sábado, 3 de dezembro de 2011

O país suspirou de alívio




HOMENAGEM A MÁRIO DE ALMEIDA
Maria Donzília Almeida
O país suspirou de alívio, com a notícia do resgate, com sucesso, dos náufragos das Caxinas, no dia de ontem. Na verdade, foi com comoção que assisti, pela televisão, à notícia detalhada, do salvamento de 5 pescadores que andaram à deriva, durante três dias. Quase tinham chegado ao limite das forças, quando um helicóptero da aviação portuguesa conseguiu essa brilhante façanha: um resgate total de todos os cinco pescadores. Ponho-me no papel dos familiares, nas horas de angústia que viveram, aqueles que trazem sempre o coração nas mãos!
Ainda, hoje, na rádio, se falava no caso e o que mais me tocou, foi ter ouvido que o presidente da Câmara Municipal de Vila do Conde, Dr Mário Almeida, esteve no terreno, a falar com os náufragos e a inteirar-se da sua situação. Ocorreu-me de imediato um enorme sentimento de gratidão e confirmei como este é um grande homem!

Um retrato de Portugal e dos portugueses

António Barreto em entrevista ao i



"Uma indisciplina que foi ganhando requintes?
Estou a lembrar-me do governo a que eu pertenci, em que o doutor Medina Carreira já grunhia contra a despesa pública excessiva, contra a despesa desnecessária, contra a despesa inútil, e eu aprendi muitíssimo com ele. Ele dizia, dado que os políticos portugueses, de todos os partidos, são irresponsáveis e gastam por conta sem se importarem com nada, que parece que não têm filhos, que não vão ter netos. Gastam, gastam, gastam com tudo e mais alguma coisa, os políticos nacionais e os políticos autárquicos. E isto é uma infelicidade, parece que fomos pobres durante 40 anos e, de repente, passámos a ser ricos, novos-ricos, falsos ricos! E eu convenci-me da disciplina do euro, liderada pelo Banco Central Europeu, com um grande contributo dos alemães, que são absolutamente fanáticos pela estabilidade da moeda.

E o que descobriu?
Convenci-me de que os portugueses se iam portar bem e dei-me conta, para meu grande desgosto, que durante o período do euro os dirigentes portugueses continuaram tão irresponsáveis quanto eram, ou mais e, curiosamente, com a cumplicidade europeia. Os europeus queriam exportar para cá, queriam mandar dinheiro para depois receber, e são absolutamente co-responsáveis e cúmplices com a indisciplina portuguesa.
E desta vez aprendemos a lição?
O desespero europeu em que vivemos é tão fundo, tão grave, tão grave, a crise é tão absolutamente histórica, que isto talvez seja de molde a dar-nos uma lição. E tanto os portugueses como os europeus se virem menos para a indisciplina e para a demagogia financeira."
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Planta que vive na pedra




Esta planta de interior resolveu, um dia, já lá vai muito tempo, sair de casa e estabelecer morada na escadinha que dá acesso à minha residência. No tempo próprio, brota a flor para saudar quem vem. Gosto de a ver ali, alimentando-se nem sei de quê e resistindo a todas as crises. Belo exemplo de sobrevivência nos dá esta planta em época difícil.

O Advento na pintura


Juízo Final, Frei Angélico

O Juízo Final é o que desejamos 
do mais profundo de nós próprios

«Os ortodoxos têm o costume de pintar o “Juízo Final” sobre a porta de saída da igreja. As pessoas ouvem a palavra, contemplam os ícones de Cristo, da Virgem Maria e dos santos, e ao regressarem para a sua vida levam impressa na sua mente a imagem do Juízo Final.» 
«Infelizmente, ao longo dos séculos, foi utilizada de uma forma um pouco “terrorista” para assustar as pessoas», quando «para nós, cristãos, o Juízo Final é o que desejamos do mais profundo de nós próprios.» 
O cónego João Marcos, pintor e diretor espiritual do Seminário dos Olivais, em Lisboa, explica ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura algumas das expressões da arte e da espiritualidade do Advento na pintura cristã do Ocidente e do Oriente. 
O Advento, que este ano começou a 27 de novembro, data que marcou o início de um novo ano lítúrgico para os católicos, compreende os quatro domingos anteriores ao Natal.

TERTÚLIAS À QUARTA: Onde está Deus quando morre um inocente?


Dia Internacional das Pessoas com Deficiência — 3 de dezembro




QUALQUER CIDADÃO DEFICIENTE TEM UM POTENCIAL
 QUE PODE SER DESENVOLVIDO 
Maria Donzília Almeida 

Um dia, numa das suas visitas de rotina, às enfermarias dum hospital psiquiátrico, o médico reparou num doente que transportava um carrinho de mão, com as rodas para cima. Pasmado coma cena,, indagou ao doente, a razão daquela atitude: — É que, se eu o voltar para cima, enchem-mo de pedras! Respondeu de imediato. Apesar de haver várias leituras, deixo a cada um, a interpretação. 
O dia internacional das pessoas com deficiência é uma data comemorativa internacional, promovida pelas Nações Unidas desde 1998. Tem por objetivo, promover uma maior compreensão da problemática da deficiência e mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem-estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspeto da vida política, social, económica e cultural. A cada ano, o tema deste dia é baseado no objetivo do exercício pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade. Foi estabelecido pelo Programa Mundial de Ação a respeito das pessoas com deficiência, adotado pela Assembleia Geral da ONU em 1982. 
Foi há pouco mais de duas décadas que o governo começou a dar os primeiros passos para a integração do cidadão deficiente, na escola pública oficial. Antes disso, havia uma atitude de constrangimento, quando as famílias eram confrontadas com este drama. As crianças eram fechadas em casa e era-lhes interdita a possibilidade de desenvolver as capacidades que têm. Está hoje provado que qualquer cidadão deficiente tem um potencial que pode ser desenvolvido, em contacto com os pares, ditos normais. Hoje, qualquer pai, leva o seu filho à escola, dando-lhe assim a possibilidade de conviver e de adquirir competências sociais, úteis no convívio em sociedade. Tenho tido, ao longo da minha vida docente, casos múltiplos de deficiência e por estranho que pareça, apresentam uma fisionomia mais feliz, que muitos outros.

A doutrina do pecado original infetou o cristianismo



Jean Delumeau

Nem Eva, nem Adão, nem pecado original
Anselmo Borges

O que de modo grave infectou o cristianismo foi a doutrina infausta do pecado original. Escreveu o grande historiador católico Jean Delumeau: "Não é exagerado afirmar que o debate sobre o pecado original, com os seus subprodutos - problemas da graça, do servo ou livre arbítrio, da predestinação -, se converteu (no período central do nosso estudo, isto é, do século XV ao XVII) numa das principais preocupações da civilização ocidental, acabando por afectar toda a gente, desde os teólogos aos mais modestos aldeões. Chegou a afectar inclusivamente os índios americanos, que eram baptizados à pressa para que, ao morrerem, não se encontrassem com os seus antepassados no inferno. É muito difícil, hoje, compreender o lugar tão importante que o pecado original ocupou nos espíritos e em todos os níveis sociais. É um facto que o pecado original e as suas consequências ocuparam nos inícios da modernidade europeia o centro da cena mundial, sem dúvida muito atribulado."

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

D. António Marcelino, um bispo atento ao mundo que o rodeia


D. António Marcelino


O Correio do Vouga, órgãos oficial da Diocese de Aveiro, veio esta semana recheado de agradáveis surpresas, que resolvi partilhar com os meus amigos e leitores. Logo na capa, com destaque, uma entrevista a D. António Marcelino, a propósito do seu mais recente livro  “Pedaços de vida que geram vida”. Diz o Bispo Emérito de Aveiro nessa entrevista: «era beneficiário de testemunhos muito ricos» que, só por mim, nunca teria recebido. Não me pertenciam e havia que transmiti-los, para que outros se sentissem animados e atentos à acção de Deus nas suas vidas. Era preciso que mais os pudessem conhecer.»
Mais adiante, D. António Marcelino lembra que «a responsabilidade do bispo está ligada à sua missão, não ao cargo que exerce por um tempo», o que justifica, claramente, a sua permanente intervenção eclesial e cívica. Entretanto, anuncia a publicação de outros trabalhos, nomeadamente, a sua «apreciação da recepção, pela Igreja em Portugal, do Vaticano II, cinquenta anos depois». Recorda ainda que “A vida também se lê”, já com três volumes, vai ter um quarto, muito em breve.
Afinal, D. António Marcelino não é um bispo resignado, nem reformado, mas é, isso sim, um bispo ativo, mantendo em todas as circunstâncias «a ligação com as pessoas e as coisas, tentando estar «actualizado e disponível», sendo os dias por vezes «já pequenos e breves».

NOTA: Farei referência a outros trabalhos por estes dias

Quando dar é receber: Histórias inspiradas

Carminho


Cultura do dar-se

A revista “Visão” de 24 de novembro, com o tema de capa «Quando dar é receber», recolheu «histórias inspiradoras» de figuras públicas que procuram ser solidárias. Alguns dos nove relatos envolvem a participação em atividades realizadas por instituições da Igreja Católica.

A descoberta de capacidades desconhecidas

A experiência de Carminho como voluntária «começou aos 18 anos, por influência de colegas da Universidade Lusíada, fazendo a ronda da noite da Comunidade Vida e Paz [onde também colabora Fernanda Freitas, apresentadora de televisão e presidente portuguesa do Ano Europeu do Voluntariado 2011], distribuindo sopa aos sem-abrigo de Lisboa. Carminho dedicava, também, os seus fins de semana à Casa de Saúde Mental do Telhal e às monjas de Belém, onde ajudava nas limpezas. No verão do ano seguinte, partiu em missão de voluntariado, durante dois meses, para Cabo Verde… e a vontade de ajudar os outros nunca mais a abandonou.

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Dia Internacional de Abolição da Escravatura - 2 de dezembro


A escravatura não é um problema do passado
Maria Donzília Almeida

“Sou uma moira de trabalho!” ou “Trabalho como uma galega!” eram expressões, até há bem pouco tempo, muito recorrentes na linguagem popular e denotavam, de alguma forma, uma espécie de servidão, que pouco se distanciava da escravatura 
A captura de escravos em África era feita desde a Idade Média pelos Árabes, mas foram os europeus, desde o século XVI que se encarregaram do seu transporte para as plantações e minas do continente americano. As célebre roças das nossas ex-colónias, as que vi em S. Tomé, tiveram o seu período áureo, em plena escravatura. 
Por iniciativa da ONU, comemora-se a 2 de Dezembro, o «Dia Internacional para a Abolição da Escravatura», na globalidade das múltiplas formas, que esta execrável prática abrange e, todas elas, atentatórias do respeito pelos Direitos Universais do Homem e da mais elementar vivência democrática. O ano de 2004 foi declarado Ano Internacional para a Abolição da Escravatura, a fim de lembrar a todos os Estados que é preciso acabar com esta forma repugnante de opressão 
Portugal foi, no decurso do século XIX, dos países pioneiros a abolir a escravatura humana, atitude apontada como exemplar pelo célebre escritor francês Víctor Hugo. 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ESTÁ LATENTE UM CERTO ADORMECIMENTO DEMOCRÁTICO



Estará hoje 
a democracia em perigo? 
António Marcelino 

Ouvem-se por aí expressões e tomam-se atitudes que parecem denunciar esse receio. Porém, o que vemos, de modo muito claro, é que o tempo dos ditadores e dos poderes absolutos está a terminar, e os que teimam permanecer em tronos de ouro, como senhores únicos do saber e da verdade, sonegando milhões ao povo e gerando, à sua volta, a sabujice e o vazio, têm, a curto prazo, os seus dias contados. 
O regresso às ditaduras, a não ser por caminhos tortuosos e indignos, como ainda acontece à revelia do tempo, não parece ser, hoje, caminho a temer em estados democráticos. Porém, está latente um certo adormecimento democrático pelo desinteresse generalizado pela política, pela ânsia de poder e as lutas partidárias, pela recusa em servir, por parte dos mais competentes e preparados, por uma anestesia provocada que leva o povo a pensar apenas na satisfação de direitos e reage, por vezes violentamente, ao cumprimento dos seus deveres normais e à colaboração inevitável nas crises emergentes.

PRAIA DA BARRA: Intervenção para defesa dos equipamentos

Obras em curso

Nos finais de Outubro, o mar atacou, e de que maneira!, o areal, ameaçando  um equipamento de apoio na Praia da Barra, o chamado Completo Off-Shore, colocando em risco a sua estabilidade, como informa a autarquia ilhavense. Em consequência disso, foram desenvolvidas múltiplas diligências por parte da CMI, daí tendo resultado uma cooperação institucional entre a autarquia, o INAG, a ARHCentro, a APA, a Capitania do Porto de Aveiro e o Secretário de Estado do Ambiente e Ordenamento do Território. E as obras de reforço do cordão dunar, visando a sua estabilização e a defesa do referido apoio, foram atempadamente desencadeadas, esperando-se que fiquem concluídas em breve. 
Entretanto a CMI «manterá toda a atenção a esta importante matéria, atuando no sentido do aprofundamento da cooperação institucional e da defesa de intervenções devidamente interligadas entre as várias entidades com responsabilidades nesta matéria, no sentido da boa gestão da costa do Município de Ílhavo e da Região de Aveiro, nas situações conhecidas e nas que vão derivar da obra de prolongamento do Molhe Norte da barra da Ria e do Porto de Aveiro», sublinhou a autarquia ilhavense.

Dia Mundial da Sida - 1 de dezembro


E lá foi o Gonçalo com a sua felicidade na mão
Maria Donzília Almeida 


Hoje, 1 de Dezembro, comemora-se o Dia Mundial da SIDA, que tem por finalidade sensibilizar e chamar a atenção das pessoas para esta calamidade. O VIH é o vírus da imunodeficiência humana, um vírus que ataca e destrói as células do sistema imunitário do nosso organismo. Quando se diz que alguém está infectado com VIH, isso significa que tem o vírus no seu organismo; quando essa pessoa passa a ter manifestações da SIDA, significa que as defesas do seu organismo estão demasiado enfraquecidas para “combater” as infeções que, normalmente, seriam debeladas sem dificuldade. 
O dia 1 de dezembro foi internacionalmente instituído como o Dia Mundial de Combate à Aids. É neste dia que há uma consciencialização sobre essa doença. E o mundo une esforços para o seu combate. Desde o final dos anos 80, este dia vigora no calendário de milhares de pessoas por todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no final de 2007, 33 milhões de pessoas conviviam com o vírus do HIV no planeta, e diariamente surgem 7 500 novos casos. Esta epidemia, embora tenha iniciado no final do século XX, pode afirmar-se, com razão, que foi o mal do século.

1.º de dezembro, um feriado a eliminar...

Celebra-se este ano, provavelmente pela última vez, de forma oficial, o dia da restauração de Portugal. Segundo rezam as crónicas, o 1.º de dezembro vai ser um dos quatro feriados a extinguir. Os feriados, que poucos portugueses mobilizam para comemorações condignas, são, fundamentalmente, dias de descanso e de lazer. Quando muito, levam alguns a pensar nas razões que os justificaram. E já não é muito mau. Contudo, sabe-se que a nossa juventude está a leste dessas histórias de vivência que os nossos antepassados protagonizaram.
Quanto ao 1.º de dezembro, que se evoca como dia da libertação do jugo espanhol, com a entrega da coroa ao duque de Bragança e futuro D. João IV, ele significou, em especial, um gesto de amor pátrio e de consciência cívica do nosso povo. Haverá outras leituras, mas a ideia que ficou, entre o povo, resume-se à noção da reconquista da nossa independência.
Confesso que tenho dúvidas sobre os feriados que podiam ser eliminados. Alguns dias santos, de certo modo equiparados a feriados, poderão celebrar-se aos domingos. De resto, parece-me mal atirar para o saco do esquecimento certas datas tão marcantes da nossa vida cívica, como é o caso do 1.º de dezembro. Além do mais, uns dias de folga sabem sempre bem, embora as pontes que suscitam provoquem quebras na produção de algumas empresas, sobretudo numa fase difícil da economia nacional e até internacional.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

O mundo não seria o mesmo sem mulheres


Todos os dias recebo inúmeros e-mails, uns lindíssimos, inspirados, poéticos e outros banalíssimos, rascas, ofensivos, estúpidos. Alguns cheios de verdade e oportunos e outros carregados de mentiras, forjados no maldizer, sem nexo. Hoje mostro apenas um breve quadro de um e-mail com um trabalho dedicado às mulheres, sem as quais o mundo seria uma seca, sem sentido. Aliás, sem as mulheres o mundo nem sequer poderia existir.

Papa apela ao fim da pena de morte





«Bento XVI lançou hoje um apelo aos países de todo o mundo para que promovam iniciativas “legislativas e políticas” com o objetivo de “eliminar a pena de morte”.
O Papa falava no Vaticano, durante a audiência pública desta semana, na qual saudou delegações de várias nações reunidas a convite da comunidade católica de Santo Egídio na iniciativa contra a pena capital intitulada ‘No Justice without Life’ (Não há justiça sem vida).
“Espero que as vossas deliberações encorajem as iniciativas legislativas e políticas que estão a ser promovidas num número crescente de países para eliminar a pena de morte e continuar o progresso substancial feito para tornar a lei penal conforme à dignidade humana dos prisioneiros e à manutenção efetiva da ordem pública”, disse, em inglês.»

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HÁ PESSOAS A QUEM CORTAM AS ASAS


O cortejo dos excluídos

Depois da revolução, falava-se, a torto e a direito, dos que foram retirados dos seus lugares de trabalho e “postos na prateleira”. Muitos deles eram gente ainda nova, competente e séria, considerada perigosa por não acertar, ideologicamente, com os novos senhores do poder. Para além da destruição de pessoas, um mal irreparável por qualquer preço, logo se viu um manifesto prejuízo, na maioria dos casos, da qualidade dos serviços, agora nas mãos dos comparsas, incompetentes, mas fiéis.
O mal de então pegou-se ao tempo e o cortejo dos excluídos continua. Há dias, pessoa válida, competente e generosa dizia-me, sem saber porquê, que a retiraram do seu lugar, sem lhe ser dada uma razão, a mantiveram um ano a olhar para o céu e a mandaram, agora, para onde não faz falta, nem sabe que fazer. É uma pessoa adulta, não aposentada, estimada por quem a conhecia e com ela lidava, a quem todos reconheciam valor, pelo seu porte e acção… Não é caso único. Que mundo este, com tão grande vocação para o desperdício!... Há excluídos que não se resignam e furam. Há outros a quem cortam as asas e limitam o campo. Quem vai responder por esta morte de pessoas e empobrecimento da sociedade, onde todos fazem falta?

António Marcelino



Os nossos emigrantes





António Afonso 
com a Gafanha da Nazaré 
no coração 



O António Afonso, 87 anos, viúvo, é um emigrante nos EUA. Alfaiate de profissão, aqui na nossa terra, junto ao estabelecimento comercial conhecido por Zé da Branca, com a sua palmeira, e em terras do Tio Sam, nunca deixa de pensar nos ares, paisagens e pessoas dos tempos em que viveu entre nós.

Templo da Igreja Evangélica, Gafanha da Nazaré


Paralelamente à arte que o distinguiu, ainda foi exímio barbeiro, mais aos fins de semana. Numa ou noutra carta que me escreveu e nas conversas durante as férias que passa na sua e nossa terra, António Afonso deixa transparecer, minuto a minuto, o amor que tem ao torrão natal que lhe está na alma. 

A sua oficina na América

Durante a recente visita que me fez, recordou figuras e factos doutros tempos com memória fresca e fiel, mas também das suas vivências na América. Referiu que, para vencer a solidão, se dedica a recordar, construindo miniaturas de madeira e outros materiais, onde aviva e enriquece a sua existência, reproduzindo, de cor, edifícios que traz na cabeça. Tornando-os presentes, longe daqui, pode, então, ao apreciá-los, voltar a recuar décadas e sentir-se gafanhão de coração. 

Forte e Farol

Da profissão de barbeiro é que não tem muitas saudades. Lembrou que antigamente os homens de trabalho duro só faziam a barba uma vez por semana, normalmente aos sábados, pelo que apareciam em força mais nesse dia. Tinha, portanto, de trabalhar noite dentro, até de madrugada, e ainda aos domingos, quando calhava. talvez por essa razão, pôs de lado o corte de cabelo e barbas. Nos EUA só foi alfaiate.
Aquando da mais recente visita, frisou que tem pela Gafanha da Nazaré «uma obsessão que nem queira saber; sonho com ela a todo o momento». E é por isso que, além das miniaturas, também escreve, porque «recordar é reviver». 
António Afonso é cristão evangélico, pertencendo à Igreja Evangélica da Gafanha da Nazaré. Trata-se de  um homem de convicções fortes, tendo estado na primeira linha dos que introduziram esta corrente cristã na nossa terra.

FM 



terça-feira, 29 de novembro de 2011

The Economist prevê fim da zona euro para breve

«A zona euro continua a caminhar a passos largos para o fim, afirma a revista The Economist. Depois dos países periféricos, os estragos da crise chegam ao epicentro da moeda única, com a Itália e a Espanha a darem os primeiros sinais. Apesar dos desmentidos, continuam a correr rumores de que Roma já teria pedido ao FMI um plano de ajuda, no valor de 600 mil milhões de euros.
Merkel e Sarkozy já admitiram que se estas duas economias seguirem o caminho da Grécia, Irlanda e Portugal, haverá um autêntico terramoto na Europa dos 17. É por isso que aquela revista dá apenas algumas semanas de vida ao euro.
A concretizar-se, o empréstimo internacional acima referido iria permitir à Itália um período de doze a dezoito meses para implementar os cortes orçamentais e as reformas de estímulo à economia mais urgentes.
Porém, ajudar Itália - que constitui 17% da economia do euro - representa mais do que resgatar Grécia, Irlanda e Portugal que, em conjunto, valem apenas 6% da moeda única.»
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ADIG: Exposição coletiva - 10 a 17 de dezembro


PAZ PARA O POVO PALESTINO




Dia Internacional de Solidariedade 
para com o Povo Palestino 
Maria Donzília Almeida



O dia 29 de novembro comemora o Dia Internacional de Solidariedade ao povo palestiniano, quando em 1947, a Assembleia Geral da ONU aprovou a divisão da Palestina em dois Estados: o Estado de Israel (judeu) e o Estado da Palestina (árabe). O segundo - o palestiniano, jamais se realizou. A partilha não foi aceite, pois, a Israel, coube um território maior e mais fértil. A partir daí, os conflitos agravaram-se. A História da Palestina tem sido muito conturbada. É disputada por dois povos: palestinianos e judeus, ambos descendentes de Abraão, a quem, segundo a Bíblia, teria sido prometida a terra de Canaã. A origem do povo palestiniano remonta aos tempos bíblicos, quando Cananeus, Filisteus e outros povos habitavam a região. As conquistas islâmicas do ano 636 até 1917 deram-lhes as atuais características árabe-muçulmanas. O território foi sucessivamente invadido, mas a população original permaneceu na Palestina e deu-lhe o seu nome: "Filistin" ( Terra de Gigantes). 
Os judeus ocuparam a região duas vezes: há cerca de 4000 anos, com Abraão e mais tarde, liderados por Josué, vindos do cativeiro no Egito. Os judeus espalharam-se pelo mundo com a repressiva ocupação romana e, no ano 135, foram definitivamente expulsos da Palestina. Na Europa, acusados de todas as desgraças reais e imaginárias, os judeus organizaram-se com o objetivo de regressar à Palestina, no final do século XIX. Compraram terras e instalaram colónias, mas ignorando o povo que habitava a região há mais de 1.800 anos. Embora o início da colonização tenha sido pacífico, nas décadas seguintes começaram os conflitos violentos que se intensificaram principalmente a partir da década de 20. Após a II Guerra Mundial (1945), o mundo assistiu, horrorizado, ao massacre dos judeus feito pelos nazis e apoiou a criação de um Estado que abrigasse os sobreviventes do holocausto e impedisse que a situação se repetisse. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

SAIBA QUEM É ISABEL JONET




«Verão de 1972. Alguns dias por semana três miúdas de 12 anos vão até ao Hospital Ortopédico de Sant'Ana, na Parede, e passam horas a ler histórias às crianças internadas, a fazer joguinhos que as distraiam da lonjura da família, a ajudá-las ao almoço. São Parreira achava um desperdício três meses e meio de férias gastos só em idas à praia e não lhe terá sido difícil convencer a filha do meio a estrear-se no voluntariado com as amigas.
Foi a primeira vez que percebemos que podíamos fazer a diferença", diz Teté Sequeira, "e sei que a experiência marcou muito a Bli." Durante quatro anos, Bli está boa parte das manhãs de verão no Hospital de Sant'Ana. No tempo que sobra, tem encontro marcado, na praia de Santo Amaro, a dois minutos de casa, onde as famílias alugam sempre o mesmo toldo.»

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FADO ELEVA A NOSSA AUTOESTIMA






Fado, Património Imaterial da Humanidade
Maria Donzília Almeida
Portugal acorda, no dia 27 de Novembro, domingo, com a notícia de que o fado fora elevado à categoria de património da humanidade. Foi recebida com júbilo, no bairro de Alfama em Lisboa, berço desse canto que se tornou símbolo de todo um povo.
Até o Museu do Fado, permaneceu, excepcionalmente, aberto na noite de sábado, à espera da decisão da Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura (Unesco). Desde sábado, os portugueses estavam ligados aos meios de comunicação, que regularmente davam informações sobre a reunião do comité da Unesco em Bali, Indonésia. Assim que se soube da decisão favorável, começaram a chegar as reações oficiais.

APESAR DA CRISE, OS PORTUGUESES SÃO SOLIDÁRIOS

"O Banco Alimentar angariou mais de 2950 toneladas de alimentos durante a campanha realizada em 1615 superfícies comerciais do país, sábado e domingo, com resultados próximos dos obtidos em 2010 (3265 toneladas).
Para o sacerdote jesuíta [Padre Vaz Pinto], este saldo não teria sido possível sem a “adesão” das pessoas e o esforço de perto de 36 mil voluntários que foram a força motriz de uma “operação gigantesca”.
“Só com boa vontade, muita solidariedade e espírito de sacrifício é que foi possível mobilizar, pôr a trabalhar, coordenar e trazer até aos bancos alimentares as quantidades espantosas de alimentos que as pessoas, generosamente, foram dando”, sublinhou"
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