domingo, 21 de julho de 2013

Os gafanhões vistos por outros — 4



As mulheres da Gafanha merecem um estudo profundo sobre o seu papel na construção das povoações e das comunidades desta região banhada pela Ria de Aveiro. É certo que alguns estudiosos e escritores de renome já se debruçaram sobre elas, cantando loas à sua coragem, mas também ao seu esforço, desde sempre indispensáveis na luta de transformação de areias improdutivas em solo ubérrimo.
Há décadas, e é sobre essas mulheres que nos debruçamos, elas eram as mães solícitas e amorosas dos filhos, mas também os “pais” que garantiam o sustento da casa, enquanto os maridos se aventuravam nas ondas do mar ou tentavam a emigração, na busca de mais algum dinheiro que escasseava em terra. 
Em jeito de desafio a quantos podem e devem, pelos seus estudos e graus académicos, retratar as nossas avós, com rigor histórico, estético, poético e antropológico, já que, aqui, não há lugar nem tempo para isso, apenas indicamos algumas pistas, que há mais de 60 anos nos foram oferecidas por Maria Lamas, na célebre obra “As mulheres do meu país”.


sábado, 20 de julho de 2013

As paixões de Lee Gallagher

Lee Gallagher
Lee Gallagher é capitão do Brasilia Fishing Charters. É natural do Reino Unido e vive nos Açores, onde é pescador e ilustrador de temas marinhos. Veio em 1987 de Inglaterra com destino aos Açores, para seguir a sua paixão de viver uma experiência de "pesca em mar aberto". Isto pude ler na revista NAU XXI, número 2, deste mês de julho, que sublinha, entre outros temas, que o "Peixe português é bom, muito bom...", em trabalho de Alexandra Prado Coelho. 
Voltando ao pescador ilustrador, que optou pelos Açores há 25 anos, ele confessou à revista a razão por que gosta do mar açoriano: "A biodiversidade marinha, o contacto com a natureza, a possibilidade de trabalhar nas suas duas grandes paixões e a vida rústica que tem oportunidade de viver.

Nota: Voltarei à revista para referir outra paixão pelo nosso país.

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Torreira: Tenda de Deus


Somos uma Diocese situada à beira mar, com zonas balneares de referência. Aveiro atrai todos os anos muitos veraneantes amigos vindos de longe. Queremos acolhê-los bem. Como é bom, muito bom mesmo, termos tanta gente que gosta da nossa terra, aqui encontra paz e procura descanso e se sente bem recebida e integrada nas nossas comunidades, sempre que aqui chega!


Novos olhos


«A verdadeira viagem de descobrimento 
não consiste em procurar novas paisagens,
 e sim em ter novos olhos.» 

Marcel Proust  (1871 – 1922) 

NOTA: Agora, mais do que nunca, todos precisamos de novos olhos ou novos olhares para enfrentar a crise que nos massacra o corpo e a alma. Com os erros, podemos sempre aprender, para não cairmos em precipícios que podem ser fatais. Com a indefinição, incompetência, luta cega  pelo poder, ambições pessoais, egoísmos ferozes e demagogias baratas ao nível político, social e económico temos mesmo de repensar as nossas opções partidárias. Com esta gente, não vamos a lado nenhum.

Falsos ricos

Desabafos de um habitante do Absurdistão

Anselmo Borges


«Há um verbo latino muito rico: mederi. É importante, porque dá origem a três palavras fundamentais para a nossa necessidade mais urgente: meditação, medicina, moderação. Precisamos de parar e meditar e viver mais moderadamente (todos, não apenas os pobres). Quanto à medicina, ninguém conhece exactamente o remédio, mas ele passa também pela convocação de representantes das forças mais dinâmicas e estruturantes do país - Universidade, partidos, patronato, sindicatos, média, Igreja -, no sentido de um estudo que comunique, sem mentira, a situação real do país, e de um consenso mínimo quanto ao essencial, para salvar o futuro de um país que caminha para o precipício.»

Anselmo Borges

Dia do Amigo: 20 de Julho


Com dedicação, gratidão e devoção... 
aos meus amigos do peito!





AMIGO...

Com o coração escuta...
A minha história
A minha luta!
A minha glória
O meu fracasso...
Tudo o que faço...
As lágrimas seca,
Com amor... e não peca!
Dá o seu ombro suave
Macio e acolhedor...
Refrigera a dor
Adivinha uma angústia
Vive os meus sucessos
E aceita os retrocessos.
Discorda de mim...
Cheira a rosas e a jasmim...
É o meu perfume!
Reacende-me o lume
Apagado, da paixão!
É certeza, na ilusão
Protege-me do perigo!
É no fundo do meu ser
O que mais desejo ter:
O meu porto de abrigo!


M.ª Donzília Almeida

20.07.2013

Saber acolher


RECEBER JESUS EM SUA CASA

«Saber acolher como Abraão que interrompe o seu descanso e se põe ao serviço de desconhecidos, prestando-lhes generosamente os cuidados usuais. Como Marta, a incansável dona de casa, que se esmera na prática das regras da boa hospitalidade. Como Maria, a ouvinte dócil e atenta, que se senta aos pés de Jesus qual discípula fiel. O acolhimento é fonte de enriquecimento mútuo. Como recorda o Papa Francisco na sua recente encíclica: “A fé ensina-nos a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim, que a luz do rosto de Deus me ilumina através do rosto do irmão (LF 42).»

Georgino Rocha

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Mandela: Um Gigante Moral

Mandela faz hoje 95 anos

«O objetivo da liberdade é criá-la para os outros.»

Mandela 


Nelson Mandela

«Nem profeta nem revolucionário, Nelson Mandela mostrou-se um homem fora do comum, um imenso líder político e um gigante moral.
Pelos seus princípios. Pelo seu sacrifício. Pela sua humanidade. Pela sua determinação. Pela sua coragem. Pela sua visão. Pela sua força para perdoar e reconciliar. Um homem íntegro. O combate de Nelson Mandela levou ao triunfo da justiça e da dignidade do homem. E quase sempre com Mandela a aparecer com um sorriso carinhoso.»

Li aqui 

Europa sem horizontes novos


Cristãos à escala universal?



"Numa Europa politicamente baralhada, eticamente empobrecida, incapaz de horizontes novos, o mundo voltou a olhar para Roma, dada a esperança que daí parece vir a favor dos direitos humanos fundamentais, da dignificação e humanização das relações pessoais e sociais, da colaboração séria em prol da verdade, da justiça e da paz."

António Marcelino

quarta-feira, 17 de julho de 2013

"Olhos sobre o Mar"

CONCURSO DE FOTOGRAFIA


​«O Executivo Municipal ratificou a decisão do Júri do X Concurso de Fotografia “Olhos sobre o Mar” em relação à atribuição dos Prémios. Nesta edição participaram 134 fotógrafos de todo o País, com um total de 631 trabalhos relacionados com o Mar, tornando-se a edição mais participada de sempre.
​A entrega dos prémios decorrerá no dia 23 de agosto no Navio Museu Santo André, local onde ficarão expostos os 50 melhores trabalhos durante o mês de agosto, integrados no programa do “Mar Agosto 2013 – Festas do Município de Ílhavo”.»

Fonte: CMI

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Medo


«À medida que nos libertamos do nosso próprio medo 
a nossa presença liberta automaticamente outros.» 

Nelson Mandela (°1918)

O PIQUENIQUE

Piquenique nas Abadias

Já lá vão os tempos em que fazíamos piqueniques. Filhos pequenos, cada um com o seu saco e pai e mãe com o resto dos apetrechos, os mais pesados. Mesa articulada montada, com cuidado, tachos, pratos e demais utensílios em cima, e toca a comer que o apetite era muito por causa dos ares dos pinheiros das matas da Torreia, S. Jacinto, Gafanha e Vagueira, entre outras, que o campismo proporcionava.
O que nos irritava eram os mosquitos esfomeados, que não nos perdoavam e nem sequer respeitavam os repelentes. Depois, em dias de nortada, o pó invadia tudo, ao ponto de nos obrigar a procurar refúgios, nem sempre fáceis de encontrar. Cansámo-nos. Mas de vez em quando ainda tenho saudades desses tempos.

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Figueira da Foz - Ponte nas Abadias

Pontes na vida



A ponte sobre o Ribeiro das Abadias, em pleno parque do mesmo nome, serve muita gente, apesar de ser pequena. Sobretudo os que fazem, com regularidade, os seus exercícios de manutenção.
As pontes são sempre úteis, especialmente para aproximar pessoas e comunidades desavindas. Sem pontes, não físicas mas de comunicação, o diálogo raramente se estabelece ou restabelece, tornando muito difícil o entendimento e o benefício da proximidade. Haja pontes entre as pessoas, tanto mais que temos, como nação, grandes desafios a vencer, são os meus votos.

Treino para férias


FIGUEIRA DA FOZ
Farol da Serra da Boa Viagem
Um dia de férias na Figueira a Foz para ensaio, que férias a valer só mais tarde. Nem sei quando.
A agitação doutros tempos anda fugidia. Compreende-se. Já lá vai o tempo em que a Figueira da Foz pontificava no turismo balnear, com a alta burguesia a marcar presença e a impor o ritmo social. Agora a praia democratizou-se sem ser preciso pedir licença a ninguém.
Hoje vi pouca gente, mas pode ser que em agosto as ruas, areais, esplanadas, cafés e bares, restaurantes e hotéis, espaços verdes e sombras venham a encher-se. Eu gostaria imenso, porque sem gente a Figueira fica mais triste.


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terça-feira, 16 de julho de 2013

Hortas


As hortas estão de regresso. As hortas têm de estar de regresso. Por prazer e por amor à natureza e ao gosto pela agricultura. Ainda  por causa das crises, que essas não perdoam e não têm compaixão por quem passa necessidades. As hortas são, na nossa região e noutras, um complemento para as receitas de qualquer família. Sobretudo de famílias onde entra pouco dinheiro. As hortas, que o arquiteto Ribeiro Teles defende há muito, como fundamentais na paisagem, estão a surgir também nas cidades. Esta encontrei-a na cidade do Porto, a capital do trabalho. 

Coragem


"Sucesso não é o final, falhar não é fatal: 
é a coragem para continuar que conta." 

Winston Churchill (1874 - 1965)


Fátima ajuda famílias

Publicado na Ecclesia 




Santuário propõe semana de férias 
para famílias com filhos 
portadores de deficiência

O Santuário de Fátima vai promover durante todo o mês de Agosto e início de Setembro um campo de férias gratuito para famílias com crianças, jovens e adultos portadores de deficiência.
O projeto solidário, que começou há sete anos com o objetivo de ajudar pais e mães que se dedicam a 100 por cento aos seus filhos, dando-lhes a oportunidade de “descansar durante uma semana”, transformou-se progressivamente numa iniciativa familiar, realça o reitor do Santuário, em entrevista concedida à Agência ECCLESIA.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

domingo, 14 de julho de 2013

Maria Virgínia e Manuel Olívio

50 anos de matrimónio

Olívio e Virgìnia


Há aniversários que merecem ser celebrados de forma muito especial. Não por se tratar de alguém que estimamos, mas sobretudo pelo exemplo demonstrado ao longo da vida na família e na sociedade, de amor e de responsabilidade comunitária e eclesial. Refiro-me concretamente a um casal amigo,  Maria Virgínia e Manuel Olívio Rocha, ela do Monte, Murtosa, e ele da Gafanha da Nazaré, que ontem, 13 de julho, comemorou 50 anos de matrimónio, com os seus filhos e netos, a que se associaram familiares e amigos.
Conheço este casal desde o tempo em que ambos eram jovens, solteiros e militantes da Ação Católica, tal como eu. Depois o amor, sorrateiramente, brotou nas suas vidas e continuou em crescendo, projetando-se nos filhos e netos, mas também nos amigos que a Virgínia e o Olívio souberam preservar e multiplicar.
Nos dias conturbados em que nos situamos, não será fácil viver um matrimónio tão duradoiro e capaz de testemunhar o amor com tanta serenidade. A sociedade, caracterizada pela competição desenfreada e a qualquer preço, repudiando, com que frequência!, a ética, o amor e a solidariedade, numa clara demonstração da prevalência do egoísmo entre os homens e mulheres deste século das altas tecnologias, das ciências e do mundo do ciberespaço, não tem sabido educar para  amores e casamentos duradoiros, com raízes que alicercem futuros mais fraternos e mais cristãos. Felizmente,  tal não aconteceu neste casal constituído por amor há 50 anos e noutros de formação semelhante, os quais bem podem servir de modelo a quem estiver interessado em aprender, estimulando-se nos seus testemunhos de compreensão, de tolerância, de respeito e de aceitação dos outros, tal como são, e no amor aberto à doação plena.
Daqui, deste meu recanto, saúdo os meus amigos Virgínia e Olivio, com votos sinceros de muita paz, alegria e amor, na companhia de filhos e netos, e também dos amigos que souberem manter nos seus corações.

Fernando Martins


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Gafanhões vistos por outros — 3


Joaquim Matias define o gafanhão deste modo:

«um homem persistente em seu querer, teimoso no trabalho, inquebrantável na fé de vencer. E há-de haver um dia, por justiça imanente da vida, cinzel ou caneta de homem de génio que materialize em forma artística a epopeia sublime desse camponês que ninguém conhece, quando ele é maior ainda do que o guerreiro da reconquista e o marinheiro das descobertas».

E mais adiante:

«O Gafanhão pretendeu apenas bastar-se, arrancar alimentos da areia, ser útil. Não tem consciência da epopeia magnífica erguida em três gerações, com suor e enxadadas, à sombra da proa recurvada dos seus moliceiros. Mas nem por isso é menor o seu mérito. Nem por isso a sua Gafanha, a Gafanha que ele fez sozinho, contra tudo e contra todos — nem por isso a sua Gafanha deixa de ser um triunfo monumental que aí temos a atestar ao País e ao Mundo que o braço do Homem continua sendo a grande alavanca da Criação, e que em boa verdade vence quem teima, porque “a fé revolve montanhas”.»

"Arquivo do Distrito de Aveiro", n.º36, 1943

sábado, 13 de julho de 2013

Nadadores Salvadores

Praias da Costa Nova e da Barra mais seguras



«A Associação 'ResgatÍlhavo' que, neste Verão, coordena pela primeira vez os nadadores salvadores presentes diariamente nas praias de Ílhavo, trabalha com 21 'activos' que desenvolvem actividade preventiva e de salvamento.
André Baroet lidera a Associação e integra a equipa que coordena toda a actividade. "Desenvolvemos actividade na Costa Nova e na Barra. O nosso orçamento financeiro 'cobre' dois projectos integrados. Os custos são garantidos pela Associação de Concessionários da Beira Litoral, por concessionários individuais e por dinheiros da Câmara de Ílhavo e Porto de Aveiro", disse, em entrevista à Terra Nova.
"O nosso projecto que abrange as praias da Barra e Costa Nova permitiu diminuir o número de nadadores salvadores em termos comparativos com outros anos. Temos só um nadador por cada concessionário. Assim conseguimos reduzir os custos", adiantando que "não temos problemas. Temos mais meios, em termos materiais, rádios, telemóveis, viaturas", disse.»

A Luz da Fé

A última encíclica de Bento XVI



«A fé tem o seu fundamento na experiência crente de Jesus, naquela sua experiência avassaladoramente felicitante de Deus enquanto Abbá (querido paizinho). Acreditou, entregando a sua vida até à morte a esse Deus-Amor e ao seu Reino de vida digna para todos. Os cristãos acreditam como ele e nele, que está vivo em Deus, o Deus da Vida. E procuram agir como ele, levando avante, na confiança e no combate pela vida, o Reino do Deus da vida para todos.»

Anselmo Borges


Faz-te voluntário



VAI E FAZ O MESMO


«Vai e faz o mesmo porque o amor de Deus envolve necessariamente aqueles que Deus ama, sem distinção de género ou de raça; percorre os seus caminhos de aproximação e serviço; reveste os seus sentimentos de ternura e misericórdia; faz-te voluntário e envolve-te em todas as causas dignas da condição humana; doa-te, por inteiro, com os teus bens, o teu tempo, as tuas capacidades de relação e influência.»

Georgino Rocha

“A quem muda, Deus ajuda!”


Dia do Agricultor - 13-07


"A agricultura aqui (em Portugal) 
é a arte de assistir impassível 
ao trabalho da natureza."

Eça de  Queirós 


«Mudar é próprio das pessoas inteligentes! E... lá diz o povo: “A quem muda, Deus ajuda!”
A vida ao ar livre descongestiona o cérebro e permite o recarregar de baterias, sem a incómoda e onerosa deslocação ao ginásio. Deambular à sombra retemperadora dos pinheiros, regar uns pés de alface, couve galega, pepinos ou pimentos e contemplar os tomates a avolumar-se sob o olhar lascivo das curgetes...é um exercício que retempera a alma e promove a saúde física e mental, “Mens sana in corpore sano!” 
A sinfonia em “lá maior”, ali... no bosque ou na horta, orquestrada pelo canto sensual das rolinhas, dos melros e de outras espécies ornitológicas, convida ao sonho, à evasão dum mundo marcado pelo ritmo alucinante da vida moderna. 
Com o astro-rei a abençoar e fazer medrar todas as sementes de vida lançadas, neste ventre enorme que é a terra, temos uma réstia de paraíso... ao nosso alcance.»

M.ª Donzília Almeida