 erguendo no coração das cidades e vilas, 
por entre o bulício da pressa e a agitação da vida, 
espaços e tempos onde o silêncio nos fale de Deus 
e a oração fale de nós a Deus.

António Francisco,
Bispo de Aveiro

Os cristãos da Diocese de Aveiro foram convidados, este fim-de-semana, para um tempo de deserto e de retiro quaresmal a fim de escutar o silêncio, não de resignação mas de compromisso na acção cívica que vai levar, nestes tempos de crise económica, a uma partilha solidária com os mais pobres e carenciados.
Esta sexta e sábado, sob o slogan “O silêncio fala”, largas centenas de pessoas espalhadas pelos dez concelhos que constituem a diocese, reuniram-se em locais públicos para escutar a Palavra de Deus, para rezar, para adorar o Santíssimo Sacramento e para celebrar a Eucaristia e a Reconciliação.
A convite do bispo diocesano, que esteve durante a noite nos arciprestados de Aveiro e no de Ílhavo e durante o dia de sábado passou por outros arciprestados, crianças, adolescentes e jovens, movimentos de apostolado e grupos paroquiais foram mobilizados para acções diversificadas com o intuito de promover a escuta e a oração em tempo da Quaresma.

Caldeira do Forte da Barra


Os dias de chuva e vento também têm as suas  virtudes. Não sendo possível sair de casa, ou não sendo conveniente, que as gripes andam por aí à solta, é muito agradável remexer nas gavetas. Esta foto, sem data, aqui fica para afiar a curiosidade. Enviem palpites...

Igreja aberta ao pluralismo

Desafios para a Igreja com o novo Papa
Anselmo Borges

Anselmo Borges


A Igreja Católica leva consigo um imenso paradoxo. O sociólogo Olivier Bobineau descreveu bem a situação. "A Igreja católica é uma junção paradoxal de dois elementos opostos por natureza: uma convicção - o descentramento segundo o amor - e um chefe supremo dirigindo uma instituição hierárquica e centralizada segundo um direito unificador, o direito canónico. De um lado, a crença no invisível Deus-Amor; do outro, um aparelho político e jurídico à procura de visibilidade. O Deus do descentramento dos corações que caminha ao lado de uma máquina dogmática centralizadora. O discurso que enaltece uma alteridade gratuita coexiste com o controlo social das almas da civilização paroquial - de que a confissão é o arquétipo - colocado sob a autoridade do Papa. Numa palavra, a antropologia católica tenta associar os extremos: a graça abundante e o cálculo estratégico. Isso dá lugar tanto a São Francisco de Assis como a Torquemada."
Esta junção paradoxal é superável? Os desafios para a Igreja com o novo Papa são muitos. Ficam aí alguns, sem cuidar muito da sua ordem.

O regresso do filho pródigo


PAI SURPREENDENTE
Georgino Rocha


Cresce a murmuração a respeito dos comportamentos de Jesus por causa de acolher e comer com pecadores. São seus porta-vozes os fariseus e os escribas, conhecidos pelo zelo em relação à observância das leis. Era manifesto que ele andava com “mas companhias”, gente “fora de lei”, excluída das bênçãos de Deus, marginalizados sociais, proscritos contagiantes e amaldiçoados. De facto – informa Lucas na parábola do Pai bondoso e cheio de misericórdia -, “publicanos e pecadores aproximavam-se todos de Jesus para O ouvirem”. 
A resposta à murmuração chega em género de parábola, a mais bela do Evangelho. É tão rica que se converte em fonte de inspiração para artistas de rara qualidade. Sirva de exemplo Rembrandt, pintor flamengo do século XVII, e Nouwen, escritor jesuíta contemporâneo com o seu livro “O regresso do Filho Pródigo”. É tão rica que fica como o “retrato” mais expressivo do Pai que surpreende pelas atitudes que toma, pelos sentimentos que revela, pela determinação serena e firme que assume face aos filhos que não se relacionam nem reconhecem como irmãos. Assim, é Deus. Assim somos nós, sempre que reproduzimos este comportamento.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher

Já foste menina
Albertina Vaz



«Já foste menina de vestido cor-de-rosa e lacinhos de cetim, menina de olhar doce e embalo de boneca, menina de brincar às cozinhas e passear carrinhos, menina de correr no jardim e de sonhar flores imaginárias ou pássaros de mil cores.
Depois assomaste à janela com Gedeão e chorámos contigo em “lágrima de preta” e foste “mulher da erva” com Zeca Afonso, e mãe com Pessoa, chorando “o menino de sua mãe”. E deram-te o nome de “Rainha” de Neruda e provaste o “amor errante” de Alegre…
Depois foste mulher, mãe, escrava da vida, Luísa na “Calçada de Carriche” de Gedeão; filha chorando a mãe com Drummond de Andrade - “Sempre”; já te sentiste traída como conta Eugénio de Andrade – “Poema à Mãe”; já foste saudade com José Jorge Letria - “Quando eu for Pequeno”.
E soubeste ser “Nini dos meus quinze anos” com Paulo de Carvalho e cantaste “Os amantes com Casa” de Joaquim Pessoa e a “Ternura” de Mourão-Ferreira mais o “Porquinho da Índia” de Manuel Bandeira. Depois acabaste por ser o “Meu amor, meu amor, minha estrela da tarde” de Ary dos Santos.»

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Polo da Biblioteca de Ílhavo na Gafanha da Nazaré

A biblioteca é um espaço de cultura viva
Uma biblioteca é muito mais 
do que um sítio de prateleiras com livros 

Quem passa apressado pelo Centro Cultural da Gafanha da Nazaré (CCGN) talvez nem se aperceba das atividades que lá dentro se desenvolvem. É que o CCGN não é apenas o auditório, os espaços expositivos e a sala de conferências, mas também o Fórum da Juventude e o Polo da Biblioteca Municipal de Ílhavo (BMI), que é uma referência a nível regional, com os seus projetos direcionados para a juventude de todas as idades. 
A propósito desta realidade, ouvimos o vereador Paulo Costa, que tutela a área da cultura da Câmara Municipal de Ílhavo (CMI), entre outras responsabilidades do executivo, com o objetivo de tornar mais conhecido o Polo da BMI, aliás, com um movimento significativo, destacando-se uma frequência de 350 utilizadores em média por mês, a que se somam 470 empréstimos para usufruto domiciliário de livros, CD e DVD, no mesmo período. E se há a noção de que estes valores traduzem um movimento significativo, é pertinente reconhecer que a fasquia tem de continuar a crescer, para bem da cultura, sublinhou o nosso entrevistado. 
Depois de recordar que a autarquia aposta na democratização da cultura, com a BMI a estender-se a todas as freguesias, através dos polos de leitura, Paulo Costa frisou que «Uma biblioteca é muito mais do que um sítio de prateleiras com livros», já que à sombra deles «se desenvolvem múltiplas iniciativas, seja com escolas, seja com a visita de escritores convidados, seja, ainda, com a Hora do Conto». No fundo, acrescentou que a BMI e os Polos «são espaços de cultura viva, com uma componente muito importante, que é o livro físico, à volta do qual tudo gira».

Dia Internacional da Mulher - 8 de março



Para realçar a figura feminina, socorri-me das palavras poéticas de quem soube tão bem interpretar os seus anseios, os seus devaneios e os seus sonhos de eternidade.
Convosco, o testemunho sentido de Domingos Cardoso.


Maria Donzília Almeida


Flormágoa


Peito aberto à espada desta Vida
Sofreu Florbela as mágoas com que o mundo
Quis punir tanto amor e tão profundo,
Que a ele trouxe ao ser assim nascida.


Levava em cada veia dolorida
Pedaços de um destino vagabundo
Que a si mesmo se fez um moribundo
Marcando a hora atroz da despedida.


Tão cansada dos dias de sofrer
Melhor lhe foi partir para nascer
Tão leve e livre, igual a etérea brisa.


Cada um dos seus versos é mensagem
Rasgada em sua carne, na coragem,
De quem se fez mulher e Poetisa!
 
Domingos Freire Cardoso 





quinta-feira, 7 de março de 2013

Os militares estão preocupados...


Diz a Associação Nacional de Sargentos: "Todos os cenários estão em cima da mesa, da elaboração de uma simples exposição à presença na rua". E eu acrescento: Entre um cenário e outro não estará uma revolução? Haverá razões para matar a democracia? Penso que não!

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Menos carros para os políticos

A Assembleia da República quer reduzir a frota automóvel ao serviço dos titulares de cargos políticos, de altos cargos públicos e de cargos dirigentes da administração pública "entre 33% e 50%".

Li esta boa ideia aqui 

Papa: José Manuel Fernandes prevê figura de continuidade



«Para o antigo diretor do jornal ‘Público’, entrevistado pela Agência ECCLESIA, há hoje “muito a preocupação, sobretudo fora da Igreja, mas também em alguns setores desta”, de que a hierarquia católica “esteja em sintonia” com as tendências atuais, “com tudo o que tem a ver com a doutrina moral e com os costumes”.
Em causa estão situações como o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que tem estado a ser debatido em diversos países, e que tem merecido até a desaprovação da Santa Sé.
José Manuel Fernandes não espera qualquer tipo de mudança de paradigma, com a eleição do sucessor de Bento XVI, porque no seu entendimento, “uma coisa é a Igreja compreender que a forma como as pessoas se relacionam, as famílias se constituem, outra coisa é submeter a uma moda a sua doutrina”.
“O que está no centro da doutrina da Igreja é a ideia do amor, não é a ideia da felicidade instantânea, e às vezes há confusão entre uma e outra, felicidade não é prazer imediato, isso muitas vezes cria mais desgosto, mais infelicidade, mais desestruturação em nome de valores muito fugazes”, aponta o colunista.»

Li aqui

Os hiperativos




Sinais dos tempos…
Maria Donzília Almeida

Qualquer professor depara, hoje, com muita frequência, nas nossas salas de aula, com um tipo de alunos, que os psis…rotularam de hiperativos.
São aquele tipo de criaturas que põe em polvorosa a paciência de qualquer docente, seja ele em princípio de carreira, seja ele já um professor com tarimba na profissão.
É aquele aluno que está sempre a mexer, que fala pelos cotovelos, que se mete com os colegas, enfim, que desestabiliza completamente o ambiente da sala de aula e leva o professor ao desespero.
Reportando-me aos tempos em que estive do outro lado da barricada, no remoto século XX, não tenho memória desta tipologia de alunos. Se os havia, ninguém dava por isso, ou eles sabiam,muito bem, controlar esse superavit de energia.

A Igreja conciliar não admite protagonismos individuais

Continuar, renovar, inovar?
Este o desafio posto à igreja
António Marcelino

António Marcelino


Na Igreja, como na sociedade, a procura de caminhos novos para melhor servir as pessoas é um problema que se põe com premência e que não se pode iludir. As mudanças sociais e culturais, as novas aquisições tecnológicas, as experiências vividas por pessoas empenhadas, o realismo e as exigências da vida diária e, no caso da Igreja, as orientações conciliares e história vivida exigem uma atitude positiva ante os desafios que surgem a cada hora. Uma atitude que pede clareza nos objetivos, verdade nas propostas, conhecimento, reflexão, abertura, disponibilidade e discernimento nas decisões e, por fim, avaliação responsável.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Ainda o Palheiro de José Estêvão




«As companhas tinham chegado em 1808 ao areal,ali mesmo defronte daquele local,onde se estabeleceram os palheirões de guarda de material, e um ou outro palheiro de que temos referência, entre eles o do padre José Bernardo de Sousa, o do capitão-mor, chefe das Ordenanças, Manuel Maia Vizinho, o do José Ferreira Félix,vereador e sargento-mor, o de João de Azevedo, feitor do sargento-mor, e o de José Gomes dos Santos, feitor do cap-mor. Também, ali, naquele local, o abastado comerciante, Manuel de Moura Martinho, oriundo de Viseu, mercantel da sardinha, construiu um palheiro – que provavelmente seria originalmente um armazém de salga de sardinha, eventualmente, para habitação, também. Decorria o ano de 1840 quando José Estêvão lhe adquire o palheiro, e, provavelmente, lhe introduziu modificações sensíveis.
José Estêvão, diz-nos o seu filho Cons. Luís Magalhães, adquire-o para que junto com sua esposa, D Rita de Moura Miranda, pudesse «nesse recanto modesto e obscuro», … mas belo e largo» descansar das “violentas refregas da vida publica”,aí passando, com a família, por norma, longos períodos.»

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Fotos dos meus arquivos

A Europa e o Papa

Diz Vasco Graça Moura: «Hoje, e sobretudo a partir de magistérios recentes como os de João XXIII e Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI, está à vista que a Europa, crente ou não crente, pelo menos no tocante ao quadro dos valores que defende, de algum modo se revê na figura desses pontífices. Lembremo-nos do ecumenismo e do diálogo com outras religiões reafirmado pelos dois primeiros em termos inovadores, ou da contribuição de João Paulo II para o desmoronamento da cortina de ferro, ou de como Bento XVI é referenciado como um paradigma do espírito europeu, procurando conciliar razão e fé, filosofia e existência, espírito cristão e tolerância.»

Li aqui 

Conclave sem pressas

Estou a gostar das notícias que nos vão dando conta da serenidade manifestada pelos cardeais eleitores do futuro Papa. Sem pressas e com a disponibilidade necessária para se informarem devidamente sobre o que se passa ou tem passado na Cúria Romana. Para depois poderem escolher o homem (cardeal eleitor, mas até poderia ser um não eleitor) certo para um lugar tão importante da vida da Igreja Católica. Ver aqui.

terça-feira, 5 de março de 2013

ISCRA: Prémio Póvoa dos Reis




"O ISCRA apresenta a terceira edição do “Prémio Póvoa do Reis – Cientista e Padre”, em homenagem ao Cónego Manuel Póvoa dos Reis, nascido em Eirol - Aveiro (1907), e destacado biólogo autodidata. De novo, o ISCRA quer sublinhar através deste Prémio o contributo oferecido pelo Cristianismo na promoção da Ciência e da Cultura."




Fonte: ISCRA

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segunda-feira, 4 de março de 2013

Mensagem à Diocese do Bispo de Aveiro


Das Catequeses quaresmais à alegria da Páscoa





Com data de ontem, D. António Francisco dos Santos dirigiu uma mensagem à Diocese de Aveiro, em que afirma: «Esta é a hora de dar graças a Deus, de agradecer às Comunidades disponíveis para crescer na fé, de louvar as centenas de missionários que tão generosos e felizes se sentiram por anunciar a boa nova de Jesus e a beleza da sua Igreja. Esta é a hora de dizer uma palavra de reconhecimento a todos quantos trabalharam na preparação e na elaboração dos textos catequéticos para adultos, jovens e crianças.»
O Bispo de Aveiro lembra que o transcendente esteve e ainda está presente na exposição patente no Museu de Aveiro até 7 de abril, frisando que «a arte sempre foi para a Igreja espelho da beleza de Deus, expressão do talento humano e escola de catequese cristã».
Recorda que Bento XVI, agora Papa Emérito, “peregrino numa nova etapa de peregrinação”, «foi mestre, pastor e profeta pela vida, pela palavra e a partir de agora sê-lo-á pelo silêncio. Como todo o profeta, ele antecipa o futuro com esta sábia e santa decisão e desvenda caminhos novos para quem o segue». E a concluir a sua mensagem, D. António Francisco sublinha que «a celebração da Páscoa é o centro do ano litúrgico, a partir do qual se compreende o mistério da salvação da Humanidade. A nossa missão de realizadores das bem-aventuranças só pode ser compreendida à luz da Páscoa e daí partir e repartir em permanência».

Ler toda a mensagem aqui

Zenzile Miriam Makeba nasceu neste dia

4 de março de 1932



Um artista na luta anti-Apartheid
Maria Donzília Almeida

Miriam Makeba, cantora sul-africana, nasceu a 4 de março de 1932 e morreu a 10 de novembro de 2008. Foi uma defensora dos direitos humanos no seu país, dominado pelo Apartheid, tendo usado o seu talento em defesa das pessoas oprimidas. Makeba, conhecida como ‘Mamã África’, nasceu em Joanesburgo, e completaria hoje, o seu 81.º aniversário, se fosse viva. 
Para dar mediatismo mundial a uma grande ativista pelos direitos humanos no seu país, devastado pelo Apartheid, Zenzile Miriam Makeba inspira a página principal do motor de busca, com um doodle. O sucesso da luta de Makeba deve-se sobretudo ao seu talento, que lhe concedeu protagonismo, na África do Sul. Miriam começou a cantar em meados de 1950, na juventude, cativando o público com o seu estilo que era um misto de blues norte-americanos e os tradicionais ritmos do seu país de origem. 
No entanto, a dimensão do seu talento não lhe permitiu capitalizar lucros. A homenageada de hoje, vendia inúmeros discos na África do Sul, mas as margens de lucro eram muito reduzidas, além que de não recebia nada pelos royalties. Esta injustiça levou Miriam Makeba a emigrar para os EUA, com a finalidade de viver da música, a sua grande paixão. 
Cerca de 10 anos depois de ter começado a carreira, em meados de 60, ‘Mama Africa’ participa no documentário ‘Come Back, Africa’, cujo objectivo era a luta anti-Apartheid que imperou no país de Nelson Mandela, entre 1948 e 1994. 

04.03.2013

Paté com Lata

Confesso que muitas das vezes já não suporto os debates televisivos sobre política e futebol. São sempre os mesmos a comentar e a debater tais assuntos, numa repetição até à exaustão. Dizem a mesma coisa, têm os mesmos tiques e, pior do que isso, não sabem inovar. Mas sei que há muita gente que delira! Não sei se ganham muito ou pouco pelo que dizem, mas sei que já era tempo de darem o lugar a outros, a não ser que não haja quem os substitua. Noto, também, que rádios e TV passam a vida a entrevistar o mesmo  pessoal do mundo das artes, promovendo os seus produtos, garantindo-nos que todos ficarão para a história. É por isso que eu acho que o melhor, se calhar, é um bom Paté com Lata, feito na hora. 

Perfil do Papa ou perfil da Igreja?

No PÚBLICO de ontem




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Catequistas da Gafanha da Nazaré em encontro anual


Viver o que ensina é lema 
para sempre de qualquer catequista 

Fernanda e Lurdes Matias na festa

Realizou-se no sábado, 2 de março, o quarto encontro de catequistas, antigos e atuais, com organização de Fernando Matias e alguns amigos. O encontro decorreu na Casa José Engling, junto ao Santuário de Schoenstatt, depois da participação na eucaristia das 17 horas, presidida pelo Padre Carlos Alberto, também ele antigo catequista. Participaram 90 pessoas, das mais diversas idades, sendo de registar a presença de catequistas que vêm do tempo das senhoras mestras. 
Na abertura do convívio, um antigo catequista sublinhou a importância dos educadores da fé na vida da Igreja Católica e da sociedade em geral. Frisou que o catequista, quando assume essa missão, jamais deixará de o ser, fundamentalmente pelo testemunho de vida, como batizado e como educador. Tem mesmo de ser modelo para os seus catequizandos e familiares, mas também para toda a gente, na certeza de que, por essa forma, torna muito mais credível a mensagem de Jesus Cristo e o ensino das verdades da Boa Nova, que são matriz da nossa cultura. Viver o que ensina é lema para sempre de qualquer catequista. 
O encontro foi animado pela música e pelos cantares de antanho, que a Fernanda Matias e seus colaboradores souberam pesquisar e apresentar, com a imprescindível participação de músicos, também eles antigos mestres da fé.


domingo, 3 de março de 2013

As manifestações

As manifestações são, sem dúvida, um precioso contributo para a democracia. São necessárias e devem ser consideradas fundamentais numa sociedade livre. A democracia não se esgota nos partidos. Longe disso. Às vezes os partidos até seguem posições antidemocráticas, quando avançam com propostas que não fazem parte dos seus projetos eleitorais. Quanto a números de participantes nas manifestações, há sempre exageros, pois claro.  

Encontro de catequistas da Gafanha da Nazaré



Cantiga  apresentada no encontro de ontem dos antigos e atuais catequistas da Gafanha da Nazaré, que se realizou na Casa José Engling, junto ao Santuário de Schoenstatt, com a participação de 90 pessoas. Esta cantiga foi interpretada numa peregrinação a Fátima, há 53 anos, organizada pela Empresa de Pesca de Aveiro (EPA), mais conhecida por Seca do Egas. Mulheres da Seca e homens de terra e mar encheram dez autocarros. A solista, ao centro, Otília Merendeiro, participou nessa peregrinação.


sábado, 2 de março de 2013

Dormir e fazer...

«Em março tanto durmo quanto faço»

Um provérbio a condizer com a primavera que nos traz, no dia 20 de março, o dia igual à noite. A sabedoria do povo, passada de boca em boca, deixa mensagens simples, poéticas e verdadeiras. Assim o podemos confirmar neste provérbio tão rico de sentido. E daí em diante, os dias começam a crescer, atingindo o seu máximo no dia 21 de junho. Com o frio que tanto nos incomoda, até já sonho com o verão. Venha ele!

Bento XVI: "honesto, íntegro e encantador no trato pessoal"

O testamento do Papa Bento XVI
Anselmo Borges

Anselmo Borges

Agora, é apenas Papa emérito. Mas que ninguém se preocupe com os dois Papas vivos, pois Ratzinger retirou-se, para rezar, meditar, ouvir e tocar música, investigar, "desaparecendo" para o mundo.
Joseph Ratzinger também teve o seu momento de rebeldia e de progressismo, no Concílio Vaticano II. Chegou a dizer nas aulas, em Tubinga: "em Roma, como sabem, não se faz boa Teologia." Durou pouco tempo esse tempo. A sua orientação teológica agostiniana - Santo Agostinho não tinha em muito boa consideração o mundo - inclinava-o mais para uma visão conservadora. A mudança teve como ponto decisivo os excessos de 1968, com o radicalismo ateu dos estudantes de Teologia.
Reconhecido pela sua inteligência brilhante e uma rara cultura - dialogou com grandes intelectuais, incluindo Jürgen Habermas -, é mais um intelectual e um professor do que um pastor. As circunstâncias quiseram que este homem afável, tímido, "honesto, íntegro e encantador no trato pessoal", como reconhece também o teólogo J. I. González Faus, deixasse a vida académica, se tornasse arcebispo de Munique, seguisse para Roma como "inquisidor", condenando muitas dezenas de teólogos e a Teologia da Libertação, e se tornasse Papa - quando aconteceu a eleição, lembrou-se da guilhotina.

Figueira: Talvez venha a dar frutos


Confia e trabalha, apesar do que vês


Esta é a atitude do cuidador da vinha onde se encontra uma figueira que não dá frutos há três anos. Jesus recorre a este facto/parábola para visualizar a mensagem que pretende transmitir aos discípulos e, por eles, a toda a humanidade. Que faz lá a figueira? Nada de útil, apenas ocupa e suga o terreno, dá sombra que impede o sol de aquecer a zona envolvente, larga folhas que cobrem o campo e abafam a germinação das sementes. “Corta-a” – ordena o dono. “ Senhor, deixa-a ficar mais um ano, eu vou cuidar dela, cavar em seu redor, deitar adubo, regar à sua volta e as suas raízes – responde o encarregado. E, confiante, acrescenta: “Talvez venha a dar frutos”.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Casamento marcado pela unidade e pela fidelidade mútua

Casamento dos não crentes 

D. António Marcelino


Em 26 de janeiro de 2013, Bento XVI, falando aos membros do Tribunal da Rota Romana, trouxe ao de cima um problema que se arrasta na Igreja há muitos anos: é válido o matrimónio quando os noivos não têm fé? Não deu uma resposta definitiva, mas abriu caminho que, por certo, levará mais longe. 
No Sínodo dos Bispos de 1980, um bispo francês levantou este problema, que foi longamente discutido na sala sinodal, dando ocasião a uma proposição votada quase por unanimidade. A Comissão Teológica Internacional, já antes, em 1977, se pronunciara de maneira cautelosa, mas já com alguma abertura. Da Comissão fazia parte o teólogo Ratzinger.