domingo, 23 de janeiro de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

Um livro do poeta Orlando Figueiredo

Reserve na sua agenda esta data: 5 de fevereiro, lançamento do livro os pássaros habitam a casa

Edouard Manet nasceu a 23 de janeiro de 1832

Almoço na relva, de Manet


«Quadro ambicioso e de grande dimensão (215 por 271 centímetros) - como era frequente na altura - pintado por Édouard Manet entre 1862 e 1863, e cujo nome original é Le Déjeneur sur l´Herbe. Foi apresentado publicamente no Salão dos Independentes, realizado em Paris em 1863, e o seu título inicial era Le Bain (O Banho).
Representando quatro figuras inseridas num ambiente natural, uma mulher nua sentada sobre a relva junto a dois companheiros e, mais ao fundo, isolada, uma outra jovem, Manet desenvolveu uma complexa composição que acentuava o efeito de profundidade, sendo possível isolar três elementos fundamentais: num primeiro plano, uma natureza morta de colorido intenso definida pelas roupas da jovem; em seguida os três personagens sentados; ao fundo, um conjunto de elementos vegetais que cortavam a perspectiva e um riacho onde uma rapariga se banhava.»
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O Creoula na RTP2: Este domingo às 21 horas


A RTP2 vai transmitir, este domingo, 23 de janeiro, pelas 21 horas, um documentário sobre a vida a bordo do último lugre português da pesca do bacalhau. No Creoula, três antigos pescadores da grande faina contam as razões das suas escolhas. Recordam as campanhas de seis intermináveis meses nas águas geladas dos bancos da Terra Nova e as duras condições de vida e de trabalho da sua juventude. Um filme realizado por Elsa Sertório e Ansgar Schäfer, produzido pela Kintop.

Fonte: Rádio Terra Nova

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 221

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 4



SÓ MAIS CINCO MINUTOS, AVÔ!

Caríssima/o:

Neste início de um novo ano, o tempo não tem estado muito de feição para admirar a paisagem com a nossa bicicleta; porém, as nuvens escuras e as garroas caindo impiedosas convidam-nos para amenas cavaqueiras onde a boa disposição e o sorriso aberto e franco devem ser presença constante. Claro que o nosso reumatismo encosta-se à frescura dos netos e das netas e, mesmo que as pernas já estejam enferrujadas, outras motivações nos puxam para a frente.
A efabulação, o conto e a poesia são frequentes e abundam no reino da bicicleta, sendo difícil, por vezes, descortinar o limite entre o real e o imaginário.
Encontrei este escrito e pensei compartilhá-lo, conservando o seu modo de dizer:
«No parque, uma senhora sentou-se ao lado de um homem.
Ela disse:
- Aquele ali é meu filho, o de camisola vermelha deslizando no escorrega.
- Um bonito garoto - respondeu o homem. E completou:
- Aquela de vestido branco, pedalando na bicicleta, é minha neta.
Então, olhando o relógio, o homem chamou a sua neta:
- Joana, vamos! Está na hora de voltarmos!
- Mais cinco minutos, avô...Por favor!!!. Só mais cinco minutos!
O homem concordou e Joana continuou pedalando sua bicicleta, para alegria de seu coração. Os minutos passaram, o avô levantou-se e novamente chamou a neta:
- Hora de irmos, agora?
Mas, outra vez Joana pediu:
- Mais cinco minutos,avô. Só mais cinco minutos!
O homem sorriu e disse:
- Está certo!
- O senhor é certamente um avô muito paciente - comentou a mulher ao seu lado.
O homem sorriu e disse:
- O irmão mais velho de Joana foi morto no ano passado por um motorista bêbado,quando andava de bicicleta perto daqui.
Eu nunca passei muito tempo com o meu neto e agora eu daria qualquer coisa por apenas mais cinco minutos com ele.
Eu prometi não cometer o mesmo erro com Joana. Ela acha que tem mais cinco minutos para andar de bicicleta...
Mas, na verdade, eu é que tenho mais cinco minutos para vê-la brincar...»

Manuel

sábado, 22 de janeiro de 2011

José Mourinho: Deus e a carreira de sucesso

Mourinho

Melhor treinador de futebol do mundo fala da sua fé,
da Bíblia que lê antes dos jogos e da «missão»
que sente ter-lhe sido destinada

“Quando leio a Bíblia não estou propriamente a pedir-Lhe para que me ajude. Eu não peço para que me ajude num jogo. Mas penso que se eu for um bom homem, um bom pai, um bom marido, um bom amigo, se tiver uma vida social compatível com aquilo que são os Seus ideais, penso que tenho mais possibilidade de... É uma coisa que me alimenta na fé.”
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Temos obrigações para com os animais


Conviver com a natureza
e os animais

Anselmo Borges

Um amigo jesuíta, Juan Masiá, que vive há trinta anos no Japão, contou-me uma história muito significativa, passada numa paróquia japonesa. O missionário estrangeiro começou a notar que os paroquianos deixaram de frequentar a missa por ele celebrada. Intrigado, decidiu informar-se discretamente. Foi recebendo respostas evasivas, até que alguém ganhou coragem e lhe disse: "E por causa do gato." Achou estranho, embora se lembrasse de que uns meses antes tinha agarrado pelo rabo um gato vadio que andava pela cozinha e o tinha atirado contra a parede. No entanto, não via razão para o afastamento dos paroquianos. Quando tentaram explicar-lhe, disse-lhes, indignado: "Tanto esforço para ensinar-vos que o ser humano tem alma e os animais não e agora ficais chateados por causa da morte do gato, um animal irracional?!" Mas os cristãos responderam-lhe: "O problema não é a alma do gato, se tem ou não tem alma. O problema é você. Que terá no íntimo do coração, se foi capaz de a sangue frio esborrachar o gato contra a parede?"

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

João Vilaret morreu há 50 anos

Para começar o dia...


Para começar o dia, que se mostra auspicioso, como me garante a minha janela, nada melhor do que este arbusto do meu jardim. Olhando as suas folhas, apontando o azul do céu como convite à contemplação, não podemos ficar indiferentes às propostas que elas nos sugerem: paz, serenidade, harmonia, poesia, bem-estar...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Aveiro: Ecumenismo levado à prática


Católicos, metodistas e ortodoxos vão reunir-se em oração, pela unidade dos cristãos, no próximo dia 25, pelas 21 horas, no Centro Universitário Fé e Cultura, em Aveiro.
A oração foi preparada pelo padre José Manuel Pereira e pelo pastor metodista Eduardo Conde, estando convidados, para além de católicos e metodistas, os cristãos ortodoxos presentes na cidade.

Campanha eleitoral deprimente

Amanhã, sexta-feira, termina a campanha eleitoral para as Presidenciais. O que sinto é que devia ter terminado há muito. Uma semana seria mais do que suficiente, tão sem sentido e sem nexo tem sido o que os nossos candidatos ao mais alto cargo da nação têm apregoado. O mais alto cargo da nação! É verdade, o que ganhar será o que nos vai representar a todos. Confesso que estou desiludido com o lavar de roupa suja que se tem ouvido. Com as denúncias propaladas, com as ameaças de crise, com acusações e denúncias. Uma vergonha.
Procuro pautar a minha vida pela positiva, como única forma de contribuir para um mundo mais sadio e mais justo. Mas desta vez, também pela positiva, de certa forma, não posso deixar de manifestar o meu desagrado pelo que tenho visto e ouvido. A eleição do Presidente da República não pode ficar dependente de um ambiente destes, de guerra aberta e de ofensas de toda a ordem, autorizadas pelas nossas leis. A democracia não pode permitir tudo. E o que se gasta com toda esta bagunçada?
Não seria mais curial eleger o Presidente da República num colégio eleitoral, constituído por deputados, representantes partidários e das autarquias, por exemplo? Não acontece assim noutros países democráticos?
Temos todos de pensar numa forma digna de eleger o mais alto magistrado da nação, sem haver necessidade de recorrer a este formato que nos envergonha. Não acham?

FM

ÍLHAVO: Bandas de Garagem em concurso



Foram aprovadas as normas de participação no Concurso de Bandas de Garagem do Município de Ílhavo, considerando que a música assume junto dos mais Jovens uma forma de expressarem a sua liberdade, espírito crítico e identidade, estimulando a sua criatividade artística e musical.
O concurso destina-se a todas as Bandas de Garagem do país, cujos elementos tenham idade superior a 16 anos e não tenham sido alvo de qualquer contrato discográfico, nem tenham trabalhos gravados por editoras.
As inscrições serão realizadas nos Fóruns Municipais da Juventude ou por correio dirigido à CMI, devendo ser entregue, no ato de inscrição, uma maqueta das músicas a concurso, com três temas originais, que não deverão exceder os 15 minutos. O concurso terá lugar no próximo dia 9 de Abril no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré.

Mais informações no site da CMI.

Conversa com Deus


Tempo e dinheiro


Um homem reza a Deus:
- Senhor, gostaria de te fazer uma pergunta.
- Podes perguntar o que quiseres, responde Deus.
- Senhor, é verdade que para ti um milhão de anos é apenas um segundo?
- Sim, é verdade. Até vem nos Salmos. Mil anos são como o dia de ontem que passou.
- Bem, nesse caso também podemos dizer que um milhão de euros, para ti, são uns meros trocos, não é?
- Sim, um milhão de euros não passa de um cêntimo.
- Então, nesse caso, Senhor, podes dar-me uns cêntimos?
- Claro - responde Deus -, espera uns segundos.

In CV

Inverno com seus encantos


O inverno, estação fria e triste, também tem os seus encantos.   Esta imagem de uma nogueira ainda adormecida e dominada pelo torpor da invernia agreste que hoje desapareceu, como que por magia, mostra bem como é possível a beleza em qualquer situação. No inverno e longe dele, como hoje soube apreciar.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Centro Sociocultural da Costa Nova

Igreja da Costa Nova


Segundo informa o Executivo Municipal, vai ser elaborado o projeto do edifício para o Centro Sociocultural da Costa Nova. Aquele edifício vai  ficar localizado entre a Capela Nova e as instalações do CASCI, integrando no mesmo edifício duas componentes autónomas em termos de relação funcional e de vivência, diferenciando-se uma área para atividades socioculturais (salas de reuniões, auditório polivalente com palco) e outra para a instalação da Extensão de Saúde.

Museu Marítimo de Ílhavo vai ser ampliado

MMI

O  Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) vai ser ampliado em zona anexa ao edifício actual. As obras   vão contemplar a instalação de um aquário para bacalhaus, uma área social para a realização de pequenas reuniões, conferências e workshops, bem como um espaço  para investigação. A intervenção de ampliação do MMI representa um dos novos projectos que irão integrar o Programa de Regeneração Urbana do Centro Histórico de Ílhavo.

Deus nos livre das pessoas de uma só ideia

Leitura, uma paixão que abre
horizontes de vida


António Marcelino

Veio-me cair às mãos um velho provérbio hindu que diz assim: “ Um livro aberto é um cérebro que fala; fechado, é um amigo que espera; esquecido, uma alma que perdoa; destruído, um coração que chora”.
O mundo não está perdido de todo enquanto se dão prémios famosos, tanto aos cientistas, inventores e investigadores, obreiros da paz, como aos escritores. Esperamos que a contestação que se gera, por vezes, à volta da escolha dos galardoados, não venha a atingir os campos seleccionados, mormente dos escritores, dada a pouca atenção que as novas gerações, em geral, e não só, vêm dando à leitura.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Meio Milhão de Entradas

A Ria sempre presente

Hoje, 18 de janeiro de 2011, o contador do meu blogue regista o expressivo número 500 000. Meio milhão de entradas diz bem do interesse dos meus leitores pelo que se escreve neste espaço da blogosfera. E se tivermos em conta que se trata de um blogue generalista, onde a maledicência, a pornografia e os ataques pessoais não têm lugar, mais feliz me sinto pelo passo que dei numa altura em que alguns julgaram que me restava um sofá e o aconchego do lar, ao fim de uma longa vida de trabalho com outros e para outros, alunos e não só. A blogosfera, porém, abriu-me novas pistas de trabalho, novos horizontes e novas portas de partilha de saberes e de solidariedade com a humanidade que me cerca e a que pertenço com orgulho. Daqui, deste meu recanto que é o meu farol para ver mais longe e mais nítido, saúdo quantos regularmente me visitam, pedindo a todos que reforcem a proximidade, rumo a um mundo muito melhor, porque mais justo, mais fraterno e muito mais solidário.

Fernando Martins

Metade dos portugueses diz que o país está pior do que antes do 25 de Abril

«Quase metade (46 por cento) dos portugueses considera que as actuais condições económicas e sociais são piores do que há 40 anos. O desemprego é o maior desafio e a desconfiança face ao Governo e aos políticos é generalizada.»


NOTA: Mal vai a nossa democracia se entre nós, portugueses, se instalar a ideia de que o país está pior do que há 40 anos. Uma sondagem, publicada no PÚBLICO, afirma isso, mas eu não creio que, de coração e conhecimento pessoal, alguém afirme tal barbaridade. O descontentamento, o desespero, a angústia do desemprego, a raiva contra os maus políticos que por vezes nos desgovernam e a falta de horizontes com futuros risonhos à vista levam a afirmações destas. Eu não acredito que os portugueses queiram voltar a um passado tão tristonho.

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


Católicos e Ortodoxos mais próximos


Começa hoje a semana de oração pela unidade dos cristãos. Até ao dia 25, milhões de cristãos, espalhados pelos quatro cantos do mundo, não deixarão de orar, pedindo a Deus que desperte no coração dos crentes caminhos de aproximação cheios de compreensão e de abertura aos outros que crêem no mesmo Senhor.
Acredito que será difícil a qualquer crente renegar a fé em que nasceu ou foi educado. Também reconheço que, para cada um, a sua fé é única e indiscutível, pelo que os caminhos da unidade passam, necessariamente, por trabalhos conjuntos na «vinha do Senhor». Só depois, com a ajuda de Deus, será possível a unidade há séculos desejada. Por isso esta semana de oração.

Nem o frio a afugentou do mar


A beleza da natureza está patente, normalmente, em todas as situações. O frio poderia recomendar a esta ave que deixasse o mar e se refugiasse em alguma réstia de sol algures na povoação ou na floresta, com abrigo garantido. Mas não. A ave ali estava serena no seu sítio habitual. Nem a minha passagem a perturbou. Nem o disparo da máquina a demoveu. E lá continuou.

Urge valorizar o património cultural

O Estado das Coisas   — 100 anos depois

Sandra Costa Saldanha

Tema transversal a diversos domínios, o património cultural parece eternizar-se, todavia, entre uma das áreas em que o Estado e a Igreja Católica mais assuntos têm por resolver


Ultimadas as imensas celebrações em torno do centenário da República, 2011 é o ano em que se evoca a Lei da Separação, acontecimento que, de um modo conse-quente, mais atingiu a Igreja Católica em Portugal. Com iniciativas já programadas e anunciadas entre algumas instituições, subsiste, todavia, a aparente diluição do tema nas anteriores comemorações que, em boa verdade, assimilaram, num corolário lógico, os acontecimentos decorridos em 1911.
Tema transversal a diversos domínios, o património cultural parece eternizar-se, todavia, entre uma das áreas em que o Estado e a Igreja Católica mais assuntos têm por resolver. Tema sensível, já oportunamente lembrado por responsáveis e prelados, a necessidade de encontrar caminhos para resolver as questões do património, em concreto, daquele afecto ao culto católico, é emergente.

Portugal no Mundo




Aqui há marcas de Portugal

Alexandra Prado Coelho

Como se define o que é o património português no mundo? É tudo o que foi construído pelos portugueses? Ou tudo o que, de uma forma ou outra, foi influenciado pela presença de portugueses? A Gulbenkian acaba de editar três volumes com um levantamento inédito

Igrejas, claro, mas também fortalezas, prisões, armazéns, sedes de bancos, hotéis, liceus, cinemas, estações de correios, fábricas, roças em São Tomé, ruas e praças no Mindelo, sobrados no Brasil, casas particulares e grandes edifícios de habitação. Brasil, claro, mas também Angola, Moçambique, São Tomé, Cabo Verde. E Timor e Índia, mas também Sri Lanka e Macau, Indonésia e Birmânia, Etiópia e Tanzânia. A Fundação Calouste Gulbenkian acaba de lançar três volumes com o levantamento do património que os portugueses espalharam pelo mundo. É uma obra de peso - em mais do que um sentido.


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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SPORTING


O Sporting está mal. Aquele que foi um dos mais ecléticos clubes desportivos do nosso país, campeão em tantas modalidades, está muito mal. Foi na onda dos que se endividaram de olhos fechados e aí o temos aflito. Os maus resultados em campo não perdoam e o presidente abandona o barco, que pode ficar à deriva, se depressa não se conseguir um timoneiro de cabeça fria e mão firme para segurar o leme. Estou convencido de que ele surgirá a tempo e horas.
Muitos outros clubes também estão endividados. A dívida do Benfica é superior às do Porto e do Sporting juntas. De um dia para o outro as bombas podem rebentar.
Afinal, as dificuldades económico-financeiras do país chegam a todos os lados e a todos os campos. E apesar de o Futebol ser um mundo à parte, não é seguro que possa viver à margem das leis que nos regem. Quem deve tem de pagar, mais tarde ou mais cedo, sendo certo que quanto mais tarde pior.
Gostaria que o Sporting começasse por dar o exemplo de realismo na área das contas, começando pelos ordenados dos seus profissionais. Não é possível gastar-se dinheiro que não existe. Tirá-lo de sacos vazios. De cofres sem cheta.
Os nossos clubes não podem nem devem entrar em loucuras só para satisfazer o ego dos adeptos que querem festa a qualquer preço. O Boavista lá anda pelas ruas da amargura. Outros se lhe seguirão, se os dirigentes não tiverem juízo. Cá por mim, o Sporting tem de continuar, mas apenas e só com as contas em dia. Será possível? Julgo que sim.

Imigrantes desapontados com Portugal

Imigrante


Tenho lido, ultimamente, notícias de imigrantes desapontados com Portugal. Com os brasileiros a liderarem o pelotão, têm estado a regressar aos seus países, por não verem hipóteses de governar vida por aqui. Sem perspetivas de futuro, partem e deixam-nos porventura mais pobres, mais sós.
Os imigrantes vieram na esperança de emprego garantido e ordenado certo, mas esse tempo já lá vai. Faziam tudo mas nem todos foram felizes. Empregadores desonestos sugaram-lhe o sangue, deixando-os ainda mais  pobres. Não houve legislação nem pulso das nossas autoridades que evitassem a exploração de muitos imigrantes. Executavam tarefas que os portugueses recusavam.
Fábricas começam a ser deslocalizadas e a fechar as portas. A crise instala-se no mundo. Portugal, um país pobre e muito dependente do exterior, não suporta o peso da apatia económico-financeira de décadas. O desemprego instala-se e alastra. Os imigrantes são os que mais sobrem. Os apoios sociais escapam à grande maioria. E a hora da fuga, para os países de origem ou para qualquer outro sítio, chegou. Estão de partida e mais tarde ou mais cedo vamos reconhecer que nos fazem muita falta.

Miguel Torga faleceu há 16 anos


Faz hoje precisamente 16 anos que Miguel Torga faleceu. O escritor transmontano, porém, mantém-se vivo, porque a sua poesia e a sua prosa são intemporais. Várias vezes apontado como merecer do Prémio Nobel da Literatura, nunca foi distinguido pelo mais alto galardão universal para o setor das letras, que não soube reconhecer o mérito indiscutível que lhe brotava da alma.
Passei hoje, em Coimbra, pela rua que lhe foi dedicada e lembrei-me então de inúmeros poemas que me encantaram pela beleza da harmonia e pela simplicidade do ritmo. E da prosa, para além do Diário, jamais esquecerei a Criação do Mundo, um dos poucos livros que me provocaram saudades antes de chegar ao fim: Que pena senti quando li a última página!
Natural de S. Martinho de Anta, onde repousam os seus restos mortais, Miguel Torga viveu grande parte da sua vida em Coimbra, cidade que cantou como poucos. Por isso, a Casa-Museu Miguel Torga assinalou hoje esta efeméride com um programa em que procurou realçar a forma como o grande escritor abordou a cidade universitária.

FM

domingo, 16 de janeiro de 2011

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues


(clicar na imagem para ampliar)

O Porto de Aveiro

A entrada na Barra

O Porto de Aveiro é uma notável  mais-valia para a economia regional e até nacional. Agora com a ligação ferroviária à Europa, mais notável se torna. Não é por acaso que costumo dizer que a Gafanha da Nazaré é filha do Porto. Porém, não falta quem conteste a importância do Porto, clamando que está muitos dias às moscas. Confesso que não acredito e os números que a APA (Administração do Porto de Aveiro)  vai divulgando garantem que o Porto de Aveiro está em progresso, recomendando-se com justiça.
Na mais recente visita à Barra, de que aqui já dei conta  ontem, assisti à entrada de mais um navio de carga, com destino  à zona portuária. E fiquei contente. Para além do espetáculo  que é ver o navio bem orientado, há a certeza de que o Porto de Aveiro tem vida saudável.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 220

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 3



O TI MELRITO

Caríssima/o:

Talvez nunca tenhas ouvido falar do Ti Melrito...
Para nós foi importante conhecê-lo. Sabes porquê?
Foi um homem simples, trabalhador e que cuidava do seu quintal com esmero, indo ao ponto de sulfatar as videiras, o que era raro na nossa Terra nos meados do século passado; mas ia muito além disso: tinha o cuidado de levantar um letreiro para avisar os incautos que prevaricassem e lhe debicassem algum cacho verdoengo. Lá se podia ler: “CONTÉM GUMITÓRIO”. Agora cada um que se acautelasse...
Bem, mas eu queria falar do exemplo que o Ti Melrito nos dava quando todo curvado (não sou capaz de precisar a idade que teria...), não sendo capaz de montar a bicicleta, agarrava-se ao guiador... e lá ia ele a pé, a puxar a sua companheira, num passeio que o levava até ao Farol...
Muito mais se poderia acrescentar, mas a nossa imaginação não fará grande esforço ultrapassando o Ti Melrito (quiçá levando-nos a saltar o muro para aquele canto onde as uvas estão mais amarelinhas... e ... antes que ele aparecesse além na curva...)

A bicicleta era usada como meio de transporte que levava muitos ao seu local de trabalho; mas o quadro que pintou Maria Teresa Filipe Reigota, no seu livro “Gafanha... o que ainda vi, ouvi e recordo”, na página 50, mostra-nos a bicicleta noutra função, também ela da maior importância. Vamos apreciá-lo:

«O Janicas [...] casou já “entradote”. Claro que namorara muitas cachopas mas só encalhou com a Laura, natural de Vagos onde vivia. Ia namorá-la à noite, às terças, quintas, sábados e aos domingos de bicicleta. Contava ele:
“Já havia uma estradita de terra batida que ligava a Gafanha da Boavista a Vagos e como de costume lá fui namorar a Laura de bescleta. As casas eram poicas e ali nos Cardais, a partir do pontão nem habia casa nenhuma. Não habia luz, o caminho era escuro, negro com'o bréu. Nunca acontecera nada,mas naquela noite já binha p'ra casa e ali na altura dos Cardais, na Quinta da Palmirinha, sinti uma coisa sempre atrás de mim e pus-me a pedalar mais; mas o raio da bescleta parecia que nem andaba, quanto mais eu pedalaba, mais a coisa corria. Parcia-me passos de animal e logo pensei: Ó é alma penada ó balisome.
Só sumbe o que era qu'ando cheguei a casa, saí da bescleta e abrim o portão. A coisa ainda introu primeiro ca mim – era o meu cão que partira o cadeado, fugiu e foi ao meu encontro.”»

Manuel

sábado, 15 de janeiro de 2011

Misericórdia de Ílhavo com nova Mesa

Nova Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo:
Fernando Marques, Laurentino Pires Vaz, Margarida São Marcos,
 João Bela, Carlos Duarte, Rui Dias, Manuel da Cruz Ribeiro


A nova Mesa da Santa Casa de Ílhavo, ao tomar posse, assume, realmente, uma tarefa importantíssima de âmbito social e cultural. O peso da história que lhe está subjacente servirá, decerto, como estímulo para o desenvolvimento de tarefas sobremaneira oportunas e urgentes. As crises que nos preocupam vão afetar em especial os feridos da vida que existem nas nossas comunidades, exigindo de cada um nós, pessoal ou coletivamente, intervenções justas e adequadas. A composição da Mesa, liderada por João Bela, está à altura do que a espera. Porém, isso não nos pode deixar no comodismo cego que leva muita gente a pensar que a vivência da solidariedade é preocupação apenas de alguns. Os meus votos de excelente trabalho, com a certeza da minha contribuição possível.

FM

Janeirantes de Ílhavo na Praça da Alegria

Na próxima segunda-feira, dia 17, o grupo JANEIRANTES de Ílhavo estará na RTP, Praça da Alegria, a cantar as Janeiras. Abre  o  programa logo às dez horas e voltará a cantar por volta das 11h30.


Os grandes ladrões públicos...


O bispo no casino

Anselmo Borges

Os casinos, que, pela sua natureza, andam ligados ao jogo, também podem ir além e tornar-se espaços de debates profícuos. Prova disso está o Casino da Figueira da Foz, que, ao longo de 2009 e 2010, foi palco desses debates, à volta de grandes questões, com figuras cimeiras, da literatura à política, da história à filosofia, da economia à teologia.
A última tertúlia, em Dezembro, teve como tema questões sociais e solidariedade, e o conferencista foi Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social.
Já na segunda parte, ousei perguntar-lhe, utilizando uma via mansa: "Dizem as más línguas que as Faculdades de Economia e Gestão da Universidade Católica Portuguesa (UCP) seguem uma orientação teórica mais no sentido de um capitalismo neoliberal do que propriamente mais social." E ele, inesperadamente, tanto mais quanto também foi vice-reitor da Católica: "Eu também ouço essas más-línguas. Os meus ouvidos têm escutado esses comentários, o que deve levar a fazer crer que algum fundamento existe." Questionado por Fátima Campos Ferreira sobre se a Doutrina Social da Igreja não é aplicada nos cursos de gestão da UCP, respondeu: "Pelos vistos, não." Há uma cadeira que trata disso, "mas é capaz de ser uma cadeira um bocadinho isolada do resto".

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Vaticano anuncia beatificação de João Paulo II





«Cidade do Vaticano, 14 Jan (Ecclesia) – O Papa Bento XVI aprovou hoje a publicação do decreto que comprova um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II (1920-2005), concluindo assim o processo para a sua beatificação.
A sala de imprensa da Santa Sé anunciou, entretanto, que a cerimónia de beatificação vai decorrer a 1 de Maio, Domingo da Divina Misericórdia, no Vaticano, sendo presidida por Bento XVI.
O milagre agora comprovado refere-se à cura da freira francesa Marie Simon Pierre, que sofria da Doença de Parkinson.
A religiosa pertence à congregação das Irmãzinhas das Maternidades Católicas e trabalha em Paris, tendo superado, em 2005, todos os sintomas da doença de que sofria há quatro anos.
A decisão abriu caminho, em definitivo, à beatificação do Papa polaco, que liderou a Igreja Católica entre 1978 e Abril de 2005, quando faleceu.»

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Hoje fui ver e ouvir o mar da Barra


Hoje fui ver e ouvir o mar da Barra. E com que saudades fui! Moro perto? É verdade, mas nem sempre o comodismo e o mau tempo me deram liberdade de escolha. Mas hoje, com o sol a despontar, sem vento e frio, venci a barreira e lá fui. Valeu a pena. Vejam e ouçam o nosso mar...

"Diálogos na Cidade": 3 de fevereiro, no Teatro Aveirense


No dia 3 de Fevereiro, no Teatro Aveirense, vai realizar-se um encontro, denominado "Diálogos na Cidade", que conta com  intervenções de fundo de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto,  e de José Manuel Fernandes, ex-diretor do PÚBLICO, sobre Portugal, o Mundo e a Igreja Católica. A sessão será aberta ao público e terá início às 21.30  horas.

Membro do Governo de Angola visita a Confraria Gastronómica do Bacalhau

Albino da Conceição na Confraria

Em gozo de férias na Gafanha da Nazaré, esteve na sede da Confraria Gastronómica do Bacalhau o Vice-Ministro dos Desportos de Angola, Albino da Conceição, que foi acompanhado pelos Confrades Hugo Coelho e António Ribau, empresário do “fiel amigo”.
Recebido nas instalações da Confraria pela Direcção, Grão-Mestre João Madalena, Tesoureiro Agostinho Felizardo e o Mestre Capitular Carlos Duarte, falou-se do historial da Confraria e da razão principal da sua existência: a defesa e divulgação do bacalhau. A comitiva esteve num restaurante da cidade de Ílhavo onde degustaram bacalhau de cura tradicional portuguesa, seguindo-se visitas ao Navio Santo André, às instalações de uma empresa transformadora de bacalhau na Gafanha da Nazaré e ao Museu Marítimo.
No final ficou a promessa do político Angolano de fazer contactos para uma possível criação em Luanda de uma delegação da Confraria, já que é o peixe mais cobiçado nas ementas da capital do país. Também será  interessante a divulgação da história, a  defesa do Bacalhau e das suas ementas.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

E a Igreja entrou na campanha… com Cavaco (?)

O título do PÚBLICO online — "E a Igreja entrou na campanha... com Cavaco" — não é de bom jornalismo. Pelo contrário. Engana os incautos. Não está correto num jornal sério. Mesmo admitindo que um padre, no púlpito, aconselhe a votar, direta ou indiretamente, neste ou naquele candidato. Pela Igreja, em Portugal, apenas os bispos podem falar, na sua diocese. A nível nacional, cabe ao presidente da CEP (Conferência Episcopal Portuguesa), D. Jorge Ortiga (e não o Cardeal Patriarca de Lisboa, como muitos pensam), falar em nome do episcopado, para assuntos de âmbito geral.
Muito mal andaria a Igreja Católica se ousasse avançar com qualquer indicação de voto. Contudo, não vejo mal que o clero recomende, claramente, a participação no ato eleitoral.
Dir-me-ão que há padres que o fazem em missas, isto é, que teimam em usar o lugar privilegiado que ocupam nos templos para indicar as suas preferências. Serão muito poucos os que esquecem o seu dever de isenção na Mesa da Palavra. Mas um jornal de referência, como o PÚBLICO, não pode confundir a árvore com a floresta. Eu, que o leio diariamente, não gosto nada de títulos enganosos.

FM

Ver aqui

Não haverá espaço para novas Dioceses?


Dioceses velhas, dioceses novas, critérios conciliares

António Marcelino



O problema voltou à praça pública, onde a livre opinião tem lugar e sentido. Muitos dos interessados nem deram por isso, donde a crise em Portugal não ser apenas económica. O diário “i” de 24-25 de Dezembro último, publicou uma entrevista, com fotografia e chamada à primeira página, feita a D. Manuel Clemente, Bispo do Porto. O entrevistador, já lá para o fim, pergunta: “Continua a falar-se da possibilidade de dividir a diocese, que é a maior do país. Isso faria sentido?” D. Manuel respondeu: “Será muito difícil nos tempos próximos que aconteça, por causa do pouco clero que temos - somos 300 e tal sacerdotes. Se fossemos dividir ainda mais os poucos recursos que temos para criar os organismos centrais que cada nova diocese iria requerer, seria muito complicado”.
O Bispo do Porto é hoje o bispo português mais mediático e com maior audiência pública. A cada passo se fala dele e ele aparece a falar na rádio, na televisão, nos jornais, em congressos e simpósios, em conferências e encontros, sempre com microfones abertos e disponíveis. Por isso mesmo, ele não é, como homem da Igreja, uma voz qualquer. O que diz serve de critério para muita gente que o ouve, lê, segue, e forma, a partir daí, a sua ideia e imagem da Igreja. Ora, no apreço que a pessoa e o tema me merecem, fiquei perplexo com a resposta lida. A meu ver, perdeu-se uma ocasião propícia para que, em relação à hipótese de novas dioceses, se transmitissem critérios conciliares, válidos e actuais, em vez dos pobres critérios tradicionais, centrados apenas no clero, como se a caminhada de renovação da Igreja, Povo de Deus, não tivesse a orientá-la senão o horizonte clerical.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

João Loureiro: um gafanhão na alta-roda da economia

João Loureiro


Nem sempre nos apercebemos do valor de alguns conterrâneos nossos, por mais elevados cargos que estejam a desempenhar. São conterrâneos por natureza, já que normalmente nasceram na Gafanha da Nazaré, mas estudaram e se radicaram noutras paragens. É o caso do economista João Loureiro, que recentemente foi escolhido para integrar a equipa do Conselho das Contas Públicas e da Política Orçamental.
Natural da Gafanha da Nazaré, onde nasceu em 1959, é presentemente professor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, onde se licenciou em 1983. Posteriormente, doutorou-se em Economia, na Universidade de Gotemburgo, Suécia, em 1992, especializando-se em “International Macroeconomics and Finance”. Com um currículo recheado de cargos e estudos na área da economia, desenvolvidos em diversas universidades do mundo, João Loureiro ainda comenta assuntos das suas especialidades na RTPN e no JN. Vai agora desempenhar uma tarefa relacionada com as contas públicas e a política orçamental.

Que fronteira separa a realidade da ficção?

Aprenderemos a flutuar?

José Tolentino Mendonça



Não sei que fronteira separa aqui a realidade da ficção, mas aceito escutar, entre a literatura que as revistas nos servem no Ano Novo, o que o século XXI trará à reinvenção dos quotidianos. Garantem-nos que, de uma forma ou de outra, nos converteremos todos em "tech-nómadas". Que reaprenderemos a arrumar os nossos pertences e passaremos a viajar com uma mala só. Que navegaremos pela Web de um modo mais articulado, inteligente e portátil, mas também que voltaremos a andar descalços. Que a ideia de propriedade ou o registo das patentes vão ser reequacionados, pois entraremos cada vez mais num tempo de "difusão em contínuo e à distância". Que aprenderemos igualmente a relativizar o tempo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

PÚBLICO: Preparativos para ajuda do FMI a Portugal já começaram

«Apesar dos desmentidos que foram ontem emitidos por várias capitais europeias sobre a iminência de um recurso de Portugal ao Fundo de Estabilidade do euro e ao FMI, os preparativos técnicos para essa eventualidade prosseguiam muito confidencialmente, podendo gerar uma primeira discussão formal entre os ministros das Finanças da zona euro já na próxima semana.
Os Governos alemão, francês e espanhol, a par da Comissão Europeia, negaram estar a exercer qualquer tipo de pressão sobre Portugal para pedir a assistência financeira do Fundo de Estabilidade do euro (EFSF na sigla inglesa), como foi relatado por vários jornais europeus. Mas, de acordo com o que o PÚBLICO apurou, as discussões prosseguem muito discretamente ao nível técnico sobre o que poderão vir a ser os termos e as necessidades de uma assistência a Portugal, por enquanto estimada entre 60 e 100 mil milhões de euros.»
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NOTA: Aqui chegados, há que aprender. O FMI poderá ser a única e mais urgente porta para a resolução da nossa quase bancarrota. Os nossos políticos, os que temos, infelizmente, não sabem, não querem ou não podem dar volta a isto. O FMI, no tempo da governação de Mário Soares, já cá esteve e não morreu ninguém. Pôs as contas em ordem e foi-se embora. Voltámos agora a cometer os mesmos erros, isto é, a gastar mais que havia para o dia-a-dia, e temos novamente de recorrer aos de fora para nos ajudarem a governar a casa. Tal qual como as famílias que gastam por mês mais do que ganham e que, um dia, têm mesmo de pedir apoios e conselhos a quem sabe mais.
Então o que é que vai suceder? Os estranhos entram em Portugal, mandam calar os nossos governantes, dizem que agora ninguém discute nada porque passámos a vida a discutir em vez de resolver os problemas, ditam leis indiferentes aos protestos de toda a gente e o país, finalmente, poderá tornar-se viável. É pena, mas não haverá volta a dar-lhe. Esta, que me lembre, será a segunda visita do FMI. Será que não aprendemos com os nossos erros?

FM

Relançar o voluntariado em Portugal



No Ano Europeu do Voluntariado, Fernanda Freitas, coordenadora nacional da iniciativa, fala à ECCLESIA dos projectos para os próximos meses


«Ser voluntário é fazer a diferença, começando pela vida pessoal. Uma coisa é ajudar, outra é um compromisso. Quando se assume interiormente o voluntariado, está a assumir-se um compromisso de missão para concretizar uma ajuda que não é apenas espontânea. Quando fazemos uma acção de voluntariado ficamos mais cheios e felizes. Não há que ter medo de o assumir. É uma entrega extraordinária que nos torna diferentes e melhores pessoas, com mais competências sociais e afectivas.»
 
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ÍLHAVO: 113.º aniversário da restauração do município

Câmara Municipal de Ílhavo

 A Câmara Municipal de Ílhavo vai celebrar o 113.º aniversário da restauração do município na próxima quinta-feira, 13 de Janeiro, pelas 18.30 horas, no Centro Cultural de Ílhavo.
Segundo a autarquia ilhavense, esta iniciativa assume como referência principal o programa de Regeneração Urbana do Centro Histórico de Ílhavo, integrando uma apresentação que assinala o final da obra de Qualificação Urbana da Antiga EN109 e o início de mais três novas obras deste importante programa que está em execução, aproveitando a oportunidade dos Fundos Comunitários do QREN.

AVEIRO: "Diálogos na Cidade"


A Comissão Diocesana da Cultura de Aveiro prossegue a 31 de janeiro o primeiro ciclo “Diálogos na cidade”, com a conferência “1.ª República e a Igreja Católica”, proferida por Mons. João Gonçalves Gaspar, na Paróquia de Santa Joana, às 21h00.
“Uma conversa sobre Portugal, o mundo e a Igreja Católica” abre o segundo ciclo de encontros, com a presença do bispo do Porto, D. Manuel Clemente, e do jornalista José Manuel Fernandes, num encontro que decorre às 21h30, no Teatro Aveirense.
A iniciativa termina a 19 de maio, com a presidente da Federação de Bancos Alimentares, Isabel Jonet, e do diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, padre Tolentino Mendonça, que falam sobre o tema “Todos diferentes, todos iguais”, também no Teatro Aveirense, às 21h30.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Grupo Etnográfico Canta as Janeiras


Ainda não refeito das emoções do Cortejo dos Reis, que hoje como sempre vivi à minha maneira, e já o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré me trazia mais uma tradição, com o cantar das janeiras. E com um pedido: «Transmita no seu blogue os nossos votos de um Ano Novo muito próspero e feliz a todos os gafanhões espalhados pelo mundo.»
Eles aqui ficam com esta melodia intemporal!

Gafanha da Nazaré: Cortejo dos Reis com ares de renovação

A Sagrada Família com o Anjo


Realizou-se hoje na Gafanha da Nazaré o Cortejo dos Reis, de tradição secular. Desta feita, com ares de renovação, que os tempos são outros. Mais exigência, sob o ponto de vista artístico. Ainda bem, para não se sentir qualquer tipo de desânimo.

Padres Francisco e Pedro José


Em jeito de agradecimento pela participação de tanta gente, o nosso Prior, Padre Francisco Melo, valorizou o espírito de renovação, sentido na forma como os autos foram representados, mas também no modo como alguns “quadros” foram cuidadosamente preparados. Tudo, referiu, «para que esta tradição se mantenha; tradição que é de alegria, de cor, de festa, de encontro, mas também de liberdade, porque não houve inscrições nem foi preciso pagar para as pessoas participarem; hoje todos fomos Reis, porque viemos ao encontro do Deus-Menino com as nossas ofertas».

A chefe Custódia

A chefe Custódia e 80 escuteiros do agrupamento 588 do CNE trabalharam o tema “Mulheres da Seca e Pescadores da década de 40 do século passado». Apresentaram-se a rigor, porque consideraram importante divulgar imagens que tendem a diluir-se. As chefes e as escuteiras mostraram as mulheres da seca; os chefes e os escuteiros exibiram os pescadores. «Eu acho que foi muito bom apostar-se na renovação do Cortejo dos Reis e,  como São Pedro ajudou, houve muita participação e muitas prendas para o Menino», garantiu-nos.

Margarida Vilarinho com seu pai, Manuel Alberto


O Manuel Alberto participa nesta festa há 50 anos. E disse: «é com paixão que vivo estes momentos.» Sabe todos os papéis dos autos de cor e nos ensaios chama sempre a atenção para a necessidade de «estarem atentos, porque pode ser preciso substituir algum que falte por doença ou outro motivo».
Recordou que um dia recebeu os Reis Magos da varanda da casa da D. Conceição Vilarinho, atual residência da D. Ester Morais, anexa à igreja matriz. Foi uma maneira de ultrapassar uma dificuldade surgida pela morte de Manuel Fidalgo Filipe (o Perrana). Os papéis desapareceram e tivemos de improvisar com a ajuda do Padre Domingos. Depois tudo se resolveu.
O Manuel Alberto explicou que, quando aparece alguém com vontade de viver esta experiência, ensina-lhe  o que tem a dizer, «exigindo  o melhor, porque nem todos nascem para atores». E garantiu: «quando um dia eu não puder, não falta quem possa substituir-me.»


O carro do moinho, com quadra e sacas

A Ascensão Rocha estava num grupo da Marinha Velha que apresentou uma cena dos Moinhos do Tio Conde (pai e filho). Houve alguma investigação para se apurar o possível da realidade. Fizeram sacas para o milho e para a farinha, que «as meninas levavam à cabeça», e até fizeram umas quadras para ensinar algumas tradições.
Lembrou que os lavradores levavam o milho e outros cereais ao moinho, trazendo em troca a farinha, descontando em peso o correspondente ao trabalho do moleiro. Quando não havia vento, não havia farinha. Então deixavam o cereal e procuravam a farinha mais tarde. Quem não tivesse cereais podia comprar a farinha. Ainda ouvi histórias da boroa, mas isso fica para outro dia.

Rei Herodes ostenta a sua coroa

Assisti ao auto “Palácio de Herodes”, onde o rei sanguinário recebeu os Reis Magos. Bem ensaiados, trajes cuidados, som muito bom. E como sempre a simpatia do povo da nossa terra.
Depois foi a cerimónia do “Beijar o Menino”, com Reis Magos, com as suas ofertas (ouro, incenso e mirra), pastores e o povo. Os cânticos bonitos que passam de geração em geração. E, se não me engano, o Rei Herodes andava por ali disfarçado.
O leilão das ofertas foi durante a tarde.

Fernando Martins

PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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A Nossa Gente: José Vida dos Santos (Mestre Zé Vida)

Mestre Zé Vida

«Neste mês de Janeiro, em que se assinala o XII Aniversário do Grande Capítulo Gastronómico da Confraria do Bacalhau, dedicamos esta rubrica a José Vida dos Santos, cuja história de vida sempre esteve ligada à pesca do bacalhau e à gastronomia.
Nascido na Gafanha da Nazaré, a 18 de Março de 1928, o Mestre Zé Vida, como é conhecido, frequentou a Escola Primária da Cale da Vila, tendo concluído apenas a 1.ª classe. Após alguns anos a trabalhar na
Seca do Bacalhau, na “Pascoal e Filhos”, foi para o Estaleiro dos “Mónicas” como ajudante dos Mestres, decorria então a II Guerra Mundial. Aí ajudou a construir, entre outros, os barcos de guerra, conhecidos por Caça-Minas, cujo destino era a Inglaterra.
Sendo filho de um pedreiro e porque naquela altura só os filhos de pais marítimos tinham a possibilidade de obter a cédula marítima, lembra com saudade o Mestre João Mónica (sócio da empresa) que tratou desse assunto, bem como pagou a sua viagem de comboio até Lisboa, em Abril de 1945, para que o Mestre Zé Vida pudesse embarcar no “Lutador”, navio de madeira que ajudou a construir quando estava no Estaleiro.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 219

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 2


O CELERÍFERO

Caríssima/o:

As bicicletas que usámos durante anos e anos não sofreram grandes modificações, embora nos travões, campainhas, campânulas e farolins se fossem notando alguns melhoramentos.
Mas afinal qual foi a origem da bicicleta? Quem foi o seu inventor?

A invenção da bicicleta como meio de locomoção é algo muito difícil de precisar no tempo. Vários autores defendem que a bicicleta surgiu pela mão do conde francês Mede de Sivrac, outros consideram que a sua criação é posterior àquela data.

Entretanto existem registos de que os antigos egípcios já conheciam aquele meio de locomoção, ou pelo menos já idealizavam nos seus hieróglifos a figura de um veículo de duas rodas com uma barra sobreposta.

sábado, 8 de janeiro de 2011

EXPRESSO: Carta da Semana

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ÍLHAVO: A saudável loucura do banho dos "magníficos"


«Todos os anos, assim que Janeiro começa, uns quantos maduros esquecem o frio - e, se calhar, o bom senso -, despem a roupa e entram no mar da praia da Barra, em Ílhavo, para entregarem o corpo às primeiras ondas da nova maré. Auto-intitulam-se "magníficos" e o banho que tomam nestes preparos constitui já uma tradição da passagem de ano da cidade. Há quem ali vá para se juntar à arrepiante celebração e quem se resguarde e fique apenas a ver até que ponto chega este misto de coragem, superstição, saudável loucura e bravata. Se não fosse por mais nada, o indómito banho tem a vantagem de dar razão ao adágio segundo o qual aquilo que não nos mata acaba por nos tornar mais fortes (há uma versão que diz que "o que não mata engorda", mas não há necessidade de estar a reinar com algum dos senhores que aparecem no retrato). Uma tradição é uma tradição e, afinal de contas, esta é daquelas que não prejudicam ninguém e não pagam impostos, e talvez nem sequer contribua para aumentar o buraco na camada de ozono. Calhando, faz até bem à pele e ao espírito, à circulação sanguínea e a outros achaques da espécie, coisa de que dificilmente se poderão gabar aqueles que começam o ano preguiçando no quente da cama, babando as respectivas fronhas e fazendo contas aos dias que faltam para que seja Natal outra vez.

Jorge Marmelo»

 
In PÚBLICO

Classe política é um mundo à parte, diz Ferreira Leite



Diz quem sabe do que está a falar: a classe política é um mundo à parte. Manuel Ferreira Leite, antiga ministra, garante  que «As medidas tomadas e o proclamado objectivo de credibilizar a classe política têm sido marcados por demagogia e de demagogia em demagogia a classe política tornou-se num mundo à parte em que os cidadãos não se revêem». E acrescentou:  «A situação é tão grave que a representatividade pode ser posta em causa» até porque «nenhum país se desenvolve com base em incompetência de dirigentes». Mais: A  classe política está «completamente desacreditada»  e tem líderes que «infelizmente se habituaram a sobreviver com promessas que nunca cumpriram».
É triste mas é verdade, também na minha maneira de ver.

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AVEIRO: Diálogos na Cidade

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O amor a Deus sem amor ao próximo é uma ilusão


O que diria Jesus hoje?

Anselmo Borges

Os dias de Natal são especiais. Há uma atmosfera diferente, o melhor de nós pode revelar-se: mais proximidade, mais intimidade, mais amor, mais solidariedade. Directa ou indirectamente, há uma presença inegável: o nascimento de um Menino, com "a mensagem mais bela e revolucionária da história mundial", no dizer de Heiner Geissler, que foi ministro do Governo Federal da Alemanha e que escreveu um livro admirável precisamente com o título: "O que diria Jesus hoje?"
Mesmo se muitas vezes os que se reclamam de Jesus fizeram da sua mensagem um Disangelho, como disse Nietzsche, ela é real e verdadeiro Evangelho, notícia boa e felicitante.
Essa mensagem tem na sua base a afirmação de que é o ser humano, com a sua dignidade inviolável e fundamentada em Deus, que ocupa o centro de toda a actividade política e económica. Essa dignidade e os direitos que dela derivam constituem o critério de todas as leis, mesmo das leis "divinas", e o fundamento para a convivência em igualdade de todos os seres humanos, independentemente do sexo, cultura, etnia, religião, classe, nação, estatuto social ou jurídico.