sábado, 23 de julho de 2011
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Figueira da Foz: “Cais da Memória I”
INAUGURAÇÃO AMANHÃ, SÁBADO, NO CAE
O Porto da Figueira da Foz e a cidade revisitados em fotos
de outros tempos, numa exposição a inaugurar amanhã, sábado, 23 de julho, pelas
18 horas, no CAE — Centro
de Artes e Espectáculos. A exposição ficará patente até 21 de Agosto. Trata-se de um “primeiro episódio de uma viagem pela
Figueira da Foz de outros tempos, olhando o vigor dos Homens que lhe ofereceram
um porto, que lhe sangraram o belo estuário, pese a força indómita dos
temporais que também por cá insistiram em esculpir ferrete”.
A exposição integra perto de uma centena de fotografias do
Arquivo Histórico-Documental do Porto da Figueira da Foz (APFF, S.A.), num
projeto desenvolvido por Bárbara Lopes da Fonseca.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Costa Nova: arte na esplanada
O bom gosto manifesta-se de muitas maneiras e em toda a parte. Oferecido pela natureza ou pelos artistas, populares ou eruditos. E quando assim, a vida tem outro sabor. Durante este verão, procure identificar motivos artísticos. E se quiser partilhar os seus registos comigo e com os meus visitantes, muito melhor.
Portugal está na ribalta
Forças ocultas
numa sociedade distraída
numa sociedade distraída
António Marcelino
De vez em quando somos publicamente surpreendidos por notícias
variadas que nos deixam perplexidades, desconfianças e até fundados receios. O
mundo das pessoas não é transparente e os interesses em campo entrechocam-se.
Há sempre vítimas destes jogos escuros. São os mais fracos, pessoas e países,
os que, numa vida de muitas dificuldades, tentam sobreviver, sem que saibam
depois quem lhes põe pedras no caminho ou mesmo quem lhes fecha o caminho para
que não possam ir mais longe.
Quando tudo se passa às claras há sempre alguma
possibilidade de prevenção e de defesa. Não, porém, quando se cultiva o
secretismo e, à superfície, não aparecem senão boas intenções, propaladas
competências e mesmo gestos de solidariedade. Normalmente gestos vistosos e
publicitados de muitas maneiras. Em sociedades democráticas, nas quais ninguém
deverá recear ninguém, o secretismo é incómodo e preocupante, mesmo que não se
consigam vislumbrar os contornos das manobras em campo.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Educação para a Cidadania
Jean Jacques Rousseau
Educar com o coração e não com o compêndio
Maria Donzília Almeida
A educação do homem começa
no momento do seu nascimento;
antes de falar, antes de entender,
já se instrui.
Jean Jacques Rousseau
Com o fim do ano, ficaram para trás as avaliações, os Planos de Recuperação, Planos de Acompanhamento, reuniões de Departamento, a rigidez dos horários e o burburinho dos alunos, que constitui a música de fundo de qualquer escola.
Com dias maiores, plenos de sol e as nortadas a fustigarem-nos o rosto, apetece fazer as malas e partir para destino incerto. É salutar a mudança de ambiente geográfico, para melhor retemperarmos forças e para nos libertarmos do stress do dia-a-dia docente.
Neste período intermédio entre a cessação das atividades letivas e o início de férias, a mente ainda é invadida por, ideias e questões relacionadas com a educação.
Um dos pensamentos mais recorrentes, prende-se com o binómio sucesso/insucesso. Da minha experiência com a malta miúda, uma das coisas mais facilitadoras da aprendizagem, é o comportamento, em sala de aula. Quando a postura do aluno é de infração permanente às regras estabelecidas pelo Regulamento Interno da Escola, a aula funciona mal, há um enorme desperdício de energia, por parte do professor e todos saem prejudicados.
Faça férias cá dentro
A falta de recursos não pode ser justificação para não gozarmos férias. Se optarmos por fazer férias cá dentro, mesmo ao pé da porta, haverá muitos centros de interesse, tanto de âmbito cultural como social e desportivo. Por exemplo: se escolhermos o tema "descoberta do azulejo", teremos muito que fazer. Aqui fica uma simples amostra. Onde poderemos encontrar este painel, na cidade de Aveiro? Bom desafio...
Passagem por Fátima: desafio à nossa reflexão
Pedro Rolo Duarte passou por Fátima e não gostou muito do que viu. Um cético em relação a Fátima, deixou-nos a necessidade de refletirmos sobre algumas imagens que o Santuário revela ao mundo: muitos crentes, convictos, mas também muitos que ali vão em simples passeio, que não em peregrinação. Jamais esquecerei uma jovem que foi a Fátima com a família, num domingo, para cumprir uma promessa, mas não participou na eucaristia porque não constava da dita promessa. Depois de paga, em dinheiro vivo, seguiu-se o piquenique.
Pois Pedro Rolo Duarte ficou um tanto desiludido com o que viu. E lá mostrou a placa onde se anunciava a bênção dos veículos, como se eles precisassem de ser abençoados. Seria melhor, muito melhor, na minha ótica, se a bênção fosse dirigida aos condutores e passageiros. Pode ser que um dia alterem os dizeres da placa.
Mas vejam o texto do jornalista aqui.
FÉRIAS
Picasso: paisagem, paz
Vá para fora por dentro!
Margarida Alvim
Tempo de férias, tempo de paragem. Tempo de passear, de ler, de
fazer o que se quiser. Ir à praia, fazer uma viagem, ir visitar os amigos,
encontrar alguém da família. Também pode ser um tempo para ficar simplesmente em
casa, de arrumar tudo o que se foi acumulando ao longo do ano, de fazer limpezas
a fundo, de pôr as coisas de novo em ordem. Talvez este ano seja mesmo um tempo
em que muitos ficarão mais por casa.
“Vá para fora cá dentro!”, ouvimos nos anúncios de promoção do
turismo em Portugal. Em tempo de crise, esta é capaz de ser mesmo uma grande
oportunidade de passear mais no nosso país, de descobrir toda a sua beleza, por
vezes ali mesmo ao virar da esquina. Oportunidade para valorizar a serenidade de
dias com tempo, sem pressas.
Férias são sobretudo um tempo de descanso, de reparação, de
ganhar forças. Por isso, talvez fosse bom encarar estes dias não com a urgência
de conseguir encaixar tudo o que se ansiou e sonhou ao longo do ano de trabalho,
mas com a expectativa do que nos pode trazer cada dia, deixando-nos levar sem
pressas. Em que é que descansamos? O que é que nos descansa de verdade? Pensava
como por vezes estamos tão cansados interiormente, tão dispersos, com tanto
ruído, com tantas preocupações que nos consomem e tiram ânimo, liberdade,
lucidez. Nada que uns dias na praia não resolvam, pensamos nós. Sim, é verdade,
os dias na praia com certeza que ajudam a acalmar. Mas o verdadeiro descanso
precisa também de uma paragem e de um reencontro interior.
Ler mais aqui
terça-feira, 19 de julho de 2011
Schoenstatt na mata da Gafanha
Schoenstatt (Foto do meu arquivo)
Recanto de tranquilidade
Neste mundo de problemas, mais ou menos participados por
todos nós, não há como uma fuga para um recanto de tranquilidade, que ainda é
possível encontrar, por aqui e por ali, sem ser preciso pagar nada. Na Colónia
Agrícola da Gafanha, no meio da mata, há um desses recantos, bafejado pela
espiritualidade de Schoenstatt, nascido em 18 de outubro de 1914.
No santuário, cópia fiel do santuário original, em Schoenstatt,
na Alemanha, pode sentar-se um bocadinho, depois de olhar o jardim cuidado,
verdejante e florido, e experimentar como é bom estar ali. Depois, quando sair,
sentirá que valeu a pena. Se não sentir nada da paz que por lá se respira, tente
mais umas vezes. E mais uma. Até descobrir o que o impede de ser feliz.
Schoenstatt Tem Talento!
As Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) são um evento internacional, organizado pela Igreja Católica, que reúne jovens de todo o mundo e é presidido pelo Santo Padre. Vão dar-nos a oportunidade de sonhar com um mundo novo, cheio de paz e unidade, e contribuir para a Igreja do Novo Milénio, uma igreja que está viva!
Assim, a Juventude Apostólica de Schoenstatt está a organizar um novo espectáculo, com intuito de angariar fundos para a viagem rumo Madrid, onde terão lugar em Agosto as JMJ.
“Schoenstatt Tem Talento” é um espectáculo cheio de vida, com muita dança, música e teatro. A organização desta actividade permitiu fortalecer laços de amizade, ganhar sentido de organização e responsabilidade para com o grupo e para com a sociedade e a cultura.
Este evento terá lugar no dia 28 de Julho de 2011, pelas 21h no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré. Informações para aquisição de bilhetes, contactar: 91 908 1760 ou 91 741 57 66.
Contamos com a presença de cada um para podermos partilhar esta alegria e vida!
Joana Santos
Macário Correia ao sabor da maré!
«Depois de ter sido um feroz opositor da introdução de portagens na Via do Infante no âmbito do programa de alteração do projecto, Macário Correia afirmou hoje, em declarações à TSF, que compreende o ponto de vista do Governo e que as portagens naquela via que cruza o Algarve são “inevitáveis”.»
Ver aqui
NOTA: Confesso que tinha uma certa simpatia pelo político Macário Correia, mas hoje cheguei à conclusão de que, afinal, não passa de um indivíduo que anda ao sabor da maré. Antes, no tempo do Governo PS, era um aguerrido inimigo das portagens na Via do Infante; agora, com o PSD/CDS no executivo nacional, já concorda com elas. Como explicação, adiantou que a conjuntura, com o país em crise, a isto o levou. Pois é. Há poucos meses, com o país a querer evitar a bancarrota, na douta opinião de Macário, não havia razões para portagens. Sempre há cada sem-vergonha!
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Mandela Day
67 minutos
para ajudar os outros
«Assinala-se hoje o Mandela Day, o dia internacional dedicado ao líder sul-africano que conseguiu, através do diálogo e da integração, mudar o futuro da África do Sul, no dia em que o estadista completa 93 anos. Neste dia, a Fundação Nelson Mandela pede a todos os cidadãos que dêem 67 minutos do seu tempo a ajudar os outros.»
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***
Tão pouco de cada um, multiplicado por milhões, seria (ou será) uma revolução capaz de virar o mundo para melhor. O problema está nos nossos comodismos que nos impedem de dar seja o que for. Viver a solidariedade e experimentar a caridade podem fazer a diferença nas sociedades que temos e que desejamos mais abertas a quem precisa.
Novo Bispo de Bragança-Miranda
Manuel Monteiro de Castro
é o mais novo bispo português
Nasceu em Luanda em 29 Maio de 1967 e em 1975 entrou no seminário menor da Diocese de Bragança-Miranda. Prosseguiu os seus estudos na Universidade Católica no Porto, onde concluiu a licenciatura em teologia, antes de ser ordenado Padre, a 16 de Junho de 1991. Foi reitor do Colégio Português em Roma.
Sobre a crise por que estamos a passar, disse: “Os momentos de crise, eu creio que são sempre momentos de purificação, de confronto, de renovação. Eu acredito no presente e no futuro de Portugal. Não ficarmos passivos à espera que as coisas aconteçam, que os problemas se resolvam por si. Eu acho que todos nós temos algo a dar, como contributo para a resolução dos problemas, em ordem à construção de uma civilização nova.”
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GAFANHA em 1915
Na “Ilustração Portuguesa”, em 1915, 18 de outubro, António Maria Lopes
escreveu um texto muito bonito e ilustrado sobre a Gafanha. Vale a pena lê-lo e
apreciá-lo aqui.
Para despertar o interesse dos meus amigos, transcrevo três bocadinhos:
A Gafanha é uma «terra pacífica, meiga e alegre como um
beijo de mãe, caído nos lábios d’um filho, forma como que uma pequena pátria n’nesta
grande pátria nacional.»
A Gafanha «é uma povoação moderna, de tipos fortes, loiros,
requeimados pelo sol, vendendo saúde.»
«o ativo e forte gafanhão não emprega o seu tempo apenas no
amanho do veludo macio das suas areias, dando-lhes a consistência precisa para
a cultura por meio do moliço.»
domingo, 17 de julho de 2011
Aldeias Históricas de Portugal
Piódão
Sortelha
Alma cheia e espírito renovado
Maria Donzília Almeida
Quem conheceu as Gafanhas em meados do século passado e compara com o aspeto que têm hoje, pode dizer, à boca cheia, sem margem para engano: — Qualquer semelhança é pura coincidência!
Na verdade, a Gafanha foi, outrora, um aglomerado rural e piscatório. A agricultura de subsistência praticava-se, paralelamente, com alguma atividade piscatória e ambas constituíam o sustento da população. Esta vivia em condições precárias e tinha um padrão de vida muito humilde.
Gradualmente a aldeia foi-se descaracterizando, podendo-se dizer, hoje, que nem é peixe nem carne! O tecido social perdeu a sua homogeneidade e integrou gentes de várias origens e múltiplas formações. A característica principal deste povo laborioso e persistente perdeu-se neste mar de gente que povoa as nossas escolas numa massificação problemática.
Fica uma palavra de apreço ao nosso presidente da Junta de Freguesia, que tem posto o seu dinamismo e energia ao serviço da comunidade que serve. Bem-haja!
Foi neste pano de fundo que surgiu a ideia do passeio escolar às Aldeias Históricas, habitual todos os anos.
Na madrugada de 13 de julho, rumou a terras de Aguiar da Beira o autocarro cheio de docentes e “paradocentes”, em ambiente de descontraída confraternização.
Seguindo pela A25, passámos por Viseu e a primeira aldeia que visitámos foi Linhares, situada na vertente ocidental da Serra da Estrela, de origem medieval. Com um passado rico em história é um autêntico museu ao ar livre. As pedras das ruas contam histórias fantásticas, e são um repositório da importância que teve no passado.
Poema para este domingo
Figueira da Foz: Torre do Relógio
AQUELE MAR
Aquele mar da minha infância,
bom camarada e meu irmão
a sua voz, o seu olor, sua fragrância
tanto os ouvi e respirei
que trago em mim o seu largo ritmo,
seu ritmo forte,
como se as praias onde espuma
quase me fossem
praias sem fim dentro de mim
ocultas praias, largas praias
do tumultuoso coração…
Aquele mar
meu confidente de horas idas
tudo escutava e adivinhava
do meu pueril e ingénuo anseio.
Nada sonhei que o não dissesse
– frémito de alma, grito ou prece –,
às madrugadas e aos poentes,
ao sol, às nuvens, ao luar,
ora nascendo, ora morrendo
nos longos, longos horizontes
em que se perdia o meu olhar…
Aquele mar
na calma azul, no temporal,
nunca mentia: era um só beijo,
hálito puro, largo harpejo
que me entendia e respondia
no seu inquieto marulhar…
Moço e menino, solitário,
rochas, falésias, areais
eu coroava-os de alegria
nos meus passeios matinais.
Ou nalgum barco pescador,
velas abrindo a todo o pano,
do oceano então era senhor,
largava a escota, navegava,
no vão desejo de aventuras,
que não chegava a realizar…
Mas era meu, e eu pertencia-lhe,
àquele mar,
era seu filho, escravo e dono,
sorria à sua Primavera,
amava a luz do seu Outono,
o vivo lume dos estios
a violência dos Invernos
longos clamores de temporais.
Aflito voo das gaivotas
junto das negras penedias,
também como ele me perdias,
nas tardes tristes e sombrias,
na bruma gélida das noites…
E a eternidade então ouvia
humano sonho sempre esquecido
na eterna voz que fala o mar.
João de Barros
NOTA: Edição de “Mar Alto” – Figueira da Foz,
1 de Junho de 1969, no dia da Festa da Cidade ao poeta.
Festas
Lá vêm outra vez as festas
Não me deixam indiferente as despesas exageradas das festas em nome de santos. Não digo, de propósito, em louvor dos santos, porque não estou convencido que seja isso que pretendam a maior parte das festas populares.
O problema tem agora menos sentido ainda, ao vermos as dificuldades de muitas famílias a recorrer às instituições de solidariedade social para enfrentar o seu dia a dia. É verdade que não se podem resolver todos os problemas, mas há que dar alguma atenção ao testemunho, ainda por cima à sombra da Igreja, de esbanjar como supérfluo o que para outros, muitas vezes a mesma terra, seria ajuda. Que ao menos as comissões de festa se limitem nas despesas e considerem os mais necessitados da paróquia ou mesmo de fora como alínea que pode dar valor humano e solidário à festa. Esbanjar parece ser para alguns a regra. Nenhum santo se pode sentir honrado sempre qual aconteça. As festas não podem servir para alienação do povo, quando existem para união do mesmo. Seio bem das dificuldades dos párocos em evangelizar esta actividade e as pessoas que nela intervêm. Mas há que aproveitar os sinais incómodos e não desistir.
António Marcelino
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 246
DE
BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 29
BICICLETAS E PADRES...
Caríssima/o:
Certamente
ainda se recordam do ano em que se realizou a primeira Volta à França em
bicicleta. Para mim foi curioso ler este apontamento:
«De
repente, começaram a chegar bicicletas do estrangeiro - para os endinheirados.
Contestação
ou remoque encontraram, contudo, nas primeiras vezes em que se atreveram à
estrada. Por exemplo, Guerra Junqueiro escreveu que “a bicicleta era o único
veículo em que a besta puxava sentada” - e, em 1896, a polícia de Lisboa
entrava na roda da chacota quando via transeuntes a insultar quem se atrevia a
pedalar pelas ruas.
O
Diário de Notícias lançou petição contra as bicicletas, achando que se “tornava
cada vez mais perigoso o trânsito na cidade devido à velocidade dos
pedalantes”.
E um
industrial têxtil do Linhó, nos arredores de Sintra, foi selvaticamente
agredido por ter cruzado a localidade de “byciclo” durante uma festa religiosa,
porque os fiéis julgaram que... «ia montado num carro do Diabo».
Contudo,
cinco anos depois, em 1903, o Patriarcado decidiu comprar bicicletas aos padres
que as quisessem para melhor se deslocarem nas suas missões!»
Este
pedacinho da história da bicicleta aguça o apetite para desenvolver um pouco o
último tema aí mencionado.
Sim,
porque, embora para alguns custe a acreditar, a minha geração ainda viveu os
tempos em que o transporte dos senhores priores, reitores ou abades era...
andar a pé!
Quem
conheceu outro ao Prior Guerra?
Ou, no
Bunheiro, quem se recorda das viagens
que o Reitor Domingos fazia entre a sua paróquia e a vizinha Pardilhó, sua
terra natal?
Mas de
bicicleta aí temos dois documentos a atestar o uso frequente e quase exclusivo
para visitas a fregueses desses dois saudosos padres: Manuel José Costeira e
Manuel Ribau Lopes Lé.
O
primeiro nunca teve outro meio de transporte.
O
segundo, embora usasse para viagens longas outros (teve o seu carro... e as
suas motas!), não dispensava a bicicleta nas voltas mais caseiras.
E
quantos mais se podiam recordar!...
Concluindo, vem a propósito o provérbio:
"O mais eloquente de todos os sermões é o
exemplo".
Tolerância
DEIXAI-OS CRESCER ATÉ À CEIFA
Georgino Rocha
Sábia sentença que revela o coração do dono do campo onde, a par do bom trigo, cresce o joio daninho. E põe igualmente a descoberto o coração de todos os humanos. A vida é um bem precioso que não se pode beliscar e, menos ainda, eliminar. O crescimento é resultado da seiva vigorosa e das condições envolventes favoráveis. Se não houver atropelos, a vida desenvolve-se com naturalidade em todas as dimensões.
Além do reconhecimento do valor da vida, o proprietário desvenda outras atitudes que tornam mais humanas as relações familiares, laborais e sociais: espírito empreendedor, confiança num bom resultado, aceitação do ritmo dos factos, paciência nas turbulências, e contrariedades, diálogo concertado com os trabalhadores que o questionam, capacidade de tomar decisões arriscadas, respeito pelas leis do tempo, definição do método de avaliação, sensatez pedagógica em todo o processo.
sábado, 16 de julho de 2011
Regata dos Portos do Centro
Para unir Aveiro e Figueira da Foz
A 4.ª Edição da Regata dos Portos do Centro vai voltar este
ano a Aveiro e à Figueira da Foz, nos dias 23, 30 e 31 de Julho. Duas dezenas
de embarcações de cruzeiro e mais de uma centena de velejadores são esperados
nesta prova que se vai disputar em três classes – ANC1; ANC2 e classe de
cruzeiros.
A prova será apresentada a 20 de Julho, às 15 horas, pelo
Presidente dos Conselhos de Administração do Porto da Figueira da Foz (APFF) e
do Porto de Aveiro (APA), José Luís Cacho; apresentação em parceria com o Presidente
da BP Portugal, Francisco Vieira, e o Director do Casino da Figueira da Foz,
Domingos Silva.
Poesia para este sábado
Feliz Dia para Quem É
O igual do dia,
E no exterior azul que vê
Simples confia!
Azul do céu faz pena a quem
Não pode ser
Na alma um azul do céu também
Com que viver
Ah, e se o verde com que estão
Os montes quedos
Pudesse haver no coração
E em seus segredos!
Mas vejo quem devia estar
Igual do dia
Insciente e sem querer passar.
Ah, a ironia
De só sentir a terra e o céu
Tão belo ser
Quem de si sente que perdeu
A alma p’ra os ter!
Fernando Pessoa,
in "Cancioneiro"
Citador
Crise de valores
“Don’t worry, be happy!”
Maria Donzília Almeida
Com o espírito mais liberto e o tempo menos espartilhado entre mil e uma tarefas, até a música tem outro encanto. A melodia citada em epígrafe, desde os tempos remotos, de 1988, em que apareceu, está aí de novo, sempre repetida e tão sentida. O cantor Bobby McFerrin readquiriu a força que o lançou e o refrão da canção anda aí, na boca de toda a gente.
Cada um atribui à canção o sentido que a sua vida lhe permite. A mim, evoca uma cena sui generis, que ficará nos anais de uma Mulher!
Fui solicitada a acompanhar uma amiga, à última morada. Não ao cemitério, mas a um tribunal, onde iria ser lida a sentença que poria termo à sua família. Uma morte anunciada, havia muito tempo.
Merece-me, aqui, fazer umas breves considerações acerca da efemeridade das famílias atuais, que parece estar a acentuar-se, a olhos vistos. As estatísticas falam por si e apresentam um panorama muito negativo. As relações pessoais são precárias, as pressões da sociedade são muitas e há uma crise de valores como não há memória.
Vaticano II: discriminação deve ser eliminada
Sobre a ordenação de mulheres
Anselmo Borges
Nas últimas duas semanas, a ordenação de mulheres alcançou
grande relevo nos media. Por causa de declarações inesperadas do
cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo. Numa entrevista publicada no
Boletim da Ordem dos Advogados declarara que "teologicamente não há nenhum
obstáculo fundamental" à ordenação de mulheres. A recusa está baseada
apenas na tradição.
A declaração teve eco em importantes órgãos de informação
estrangeiros. Tanto mais quanto aparecia pouco tempo depois de um bispo
australiano ter sido demitido devido à mesma abordagem do tema, e o vaticanista
Andrea Tornelli fez notar que a declaração ia contra a doutrina afirmada por
João Paulo II e Bento XVI.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Português e Matemática
A comunicação social noticia que os exames de Português e
Matemática, do 12.º ano, denunciaram a má preparação dos alunos. Os resultados foram
negativos, sendo de sublinhar que na disciplina de Português não se viam notas
destas há 14 anos. A Matemática, já nem se fala, pois os nossos alunos, na
sua grande maioria, continuam a olhar para os números com horror.
Estou longe de saber de quem será a culpa. Normalmente,
atribui-se aos alunos a responsabilidade das más notas em Matemática; os professores
ficam à margem, como se fossem todos pedagogos notáveis. Ora, eu acho que os
professores deviam fazer um exame de consciência, no sentido de descobrirem se
da parte deles haverá capacidade e arte para motivar alunos. O mesmo poderá ser
dito aos professores de qualquer área.
A nível do Português, também não me espanta a situação. Pelo
que tenho sabido, os nossos jovens leem pouco; muitos fogem dos livros como o
diabo da cruz. E sem leituras, na área das Línguas como noutras, não se vai a
lado nenhum.
Uma pequena estória
Alçada Baptista era um bom contador de estórias. Incisivas e
com graça. Como esta:
«O meu querido Raul Solnado quis ser simpático com o filho
de um amigo, um rapaz de 23 anos. Achou que se devia interessar pelas suas
preocupações. Disse-lhe:
— Então, rapaz, tens lido alguma coisa? Gostas de ler?
Ele pensou só um bocadinho e respondeu:
— Evito.»
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