quinta-feira, 20 de julho de 2006
CARTA ÀS INSTITUIÇÕES DO PRESIDENTE DA CNIS
quarta-feira, 19 de julho de 2006
Um artista ilhavense
Textos ensanguentados
Textos
ensanguentados
como feridas
Gralhas
ensanguentadas
Textos
gelados
como árvores
no Inverno
Textos
como árvores
cortadas
aos bocados
Textos
como lenha
Textos
como linho
Textos
brancos
como a noite
Textos
brancos
como a neve
Textos
sagrados
Textos
bifurcados
como ramos
Textos
unos
como troncos
In “Sur la croix”
Um artigo de Daniel Serrão
Férias do Papa
Um artigo de António Rego
terça-feira, 18 de julho de 2006
Um artigo de João Carlos Espada, no EXPRESSO
Representações do sagrado e conflito de Liberdades - 1
Representações do sagrado
e liberdade de expressão
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A recente polémica em torno das caricaturas de Maomé voltou a colocar ao Ocidente uma dúvida sempre delicada: numa sociedade laica, como conciliar a total liberdade de expressão com o total respeito pelo sagrado? Ou de uma forma mais crua: em democracia, a religião pode impor limites à liberdade? A resposta da maioria dos dirigentes políticos e religiosos ocidentais, independentemente de crenças ou descrenças, foi apelar ao bom senso. Mas esta resposta a nada responde, porque o bom senso não se legisla nem se decreta. E a experiência demonstra que é suficientemente elástico para que alguns, em seu nome, concedam ao Islão uma reverência que nunca teriam pelo Cristianismo. Significa isto que o único direito verdadeiramente democrático seja (assim chegou a dizer-se entre nós) o “direito à blasfémia”? De modo nenhum. Em certo sentido, a blasfémia é também um atentado à liberdade dos crentes, como o é um insulto racista para as pessoas de cor ou uma piada anti-semita para os judeus. Nos três casos, ataca-se a legítima “exigência de reconhecimento” de uma comunidade, para usar o conceito do filósofo canadiano Charles Taylor que fundamenta a sua defesa do multiculturalismo. Será possível, então, arbitrar um tão radical conflito de direitos? Não. Como muitos outros conflitos de direitos, também este é irresolúvel. Onde há qualquer forma de representação do sagrado, e ao longo da história nenhuma cultura ignorou o fenómeno religioso, existe a possibilidade dialéctica de blasfemar. Uma cultura que jamais desrespeitasse os símbolos do sagrado, hipótese meramente académica, seria talvez uma cultura sem símbolos do sagrado. A blasfémia é a outra face do sagrado. E a outra face, diz o Evangelho, torna-se por vezes objecto de violência. Na verdade, quase podemos distinguir as sociedades pela forma - muito variável e sempre objecto de compromisso - como regulam essa violência. Mesmo na Europa medieval, onde o Cristianismo tinha um peso maioritário, a inquisição convivia com a mais desbragada sátira anticlerical. Será a apropriação dos tribunais de consciência pelos Estados (primeiro os católicos e depois os protestantes) a mudar as coisas. Colocando ao serviço da unidade religiosa os cada vez maiores recursos das burocracias nacionais, a modernidade vai tentar resolver definitivamente a tensão entre liberdade individual e fé colectiva. Em vão. Porque, ao mesmo tempo, o Ocidente seculariza-se profundamente, conhecendo aquilo a que Max Weber chamou “o desencantamento do mundo”. O que não ajuda a resolver o dilema, muito pelo contrário. A perda do sentido religioso na nossa civilização, em contraste com o mundo islâmico, leva a que o caso das caricaturas seja visto sob uma óptica muito diferente dos dois lados do Mediterrâneo. Para o Islão, que não permite a representação de Alá e Maomé excepto pela palavra, as caricaturas são uma ofensa gravíssima. Para o Ocidente, que há dois mil anos representa Deus sob os traços de um crucificado ou de uma criança, as caricaturas são um mal menor. Não quer dizer que nós tenhamos razão e eles não. Mas, se hoje os crentes são obrigados a tolerar um certo desrespeito pelos seus símbolos mais sagrados, isso deve-se a uma consciência em certos aspectos mais viva da liberdade por parte dos não crentes. Uma liberdade que os cristãos apenas têm de pedir também para si. Pedro Picoito Historiador, ISEC
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In "Observatório da cultura"
Barco Moliceiro candidato a Património da Humanidade
segunda-feira, 17 de julho de 2006
FAROL DA BARRA DE AVEIRO
Foco luminoso, eléctrico, foi montado há 70 anos
Um artigo de António Rego
domingo, 16 de julho de 2006
Pelo sonho
Um artigo de Anselmo Borges, no DN
Pagar impostos
Gotas do Arco-Íris – 26
Violência familiar
Um artigo de D. António Marcelino
Texto de Paula Rocha, no JN
Um artigo de Alexandre Cruz
sábado, 8 de julho de 2006
Ainda de férias
Gotas do Arco-Íris – 25
Um poema de Sophia
Empresários Solidários
O Território e os Transportes
Um artigo de D. António Marcelino
Nova Gerência na RR
Um artigo de António Rego
Numa clássica e lindíssima igreja de Lisboa, repleta até ao átrio, estava prestes a terminar a celebração dum Casamento integrado na Eucaristia. Dirigia-me à cadeira presidencial para os momentos de Acção de Graças quando um estranho ruído de vozes se levantou na Igreja - seria protesto, pedido de intervenção, súplica incontida? Foi sufocado, de imediato, por uma vibrante salva de palmas como cascata de alegria. Nunca tal havia visto. Tratava-se, afinal, do momento exacto em que Portugal vencia a Inglaterra. E que, ainda não sei como, percorreu toda a Igreja numa onda progressiva. Como Presidente da celebração aguardei a chegada do silêncio e disse: “mais um motivo de acção de graças a juntar àquele que já nos possuía nesta celebração litúrgica”. Fez-se um silêncio complacente e respeitoso. Pedi, a seguir, o mesmo ímpeto de entusiasmo na pequenina palavra Amen em resposta à petição de bênção para o jovem casal: “Vamos puxar por esta jovem equipa de família que hoje, diante de todos, sela o seu amor com o sinal de Cristo”. E nunca me lembro de ouvir tão alto e vibrado, o Amen da Assembleia, como reforço à bênção matrimonial. Se no princípio estava duvidoso sobre o bom gosto de irromper em exclamações e palmas dentro da Igreja por causa dum golo, acabei por entender que se o sacramento é entrosado na vida, ganha compreensão e densidade e projecta mais longe o ritual tecnicamente perfeito de palavras e gestos predefinidos. E depois da imploração de Bênção para todos, todos partiram com uma experiência de Acção de Graças que nem sempre acontece de modo tão visível e assumido no seu todo. Não é edificante? Paciência! (E eu, que só vi dois jogos inteiros do Mundial e já deito futebol pelos olhos, lá voltei, sem querer, ao assunto. Desta vez como “sacramento… e acção de graças…” Espero que os liturgistas entendam…)