quinta-feira, 3 de maio de 2018

Festa da Padroeira da Cidade e Diocese de Aveiro


ÍLHAVO - Concurso de fotografia



Nota: Vivemos na época do digital, onde pontifica a arte fotográfica. Nas redes sociais, há artista por todo o lado, o que torna mais luminosa a vida de muita gente. Muitos terão agora mais uma oportunidade de mostrar aquilo que valem. Este concurso pode contribuir, e muito, para revelar grandes sensibilidades.

Corrupção - uma vergonha

Carlos César



NOTA: O Partido Socialista, pela voz do seu líder parlamentar, Carlos César, assumiu a vergonha que sentem pelas suspeitas de corrupção que recaem sobre alguns dirigentes. Todos sabemos que a corrupção não será exclusivamente obra de políticos daquele partido, mas percebe-se que há corruptos, mentirosos, traidores de ideais em todo o lado. Mas também se sabe que tal prática não é só de agora.
Quando há tempos li "Memórias de Raul Brandão" fiquei estupefacto ao verificar que há 100 anos já era assim, com políticos sem vergonha a roubarem o povo indefeso. Em 100 anos, em plena democracia, não se aprendeu nada. E não há leis que escorracem esta gente da esfera dos que nos governam... ou desgovernam.

Nota: Refiro-me aos políticos, embora se saiba que a corrupção não mora só nessa classe sociais, que tem, garantidamente, gente muito séria. 

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Festival de Sopas



Gosto de festivais. Naturalmente, porque geram convívios e estabelecem amizades. Também, porque há sempre muito a aprender. Neste caso, não faltarão, julgo eu, sopas para todos os gostos. Bom apetite para todos.

João Gaspar evoca muralhas de Aveiro

TORRE EVOCATIVA DA MURALHA DE AVEIRO

Aveiro – Zona muralhada (desenho de 1696)

João Gaspar

«Na verdade, agrada-me deveras o projeto idealizado e desenhado com maestria pelo conceituado arquiteto Álvaro Siza Vieira, para recordar a muralha. Todavia, discordo do local apontado pela Autarquia para a colocação da torre memorativa; justifico o meu pensamento.»

A partir de 1418, a fisionomia do nosso antigo burgo de Aveiro começou a mudar, porque o infante D. Pedro, filho de el-rei D. João I e senhor de Aveiro, tomou a iniciativa de mandar cingir a sua parte secular e nobre por uma muralha, além de incentivar a fundação do convento dos padres dominicanos; por outro lado, a estadia em Aveiro da sua neta, a princesa D. Joana, a partir de 1472, também foi importantíssima. A muralha, embora de construção simples, era dotada das seguintes portas: - a da Vila (da Cidade, depois de 1759), a do Sol, a do Campo, a do Cojo, a da Ribeira, a do Cais (ou do Norte), a do Albói, a de Rabães e a de Vagos. Com o andar dos tempos, apesar de vários reparos durante a primeira metade do século XVIII, a muralha foi-se arruinando sucessivamente, pelo abandono a que foi votada e pela frágil solidez dos seus alicerces. 

terça-feira, 1 de maio de 2018

Hoje saí do trilho habitual




Hoje saí do trilho habitual que liga Aveiro à Gafanha da Nazaré. Quis repescar da memória a paisagem das salinas que semeavam, na altura própria, os cónicos montes de sal que emprestavam aos cartazes turísticos um desafio a quem nos visitasse. Aveiro e região lagunar tinham, realmente, uma paisagem única, com as salinas a servirem de janelas do céu. 
Não vi essa paisagem, mas a minha imaginação fez-me o favor de avivar a minha memória, levando-me lá para trás, quando de bicicleta ou motorizada circulava por estradas já quase ignoradas. Porém, ainda vi restos de palheiros e o azul vibrante da toalha de água que é de todos os tempos.

1.º de Maio - Dia do Trabalhador




"1.º de maio é o Dia do Trabalhador, data que tem origem a primeira manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago, e numa greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886. 
Três anos depois, em 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, em França, uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago. A primeira acabou com 10 mortos, em consequência da intervenção policial. 
Foram os factos históricos que transformaram o 1 de maio no Dia do Trabalhador. Até 1886, os trabalhadores jamais pensaram exigir os seus direitos, apenas trabalhavam.” 

Da história do Dia do Trabalhador

NOTA: Foi difícil atingir o patamar do respeito pelos trabalhadores, em qualquer área profissional. Protestos, greves, manifestações, escritos. mortes, perseguições, lutas de toda a ordem até a sociedade reconhecer que os trabalhadores precisam e exigem respeito pelos seus direitos. Se têm obrigações, também têm direitos inalienáveis. 
Sou do tempo em que homens e mulheres trabalhavam do nascer ao pôr do sol, com salários baixíssimos e sem quaisquer regalias, de férias, de seguros, de reformas, de apoios na doença, sem feriados, sem nada que lhes garantisse uma velhice feliz. Trabalhavam até morrer, nos campos, nas marinhas de sal, na construção civil, nas oficinas, nas pescas, nas secas do bacalhau, nas obras do Estado... Mas hoje já não é assim, felizmente. 
Bom Dia do Trabalhador para todos.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

João Alberto Roque em entrevista à UA



«Professor do ensino secundário na Escola Secundária da Gafanha da Nazaré, João Alberto Roque divide o seu tempo entre a docência, que é a sua atividade principal, a escrita, a sua participação cívica e a política local. Autor premiado de textos para a infância, João Roque, antigo aluno da licenciatura em Ensino de Biologia e Geologia na Universidade de Aveiro, também colabora na imprensa local.»

Depois da apresentação do seu currículo, o repórter do site da UA entrevista o nosso conterrâneo e amigo João Roque, sublinhando a sua carreira de escritor várias vezes premiado. Congratulo-me com a divulgação do seu mérito artístico e de docente na nossa terra porque, frequentemente, ignoramos ou esquecemos os que entre nós se distinguem em diversas áreas da cultura.
F. M. 


A partilha o pão


Jesus aceita o convite que lhe é feito e toma a iniciativa. Corresponde à aspiração dos discípulos, mostra como se articula em harmonia admirável a novidade de Deus e a natureza humana. E surpreende pela positiva. “Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou-o, depois partiu-o e entregou-lho”.

Lucas, o evangelista narrador do episódio, condensa nestes gestos o núcleo da celebração da eucaristia. Gestos que são captados no seu mais profundo significado. Certamente porque os olhos do espírito se abriram, devido a experiências feitas no contacto familiar com Jesus, devido à explicação da Palavra ocorrida durante a caminhada ou a outro factor como a luz do Espírito Santo, o encarregado de fazer descobrir a verdade do que vai acontecendo e ver o que está para lá dos sinais. Pode dizer-se também nestas circunstâncias: “A comida tem memória e é certamente uma ponte para evocarmos quem não está fisicamente presente, mas vive para sempre no nosso meio”.
Que grande estímulo nos dá esta atitude dos discípulos de Emaús?! Nem o cansaço da viagem, nem o medo à noite ou ao que possa ocorrer, nem a incerteza de encontrar quem procuravam para partilhar a alegria da experiência vivida e a novidade surpreendente de Jesus ressuscitado, os impedem de tomar o caminho de regresso à cidade, donde tinham vindo. “Na mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram os Onze, reunidos com os outros”. E estes confirmaram: “Realmente o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”.
Belo exemplo para nós que participamos na celebração da Eucaristia e repartimos o pão da Ceia do Senhor. Que alegria ser enviado em missão ao ouvir: “Ide em Paz e o Senhor vos acompanhe”.

Georgino Rocha

domingo, 29 de abril de 2018

A impertinência da evangelização

Frei Bento Domingues no PÚBLICO

Frei Bento Domingues


1. Encontrei, em várias intervenções de Thierry-Dominique Humbrecht [1] e no título de um dos seus livros, A evangelização impertinente, a sugestão para esta crónica, ainda que com desvios.
O autor referido pretende escrever um guia do cristão nos países pós-modernos.Teve bom acolhimento. Não se conforma com a moleza das expressões da presença cristã em algumas sociedades ocidentais. Não é preciso estar inteiramente de acordo com o seu diagnóstico nem com as suas propostas. É mais importante suscitar um debate do que apresentar soluções para cristãos apressados e preguiçosos.
Th-D. Humbrecht é um investigador da filosofia medieval e já deu provas da sua acutilância analítica. Não se resigna, porém, a viver na sua torre de marfim do passado, nem se conforma com o silêncio dos católicos nos actuais debates que percorrem a sociedade. O cristão parece intimidado, excluído da cultura, dando a impressão de que não se deixa interrogar pela gravidade do que está acontecer. Ao julgar irremediável que o país deixe de ser cristão, não se apercebe que existe uma estratégia, dita pós-moderna, interessada em libertar-se dessa herança. O niilismo exibido esconde, no entanto, um projecto de poder, por vezes, também, uma nostalgia.

Uma vida por um mundo mais humano

Um testemunho de vida: Alfie morreu, 
uma vida por um mundo mais humano

Alfie Evans

Do Vaticano chega a notícia: 

Alfie Evans faleceu durante a última noite. Os pais anunciaram nesta manhã. Uma história dramática que envolveu o Papa Francisco em primeira pessoa.

“O nosso bebê ganhou asas nesta noite às 2h30 da manhã. Estamos com o coração partido. Obrigado a todos pelo seu apoio": com este post no facebook, Kate James anunciou a morte de seu filho, o pequeno Alfie Evans. Ele não chegou a completar dois anos: teria completado no próximo dia 9 de maio. Ao mesmo tempo, o pai Thomas escreveu: "O meu gladiador baixou o seu escudo e ganhou asas às duas e meia de manhã. Totalmente inconsolável. Eu amo você meu menino ". Ele respirou 4 dias sozinho.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A morte da Tita deixou-nos tristes


A nossa vida está cheia de memórias, agradáveis e desagradáveis, que jamais esqueceremos. As primeiras dão-nos felicidade e as segundas procuramos ignorá-las.  Montes e vales, riachos e rios, as ondas do mar, ora revoltas ora bonançosas, florestas e planícies, monumentos e simples pedras que ornamentam serranias, animais e pessoas fazem parte das nossas recordações, incrustando no nosso espírito a sensibilidade que partilhamos. Hoje, evoco apenas uma cadela, a nossa Tita, que nos deixou minada pela doença e pelo peso da idade. Tudo lhe foi dado pela família, sob a batuta da Lita, que promoveu há anos a sua libertação de um cativeiro onde passou fome, sede e a solidão do abandono. 
A Tita foi durante uns 15 anos a nossa companhia, numa doação marcada, porventura, pelo instinto da gratidão. Obediente com capacidade para nos entender, brincalhona, meiga e amante da natureza,  logo perdia a cabeça quando algum pássaro saltitava de árvore em árvore. A um qualquer ralhete, acomodava-se. Sozinha, porém, no respeito pela força canina caçadora, a sua alegria manifestava-se em exibir a caça, que entregava ao pessoal da casa. 
Com a idade, as doenças foram-se impondo e os medicamentos, com os cuidados meticulosos da Lita, não faltaram. Mas o fim da vida, aproximando-se a passos largos, não perdoou, e hoje a morte roubou-nos a Tita para sempre. A sua fidelidade e alegria de viver ficaram connosco. 

Fernando Martins 

Ler a história da Tita aqui 

Desabafos ético-políticos

Anselmo Borges 



1. O nosso tempo é um tempo cheio de possibilidades, promessas e realizações. Mas é também o tempo de um imenso vazio humano-espiritual. Para isso, duas razões principais. Por um lado, a falta de tempo, quando deveríamos, aparentemente, ter muito mais tempo. A vertigem do correr pelo correr, sem destino nem horizonte de finalidades propriamente humanas, porque é preciso correr, pela simples razão de que não se pode deixar de correr, esvazia a vida, sem tempo para o essencial. Por outro lado, o tsunami de informações, de opiniões, de comentários de comentários - nunca se tinha visto tão vistosa a profissão de comentador -, dispersa a existência, fá-la fragmentada, sem oriente nem norte, que é isso que quer dizer desorientado e desnorteado. Só resta a superfície e o "surfar" por ela, em vaidades fúteis. Para a política, sem estadistas, fica a busca, por todos os meios, do poder e da sua manutenção, em conluios espúrios com interesses outros que não propriamente o bem comum.
Em interpenetração e interdependência com estas razões, há uma terceira, mais funda: a perda do sentido último. Sem a transcendência, já não se espera para lá do tempo e tudo vacila oscilantemente. Sem a ultimidade imanente-transcendente, sem eternidade, fica o imediato, o aqui e agora, e tudo se dissolve em momentos que se devoram. Então, é aqui e agora que se goza, no prazer, no ter, no poder, no consumismo do consumo. Porque, depois, é o nada. Numa sociedade pós-cristã, o que restou é o relativismo e mesmo o niilismo. E aí está a prova: a incapacidade de integrar na existência as contrariedades e as dores que a vida inevitavelmente traz - veja-se a definição idealizada de saúde da OMS: "A saúde é um estado de bem-estar completo, físico, espiritual e social, e não apenas a ausência de doença e enfermidades", e outros propuseram o ideal de saúde como o estado de bem-estar para poder trabalhar e gozar -, e esta é a primeira sociedade na história que não sabe lidar com a morte e que, por isso, teve de fazer dela tabu: disso pura e simplesmente não se fala e é preciso viver como se ela não existisse. Mas com a morte-tabu, já não há distinção, como mostrou atempadamente Martin Heidegger, em Sein und Zeit (Ser e Tempo), entre existência autêntica e existência inautêntica. E, na indistinção de dignidade e indignidade, justiça e injustiça, bem e mal, apagou-se a ética. Se tudo desemboca no nada, já tudo é nada.

Permanecei em mim e dareis muito fruto

Georgino Rocha



Jesus vive momentos decisivos da sua missão pública e de grande tensão interior. A hora da despedida aproxima-se. Os discípulos dão sinais de ainda não haverem entendido os seus gestos mais expressivos como o lava-pés, e as palavras mais claras como a parábola do Bom Pastor. Filipe faz-se porta-voz deste estado de ânimo e diz-lhe: “Senhor, mostra-nos o Pai”. Judas, não o Iscariotes, interroga-o sobre o seu modo de proceder. Pedro promete segui-lo ainda que tenha de morrer, e recebe a resposta aviso: “Antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes”. O desnorte parecia claro. A lentidão aliava-se à confusão. E o tempo corre, aproxima-se do fim.
João, o discípulo amado e narrador do ocorrido, apresenta estes e outros sinais no chamado “Livro da Glorificação: O dinamismo da fé e o Amor”. Aqui se encontram a parábola do Bom Pastor e a alegoria da videira, além de discursos vários em que Jesus reafirma a mensagem já várias vezes apresentada. Hoje, a liturgia faz-nos contemplar a originalidade da comunhão de Jesus com Deus Pai e a novidade da relação com os discípulos. E como rostos humanos desta realidade, traz-nos Paulo, o convertido, e a audácia do início da sua missão apostólica; e João no apelo solícito a que amemos com obras e verdade. Rostos humanos que se prolongam em tantos cristãos que o são nos locais de lazer e trabalho, nas horas de aflição e de perturbação.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Depois do 25 de Abril




O PORTUGAL FUTURO 

O Portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro

Ruy Belo

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Como ficou a Igreja católica após o 25 de Abril

A opinião de Luís Salgado de Matos



«A Igreja, perante o novo ambiente social e político posterior ao 25 de Abril [revolução ocorrida em 1974], procurou acima de tudo a unidade dos crentes e seguiu uma estratégia defensiva e prudente. Conservou sempre a sua capacidade de enquadramento, adaptando-se com agilidade ao novo ambiente social. Com esta base, enfrentou um novo Estado, potencialmente hostil.
Face à contestação interna, não a combateu frontalmente e cedeu o bastante para isolar os seus autores da maioria dos católicos. Ultrapassado o estigma da culpa na manutenção da ditadura do Estado Novo, a Igreja reforçou as suas estruturas de participação interna. Nos momentos de crise, atenuou o seu perfil nacional em benefício do diocesano, mais flexível. O Santuário de Fátima continuou a ser um polo de irradiação espiritual, tocando pessoalmente milhões de portugueses.
Surgiram em diversos momentos divergências táticas no interior da Igreja institucional. Uns favoreciam o partido e o sindicato católico; outros opunham-se-lhe e vieram a vencer. Alguns queriam um nítido pedido de perdão pelos pecados da Igreja; outros recusavam-no; veio a ser adotada uma solução intermédia. Alguns fizeram as manifestações de rua de apoio ao episcopado no caso da Rádio Renascença; outros opuseram-se-lhe, sem questionarem a sua legitimidade. Estas divergências, porém, nunca impediram que fosse mantida a unidade de ação - interna à Igreja tanto como nas relações com a política.»

Ler mais aqui 

XXII Festival de Folclore Primavera

Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo 
Senhora  dos Campos 
1.º  de maio 
15h30



Grupos participantes:

- Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo
- Rancho Folclórico da Serra do Brunheiro - Chaves
- Rancho Folclórico de Vinhó - Gouveia
- Rancho Folclórico doa Marceneiros de Rebordosa - Paredes
- Rancho Folclórico Sampaense - Oliveira do Hospital
- Rancho da Região de Leiria - Leiria

Evocações



Evoco hoje no meu blogue o 25 de Abril de 1974, data que restituiu a liberdade aos portugueses, com o propósito de descolonizar, democratizar e desenvolver o país. Faço-o para que não caia no esquecimento e para honrar os que tiveram a coragem de avançar há 44 anos.
Evoco também uma figura do nosso município, arrais Gabriel Ançã, um “herói” que ficou na história pelo seu altruísmo. Quando passar pela Costa Nova, não se esqueça de apreciar o seu busto. 
Ainda lembro as origens do espaço que habitamos, sugerindo às gentes que fizeram da nossa terra sua terra também que descubram as nossas raízes. 
No cimo do blogue Pela Positiva, há agora rubricas que procurarei atualizar com a regularidade possível.
Que o espírito de Abril continue a abrir-nos a novos horizontes do bem, do belo, da justiça e da fraternidade.
Bom 25 de Abril para todos. 

Fernando Martins

terça-feira, 24 de abril de 2018

Rumo ao Congresso Eucarístico

ESPERANÇA, EUCARISTIA, MISSÃO 3

Georgino Rocha



A terapia da esperança, fruto da Palavra de Deus

A pedagogia da esperança brilha na atitude de Jesus com os discípulos de Emaús: Faz-se com eles peregrino da aldeia do coração dominado pelo peso da realidade, aproxima-se, sintoniza com o seu passo, dá conta do que falam e mostra o seu interesse, tomando a iniciativa de perguntar: “Que conversais pelo caminho?” E começa um diálogo de libertação interior, uma catequese de iluminação do sucedido, uma nova compreensão da Palavra da Escritura.
“O encontro de Jesus com aqueles dois discípulos parece ser totalmente casual: assemelha-se a uma das numerosas encruzilhadas que se encontram na vida. Os dois discípulos prosseguem pensativos e um desconhecido caminha ao lado deles. É Jesus; mas os seus olhos não são capazes de o reconhecer. E então Jesus começa a sua “terapia da esperança”. O que acontece nesta estrada é uma terapia da esperança. Quem a faz? Jesus”, esclarece o Papa Francisco nas referidas catequeses.
Os discípulos adoptam atitudes marcantes: param, fazem perguntas, dialogam, escutam atentamente, acompanham Jesus na releitura do que aconteceu, revêem critérios, evoluem interiormente “sentindo o coração a arder enquanto nos explicava as Escrituras”, desejam continuar com o peregrino desconhecido, agora amigo, convidam-no com solicitude: “Fica connosco, pois já é tarde e a noite já se aproxima”.

domingo, 22 de abril de 2018

José Estêvão e a estação de Aveiro


NOTA: Aquando da recente e singela homenagem prestada a José Estêvão na estação de Aveiro, realcei, de forma simples, que ele lutou para que a via férrea passasse pela nossa região. Hoje, apresento um texto com alguns pormenores interessantes que vale a pena ficar a conhecer. Texto publicado na revista Arquivo do Distrito de Aveiro.

Arquitectos e memória do futuro

Frei Bento Domingues no PÚBLICO


1. A memória viva nasce da preocupação com o futuro, do desejo de viver, de uma discreta insurreição contra o niilismo. Sem o horizonte do futuro, deixaríamos morrer o passado: foi e acabou. Como já tentei mostrar, várias vezes, nestas crónicas, o ser humano nunca está feito, acabado, é uma realidade aberta, em permanente devir, nostalgia e aventura.
Gostei de ouvir o filósofo Massimo Cacciari, em diálogo com o teólogo Enzo Bianchi, sobre Repensar o humanismo [1], mostrando que é uma quimera procurar definir o “homem”, esquecendo que somos um mundo de possibilidades. Definir é limitar. Estabelecer a lista completa das suas possibilidades, mediante a tecnociência, é o desejo da morte do desejo. É, no entanto, este que a oração acende:
"Conduz-nos, Deus,/ de questão em questão,/ de fogo em fogo,/ sem satisfações que ao tempo bastem/ e a nós assombrem// que passemos da catalogação/ do que julgamos conhecer/ ao poço dos enigmas infindáveis/ onde o rosto é para sempre fundo,/ desmentido, diferido// não nos mure a estrutura em espelho/ que escamoteia a procura da verdade,/ mas que o dom da tua palavra nos visite/ como o cantar do galo,/ a lembrar o dia novo,/ o perdão e a graça." [2]
Em 2015, publiquei aqui uma crónica com o título 800 anos é muito tempo! [3], para evocar o começo das celebrações do Jubileu do VIII Centenário da Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Entretanto, em várias cidades do país, foram realizados congressos, conferências e eventos ligados a esta vasta história com os seus altos e baixos.
No dia 14 deste mês, foi lançada, na bela igreja do Alto dos Moinhos, uma obra importante para o conhecimento do percurso dos Dominicanos, desde a sua chegada a Portugal, em 1217, até à actualidade [4].

sábado, 21 de abril de 2018

Ria de águas mansas

Aveiro com salinas à vista (foto da rede global)

Esteiro e Jardim Oudinot (Foto da rede global)



“E voltando-se então, verá as águas mansas da extensíssima ria fulgurando de todos os lados: e, entre elas, as salinas, recticuladas pelos tabuleiros em evaporação, com os seus montes cónicos de sal novo dando a impressão de um largo acampamento de tendas imaculadamente brancas espalhadas a perder de vista pela vastidão dos polders. Para o sul, terá o braço da ria que segue para Ílhavo e Vagos e que margina os pinhais e campos arenosos da Gafanha; a seguir, em sentido inverso, o outro braço que se alonga para as Duas Águas e vai dar à Barra, e donde emergem as mastreações das chalupas e iates ancorados; ao poente, a linha fulva das dunas da costa, vaporizadas pela tremulina; e para o norte a imensa ria da Torreira, onde o arquipélago das ilhas baixas, formadas pelas aluviões, a Testada, o Amoroso, a dos Ovos, a das Gaivotas, Monte Farinha, verdejam nas suas extensas praias de junco. E nessa vastidão de águas tranquilas, nesse gigantesco pólipo fluvial que por todos os lados estende os seus fluídos tentáculos, entre a rede confusa dos esteiros e canais, bordados de tamargueiras e de caniços, velas sem conta, velas às dezenas, às centenas, vão, vêm, bolinando em todos os sentidos, e pondo no verde das terras ou no azul das águas a doçura do seu deslizar silencioso e a graça da silhueta branca.” 

Luís de Magalhães 
“A arte e a natureza em Portugal”, 
citado por Orlando de Oliveira, no seu livro 
"Origens da Ria de Aveiro"

Um poema para o Dia da Terra




MÃE TERRA

Bendigas Terra
os teus filhos,
quais sejam
as suas pátrias,
e que reines tu também
nos nossos corações
tal mãe que ilumina.

Dá-nos a visão
de que todos
aqui neste planeta
são irmãos
diante do Universo
para assim não
prejudicarmos ninguém
para obter
as fontes de água,
energia,
alimento,
enriquecimento
ou pedaço de chão.

Mostra-nos como criar
as ferramentas
materiais,
intelectuais,
emocionais
e virtuais
que derrubem
as nossas diferenças
de origem,
raça ou credo,
podendo assim
olharmos um para o outro
sem outro sentimento
a não ser o de amor.

Amor que distribuis
hoje fartamente
com essas fontes
e que no amanhã
a densidade demográfica,
poluição,
degelo
e tantos outros problemas
nos unam a todos do planeta
num mesmo esforço
ao invés de promover
guerras e desuniões.

Dalila Balekjian


Nota: Poema encontrado na rede global.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

A farmácia: Confiança, Respeito, Gratidão



Na farmácia que frequento e que conheço desde que me conheço — Farmácia Morais — está encaixilhado este poema, que leio sempre que posso. Terá sido publicado em alguma revista da especialidade, mas não consegui localizá-lo nas buscas a que procedi. Gosto dele e aqui o deixo para poder ser lido. As marcas do tempo estão bem patentes no papel em que foi publicado. 

A Farmácia Morais está na Gafanha da Nazaré desde 1940, ano em que montaram consultório na nossa terra os doutores Joaquim António Vilão e Maximiano Ribau.