sábado, 2 de abril de 2016

Os direitos de todos na Constituição

A Constituição da República Portuguesa 
completou  40 anos 


Direitos de todos

1) Todos têm direito, nos termos da lei, à informação e consulta jurídicas, ao patrocínio judiciário e a fazer-se acompanhar por advogado perante qualquer autoridade.
2) Todos têm direito a que uma causa em que intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e mediante processo equitativo.
3) Todos têm direito à liberdade e à segurança.
4) Todos têm direito ao trabalho.
5) Todos têm direito à segurança social.
6) Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.
7) Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.
8) Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.
9) Todos têm direito à educação e à cultura.
10) Todos têm direito ao ensino com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.
11) Todos têm direito à fruição e criação cultural, bem como o dever de preservar, defender e valorizar o património cultural.
12) Todos têm direito à cultura física e ao desporto.

Sobre o radicalismo islâmico

Crónica de Anselmo Borges 

«Só um Estado não confessional 
pode garantir a liberdade religiosa de todos»

1. Face aos ataques terroristas que se têm multiplicado, a condenação tem de ser inequívoca. O próprio Papa Francisco não tem poupado nas palavras: "Violência cega dos atentados", "estes cruéis actos abomináveis, que só causam morte, terror e horror", "a violência e o ódio homicida só conduzem à dor e à destruição", "atentado execrável", "crime vil e insensato"...
Depois de tudo quanto foi dito e escrito, não sei o que poderia acrescentar, mas há uma questão que não pode ser evitada: se há relação ou não entre o islão e a violência. Como disse Michael Walzer, consciência crítica da esquerda americana, à revista Philosophie Magazine (Fev. 2016), "são muitos os intelectuais de esquerda que, preocupados com evitar toda a acusação de islamofobia, não ousam qualquer crítica ao islamismo radical. Preferem insistir no facto de que a causa do fanatismo religioso não é tanto a religião como a opressão do imperialismo ocidental e a pobreza que criou. Não é completamente falso. O Daesh não teria nascido no Iraque sem a invasão americana em 2003. No entanto, o Califado não é produto dos Estados Unidos, mas fruto de um retorno do religioso, hostil aos valores ocidentais."

O Ressuscitado entra em nós pelos sentidos

Reflexão de Georgino Rocha

«Jesus sai ao encontro 
de quem vence preconceitos 
e se põe a caminho 
na mais maravilhosa aventura espiritual»

Jesus ressuscitado continua a surpreender, a provocar encontros que rasgam novos horizontes de vida, a aproveitar as mais diversas circunstâncias para atestar a sua presença real no meio de nós. E o evangelista João, por meio da comunidade a que deu origem, faz a narração de modo belo e eloquente.
O medo fechava o coração dos discípulos e ameaçava matar toda a esperança. O desânimo e a inquietação provocaram um vazio de pasmo angustiante e forçaram-nos a trancar-se na sala da casa onde se encontravam. A lembrança dos últimos acontecimentos agravava a situação sofrida: a morte do Mestre, a hipótese provável de lhes acontecer o mesmo, a debandada e a procura de esconderijo, o encarar um futuro sem saída airosa e consistente.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

Imagens com Memória

Exposição de Fotografias Antigas 
no Centro Cultural de Ílhavo


“Imagens com Memória” é uma exposição de fotografias antigas patente no Centro Cultural de Ílhavo, tendo sido inaugurada no dia 28 de março. Trata-se de uma iniciativa integrada nas comemorações do Feriado Municipal de Ílhavo, com organização e dinamização do Centro de Documentação.
A mostra, constituída por imagens, postais, gravuras, ilustrações, pinturas e vídeos, contou com a participação de munícipes que aceitaram associar-se ao projeto e pode ser visitada até ao dia 17 de abril. A partir do dia 19 do mesmo mês, a exposição será apresentada, pelas 21h15, no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré, no âmbito do XV aniversário da elevação da nossa terra a cidade.

Fonte: CMI

quinta-feira, 31 de março de 2016

Notas do Meu Diário: Cuidar dos pais


Não tenho a felicidade da presença física dos meus pais. Morreram há muito, mas no meu espírito eles sentam-se ao meu lado, riem e gracejam, choram e comovem-se, ralham e ficam calados. Vezes sem conta vi os seus olhos fixos nos meus e ouvidos atentos ao que eu dizia. E o contrário também é verdade. 
Vem isto a propósito de uma crónica de Laurinda Alves publicada no Observador, intitulada "Quero continuar a ser a filha dos meus pais". Recomendo  leitura. E recomendo porque nem sempre se olha para os pais idosos com o carinho que eles merecem e necessitam. Ouvem-se desculpas com o trabalho, falta de tempo, falta de dinheiro, falta de espaço em suas casas, etc. Contudo, conheço famílias que nos dão lições de dedicação a quem tanto deu  aos filhos,  netos e à comunidade. Ler a crónica de Laurinda Alves aqui. 

Deambulando pela Figueira da Foz

Forte de Santa Catarina em dia de feira Medieval
Entrada na Marina
Barquinho na Marina
História na cidade
Mãe vigilante no Jardim Municipal
Gaiteiros na Feira 
Desfile Medieval
Burros para a arte de bem cavalgar toda a sela
Carrossel a pedais 

quarta-feira, 30 de março de 2016

De regresso ao trabalho


Depois do regresso, as arrumações. Gosto de mudar de ares como de mudar o que me cerca. Às vezes arrependo-me e volto à posição inicial. Amanhã, se Deus quiser, estarei em posição de atualizar os meus blogues e de apostar no arquivo de papelada avulsa. É que frequentemente não consigo descobrir o que pretendo. 
Confesso que andava com saudades da minha tebaida. Noutro sítio, sinto-me como peixe fora de água. Nem respiro bem nem sei concentrar-me. Canso-me depressa fora da minha casa.
Ana Maria Lopes anunciou hoje no seu blogue o 4.º aniversário do Ciemar a celebrar no Museu de Ílhavo, sábado, 2 de abril, pelas 17 horas,  enquanto evocou Bernardo Santareno e o seu livro “Nos Mares do Fim do Mundo”, com estórias de tripulantes de navios bacalhoeiros, colhidas durante 12 meses nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia. Tanto bastou para reler nacos deliciosos da prosa daquele escritor, que também foi médico no Gil Eanes. Vai sair uma nova edição do livro “Nos Mares do Fim do Mundo”, melhorada, segundo li no Marintimidades.


terça-feira, 29 de março de 2016

"Tempos de Pesca em Tempos de Guerra"

Um livro de Licínio Amador


"Tempos de Pesca em Tempos de Guerra", que ainda não li, mas cujo teor conheço por informações do autor, diz muito a muita gente da nossa terra e região, por abordar um assunto que não pode cair no esquecimento. Trata este trabalho do afundamento do “Maria da Glória”, onde pereceram alguns gafanhões, entre outros. Também se salvaram alguns, e de todos, os que morreram e os que sobreviveram, dá nota Licínio Amador, um ilhavense apaixonado pela temática marítima. Sei do seu esforço para se documentar sobre aquele naufrágio provocado, em tempos da Segunda Guerra Mundial, por um submarino alemão, que não respeitou a posição neutral de Portugal naquele conflito bélico de grande e dolorosa dimensão.

segunda-feira, 28 de março de 2016

Será possível ressuscitar a Europa?

Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO


«O que importa 
é a ressurreição da Europa. 
Como? Veremos.»

1. Não tenho nenhuma competência para me juntar à torrente de discursos sobre os modos de enfrentar os actuais movimentos terroristas, quer nos seus desígnios globais, quer europeus. Destaco a lucidez do Editorial do PÚBLICO [i]:Enquanto se financiar sem limites, o terrorismo continuará a matar. É preciso secar-lhe as raízes.
É sempre possível dizer que as raízes do terrorismo não são financeiras e que o dinheiro, sempre à disposição, é apenas um recurso instrumental. Seja como for, as discussões sobre as suas raízes metafísicas, sociais, éticas e religiosas não podem servir para esquecer a urgência em lhe cortar as bases e os percursos financeiros. Haverá vontade firme de executar esta operação, quando os bem conhecidos circuitos do comércio de armas e de seres humanos continuam, ano após ano, à solta, a crescer e a matar?

domingo, 27 de março de 2016

Notas do Meu Diário: Figueira da Foz


Forte de Santa Catarina 
A Figueira estará a mudar? Penso que sim. Há anos, nas férias da Páscoa, a Figueira da Foz era positivamente invadida por turistas nacionais e estrangeiros. Não tenho dados estatístico, mas é essa a minha perceção. Os restaurantes não enchem, o trânsito flui com regularidade, os estacionamentos não oferecem dificuldades. Junto da minha residência, nas Abadias, tudo parece calmo. Os apartamentos não dão sinais de moradores. 
Num restaurante que costumo frequentar, uma responsável dizia, para quem a queria ouvir, que o turismo tem merecido pouca atenção dos autarcas. Daí, dizia, o reduzido afluxo de visitante.
Este fim de semana, contudo, a Feira Medieval, que decorreu junto ao Forte de Santa Catarina, com tendas a condizer, desde artesanato a “cousas para beber” e comer, ofereceu alguma animação à cidade. Registos históricos, música, danças, gente vestida à moda de tempos de há séculos, burros de carga para miúdos aprenderem a arte de bem cavalgar toda a sela, teatro e cenas do quotidiano da Idade Média. 
Também por lá passámos, não para matar saudades, que somos desta época da União Europeia, agora de crise económica, social e política, mas que outrora se massacrava com guerras intestinas, com razões complicadas para o entendimento do pensar dos nossos dias. Se calhar, as mesmas razões dos conflitos de hoje, pautadas por interesses pessoais, regionais, invejas, ódios, vinganças, ânsia de poder, “glória de mandar” e “vã cobiça”, da tal  "vaidade a que chamamos fama”, como disse Camões.

Páscoa de 2016

RESSURREIÇÃO

Garantia de eternidade


Ressurreição é primavera florida, é vida nova renovada e renovadora, é alegria contagiante, é renascimento sempre desejado, é início da era cristã, é porta que se abre à partilha, é bondade libertadora, é projeto de mudança, é reconciliação com o outro, é anúncio de paz universal, é ânsia de fraternidade, é escolha de caminhos que conduzem a portos de abrigo, é luz que ilumina sem cessar, é partida para rumos sadios, é meta de ternura a alcançar, é conquista do amor no dia a dia, é sentido de proximidade com todos, é descoberta de horizontes mais largos, é atingir o cume da montanha, é experiência de perdoar a cada momento, é garantia de eternidade.

Notas do meu Diário: Cumpri o prometido


No meio do mundo, consegui fazer o jejum da penitência. Não foi de todo fácil ignorar os ódios dos terroristas nem dos que sofrem as consequências desses ódios anunciados como de um Deus que dizem ser também o nosso. Não é nem pode ser. Gosto do  Deus que descobri nos alvores da minha juventude, que não do que senti em menino. Este era de barbas brancas, carrancudo, com o dedo especado a indicar-nos o fogo do inferno por tudo e por nada. Depois, muito mais tarde, veio o Deus do perdão, do caminho, verdade e vida partilhada. E agora, com o Papa Francisco, temos o Deus da Misericórdia que enfrenta barreiras anacrónicas dos que não aceitam a bondade infinita do Senhor Todo Poderoso. E da bondade infinita deste Deus já gosto muito mais…

Páscoa de 2016

O Coelhinho da Páscoa

Crónica de Maria Donzília Almeida


Num dia cinzento e frio, 21 de março, o GTUS (Grupo de Teatro da Universidade Sénior) levou brilho e magia a um grupo de criancinhas dos jardins-escola da cidade de Ílhavo, com a dramatização da história do Coelhinho da Páscoa, ali no seu Museu Marítimo.
No imaginário das crianças, a entrega dos ovos de chocolate é feita por um coelho de olhos vermelhos e pelo branquinho. Como se trata de uma historinha ternurenta, passo a transcrevê-la sucintamente.
Perto da casa do Menino Jesus, um passarinho construiu o seu ninho. Todas as manhãs, Jesus era acordado pelo alegre chilrear da avezinha.
Certa manhã, porém, Ele foi acordado pelo piar aflito do passarinho. Jesus espreitou e viu que a mamã passarinho chorava inconsolável, pois a raposa havia roubado os seus ovinhos.
O menino Jesus ficou triste e saiu pela floresta, pedindo aos bichos que passavam que o ajudassem a encontrar os ovinhos roubados.
—Gatinho, queres ajudar-me a encontrar os ovos da mãe passarinho?
—Não posso Jesus. A minha dona encarregou-me de caçar um rato que lhe rouba queijo todas as noites.

sábado, 26 de março de 2016

Esperança enlutada

Crónica de Anselmo Borges 

À memória do meu irmão
Marinho Borges

1 Quando se pensa em Deus e na morte (a dupla face do absoluto), é no abismo da perplexidade que se cai. Pascal disse-o de modo inexcedível: "Incompreensível que Deus exista, e incompreensível que não exista; que a alma seja com o corpo, que não tenhamos alma; que o mundo seja criado, que o não seja, etc." Ninguém pode dizer que sabe que Deus existe ou que não existe. Deus não é "objecto" de saber, mas de fé. Há quem acredita e há quem não acredita e uns e outros crêem, com razões.
De qualquer modo, Deus continuará sempre presente enquanto questão in--finita. Como escreveu recentemente A. Comte-Sponville, um dos filósofos actuais mais influentes, que se define como "ateu fiel": "As religiões são tão antigas como a humanidade civilizada. Há todos os motivos para pensar que durarão tanto quanto ela. O universo é um mistério, que permanecerá para sempre inexplicável. A vida, uma prova, que continuará sempre frágil. A consciência, um sofrimento, para sempre inconsolável. Porque há algo e não nada? Não sabemos. Nunca saberemos. Porque é que existimos? O que é que nos espera depois da morte? Também não sabemos. Isso deixa espaço aberto para as religiões, portanto, também para o ateísmo, que é mais recente, uma vez que pressupõe a ideia de Deus e depois a sua crítica, e igualmente sem provas. A questão de Deus, filosoficamente, permanece aberta: só podemos responder em termos de crença ou não crença, uma e outra subjectivas, sem que algum saber possa alguma vez fechar o debate. Lição de tolerância, para cada um, e de humildade, para todos."

FAZ TUA A PÁSCOA DE JESUS

Reflexão de Georgino Rocha


«Faz tua a Páscoa de Jesus. 
Experimenta a sua vida nova.»


Jesus ressuscitado deixa-se ver. Aparece a Maria Madalena que, de manhãzinha, vai ao sepulcro de José de Arimateia cedido para dar sepultura aos restos mortais do Nazareno cruxificado. Surpreende-a no caminho do regresso, quando, desolada, vem contar a Pedro que o sepulcro estava vazio e sem qualquer vedação de resguardo. Dá-se a conhecer, chamando-a pelo nome. Encarrega-a de anunciar este feliz encontro, testemunho da sua ressurreição, da sua Vida nova. E ela, entusiasmada e confiante, parte a correr e transmite a feliz notícia: “O Senhor ressuscitou verdadeiramente”.

Notícia que condensa o acontecimento fundante e central da mensagem cristã, celebrado ao domingo em cada semana e, de forma mais solene, anualmente, no domingo de Páscoa. Acontecimento que dá sentido pleno à vida humana, rasgando horizontes novos a tudo e a todos, ao quotidiano do tempo, à fugacidade da história, à precariedade da existência e das suas múltiplas realizações, à própria morte que é vencida em si mesma para sempre. Os critérios de vida, as prioridades de opções e a escala de valores, as atitudes de relacionamento assumidas por Jesus na sua missão apostólica são definitivamente confirmadas por Deus Pai. E constituem referência luminosa para todo o comportamento humano.

terça-feira, 22 de março de 2016

Uns dias ausente

VIDA NOVA

Vou estar uns dias ausente e sem horários, sem encontros e desencontros. Vou andar por aí ao sabor do sol e dos ares com a Lita… Vou rever caminhos já andados e descobrir harmonias e ambientes naturais, onde porventura possa encontrar as andorinhas que voltam sempre à casa-mãe emoldurada pelas cores primaveris. Quero ler poesia e fugir dos barulhos ensurdecedores das guerras e das politiquices enfadonhas. Ao menos uma semana, a Semana Santa que nos conduz à Páscoa da libertação, da caminhada solidária, da mudança necessária e da descoberta de novos horizontes. 
De quando em vez, não fugirei, se puder, ao espaço alargado da aldeia global para ver como param as modas. E regressarei mais confiante na certeza de que a Páscoa é, necessariamente, um ponto de partida para uma vida nova.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Semana Santa — Semana de Reflexão


A Semana Santa é uma semana para reflexão. Todo o cristão tem esta semana para vivenciar, mais de dois mil anos depois, a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, base da nossa fé. As cerimónias, desde as grandes catedrais até às mais humildes capelinhas do mundo cristão, acolhem todos os que acreditam nestes mistérios redentores do nosso Salvador.
Nesta quadra, que se perpetua dia a dia, o espírito que nos envolve e a comunhão que experimentamos proporcionam-nos uma proximidade de contornos imensos, rumo a um mundo de paz. 
É indiscutível que a vida nos desvia do essencial da mensagem evangélica ou de valores inspirados por outras conceções espirituais ou éticas, mas temos de convir que a Semana Santa dá a cada um a oportunidade de pensar, de refletir e de construir com outros e para outros as bases de uma sociedade mais solidária e fraterna.

Chegada da primavera

Crónica de Maria Donzília Almeida


Hoje, chegou finalmente a estação tão desejada, por toda a gente. Um inverno impiedoso, com chuvas intensas e frequentes, já estava a cansar. Mas apesar de o calendário nos dizer que ocorreu o equinócio da primavera, o tempo fez muitas caretas e parecia não querer deixar o sol afagar-nos, a nós humanos sedentos de calor.
Por entre abertas e pequenas garroas, o sol lá ia espreitando por entre as nuvens e a certa altura, manifestou-se em todo o seu esplendor – um arco-íris a toda a extensão do horizonte. Fiquei verdadeiramente deslumbrada com um espetáculo de tanta beleza e lembrei-me do que estudei na Física, nos meus verdes anos.
O arco-íris é um fenómeno ótico causado pela refração da luz solar, nas gotas de água da chuva, presentes na atmosfera. A refração divide a luz solar branca, em espetros coloridos, que caracterizam o arco-íris.

domingo, 20 de março de 2016

PRIMAVERA

Vamos usufruir esta primavera 
que chega de mansinho


Hoje, quando acordei e abri as janelas de par em par, o sol até parece que me chegava com uma luminosidade especial. E sorri. O dia parece dar garantias de mudança. Nem sequer me veio à mente que era o primeiro dia da primavera.
O Google confirmou e eu rejubilei por tão farto estar do inverno. O frio incomoda-me demasiado apesar de andar agasalhado. É certo que a chuva, sem grandes ventos a tocá-la enfurecido, até pode ter o seu quê de romântico, como convite à meditação, à serenidade, à solidão desejada. Mas o melhor é mesmo a primavera, por várias razões: É o anúncio do verão tão apetecido que vem a seguir, é o colorido e o aroma das flores que desabrocham, é a ressurreição das árvores e arbustos para enfrentarem nova caminhada na natureza, é a garridice do vestir e do estar das pessoas, mais leves e arejados, é a alegria e a descontração de todos em espírito de mudança.
Excelente  primavera para toda a gente.

A Páscoa do escravo

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO

«Ao questionar a sua solenidade aos pés de gente, 
aparentemente, pouco recomendável, 
fez dele a bússola da Igreja.»

1. Graças a Deus, há sempre algum amigo que se julga encarregado de me chamar à “realidade”. Convidado para umas mini férias na Semana Santa, observei que, para mim, não era a melhor altura. O amigo não me largou sem uma viagem pela sua visão do mundo, em forma de sermão, que passo a resumir: isto já não vai com cerimónias, nem com as da Páscoa, nem com as outras. Estamos cercados de guerras por todos os lados e sem qualquer proposta para enfrentar a desordem mundial em que estamos mergulhados. A paixão pela dominação económica e financeira não recua diante de nada. O apelo aos direitos humanos tornou-se uma invocação de rotina.
A chamada UE já não sabe para que nasceu. A promovida divisão entre a Europa rica e a Europa pobre - divisão reproduzida também dentro de cada país – fabricou a burocracia que esvaziou o seu desígnio primeiro. Esquecida da responsabilidade solidária, parece que nenhuma refundação a poderá salvar. Continuaremos na dúvida se vale a pena discutir a dívida.

sábado, 19 de março de 2016

Vive com Jesus a sua paixão gloriosa

Reflexão de Georgino Rocha

«O amor de doação total
brilhará para sempre»

O domingo de Ramos constitui o pórtico da Semana Santa. Apresenta e celebra a Paixão gloriosa de Jesus. Faz ver as duas faces desta realidade histórica: a chegada à cidade de Jerusalém e o processo de condenação organizado por judeus e por romanos. Os rostos são muitos, embora os nomeados sejam apenas os que detém funções especiais: Lucas, o narrador do acontecido, recorre à sua fina sensibilidade e grande capacidade de observação e dá uma dignidade sóbria aos intervenientes e regista o alto sentido de cada passo daquele processo. Nele vão desfilando, um após outro, rostos em que o leitor se pode rever, por vezes, com grande precisão e clareza. Como num espelho. Nele se refletem os que, ao longo da história, sofrem o penoso calvário a que são são forçados: perseguidos, espoliados, indesejados, descartados.

A paixão e a política

Crónica de Anselmo Borges 

Anselmo Borges
Pascal observou agudamente nos Pensamentos: 
"Jesus estará em agonia até ao fim do mundo; 
é preciso não dormir durante este tempo." 
Todos sabemos do "calvário" do mundo, 
e as personagens são as mesmas.

1. Jesus sabia que, a continuar nas suas palavras, atitudes e comportamentos, o que o esperava era a morte, condenado pelos poderes religiosos e políticos. Assim, realizou uma ceia, a Última Ceia: "Isto é o meu corpo", "este é o cálice do meu sangue". Aquele pão e aquele vinho são a sua pessoa entregue, para dar testemunho da Verdade e do Amor.

2. Judas era discípulo, mas sentiu-se enganado, porque Jesus não tomava o poder. Assim, entregou-o, tendo recebido trinta moedas de prata. Depois, perdido, enforcou-se. De que valera aquilo? Mas o dinheiro, em conluio com o poder político, continua a ser o móbil da entrega de milhões de inocentes à ignomínia e à morte.

quinta-feira, 17 de março de 2016

Ílhavo Sea Festival 2016

5 a 8 de agosto 
no Terminal Norte do Porto de Aveiro


O Município de Ílhavo prepara-se para receber,  de 5 a 8 de agosto, no Terminal Norte do Porto de Aveiro, alguns dos mais belos e interessantes Veleiros do Mundo, participantes na Tall Ships Races 2016, que farão a Cruise-in-Company entre Cadiz e A Coruña (Espanha), assim como outros que pretendam juntar-se à edição deste ano, o Executivo Municipal deliberou aprovar o programa de parceiros/patrocínios do Ílhavo Sea Festival 2016.

Ler mas aqui

quarta-feira, 16 de março de 2016

Georgino Rocha homenageado na gala “Vaga d’Ouro”



Georgino Rocha, sacerdote da Diocese de Aveiro e pró-vigário geral da mesma diocese, foi recentemente homenageado na XII Gala “Vaga d’Ouro” com o Prémio Carreira. A gala decorreu no dia 12 de março na Escola Profissional de Vagos, numa iniciativa do jornal “O Ponto” e da “Rádio Voz de Vagos”, contando com o apoio do Crédito Agrícola.
Como seu admirador e grande apreciador do muito que escreve numa perspetiva eclesial, mas com forte ligação aos mais altos valores que enformam homens novos para uma sociedade mais justa e mais fraterna, geradora de paz e harmonia, há anos convidei Georgino Rocha para colaborar no meu blogue Pela Positiva, oferecendo-nos uma reflexão semanal, tarefa que aceitou de imediato.
Considero o seu contributo uma mais-valia para os meus leitores, já que, no dia a dia da nossa existência não prescindimos de textos que nos ajudem a refletir a vida sob o ponto de vista dos valores do cristianismo que nos foram legados pelos nossos maiores.

Gestos com sentido

Editorial de Querubim Silva,
Diretor do Correio do Vouga


Querubim Silva
«Saber gerar sorrisos com arte, com delicadeza 
e elevação, não é para todos. 
Ele sempre foi mestre, e nobre mestre, 
nesta tarefa de abrir os corações e os espíritos 
ao sol do otimismo e da esperança»

O País toldou-se de cinzenta tristeza: Nicolau partiu sem avisar! E o seu humor vai fazer falta a muita gente. Saber gerar sorrisos com arte, com delicadeza e elevação, não é para todos. Ele sempre foi mestre, e nobre mestre, nesta tarefa de abrir os corações e os espíritos ao sol do otimismo e da esperança. Com critérios e pautado por princípios de um respeito assinalável pela dignidade da pessoa humana. E fê-lo com pontaria cirúrgica, com o seu sarcasmo político e social, denunciando vícios, ridicularizando comportamentos…, sempre de uma forma divertida e alegre. 
Vários dos comentários à morte deste ator, produtor e realizador, a quem a cultura portuguesa tanto fica a dever, sublinharam a sua condição de católico praticante, seguramente inspiradora da sua constante alegria, da sua amabilidade e afabilidade sem fronteiras. Pressentiu-se em alguns desses comentários o efeito do testemunho de fé deste insigne português, com uma afirmação, mesmo que hesitante, da convicção de que ele continua connosco e, porventura, a beneficiar-nos com a sua arte, agora junto de Deus.