Estímulos e travões
no processo de recuperação
António Marcelino
Dizer que o momento que atravessamos é difícil não vai além
de repetir o que todos sabemos e vamos sentindo. É verdade, no entanto, que
para uns as dificuldades são maiores do que para outros. Sendo assim, não
podemos deixar de nos perguntar como consegue sobreviver uma família modesta
com um ou os dois pais desempregados ou um casal de idosos com uma reforma mais
do que magra. Muitas perguntas pertinentes se podem e devem fazer para se poder
interiorizar a crise. Multiplicam-se, é certo, as expressões de solidariedade.
Porém não é fácil a pessoas que sempre tiveram uma vida que se ia bastando por
si própria terem agora de recorrer a instituições para pedir alimento ou ajudas
que lhes permitam responder a despesas inadiáveis. O que toca na auto-estima
também empobrece as pessoas.