terça-feira, 25 de março de 2014

“365 DIAS COM O FIEL AMIGO”

Um livro de Manuel Olívio Rocha





Manuel Olívio Rocha


“365 DIAS COM O FIEL AMIGO” é um livro de Manuel Olívio da Rocha, que vem na senda de outros que costuma publicar pelo Natal, para oferecer à família e a alguns amigos. Trata-se de uma coleção de trabalhos a que ele chama cadernos, sendo este o n.º 25. São edições familiares que não estão à venda, mas podiam estar. 
Este caderno, chamemos-lhe assim no respeito pela opção do autor, foi dedicado ao Fiel Amigo, nome popular de batismo dado ao bacalhau, por há anos se adequar à bolsa das famílias mais pobres. Hoje, com as alterações que a vida levou, o Fiel Amigo está predominantemente, na mesa dos mais abastados, sobretudo os tipos graúdo e especial. Mas voltemos ao livro do meu conterrâneo, familiar e amigo Olívio.
A cada dia do ano, o autor brindou-nos com nacos saborosos da história do bacalhau. Sublinha ele a abrir que «o bacalhau é fundamental da cozinha na noite de Consoada». E adianta: «Sentados comodamente, busquemos algumas raízes do nosso viver e do nosso ser — e lá encontraremos o bacalhau, como fiel amigo que ao longo dos séculos pautou o ritmo das pessoas, da região e até do País. Desde há muito, muito tempo!»
O livro, o tal caderno, tem várias leituras, lembrando o autor que, «Cada um de nós, tem maneira própria de pegar e abordar o livro», este como qualquer outro. Pode ser lido de uma ponta à outra, tudo seguido; pode ser lido por temas; pode ser lido de forma errática. E conclui, aconselhando cada leitor a seguir o seu instinto. 
Cada dia do ano tem o seu quê de interessante e importante:

+ História da pesca do bacalhau: datas, factos, figuras;
+ O peixe bacalhau, desde que nasce até chegar ao nosso prato;
+ A pesca do bacalhau, passando pelos mares até à salga no convés;
+ O barco, desde as origens aos modernos arrastões;
+ As secas e tudo aquilo que em “terra” contribuía para se ter bacalhau;
+ Figuras que marcaram o universo do bacalhau;
+ Gastronomia, onde o bacalhau é rei.

Em nota, Manuel Olívio refere que, «ao longo do ano, abrindo cada uma das semanas, sempre no mesmo espaço encontrar-se-á o mesmo assunto».

Na semana em que estamos, entre 23 e 29 de março, no livro “365 DIAS COM O FIEL AMIGO”, podemos ler “Os predadores do bacalhau”, “O dóri e a sua palamenta”, “Palhabote”, “Acessos ao Porto de Aveiro”, “Ria de Aveiro”, “Bacalhau de cebolada” e, ainda, retalhos de 1588 (Os ingleses e o mau tempo derrotam a “Invencível armada” filipina; 1600 (Aveiro era uma das povoações marítimas de Portugal, proporcionalmente mais rica em gente, comércio e indústria…); Século XVI (Os pescadores de Aveiro “não curavam o peixe nas praias vizinhas ao lugar da pesca, como outros, conservavam-no a bordo e depois vinham curá-lo e secá-lo aqui”).
Como facilmente se pode deduzir, este trabalho do Olívio bem merecia ser conhecido das nossas gentes. É pena, portanto, que fique limitado a um reduzido número de pessoas.

Fernando Martins

segunda-feira, 24 de março de 2014

FEIRA DE MARÇO EM AVEIRO

Farturas nunca faltam (foto FM)

Amanhã, 25, abre portas, no Parque de Feiras e Exposições, a 580.ª edição da Feira de Março, um evento tradicional e de referência do Município de Aveiro e da sua Região. Trata-se da maior montra económica da Região de Aveiro e um dos maiores parques de diversão do país, prolongando-se até 27 de abril. 
A cerimónia de abertura ocorrerá pelas 18.30 horas. Registe-se que o certame conta com mais de 250 empresas, apresentando-se com os tradicionais setores de exposição, comercial e de diversão. No setor de exposição, participam 160 empresas, divididas pelas áreas da indústria, automóvel, cosmética, mobiliário, imobiliário, eventos, construção civil, fotografia, produtos ortopédicos, energias renováveis, climatização, decoração, automatismo, entre outras.

Fonte: CMA



O rei Juan Carlos com Adolfo Suárez



O rei Juan Carlos  com Adolfo Suárez, que já não identificava quem o visitava. As verdadeiras amizades são assim. Foto de 2008. Faleceu ontem, 23 de março, e desempenhou o difícil papel de fazer a transição, como primeiro-ministro de Espanha, da ditadura franquista para a democracia. 

domingo, 23 de março de 2014

Noivos preparam os seus matrimónios

Numa época do descartável... 

Noivos à porta da  matriz da Gafanha da Nazaré (Foto FM)

Hoje tive a dita de participar na eucaristia das 11.15 horas na matriz da Gafanha da Nazaré. Dita, porque tive a sorte de testemunhar a participação de 25 pares de noivo, depois de terem vivenciado um encontro/retiro preparatório da celebração dos seus matrimónios, que hão de ser testemunhados pelas suas comunidades paroquiais, familiares e amigos, com a bênção mística de Deus, nosso Salvador.
Numa época do descartável, como é a que vivemos, não poderia ficar indiferente a esta opção de 25 pares de noivos, certos de que, com Deus, tudo será mais fácil. Os problemas que em todos os casamentos surgem, porque homem e mulher não são anjos, hão de ser vencidos com a graça do Criador e os ensinamentos assentes na Boa Nova de Jesus Cristo, que estimulam de forma sensível a compreensão e a paciência mútuas, a capacidade de diálogo e de perdão sem limites, e o amor e a caridade que tudo vencem.
Para os noivos, um abraço amigo e votos de um futuro risonho.


Dia Mundial da Meteorologia

Uma história




Conta-se que uns engenheiros andavam numas aldeias serranas, que bem podia acontecer no nosso país, a proceder ao levantamento de alguns dados geográficos para estudos científicos. Manhã cedo, lá iam eles serra acima, cruzando-se, normalmente, com um velho pastor que guiava o seu rebanho. Para meter conversa, perguntavam-lhe pelo tempo e o pastor respondia de pronto o que os esperava: Chuva, vento brando ou forte, chuviscos, trovoada, sol radioso e por aí fora, que as nuvens diziam tudo, sublinhava, antevendo ainda o tempo que faria nos dias seguintes. E o engenheiro-chefe comentava: 
— Estes velhos sabem muito; com um simples olhar e com a experiência da vida sabem mais que os meteorologistas. 
Ora acontece que um certo dia, depois de tantas certezas ditadas sobre o tempo, certezas que tranquilizavam os nossos engenheiros, a eterna pergunta dirigida ao pastor lá veio: 
— Então que tempo teremos hoje, meu amigo? 
— Hoje nada posso dizer, senhor engenheiro, acabaram as pilhas do meu rádio.


A samaritana não se disfarçou de santa

Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO

Porque teria Jesus confiado a evangelização 
da própria Igreja às mulheres?


Frei Bento Domingues

1. Ao longo dos anos, foi-se desenvolvendo nestas crónicas a convicção do nosso atraso, como Igreja e como sociedade secular, em relação ao questionamento social e místico de Jesus Cristo: não vos conformeis com a situação actual do mundo! Ao ler o texto do Evangelho na Missa, em vez do ritual, “naquele tempo”, parece-me preferível um convite: escutemos o que diz, hoje, Jesus aos seus discípulos…

Pensava nisto, ao entrar numa casa de artigos religiosos sem qualquer beleza, acompanhados de livrinhos de piedade rançosa, quando deparei com um título inesperado naquele cenário: As 23 Mulheres do Concílio. A presença feminina no Vaticano II.

O papa Paulo VI anunciou oficialmente a presença de vinte e três mulheres, como auditoras, no Concílio Vaticano II. De Setembro de 1964 a Agosto de 65, foram chamadas, uma por uma: dez religiosas e treze leigas, escolhidas segundo critérios de competência e de internacionalidade”.

sábado, 22 de março de 2014

Uma vida a tentar dar novas oportunidades

Isabel Monteiro (foto FM)


Isabel Monteiro já foi magistrada, religiosa durante 25 anos e hoje está ao serviço da Cáritas Diocesana de Setúbal

Isabel Monteiro está na Cáritas de Setúbal há nove anos e sente como uma missão e serviço à Igreja, onde tenta dar novas oportunidades às pessoas, como disse à Agência Ecclesia.“Estou ao serviço da Igreja, faço o que posso e o que não posso” foi assim que Isabel Monteiro definiu a sua maneira de estar na Cáritas de Setúbal.
Depois de uma vida de magistrada do Ministério Público e 25 anos de vida consagrada, a trabalha na área social e na promoção das pessoas, a sua vida mudou.“Além de trabalhar na promoção de pessoas também eu me sentia promovida porque, trabalhar com os mais pobres, dá-nos uma visão diferente da vida”, confessou.

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NOTA: Sublinho esta notícia da Ecclesia porque conheci e entrevistei, há anos, para o Jornal Solidariedade, Isabel Monteiro, ao tempo diretora da Casa Nossa Senhora do Rosário, da Figueira da Foz, e cujo dinamismo fiquei a conhecer. Isto em 8 de janeiro de 2006. Mais tarde soube que passou a trabalhar na Cáritas de Setúbal. Folgo em saber, agora, que continua muito ativa e muito envolvida na problemática social, em favor dos mais desfavorecidos. Vai amanhã, domingo, pelas 6 horas, na Antena 1, no Programa da Igreja Católica,  dizer o que pensa sobre  matérias tão atuais. 

Dia Mundial da Água

Na hora de matar a sede no Luso

"Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água."

Ouvir o silêncio que fala

Crónica de Anselmo Borges 





1. E pus-me a caminho de Lisboa. Com a única finalidade de prestar uma última homenagem ao colega e amigo José Policarpo, cardeal-patriarca emérito. Fomos colegas na Universidade Gregoriana, em Roma, e ficámos amigos e, quando um amigo se nos vai embora, precisamos de uma despedida.
Jazia dentro da urna fechada, no chão da sé catedral. Desde a sua morte que as palavras nunca mais pararam. E falou-se, falou-se, falou-se. E imagens e mais imagens sobre outras imagens. E talvez poucos se tenham ocupado com estar calados. Talvez precisemos tanto de falar porque temos medo do silêncio da morte. Os mortos não falam. Está ali, imenso, o silêncio que fala, a dizer o essencial. Mas quantos estão preparados para, num tempo de rebuliço, ouvir o silêncio?

SACIA-TE NA FONTE DE ÁGUA VIVA

Reflexão de Georgino Rocha



A samaritana acorre ao poço de Jacob para buscar água fresca. Leva consigo o cântaro vazio, símbolo do seu coração ansioso que procura saciar as sedes que manifestamente o inquietam e perturbam. Habita-a o sonho de felicidade, sempre adiada, apesar das tentativas fugazes de prazeres efémeros. Acolhe o pedido ousado do judeu desconhecido e questiona-o sobre o seu atrevimento. Abre-se ao diálogo num “taco-a-taco” impressionante pelo realismo personalizado e pela caminhada espiritual de abertura e comunicação.
Jesus, paciente e confiante, situa-se ao nível da samaritana. Aproveita a oportunidade de estar cansado e de ser pleno dia para manifestar a necessidade de saciar a sua sede. “Dá-me de beber” – diz-lhe. “Como?” – pergunta ela. “Se conhecesses quem te pede” – acrescenta Jesus, abrindo horizontes novos às sedes humanas que só podem ser satisfeitas por águas vivas oferecidas por quem as possui e está pronto a reparti-las.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Inverno, Primavera, Adversidade e Prosperidade

"Se não tivéssemos inverno, a primavera não seria tão agradável: se não experimentássemos algumas vezes o sabor da adversidade, a prosperidade não seria tão bem-vinda." 

Anne Bradstreet 
(1612 – 1672)

Irmã Cristina canta e encanta

POESIA




Conversa amena...
Meu caro Doutor!

Poesia
Não é só rimar...
É ver as coisas
Com outro olhar...
Uma andorinha
A fazer o ninho
Num beiral,
É Poesia!

Quando observa
A árvore em frente...
A vestir-se de Outono
E não fica indiferente,
Isto é Poesia!

Quando desce
A Circunvalação
E os plátanos
Atapetam o chão...
E o sussurro das folhas
Emerge da confusão
Do tráfego e da poluição!..
Não lhe cheira a Poesia?

Quando vê uma flor
A desabrochar
Na primavera...
E uma borboleta policroma
A ‘dejar sobre ela.
E contempla
Esta aguarela!.
Não lhe toca a Poesia?
........................................
Quando na sua profissão,
No meio da dor
E tanto sofrimento,
Leva a dádiva dum sorriso
E o afago da sua mão,
Já sentiu a Poesia!

Mª Donzília Almeida
Novembro 2002


Morreu Fernando Ribeiro e Castro

Fundador da Associação Portuguesa 
de Famílias Numerosas




O fundador da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas [APFN], Fernando Ribeiro e Castro morreu quinta-feira. Pode-se ser sócio da associação a partir dos três filhos, quem tiver mais de dez descendentes não tem que pagar quotas. O seu presidente tinha 13 filhos e 26 netos. O velório será esta sexta-feira na igreja de São Domingos de Rana, com uma missa às 21h , o funeral será na mesma localidade sábado, de manhã.

A secretária-geral da associação, Ana Cid, explica que Fernando Ribeiro e Castro, de 61 anos, foi um dos fundadores de uma associação criada em 1999, numa altura em que já se sentia que “o país ia atravessar uma situação dramática em termos de natalidade”. Ao mesmo tempo, era já notório o que estudos posteriores vieram demonstrar, diz, que as pessoas têm menos filhos do que o que desejariam, porque “há um ambiente cultural e político avesso às famílias com filhos, que as penaliza”.

Engenheiro naval de formação, Fernando Ribeiro e Castro, que morreu de cancro, bateu-se por “tentar alterar esta visão”. O sucesso “mais emblemático” da associação, continua Ana Cid, foi a criação da “tarifa familiar da água”, em 2002. Até essa altura, a cobrança do consumo de água apenas tinha em linha de conta escalões de consumo, independentemente dos membros do agregado familiar e do consumo per capita, lembra a responsável. A associação tem cerca de seis mil famílias como sócias, cerca de duas dezenas têm mais de dez filhos.

Catarina Gomes

Li no PÚBLICO

NOTA: Tive o grato prazer de com ele falar quando há anos veio a Aveiro para promover a APFN, que ele havia fundado. Defendia, na altura e penso que sempre o fez até à morte, benefícios para famílias numerosas [com mais de três filhos], nomeadamente, tarifas especiais de água, energia elétrica, transportes, espetáculos e propinas, apontando certos apoios então alcançados de algumas câmaras municipais. Levava, com firmeza mas também com graça, os presentes a reconhecerem as dificuldades que as famílias numerosas tinham de enfrentar, na hora dos banhos, da compra de material escolar, das idas (raras) ao cinema, ao teatro, ao futebol, etc. Ficou-me na memória como pessoa determinada, corajosa, com sentido apurado das realidades da vida e do ser cristão no dia a dia. Paz à sua alma.


quinta-feira, 20 de março de 2014

Não à desigualdade social que gera violência

Papa Francisco



«Hoje, em muitas partes, reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarreigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade. Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reacção violenta de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e económico é injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar, silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais sólido que pareça. Se cada acção tem consequências, um mal embrenhado nas estruturas duma sociedade sempre contém um potencial de dissolução e de morte. É o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não podemos esperar um futuro melhor. Estamos longe do chamado «fim da história», já que as condições dum desenvolvimento sustentável e pacífico ainda não estão adequadamente implantadas e realizadas.»

Papa Francisco 
em A Alegria do Evangelho
n.º 59

PRIMAVERA

Flores do nosso jardim. (Registo de Lita)
"Uma andorinha não faz a primavera"

Nota: Pois não, mas quando as andorinhas chegam renasce a esperança e o desejo de que o bom  tempo, luminoso e florido, está mesmo de volta ao nosso quotidiano.

Equinócio da primavera - 20 de março




A primavera florida
Aguarela multicor
É uma tela colorida
Pintada pelo Criador.

A natureza hibernou
Escondeu-se, retraiu.
Agora a seiva brotou
Em nova vida explodiu!

Apoteose no jardim
Com miríades de flores
Pozinhos de perlimpimpim
Despertam novos odores.

A vida ganha sentido
Ostenta uma nova cor
Presente no colorido
Das pétalas de uma flor!

Mª Donzília Almeida
20.03.2014


Nota: A chegada oficial da primavera tem hora certa: 16.57 horas!


PRIMAVERA

O GOOGLE sugere leituras e imagens 
sobre a PRIMAVERA, 
porventura a mais bonita estação do ano 



Primavera a 21 de Março? 
Não, esta quinta-feira, 20, às 16h57

Até 2050, o início da estação das flores e das alergias 
será quase sempre no dia 20 e duas vezes no dia 19


Na cultura popular, a Primavera começa no dia 21 de Março. Mas não: o tempo do verde, das flores e das alergias chega nesta quinta-feira, dia 20, às 16h57 em Portugal.
É esta a data e a hora exacta em que este ano se assinala o equinócio da Primavera no país. Neste preciso momento, o Sol estará a cruzar o chamado equador celeste, isto é, a projecção do plano equatorial da Terra no espaço. O equinócio da Primavera está associado a outra característica mais fácil de se compreender: marca a data em que o dia e a noite têm a mesma duração, ou seja, 12 horas.


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quarta-feira, 19 de março de 2014

DIA DO PAI - 19 de março



Neste dia, em que pelo, segundo ano, evoco a figura saudosa do meu pai, sem lhe poder dar uma prenda viva, aqui fica o primeiro poema que lhe dediquei. Tinha eu 33 anos e ele 63, quase a idade que tenho hoje. A sua imagem, sempre presente na minha vida, é a garantia do seu prolongamento, numa outra dimensão. Que esteja naquele ”bom lugar”, a que se referia, neste mundo e que muito desejava alcançar. Que Deus, sumamente bom e misericordioso, lhe tenha concedido esta última vontade!

Já houve grandes poetas
Outros a eles iguais
Sei que existiram profetas
É deles que há sinais.

dedico-lhe este poema
este é pois, o meu lema.

Alguns ficaram famosos
Liberdade proclamaram,
Melhores dias desejaram.
Em tudo o que deles ficou
Ideais de humanidade
De tudo o que mais marcou
Ah! Foi a solidariedade!
            
Maria Donzília Jesus Almeida

                    19 de Março de 1983

terça-feira, 18 de março de 2014

Estar próximo das pessoas é cada vez mais importante

Carlos Rocha,
presidente da Junta de Freguesia,
em entrevista que me concedeu

«Estar próximo das pessoas é cada vez mais importante.» Foi com estas palavras, cheias de sentido, que o presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré (JFGN), Carlos Rocha, nos recebeu na sede da autarquia, reformulada interiormente e preparada para acolher de forma personalizada e com espírito de proximidade quem chega para ser atendido. O gabinete do presidente fica no rés-do-chão, para facilitar a vida aos mais idosos, que nem sempre conseguem subir as escadas. O salão nobre, no piso superior, mostra a mesa da presidência no lado oposto à porta da entrada, ficando o público e os deputados da Assembleia de Freguesia em semicírculo, com um corredor central.
Carlos Rocha, sublinha, na abertura da entrevista que nos concedeu, que o cariz social não pode ignorar o sentido solidário, porque a Junta de Freguesia «vai ter em conta, fundamentalmente, os pequenos problemas das pessoas, dentro do que é possível, no âmbito das competências da autarquia», mas não deixará de as encaminhar, sendo caso disso, para as entidades competentes, «em sintonia com a Câmara Municipal de Ílhavo (CMI) e com os seus serviços, que operam em rede com as instituições da área do município».
À pergunta que lhe lançámos, sobre a natureza dos problemas que afetam as pessoas, sobretudo as mais frágeis, Carlos Rocha adianta que na sua maioria estão ligados à crise social e económica que atravessamos, concretamente, os provocados pelo desemprego, realidade que a Junta conhece pelo número de pessoas sem trabalho que passam pela sede da autarquia. E sobre esta situação, o presidente esclareceu que foi estabelecido «um protocolo com o Centro de Emprego, que permite fazer quinzenalmente a avaliação do que foi feito e do que é preciso fazer, o que nos permite perceber que o número de desempregados tem crescido».
A JFGN organizou-se, desde a tomada de posse, 16 de outubro de 2013, para visitar as instituições e empresas da área da freguesia, «por desejar inteirar-se das dificuldades vividas pelas mesmas», disponibilizando-se para lhes ceder, na área do emprego, «os registos de pessoas desempregadas, evitando, se o desejarem, a consulta ao Centro de Emprego».
Dessas visitas, Carlos Rocha reconhece «que muita coisa o surpreendeu, quando ficou claro a dificuldade com que algumas se debatem; e disso foi dado conta à CMI».
Na hora de abordar temas de que se fala há muito, o presidente da JFGN garante que a autarquia está a tentar, com a Câmara, «antecipar a elaboração do projeto da Casa da Música, para que em 2015 a execução da obra possa entrar no terreno». E esclareceu que tudo se perspetiva no sentido de que aquela estrutura sonhada há tanto tempo «ocupe a sede da antiga Cooperativa Humanitária», para compensar os apelos da Filarmónica Gafanhense, Grupo Etnográfico e Escola de Música Gafanhense.
Defendendo uma natural autonomia, dentro da lei, para responder com celeridade a questões do dia a dia, questões que as pessoas ao sair de casa logo identificam, o autarca da Gafanha da Nazaré entende que a CMI pode e deve delegar a execução de trabalhos em quem está mais próximo das populações. «Propusemos à Câmara a gestão do alcatrão e já houve acordo; cada junta passa a intervir dentro do seu espaço, de forma mais célere e mais atenta do que a Câmara; estou a falar de tapar buracos, porque não temos hipótese de trabalhar a tapete quente», disse. E acrescentou: «Temos milhentos buracos para tapar, pelo que foi preciso comprar uma máquina de corte de alcatrão e uma placa para o bater, para podermos intervir bem.»
Garantiu-nos, por outro lado, que as negociações apontam para outras competências, por delegação, especialmente o tratamento das vias públicas, espaços verdes, passeios, licenciamentos e demolições, entre outras.
A propósito do saneamento, frisou que esta obra está a dar-lhe «um gozo incrível, mesmo não sendo da responsabilidade da Junta». Há inúmeras dificuldades para ultrapassar, provocadas pela natureza dos terrenos que são planos. Nestas circunstâncias, são indispensáveis as estações elevatórias. Porém, «não se pode fazer uma estação elevatória, que é caríssima, por causa de três ou quatro casas», sublinhou. E a finalizar, afirmou que em 2015 o saneamento ficará concluído na Gafanha da Nazaré.


Porto de Aveiro e o problema das areias

É público e notório que há sinais de poluição a partir do Porto de Aveiro. Areias acumuladas e manuseamento de produtos diversos incomodam seriamente os habitantes da Gafanha da Nazaré, provocando incómodos e gerando protestos legítimos. Carlos Rocha não foge à questão e diz que esta realidade «não é de agora; é de há longos anos», adiantando que «a Junta não está ao lado da APA (Administração do Porto de Aveiro) se a APA tiver comportamentos que sejam incorretos». E afiançou que a Junta quer a APA como parceira na procura de soluções boas para os movimentos que tem na área portuária».
O presidente da JFGN atalhou que «há quem pense que a APA só faz coisas más, esquecendo-se que o Porto de Aveiro é gerador de riqueza». Realçando que «não é possível tirar dali o porto», afirmou que «temos, todos unidos (Junta, população, APA), de arranjar soluções que possam colocar bem o que está mal, ou minimizar os impactos que possam ter as movimentações de carros no Porto de Aveiro com areias ou outros produtos».
Ainda esclareceu que o IDAD — Instituto do Ambiente e Desenvolvimento, de que é responsável o conhecido professor catedrático da Universidade de Aveiro Carlos Borrego, faz o controlo ambiental relacionado com o Porto de Aveiro, recebendo a Junta relatórios pormenorizados. Mas aquele instituto sugere que se façam mais análises, mais testes, para «se chegar a conclusões mais concretas», frisou. «Porém — salienta o presidente da JFGN —, as empresas que utilizam materiais que provocam alguma poluição também estão convidadas a colaborar para minimizarem os riscos e para ficarmos todos descansados».
Sobre a utilização das areias depositadas na área portuária para repor o areal da Praia da Barra, Carlos Rocha afirma que a Direção Geral do Ambiente terá todas as condições para «garantir a condução do processo ligado à erosão costeira», bem como para analisar a qualidade da areia que permitirá bons banhos de sol na nossa praia, já no próximo verão.


Fernando Martins

segunda-feira, 17 de março de 2014

Mais um livro de João Gaspar

"Diocese de Aveiro 
– Subsídios para a sua história"

João Gaspar

Na próxima quarta-feira, 19 de março, pelas 21 horas, no auditório da Reitoria da Universidade de Aveiro, vai realizar-se a sessão pública de agradecimento a D. António Francisco, de partida para a Diocese do Porto, para a qual foi nomeado pelo Papa Francisco. Na mesma sessão, vai ter lugar o lançamento de mais um trabalho de Mons. João Gaspar, desta feita a 2.ª edição do livro a Diocese de Aveiro – Subsídios para a sua história, cuja primeira edição remonta ao ano de 1964, integrando a celebração dos vinte e cinco anos da restauração da Diocese. A nova edição, revista e atualizada, coroa, de algum modo, as comemorações jubilares dos setenta e cinco anos da nossa restaurada Diocese de Aveiro.
Esta obra de Mons. João Gaspar, da Academia Portuguesa de História, é, sem sombra de dúvidas, um precioso trabalho de referência, quer para os diocesanos quer para os estudiosos da nossa história contemporânea, mas também para quantos, pelas suas investigações de mestrado ou doutoramento, necessitam de elementos relacionados, direta ou indiretamente, com a vida das organizações católicas radicadas na área diocesana.


domingo, 16 de março de 2014

Conversão da Igreja ao serviço da transfiguração do mundo

Crónica dominical 
de Frei Bento Domingues 

Estamos no Domingo das Transfigurações. 
Celebramos o 1º aniversário da eleição do Papa Francisco, 
que já começou a transfigurar o Vaticano.




1. Há quem diga que a melhor atitude perante as tentações é não lhes resistir. Como piada, não está mal.
Tanto no sentido moral como religioso, tentar é induzir ao mal ou pôr alguém à prova. É neste último sentido que se fala das tentações diabólicas que assaltaram Jesus, durante o seu retiro no Deserto. Foi solicitado a assumir, de forma milagrosa e espectacular, o poder económico, político e religioso de um país ocupado pelo império romano, provando assim, a sua divindade messiânica. Essas propostas já foram evocadas na Eucaristia do passado domingo. As suas versões são diferentes em cada um dos Evangelhos sinópticos, mas coincidentes no essencial (Mc 1, 12-13; Lc 4,1-13;Mt 4,1-11). Para alguns autores do Novo Testamento (NT), as tentativas para fazer de Jesus o líder de uma insurreição nacionalista nunca o abandonaram, tendo encontrado cúmplices activos entre os apóstolos mais chegados. Jesus chegou a considerar Pedro como um diabo.

sábado, 15 de março de 2014

O MAIOR AFRODISÍACO

Crónica de Anselmo Borges 




1 Soube que era chamado por Deus a uma missão essencial para o mundo. Para decidir, foi, como fazem todos os que na história são grandes, meditar. E então Jesus foi tentado. Três tentações, todas à volta do mesmo: o poder. O que ele tinha de decidir era entre um Messias do poder enquanto dominação e um Messias do serviço e da criação.
O diabo colocou-o sobre o pináculo do templo em Jerusalém e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, deita-te abaixo, pois os anjos tomar-te-ão nas mãos." Esta é a tentação do domínio pelo espectáculo do poder.
Pela sua própria dinâmica, o poder quer ser total. Por isso, o demónio levou-o a um monte muito alto, mostrando-lhe todos os reinos do mundo e a sua magnificência e disse-lhe: "Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares." O que a gente faz, quantas prostrações, para poder dominar! Dominar todos os reinos do mundo.
Se há fascínio, é o do poder. A volúpia do poder! Porque subjugar a vontade de outros ao domínio próprio surge como redenção e bênção. Disse quem sabe, Henry Kissinger: o poder é "o maior afrodisíaco." E, no limite, o poder total. Porque, no fundo, há a ilusão de que, com o poder total, se teria o poder de todos os poderes: matar o poder da morte. Ser imortal.
Daí, por princípio, Deus ser concebido e apresentado como todo--poderoso, omnipotente. Como se a omnipotência fosse a característica mais própria de Deus. A tentação primeira, logo no início, foi a da serpente: "Sereis como Deus." A omnipotência seria agora nossa.

LEVANTAI-VOS E VAMOS EM FRENTE

Uma reflexão de Georgino Rocha 
para esta semana



Jesus proporciona aos seus amigos mais íntimos uma experiência surpreendente e gratificante. “Que bom estarmos aqui” – diz Pedro em nome do grupo. A experiência inicia-se quando Jesus os toma consigo e, na sua companhia, sobe à montanha. Que terão pensado no percurso, eles que não se haviam refeito do susto do anúncio da paixão e permaneciam abatidos perante o desabar das suas encantadas ilusões! Confiam mais uma vez no Mestre, acolhem o convite/apelo e lançam-se na aventura. Acontece algo de extraordinário que lhes provoca tal satisfação que Pedro se propõe “armar” tendas para assim continuarem indefinidamente. Da desilusão ao encantamento!

Era o coração humano a falar, a expressar o desejo intenso de felicidade, a antecipar o sonho de estar sempre com o Senhor. Era a voz da consciência a libertar as aspirações mais profundas que, tantas vezes, permanecem caladas ou são mesmo silenciadas. Santo Agostinho salienta esta marca indelével do ser humano que vive inquieto e peregrino enquanto não encontra Deus e se senta no seu colo de Pai.


sexta-feira, 14 de março de 2014

Sessão de agradecimento a D. António Francisco

Na Universidade de Aveiro, 
19 de março, 21 horas


POSTAL ILUSTRADO - JARDIM OUDINOT

SALA DE VISITAS
DO NOSSO CONCELHO

Portas d'Água (foto anterior às obras)


Quem visita a Gafanha da Nazaré não pode deixar de passar pelo Jardim Oudinot, um ex-libris da nossa terra e região e o mais completo, aprazível, arejado e luminoso espaço de lazer da Ria de Aveiro, que usufrui, por direito próprio, o proveito de ser uma expressiva sala de visitas do município ilhavense. É também, presentemente, o mais amplo acesso livre que o povo da Gafanha da Nazaré e visitantes têm para saborear a laguna, em caminhadas de manutenção, em parques de treino físico e desportivo, na pequena praia com vista para os restos das famosas portas-d’água, degustando, se assim o desejarem, um café ou um refresco à medida do tempo.
No dia 10 de Agosto de 2008, o Jardim Oudinot, renovado e ampliado, foi restituído ao povo da região, substituindo, com novo figurino, o velho jardim das merendas de domingo ou dias assinalados das gentes das Gafanhas e redondezas. Enriquecido pelo navio-museu Santo André, velha glória da pesca do bacalhau por arrasto, de que foi campeão nacional do seu tempo e com lugar de destaque nos registos internacionais, o Jardim Oudinot merece, indubitavelmente, uma visita de quem por aqui vive ou de turistas à procura de belezas naturais e de ares puros, mas ainda de sinais da nossa história marítima.

Fernando Martins

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AVEIRO: Exposição de pintura e fotografia

"Máscaras, Rituais e Ficção Oculta"
Museu da Cidade de Aveiro
15 de março a 7 de maio


"Máscaras, Rituais e Ficção Oculta” é o nome da exposição de pintura e fotografia de Balbina Mendes e Mariana Delgado que estará patente no Museu da Cidade de Aveiro, de 15 de março a 7 de maio.
Promovida pelo Município de Aveiro, a mostra será inaugurada no próximo sábado, dia 15.00 horas, com a presença das autoras. Haverá um momento musical com guitarra clássica de Dinis Meirinhos.
Balbina Mendes é natural do norte do país e através da pintura quer apresentar a milenar forma de arte popular que são as máscaras executadas pelos antepassados ou pelos próprios rapazes. Estes artefactos são utilizados nas Festas dos Rapazes e no Carnaval vivido no Douro e Trás-os-montes.
Natural de Aveiro, Mariana Delgado expõe diversas fotografias que representam momentos da sociedade e espaços comuns, numa perspectiva quotidiana que nem sempre é vista por todos.
A exposição poderá ser visitada de terça a sexta-feira, das 9.00 às 12.30 horas e das 14.00 às 18.00 horas e aos sábados e domingos das 14.00 às 18.00 horas, no Museu da Cidade de Aveiro.

Fonte: Site da CMA


quinta-feira, 13 de março de 2014

D. José Policarpo marcou a sociedade portuguesa

Um pouco mais sós




«Sendo um homem de fé, sou por natureza e feitio anticlerical. Mas habituei-me a ouvir e a respeitar D. José Policarpo. Um homem que soube projectar uma outra dimensão da Igreja portuguesa, pontuando o seu discurso pela lucidez. Sinal da sua atenção aos problemas do seu tempo e que, ao contrário do que alguns teimam em rejeitar, são também os do seu templo. Marcou a sociedade portuguesa com a oportunidade da sua intervenção cívica, com a autoridade do conhecimento e da razão, e tentou renová-la à medida das suas possibilidades. Muitas vezes discordei do clérigo, poucas do homem, porque respeitar é também compreender o outro na discordância. Talvez que o facto de ser um fumador contribuísse para marcar a diferença num mundo que aceita sem resistência o cada vez maior número de espartilhos à liberdade individual em nome de uma sociedade asséptica e amorfa.»

Sérgio de Almeida Correia


Li no blogue Delito de Opinião 

A PRIMAVERA




Está hoje um lindo dia de sol que, a repetir-se com alguma frequência, nos garante estarmos com a primavera tão colorida e amena. Anseio por ela como quem anseia pelo céu, que deve ser assim...Ou melhor, está bem de ver.
Com este ambiente, depois de um inverno rigoroso e castrador, capaz até de nos incomodar o corpo e a alma, dá gozo saber que tudo será diferente nos próximos meses: andaremos mais felizes, podemos sair para passear com mais frequência, olharemos com outro espírito o que nos cerca e os sonhos voltarão à tona. Estava cansado do frio, da chuva, do vento, das imagens horríveis de tempestades... do sofrimento. Eu sei que tudo isto, por aqui e por ali, vai continuar, mas ao menos que o sol benfazejo nos dê ânimo para suportar as inclemências do tempo e da vida. 

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Histórias do Gil Eanes

Licínio Amador na exposição dos 500 anos
do Foral Manuelino de Ílhavo

Por gentileza do meu amigo Licínio Amador, um ilhavense que respira  tudo quanto respeita à sua terra e suas gentes, publico hoje um texto com histórias do Gil Eanes e de outros  navios de apoio à frota bacalhoeira, atividade «tão perigosa, tão trabalhosa, mas que guindou os marinheiros para a heroicidade daqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando, libertando-se do esquecimento como diz Camões», sublinha com oportunidade. E refere ainda o meu amigo  que este texto é a sua homenagem aos marinheiros.
É óbvio que o Gil Eanes e as suas histórias perduram na memória das gerações mais idosas, afinal aquelas que testemunharam vivências da saga do bacalhau. Mas também é importante que os mais novos fiquem com uma ideia dos sacrifícios por que passaram os seus e nossos pais e avós.

Ler Histórias do Gil Eanes aqui 


50 anos dos Cursilhos de Cristandade em Aveiro

 "Livro Comemorativo dos 50 Anos 
do Movimento dos Cursilhos de Cristandade 
na Diocese de Aveiro"




No Prefácio deste livro, D. António Francisco dos Santos evoca a efeméride dos 50 anos do primeiro Cursilho de Cristandade de Homens de Aveiro, que se realizou em Dezembro de 1963, coincidindo com as celebrações dos 25 anos da restauração da Diocese de Aveiro.
Meio século depois, precisamente na altura em que a Igreja Aveirense vive a Missão Jubilar dos 75 anos da restauração da diocese, o Movimento dos Cursilhos de Cristandade também está em festa jubilosa, com celebrações e publicação de um livro evocativo, repleto de memórias, testemunhos, encontros, mensagens, reflexões e fotografias de homens e mulheres que experimentaram ultreias, cursilhos e momentos marcantes de oração e ação que definiram caminhos do Reino.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Morreu D. José Policarpo




«Pensador e académico com vasta obra publicada, D. José Policarpo morreu hoje aos 78 anos. Foi Cardeal Patriarca de Lisboa durante 15 anos. Faleceu às 19h50 no Hospital de Santos, em Lisboa, vítima de um aneurisma na aorta.
O Patriarca D. Manuel Clemente diz que “mantém-se viva a feliz memória do seu trabalho e do muito que a Igreja de Lisboa e a Igreja em Portugal deve à sua generosidade e à sua lucidez, à sua grande bondade com que exerceu o seu Ministério.
As exéquias serão na próxima sexta-feira pelas 16 horas na Sé de Lisboa, seguindo depois para São Vicente de Fora, o panteão dos Patriarcas.
D. José Policarpo cresceu no seio de uma família numerosa, com oito irmãos, e descobriu a vocação no dia em que foi crismado.»

Li aqui


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terça-feira, 11 de março de 2014

Título Nobre Cidadão para Joana Pontes



Dedicou a distinção à comunidade 
que se envolveu  na recolha de tampinhas

«Joana Pontes, a jovem da Gafanha da Nazaré reconhecida pela campanha de recolha de tampas de plástico que são “convertidas” em material ortopédico, é uma das 8 figuras nacionais distinguidas com o Título Nobre Cidadão. Trata-se de uma iniciativa da Nobre Casa da Cidadania que atribuiu louvores a 24 cidadãos que estavam na corrida ao título de “nobre Cidadãos”.
A seleção foi feita pelo Conselho Institucional (composto pela Autoridade Nacional para a Proteção Civil, Corpo Nacional de Escutas, Direção Geral de Educação, Estado-Maior-Geral das Forças Armadas, Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, Fundação para a Ciência e Tecnologia, Grace - Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial, Instituto Nacional de Emergência Médica, Liga dos Bombeiros Portugueses, Plataforma Portuguesa das ONGs para o Desenvolvimento e Policia de Segurança Publica) e uma Comissão de Honra que contou com nomes como António Barros Cardoso, Daniel Serrão, General Loureiro dos Santos, Júlio Isidro, Manuel Sérgio, Padre Vítor Melícias, Pedro Bacelar de Vasconcelos e Rosário Farmhouse.
A jovem, que trabalha na áreas social ao serviço do Centro Social e Paroquial da Gafanha da Nazaré, confessou surpresa e dedicou a distinção à comunidade que se envolveu e envolve na recolha de tampinhas.»

Li aqui 

Francisco: Um Papa próximo


O jornalista Henrique Monteiro 
e o cronista social Pedro Mexia 
falam sobre o Papa Francisco


O jornalista Henrique Monteiro e o cronista social Pedro Mexia consideram que a atenção da imprensa mundial à volta do Papa se explica pelos seus “gestos simples”.
“O facto da imprensa achar que o Papa Francisco é cool não mostra nada, apenas revela que através dos seus gestos simples agradou a muita gente fora da Igreja”, disse Henrique Monteiro durante a conferência ‘Francisco: Um Papa do fim do Mundo’, promovida pela Agência Ecclesia, Rádio Renascença e Universidade Católica Portuguesa (UCP) para assinalar o primeiro aniversário do pontificado.
“Este último ano serviu para reorientar o foco da Igreja na questão da justiça social o que é muito importante nomeadamente neste momento que se vive, em tempos de crise, e isso toca as pessoas que vivem o desemprego, esta mensagem toca muito as pessoas”, acrescentou o cronista Pedro Mexia que lembrou que o facto de que o “mensageiro conta tanto como a mensagem e este ano mediático tem servido para muita gente conhecer e redescobrir algo que a Igreja sempre defendeu mas que não tinha tanta atenção.”
Para o jornalista e comentador Henrique Monteiro o segredo do Papa Francisco é “a sua linguagem afetiva e próxima, é um homem que fala a cada um e chega a toda a gente, é muito intimista, muito pessoal que fala por parábolas”.
“O papa é aquele tio que toda a gente gostava de ter, que fosse lá a casa dar uns bons conselhos, que manda umas piadas e conta histórias” e isso cria “expectativas não só na imprensa mas também em pessoas simples e até nos não cristãos”.

Ler mais na ECCLESIA 

domingo, 9 de março de 2014

O SER HUMANO TEM CURA (2)

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO de hoje

Frei Bento Domingues


1. Dizem-me que a verdadeira cura do ser humano seria a sua substituição pelo pós-humano, realidade sem memória nem futuro, sem infância nem velhice, liberto da doença e da morte, despido de qualquer interrogação metafísica ou preocupação ética. Ao que parece, existem ciências e técnicas disponíveis para uma “saída limpa” da nossa humanidade cansada e, mesmo assim, irritantemente belicosa.

Como já sou velho, tenho dificuldade em me adaptar à ideia e não alinho em soluções de desespero. Prefiro recorrer a um aforismo de Heráclito: sem esperança, não encontrarás o inesperado. S. Paulo também não prometeu muito mais. Na célebre Epístola aos Romanos (cap.8), depois de muita ginástica mística e antropológica, observa com modéstia: vivemos suspirando e gemendo pela redenção do nosso corpo, num mundo em dores de parto, pois só estamos “salvos em esperança e ver o que se espera não é esperar. Acaso alguém espera o que vê? Se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos”.

sábado, 8 de março de 2014

Uma viagem no tempo com o Foral de Ílhavo

Foral de Ílhavo

O Foral de Ílhavo, outorgado por D. Manuel I, o rei venturoso, em 8 de março de 1514, à vila de Ílhavo, fez hoje 500 anos. Mas o documento, cujo original pudemos apreciar na exposição que integra as comemorações, só chegou a Ílhavo dois anos depois, decerto por dificuldades próprias da época, inerentes às deslocações, mas também ao afastamento entre o poder central e o poder local. Ontem como hoje, afinal.
Na cerimónia de abertura das comemorações, no Centro Cultural de Ílhavo, o presidente da autarquia ilhavense, Fernando Caçoilo, afirmou que os forais manuelinos representam um marco histórico para as povoações, pois estão na base da reorganização administrativa de Portugal. Serviram de estímulo ao desenvolvimento económico, enquanto ofereceram uma certa autonomia às vilas. 

Lançamento do selo comemorativo

Sendo certo que a importância da vila de Ílhavo já havia sido reconhecida por D. Dinis, é oportuno frisar que a reorganização administrativa de Portugal, levada a cabo por D. Manuel I, na época áurea dos descobrimentos, veio mostrar o progresso em crescendo da nossa terra, disse o autarca. 
Fernando Caçoilo lembrou que «somos hoje um município desenvolvido», fruto do trabalho de toda a comunidade, nomeadamente, «das empresas, instituições e pessoas». Contudo, adiantou que importa valorizar os talentos, apostar na formação e na cultura a todos os níveis, tendo em conta as nossas tradições. E referiu a mais-valia que significa para Ílhavo o contributo dos nossos símbolos, bem representados «no Museu Marítimo e no Navio-museu Santo André», sinais concretos da nossa identidade, que tem o «Mar por Tradição».
O autarca concluiu afirmando que Ílhavo depende da vontade de todos os munícipes aqui radicados, mas também realçou o precioso contributo  dos ílhavos na diáspora. 

A alcoviteira
A lição de história, que nos trouxe certezas do nosso passado e dúvidas que exigem estudo, veio do docente universitário e especialista em História Medieval, Saul Gomes, que elaborou a introdução histórica, transcrição paleográfica e revisão científica da edição do Foral Manuelino, editado pela Câmara de Ílhavo em 2009. E a lição conduziu os presentes numa viagem através do último milénio, frisando que a «história está espelhada no espaço em que vivemos».
Paira no horizonte a necessidade de descobrirmos se os fenícios e romanos, ou outros povos, por aqui andaram nos princípios de Ílhavo, de onde nasceu este vocábulo que deu nome à terra e suas gentes; porém, deixou-nos como certeza que a organização urbanística tem razões históricas, tal como a toponímia, patente em lugares e templos. Do brasão, sublinhou que as três vieiras significam terra de passagem e hospitalidade, nas rotas dos que peregrinavam a São Tiago, e que as ermidas são sinal de terra despovoada.

Na feira
Os forais, documentos passados pelo Rei ou Senhor a uma terra e que estiveram na base da criação dos municípios, permitem-nos conhecer a demografia dos povoados, as atividades económicas exercidas, em especial o comércio praticado, a agricultura e pescas, a alimentação e os impostos a pagar. 
Saul Gomes mostrou quanto a igreja de São Salvador traduz o crescimento da vila de Ílhavo nos séculos XVII e XVIII, enquanto adiantou que Ílhavo, no espaço marítimo, nos mostra o Portugal ligado ao mar. 
A jornada comemorativa dos 500 anos do Foral de Ílhavo saiu enriquecida com a exposição aberta no Centro Cultural (patente ao público até 9 de junho) e com a encenação da Outorga do Foral pelo rei. No átrio, o século XVI passou por Ílhavo, com a alcoviteira, o arauto, os músicos, as feiras,  os trovadores, as bruxas, a inquisição e a pobreza. E ficou no ar a ideia de que a semelhança com a atualidade é pura realidade. 

Fernando Martins