quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Palmeiras do Oudinot



As palmeiras sempre me atraíram desde pequeno, talvez por serem raras nos meus horizontes de miúdo gafanhão, que nunca chegaram longe. Quando muito, até Aveiro e Ílhavo, na companhia dos meus pais. Havia uma que até veio dar nome a um café, o Café Palmeira. Ficava junto ao estabelecimento comercial do senhor Zé da Branca, que, além de comerciante, foi industrial das pescas e proprietário de marinhas de sal, segundo creio.
À sombra dessa palmeira ou à volta dela se juntava a malta, em especial aos domingos, sobretudo quando ele resolveu montar uma aparelhagem sonora com um altifalante de corneta, para se ouvir à distância. O pessoal mais novo ou de espírito mais gaiteiro, como então se dizia, dançava que se fartava. E a palmeira ainda lá continua.
Hoje, porém, para satisfazer este meu gosto, aqui deixo aos meus leitores palmeiras do Oudinot, perfiladas, ao jeito de quem está a proteger alguém das investidas dos ventos.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Farol da Barra de Aveiro

Uma evocação para avivar memórias

Farol em construção
O Farol da Barra de Aveiro, situado em pleno concelho de Ílhavo, na Gafanha da Nazaré, é um ex-líbris da região aveirense. Imponente, não há por aí quem o não conheça como o mais alto de Portugal e um dos mais altos da Europa. Já centenário, faz parte do imaginário de quem visita a Praia da Barra.
Quem chega, não pode deixar de ficar extasiado e com desejos, legítimos, de subir ao varandim do topo, para daí poder desfrutar de paisagens únicas, com mar sem fim, laguna, povoações à volta e ao longe a dominar os horizontes, os contornos sombrios das serras de perto e mais distantes.
À noite, o seu foco luminoso, rodopiante e cadenciado, atrai todos os olhares, mesmo os mais distraídos, tal a sua força. Mas são os navegantes, os que podem correr perigos ou desejam chegar à Barra de Aveiro em segurança, os que mais o apreciam, sem dúvida.

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Padre João Gonçalves — O Padre das Prisões

Padre João Gonçalves 

Participei no sábado à tarde, no edifício da Assembleia Municipal de Aveiro e antiga Capitania, na apresentação do documentário “O Padre das Prisões”, que retrata o trabalho do Padre João Gonçalves, capelão do Estabelecimento Prisional de Aveiro e Coordenador Nacional da Pastoral das Prisões, junto dos reclusos. O documentário resulta de um desafio do Padre João lançado às irmãs Inês e Daniela Leitão, argumentista e realizadora, respetivamente, que há bons meses foram recebidas pelo Papa Francisco, a propósito de “O meu bairro”, documentário que mostra a ação pastoral de Missionários da Consolata.
O Padre João Gonçalves é um sacerdote de causas, que não se fica pelas meias tintas. Anda há 40 anos nesta missão de assistência espiritual e não só aos reclusos na Cadeia de Aveiro, sem descurar outros trabalhos eclesiais e sociais, bem conhecidos de todos os aveirenses, a par da coordenação nacional da pastoral direcionada para os que se encontram privados da liberdade, por crimes que a sociedade não perdoa. E nesses 40 anos, depois de tanto falar, de tanto procurar sensibilizar pessoas, paróquias, entidades particulares e oficiais, para além de empresas e serviços religiosos, sociais e culturais, sem nunca desanimar, sentiu que era preciso abanar a comunidade nacional, em geral, e a Igreja Católica, em particular, para a urgência do apoio incondicional aos presos e ex-presos e suas famílias. Fê-lo em boa altura, quando bateu à porta certa. As irmãs Inês e Daniela, com toda uma equipa agora alargada, puseram mãos à obra e o documentário foi divulgado pela comunicação social com grande profusão. Nestes últimos dias, “O padre das prisões” saltou as grades e anda na rua, recebendo aplausos e palavras amigas de toda a gente. Será preciso não se ficar por aí.
Os reclusos têm de ver reconhecida a sua dignidade de seres humanos; os ex-reclusos não podem mais carregar o ferrete do desprezo e da indiferença; os empresários devem acolhê-los com sinais de confiança; todos precisamos de levar à prática, junto deles, sentimentos de partilha e de esperança.

NOTA: Tenho acompanhado a ação do Padre João Gonçalves há décadas. Aprecio imenso a sua generosidade e disponibilidade ao serviço do Reino, com prioridade dada aos feridos da vida. Entrevistei-o diversas vezes e hoje até repesquei um texto que publiquei no jornal Solidariedade em 2004 e que pode ser lido  aqui.



domingo, 22 de fevereiro de 2015

Necessidades

«Quem não tem necessidades  próprias 
dificilmente se lembra das alheias»

Mateo Alemán (1547-1614), escritor espanhol


NOTA: Admiro muito os que, com meia dúzia de palavras, conseguem transmitir mensagens verdadeiramente intemporais.

Mudar radicalmente a religião (1)

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO



Os caminhos de Deus não se podem 
confundir com os de uma só religião



1. Não tive condições para seguir as cerimónias que envolveram a nomeação dos novos “príncipes da Igreja”. Um amigo, pouco dado a críticas à hierarquia eclesiástica, manifestou-me, no entanto, o seu desapontamento. Daquilo tudo, só as palavras do Papa estavam ajustadas a um programa de reforma da cúria e da Igreja.
Seria arcaico exigir dos novos cardeais vestes parecidas com as do carpinteiro de Nazaré. Mas aquele espectáculo era a reprodução de sempre do mau gosto purpurado. As delegações portuguesas, ao convidar o Papa para vir a Fátima, revelaram pouca imaginação e, até parece, uma oposição ao seu programa.
Seja como for, importa redescobrir o papel das religiões no mundo, na Europa e em Portugal. O que as terá anestesiado para que, durante estes anos todos de miserável humilhação dos povos do Sul da Europa e de transformação do Mediterrâneo num cemitério medonho, não tenham suscitado um imenso movimento de resistência não violenta?
Sobre o papel das religiões existem as posições mais desencontradas. Comecemos por uma das mais negativas:

sábado, 21 de fevereiro de 2015

“As sopas da Avó entr’outros sabores e saberes”

Mais um livro de Manuel Olívio da Rocha


“As sopas da Avó entr’outros sabores e saberes” é mais um livro de Manuel Olívio da Rocha em edição familiar, com capa de Domingas Vasconcelos. Trata-se de um brinde de Natal, o 26.º da coleção “Cadernos de Família”, extensivo apenas a alguns amigos, que não deixarão de saborear o trabalho decerto intenso do autor, durante todo o ano. Se Deus quiser, no próximo Natal há mais, talvez com tema que ninguém ousará adivinhar. 
Quando este brinde me chega, é certo e sabido que fica logo no sítio ideal para uma leitura serena, até porque o seu conteúdo não é nem tem sido para ser engolido sem mastigar, como quem bebe um batido de amoras silvestres.
Devo confessar que este livro  está profusamente recheada de informação consistente, de curiosidades inesperadas para muitos, de saberes acumulados ao longo de anos pelo Manuel Olívio, criteriosamente guardados na sua memória poderosa e nos seus arquivos certamente bem ordenados.

Não a ofertas à custa da injustiça

Não se podem fazer ofertas à Igreja 
às custas da injustiça com os trabalhadores, 
sublinha papa Francisco
Pedintes aquecendo-se (det.), Jose Gutierrez Solana,
1933 Galeria Leandro Navarro, Madrid, Espanha, D.R.

«O papa sublinhou hoje , no Vaticano, a importância da coerência entre a espiritualidade da Quaresma, que acentua a esmola, o jejum e a oração, e os comportamentos sociais dos cristãos, designadamente com as pessoas mais pobres.
«O amor a Deus e o amor ao próximo são uma unidade, e se tu queres fazer penitência, real, não formal, deves fazê-la diante de Deus e também com o teu irmão, com o próximo», afirmou Francisco na homilia da missa a que presidiu, refere a Rádio Vaticano.»

Li aqui

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Solidão e ética do cuidado

Crónica de Anselmo Borges 
no DN

Anselmo Borges


Italo Calvino escreveu, em As Cidades Invisíveis: "A cidade de Leónia refaz-se a si própria cada dia que passa: todas as manhãs a população acorda no meio de lençóis frescos, lava-se com sabonetes acabados de tirar da embalagem, veste roupas novinhas em folha, extrai do mais aperfeiçoado frigorífico frascos e latas ainda intactos, ouvindo as últimas canções no último modelo do aparelho de rádio. Nos passeios, embrulhados em rígidos sacos de plástico, os restos da Leónia de ontem esperam o carro do lixo. Não só tubos de pasta dentífrica bem apertados, lâmpadas fundidas, jornais, contentores, restos de embalagens, mas também esquentadores, enciclopédias, pianos, serviços de porcelana: mais do que pelas coisas que dia-a-dia são fabricadas, vendidas, compradas, a opulência de Leónia mede-se pelas coisas que dia-a-dia se deitam fora para dar lugar às novas. De tal modo que há quem se interrogue se a verdadeira paixão de Leónia é realmente como dizem o gozar as coisas novas e diferentes, ou antes o rejeitar, o afastar de si, o limpar-se de uma constante impureza. A verdade é que os varredores são recebidos como anjos, e a sua tarefa de remover os restos da existência de ontem está rodeada de um respeito silencioso, como um ritual que inspira devoção, ou talvez porque uma vez deitadas fora já ninguém quer tornar a pensar nessas coisas."

Aprender a viver; aprender a morrer

"Quando eu pensar que aprendi a viver, terei aprendido a morrer."

Leonardo da Vinci 
(1452-1519)


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Mensagem quaresmal do Bispo de Aveiro

Jesus é o Filho de Deus: escuta-O!



«A decadência do catecumenado trouxe alguns elementos positivos que importa realçar: estruturou-se a Quaresma como um período intenso de formação dos futuros batizados, e a Igreja, como boa mãe, alimenta, com o seu ensino e os ritos litúrgicos aqueles que já renasceram na fonte das águas batismais, mas ainda necessitam continuar a crescer na fé.»



Ler a Mensagem aqui

Vencer a tentação da indiferença

Reflexão de Georgino Rocha

Georgino Rocha


Após o baptismo, Jesus dirige-se imediatamente ao deserto. Mc 1, 12-15. Os Evangelhos mostram-nos o contraste aqui ocorrido: Ele, que havia sido proclamado Filho de Deus é tentado na sua condição divina para que mostre “o que vale e o que pode”. As obras seriam as suas credenciais por excelência. O prestígio do poder, a ganância fácil da economia, o pronto socorro da religião são-lhe propostos como caminhos de realização da sua missão. A tentação sedutora tem como fundamento as apetências humanas e como motivação próxima a prova de Jesus ser o Filho de Deus. Por isso continua tão actual e a dominar muitos corações.

Foto do Dia — Barcos em descanso

barcos na Ria

Os nossos olhos não se cansam de contemplar a laguna
que serenamente nos aconchega e atrai. A magia dos largos horizontes
 são desafios permanentes aos nossos sentidos.




sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Foi há 40 anos que faleceu o meu pai

O meu pai
Foi há 40 anos que faleceu o meu pai, Armando Lourenço Martins, mais conhecido por Armando Grilo. Parece que foi há dias, tão presente tenho esse momento doloroso na minha memória. A partir do dia 20 de fevereiro de 1975, a sua recordação faz parte da minha existência. Não há dia sem o seu sorriso, a sua voz forte e doce, as suas mãos calosas de tantas lutas na vida, de trabalho sem férias. Desde os 14 anos na pesca do bacalhau e depois nas instalações em terra da EPA (Empresa de Pesca de Aveiro), nunca gozou férias na verdadeira aceção da palavra. 
Quando as teve, ficava envolvido em tarefas caseiras e no quintal da nossa casa. Ria-se quando eu lhe sugeria que fosse passear com a minha mãe, embora algumas vezes desse uma volta comigo e com o meu irmão. Mais nada. Morando perto de mim, todos os dias nos visitava para brincar com os netos, com os quais tanto se ria e gargalhava. 
Morreu com enfarte no miocárdio. Às três horas da manhã, um médico diagnosticou-lhe dores no estômago e só mais tarde, ao fim do dia, nos foi dito que a doença seria fatal. Homem sem doenças, resistiu cerca de um mês na casa de saúde da Vera Cruz. Tinha 61 anos.
O meu pai era um homem bom. Não me recordo de qualquer ralhete, de qualquer zanga, de qualquer azedume em relação fosse a quem fosse. E quando ajudava alguém, não escondia a alegria de ter cumprido um dever para com seu semelhante. Como crente que sou, tenho a convicção de que o meu pai foi acolhido pela ternura materna de Deus.

Evoquei o meu Pai também aqui

Fernando Martins

Mensagem do Papa para a Quaresma


Fortalecei os vossos corações (Tg 5, 8)

«Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos interessam os seus problemas, nem as tribulações e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração cai na indiferença: encontrando-me relativamente bem e confortável, esqueço-me dos que não estão bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de enfrentar.»

Ler toda a Mensagem aqui

Foto do Dia — Painel cerâmico

Painel cerâmico
As marcas de Aveiro para memória futura. 
Propósito: olhar, apreciar, registar e partilhar.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Líder religioso saudita diz que a Terra está parada

Não será brincadeira de carnaval?



Quando se comemoram os 451 anos do nascimento de Galileu Galilei, astrónomo que defendeu o heliocentrismo, 
um sheik saudita deixou os estudantes boquiabertos com a sua teoria

«A Terra não anda à volta do Sol e está, na verdade, parada. Foi esta a teoria apresentada pelo sheik Bandar al-Khaibari, numa palestra para estudantes numa universidade dos Emirados Árabes Unidos no domingo. O líder religioso saudita acredita precisamente naquilo que Nicolau Copérnico e Galileu Galilei tiveram de contrariar há cerca de 500 anos, quando a teoria do geocentrismo colocava a Terra imóvel no centro do universo.
Com o heliocentrismo mais do que comprovado cientificamente, quando se comemoram precisamente 451 anos do nascimento do astrónomo italiano Galileu Galilei (a 15 de fevereiro de 1564), o sheik saudita foi à universidade dizer que se a Terra se movesse os aviões não poderiam nunca chegar ao seu destino.
No vídeo colocado no Youtube, ouvem-se as explicações deste líder religioso muçulmano. Recorrendo a um copo de água, ele tenta demonstrar que, se a Terra girasse, um avião que partisse do emirado de Sharjah em direção à China nunca chegaria ao seu destino visto que a própria China estaria a deslocar-se. E, se a Terra girasse em sentido contrário, defende ele, bastaria ao avião parar no ar para alcançar o destino.
No vídeo, enquanto sheik Bandar al-Khaibari fala não se ouve qualquer reação àquilo que defende, mas a teoria por ele apresentada, e noticiada pelo Al Arabiya, tem dado que falar. Até porque esta não é a primeira vez que este clérigo muçulmano se mostra pouco crédulo em relação a factos científicos. Anteriormente, segundo o Al Arabiya, já havia dito que o homem nunca foi à Lua.»

Li no DN 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

AVEIRO: “O padre das prisões” é apresentado no dia 21

Documentário de Daniela e Inês Leitão 
acompanha o padre João Gonçalves como responsável 
pela Pastoral Penitenciária portuguesa

Padre João Gonçalves

«A apresentação do documentário “O padre das prisões”, que relata a história do padre João Gonçalves como coordenador da Pastoral Penitenciária portuguesa, está agendada para o próximo dia 21, em Aveiro. A obra, com realização de Daniela Leitão e guião de Inês Leitão, estará disponível nas redes sociais durante o dia 20, Dia Internacional da Justiça Social. No dia seguinte, Aveiro acolhe a apresentação oficial (16 horas, antiga Capitania). Lisboa, Braga e Porto também receberão sessões de divulgação, embora ainda sem datas conhecidas.»

NOTA: Texto e foto do Diário de Aveiro


Movimento de Schoenstatt no Jornal i

(Foto do jornal i)

«Marcos e Raquel, casados, Rita, a aguardar a decisão final sobre a anulação de um casamento, e João Pedro, a terminar a faculdade. Mingas, a representante da juventude feminina, não pôde, à última hora, estar presente. Só leigos e nenhum sacerdote, por incompatibilidade de horários. Mas, por telefone, o padre José Melo, coordenador das actividades do Movimento de Schoenstatt, viria a explicar que estava muito bem assim, porque "estrutura não é piramidal, é federativa".
E depressa se percebe que, sem uma hierarquia vincada, este tipo de estrutura é uma das marcas-d'água da instituição, um dos movimentos católicos mais elitistas e por muitos considerado ultra-conservador. Riem-se os quatro quando pergunto se estão de acordo e, à laia de brincadeira, lhes peço os apelidos: Frescata, Fontoura e Duarte. A intermediária do encontro é Rocha e Melo. Coincidência. Acontece que o santuário de Lisboa, à volta do qual se realizam todas as actividades, foi construído no Restelo, uma zona nobre.
Muito mais a sério, explicam que para se construir um santuário não basta ter dinheiro, é preciso haver vida. E, quando uma comunidade sente que está preparada, então sim, ergue um altar. A ideia é que é Nossa Senhora quem escolhe onde e quando. O Santuário do Restelo foi erigido em 1974 e os pais de Marcos foram membros fundadores. Mas há mais três: em Braga, Aveiro e no Porto, por acaso no Canidelo, na margem mais pobre do rio Douro.»

Texto de Isabel Tavares no jornal I de hoje, 17 de fevereiro...

Excerto da reportagem do jornal i sobre o Movimento de Schoenstatt. Para ler toda a reportagem aqui

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Passadiços devolvidos à Praia da Barra

Passadiços na Praia da Barra

Terminou hoje, 16 de fevereiro, a obra de reposição dos Passadiços da Praia da Barra, da responsabilidade da Agência Portuguesa do Ambiente, no seguimento dos danos causados pela forte 
agitação marítima e temporal do inverno passado. Inaugurados a 6 de abril de 2013, numa extensão de 1100 metros, entre o Molhe Sul e o fim da área concessionada da Praia da Barra (a norte), os passadiços ficaram seriamente danificados.
A reposição dos passadiços vem complementar a empreitada de alimentação artificial  da Praia da Barra, surgindo agora numa posição mais recuada face ao inicial e obedecendo a uma lógica preventiva e de adaptação às novas condições que a própria praia adquiriu. Desta forma, fica garantida a existência de um importante elemento de qualificação da vivência e  fruição da Praia da Barra.

Fonte: CMI

domingo, 15 de fevereiro de 2015

As mulheres chegaram demasiado tarde?

Crónica de Frei Bento Domingues 
no PÚBLICO

Bento Domingues

1. Na paisagem pós-religiosa da Europa não foi necessária nenhuma heroicidade para organizar, em Paris – e noutras cidades -, a grande procissão para defender a liberdade de expressão, mesmo acerca das religiões. Nas Filipinas, 6 milhões foram participar com o Papa Francisco na celebração da Eucaristia para rezar e resistir ao imenso sofrimento dos pobres de todos os continentes, a blasfémia contra o ser humano. 
Estava a pensar nisto quando deparei com dois livros, que vinham ao encontro de alguns temas que me preocupam. O primeiro [1] é de um bispo, carregado de doutoramentos e coordenador nacional do serviço do episcopado francês, no tocante à pastoral, às novas crenças e às derivas sectárias. Ao observar o que aparece nos meios de comunicação contra o cristianismo e contra a Igreja católica e, por outro lado, a velocidades com que o ateísmo e um certo paganismo alargam a sua influência, não ficou parado: procurou responder a essas críticas, corrigir os erros tantas vezes repetidos, a partir “do coração” do cristianismo.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Púrpura e periferias

Crónica de Anselmo Borges 
no DN

Anselmo Borges

1. Como tinha anunciado, o Papa celebra hoje e amanhã no Vaticano a cerimónia de criação de vinte novos cardeais, dos quais, porque têm menos de 80 anos, quinze são eleitores do novo Papa, num eventual conclave. Anteontem e ontem, Francisco examinou com o Colégio Cardinalício, uma espécie de Senado da Igreja, que agora representa 73 países de todo o mundo, a reforma da Cúria Romana, desafio fundamental. De facto, sem uma reforma radical, consistente e duradoura, "constitucional", da Cúria, não se cumprirá uma tarefa essencial para Francisco.
Como já tinha acontecido na primeira nomeação de novos purpurados, há um ano, Francisco fez questão de abandonar critérios tradicionais de escolha. Assim, ficaram sem cardeal grandes cidades como Veneza e Bruxelas e só um membro da Cúria ascendeu ao cardinalato. Mas o arcebispo de Santiago, Arlindo Gomes Furtado, tornou-se o primeiro cardeal de Cabo Verde na história, o arcebispo de Rangun, o primeiro cardeal birmanês, como o bispo de Tonga é o primeiro proveniente do arquipélago de Tonga e também, com 53 anos, o mais jovem do Colégio. A América Latina fica representada por mais três cardeais, e a Ásia também com mais três.

QUERO, FICA LIMPO

Reflexão de Georgino Rocha




Jesus curou-me. Jesus limpou a minha lepra. Jesus tocou o meu corpo impuro. Jesus deu-me saúde. E de outros modos, ia lançando o brado da feliz notícia o homem recuperado na sua dignidade. Mc 1, 40-45. A experiência feita enche-o de entusiasmo e de júbilo, de alegria incontida e de coragem ousada. Aconteceu nas ruas de Cafarnaúm, próximo do Mar da Galileia. O encontro pessoal com Jesus, o pedido ardente que lhe faz e a prontidão generosa com que é atendido abrem-lhe novos horizontes e provocam-lhe atitudes de vida contrastantes com as ordens recebidas.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Josué Ribau em entrevista ao jornal Timoneiro

A música é realmente o melhor antidepressivo

Josué Ribau 

O fascinante mundo da música volta este mês ao Timoneiro com outras facetas, entrevistando um entendido nas áreas do colecionismo, construção e restauro de instrumentos de corda, com o bandolim na linha da frente de um conjunto de 80 peças, cada uma com a sua história, de origens diversas. 
Josué Ribau Teixeira, 65 anos, casado com Maria Aldina Matias, um casal de filhos e duas netas, professor de Educação Física aposentado, resolveu aprender música há três anos. Solfejo e teoria musical, dedicando-se também ao bandolim, foram as suas opções. «Dá-me gozo tocar para mim e isso me basta», não tendo pretensões de exibições públicas, sublinha. Não toca de ouvido, mas segue a leitura da pauta, estando já familiarizado com símbolos e sinais. E sobre as músicas, frisou que tudo está mais facilitado, porque estão à venda na Net a preços acessíveis. «Os portes são mais caros que as próprias músicas, por vezes», disse.
Na altura, o fumador, que o foi durante 40 anos, resolveu cortar radicalmente com o tabaco, canalizando todo o dinheiro agora poupado para a aquisição dos instrumentos que constituem a sua coleção. E garante que vai continuar a investir nesta sua paixão, nunca com a ideia de vender o que coleciona, restaura e constrói de raiz. 
Embora reconheça que a sua família, quer do lado paterno quer materno, teve, no passado, executantes musicais, e que os quatro irmãos mais velhos — Manuel, Ângelo (falecido), Plínio e Diamantino — seguiram o rasto dos seus antepassados, a verdade é que o Josué foi durante décadas indiferente aos seus gostos, tal como sua irmã Maria de Fátima não foi por essas artes, sendo uma das mais antigas catequistas da nossa paróquia. 

O "Cozido das Furnas" vai ser taxado por "panela"

Câmara Municipal da Povoação 
anunciou as tarifas para a confeção 
do cozido das Furnas



«Segundo a autarquia, "a partir de 01 de março serão aplicadas a tarifa de entrada, a tarifa de panela de cozido e a tarifa de estacionamento", mas os residentes nas Furnas estarão isentos.
"A entrada custará 50 cêntimos, por pessoa, com isenção a crianças até 12 anos, aos residentes na Freguesia das Furnas e a todos quantos possuam o Cartão Amigo do Parque da Direção Regional do Ambiente. Estão ainda isentos o portador do cozido, os Guias Turísticos, os empresários da restauração e dos táxis e os condutores de autocarros", adianta o município, numa nota.
No que toca aos cozidos, custará "aos particulares três euros por panela e os empresários da restauração pagarão 2,5 euros por panela".»

Li no DN

Nota: Do cozido das Furnas, em S. Miguel, Açores, tenho ouvido  falar há muito. Mais agora, que o meu filho João Paulo exerce por aquelas bandas a profissão de professor, Como não podia deixar de ser, perguntei-lhe há tempos como era o tal cozido, ficando eu com água na boca porque, não sendo um glutão, gosto de saborear iguarias típicas de diversas regiões, nem que seja simplesmente pão. Ora, tendo eu com a minha Lita programado uma visita a S.  Miguel, quando houver bom tempo, fiquei com apetite  pelo tal cozido que antes de ser servido é enterrado, como mostra a imagem, onde deve cozer com calor mas sem lume que se veja.
Ao ler esta notícia não pude deixar de refletir sobre os impostos, que chegam a tudo quanto possa render uns trocos às autarquias. Neste caso, porém, não atingirão os naturais e residentes nas Furnas. Valha-nos isso. 

Sexta-feira, dia 13 de fevereiro


Superstição

1. desvio do sentimento religioso que consiste em atribuir a certas práticas uma espécie de poder mágico, ou pelo menos uma eficácia sem razão
2. crença sem fundamento nos efeitos mágicos de determinado objeto, ação ou ritual, crença irracional, crendice

Dos dicionários

Sobre a superstição, o dicionário é claro. Nada tenho a acrescentar. Apenas quero sublinhar que não sou nem nunca fui supersticioso. Mas conheço gente que o é, apesar de possuir alguma cultura. E quando a sexta-feira calha num dia 13, é certo e sabido que muitos sorriem por achar graça à coincidência, crentes ou não crentes. E como esta há outras superstições que limitam ou podem limitar a liberdade natural das pessoas que acreditam no azar ou na sorte que elas possam suscitar.
Não há gato preto que me assuste, nem uivo de cão que me incomode, nem pio de mocho que me perturbe. Entro em qualquer sítio com o pé que calhar e quando jogava à bola não me benzia ao entrar no campo, como fazem alguns jogadores de futebol ainda hoje. Alguns até tocam com a mão na relva antes de se benzerem atabalhoadamente. Talvez acreditem que, com esse gesto, Deus os poderá ajudar a marcar algum golito. Se o fizesse, o que não creio, seria um pai injusto ao beneficiar uns filhos em desfavor de outros. 
É certo que somos livres de ser ou não ser supersticiosos. Então façam como entenderem, mas não se desviem muito das vossas convicções assim de repente, não vá o diabo tecê-las, logo neste dia.