terça-feira, 25 de junho de 2013

O verão aí está

Costa Nova do Prado
Andava eu a queixar-me do verão que tardava... quando ele, afinal, estava mesmo a chegar. E chegou realmente com calor escaldante. Penso que para ficar. De tal forma chegou, que as águas e as aragens refrescantes já nos convidam apressadas para visitas frequentes. As nossas praias aguardam-nos.

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ANTONI GAUDÍ no Google





«Antoni Gaudí, arquiteto catalão, é o homenageado do Doodle desta terça-feira (25). Conhecido pelas obras de estilo único, Gaudí deixou um grande legado em áreas urbanas, como os edifícios emblemáticos em Barcelona, além importantes marcas para a Art Nouveau. As figuras que estão substituindo as letras do Google são inspiradas nas obras Casa Milà, Parque Güell e Casa Batlló e marcam o dia que o artista completaria 161 anos.»


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Folclore na Gafanha da Nazaré

XXX Festival Nacional 
de Folclore da Gafanha da Nazaré

Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (foto de arquivo)

Vai realizar-se, no dia 6 de julho, o XXX Festival Nacional de Folclore da Gafanha da Nazaré, com organização do Grupo Etnográfico da nossa terra. Trata-se de uma iniciativa, ano após ano repetida, mas sempre diferente, porque diferentes são os grupos participantes, representativos de várias regiões do país. Este ano, os admiradores da cultura popular, tão importante como a erudita, vão poder apreciar o Rancho Folclórico de Minjoelho — Tomar, Rancho Folclórico de Quintã — Soalhães, Grupo Folclórico de Santa Cristina do Couto — Santo Tirso, Rancho Folclórico de Vila Nova da Erra — Coruche e Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.
A receção aos grupos convidados será às 17 horas com visita à Casa Gafanhoa, cerimónia de Boas-Vindas e entrega de lembranças logo a seguir. O jantar oferecido aos membros dos grupos e entidades vai ter lugar às 18.30 horas na Escola Preparatória da Gafanha da Nazaré, seguindo-se o desfile às 21 horas. A abertura do festival está agendada para as 21.30 horas, no Jardim 31 de Agosto.

RIA DE AVEIRO

Há mais do que peixe na Ria



«O Ria de Aveiro weekend (RAW) pretende posicionar-se como um dos principais eventos de animação turística de pré-época alta, com caráter regional, tendo como principal objetivo o de dinamizar e desenvolver a atividade económica associada à Ria de Aveiro e diversificar a oferta, com vista à captação de diferentes públicos-alvo, envolvendo os agentes e seus representantes, e as entidades públicas e privadas que desenvolvam atividade no setor turístico e cultural, tendo como evento âncora a realização da “Grande Regata dos Moliceiros da Ria de Aveiro”.»


Segredo de começar


"O segredo de começar é dividir as tarefas árduas e complicadas 
em tarefas pequenas e fáceis de executar."

Mark Twain (1835 – 1910)


Nota: Talvez por desconhecermos esta regra tão simples é que muitas vezes complicamos a nossa vida e a dos outros...


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Novo Órgão da Sé

INAUGURAÇÃO A 12 DE JULHO



«A Paróquia de Nossa Senhora da Glória lança mais uma campanha de angariação de fundos para o novo órgão de tubos intitulada “Dó ré mi dá só lá um tubo”.
Agora que se conclui a primeira fase da implementação do novo instrumento, esta é mais uma forma de fazer face às despesas do novo órgão da Sé de Aveiro que entra esta semana na fase da entonação e depois afinação e será benzido e inaugurado a 12 de Julho.
O prospecto desta campanha apresenta sucintamente as motivações para a instalação do órgão novo na igreja paroquial de Nossa Senhora da Glória, assim como a sua composição e características, bem como os encargos financeiros com a empresa Pécsi Orgonaépítö Manufaktúra kft, sediada em Pecs (Hungria).»

Li aqui


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domingo, 23 de junho de 2013

A MAIOR LUA DE 2013





Hoje tivemos a maior Lua de 2013, um espetáculo que se deve ao facto de o nosso satélite natural estar mais próximo da Terra.

ver mais aqui



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Gafanhões vistos por outros — 1

Família Ribau 
Não podemos ignorar que os primeiros povoadores das dunas da Gafanha eram pessoas simples, pouco ou nada afeitas a letras e leituras, muito menos a qualquer tipo de cultura académica. O seu saber era de experiência feito à custa de muita labuta de sol a sol. Viviam do que cultivavam, porque não havia dinheiro para compras fora da terra que iam conquistando, palmo a palmo, adubando as areias estéreis com o suor que lhes caía do rosto queimado pelo sol salgado da maresia.
Frederico de Moura, que foi médico em Vagos, escritor, político e homem da cultura, conhecedor profundo da alma e da determinação da nossa gente, em frases realistas, quais pedras preciosas buriladas, diz assim:

«O gafanhão — ou o avô do gafanhão — quando se foi às lombas para as cultivar sabia que ia investir contra vidro moído totalmente carenciado de matéria orgânica que desse qualquer quentura ao berço de uma planta. Ele bem via a mica a faiscar-lhe no lombo e bem sentia o vento a transmutar-lhe, de momento a momento, o versátil.

«Não se foi a ela com a esperança do filho que se achega ao colo maternal e ao seio opíparo que destila o leite da humana ternura. Nada disso! Ao invés, investiu com ela como enteado que não espera da madrasta a carícia rica de promessas, nem a generosidade que dá o pão milagroso…

«Quem surriba chão de areia não encontra onde enterrar raízes de esperança e quem irriga duna virgem sabe que mija numa peneira! Quem lança a semente num ventre que é maninho não pode ter esperanças de fecundação. E, por isso, o gafanhão, antes de cultivar a lomba, teve de corrigir-lhe a esterilidade servindo-se da Ria que lhe passa à ilharga, procurando nela a nata com que amamentou a semente que deixou cair, amorosamente, naquele chão danado. E humanizou a duna.
(…)
«… Homens da terra a pentear o leito da laguna para fertilizar as dunas — vidro moído ainda há poucos anos estéril, ainda há poucos anos maninha — terra que parecia gafada, a terra da Gafanha! Foi o moliço ou foi o suor humano que fecundou as areias picotadas de mica espelhante? Foi o lodo, a Ria ou a fadiga dos homens que realizou o milagre que, agora, reverdece sobre o nosso olhar, nos batatais viçosos (“negros de verde”, dizem os gafanhões) e nos feijoais delicados como placas de Jardim?» 

Na revista "Aveiro e o seu Distrito", n.º 5

Nota 1: Foto cedida há anos pelo Ângelo Ribau Teixeira, de saudosa memória.

Nota 2: Aos domingos, "Gafanhões vistos por outros"

Dia de São João

24 de junho de 2013




Eu te rogo, S. João
Que convertas o Governo!
A vida desta nação
Para o povo é um inferno!


Quem alguma vez trabalhou na “Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto♥, já teve o privilégio de assistir a uma das maiores manifestações populares de confraternização, sob a égide dum santo da igreja católica. O S. João do Porto é a mais genuína e mobilizadora festa de verão que congrega um mar de gente e a que alguma vez assisti.
Nesta noitada, o povo irrompe na baixa, esquece as suas mágoas e engrossa a multidão que vai desaguar às Fontainhas.

sábado, 22 de junho de 2013

Mundo perigoso



Atenienses e mélios, 
Portugal e a Europa, poder e política


Anselmo Borges

«Vivemos num mundo deveras perigoso e os espíritos mais lúcidos temem pelo futuro da paz e da democracia.
Portugal não tem solução fora da Europa. Mas a Europa, sem união e procurando o caminho de estruturas federativas, não tem futuro: num mundo globalizado, tornar-se-á irrelevante. Por sua vez, um mundo globalizado precisa de uma governança global.
Em todo este contexto, é o célebre sociólogo Zygmunt Bauman, que já aqui citei algumas vezes e que tive o prazer de encontrar no grande acontecimento cultural que foi o III Festival Literário do Funchal, que tem razão, quando reclama o recasamento do poder e da política.»

Anselmo Borges


A Cruz do Amor


Tomar a Cruz e seguir Jesus

«Seguir Jesus é fruto de uma decisão livre e de uma opção coerente. A princípio, de forma germinal; depois, ao longo do caminhar juntos, de outros envolvimentos da pessoa que pretende acompanhá-lo até à cruz florida da Páscoa. Por isso, o seguimento não é um passatempo divertido, nem uma devoção clubista. Não é entusiasmo momentâneo, nem festa sazonal. Não é teoria abstrata nem prática rotineira. Não é presente sem futuro, nem memória sem profecia.»

Georgino Rocha

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Chegou o verão





Oficialmente, chegou hoje o verão, com o dia mais longo e a noite mais curta. Disso temos a certeza. Mas o verão, com calorzinho quanto baste, dos dias serenos, das roupas leves e mais garridas, das alegrias das praias e das azáfamas dos campos, do vento e da chuva que se foram, de tudo isto nada sabemos. Muito menos das férias, que este ano, para a grande maioria do povo português, não haverá dinheiro para uma extravagância por mais modesta que seja.
Olhei pela janela e percebi que o vento continuava como na primavera que nunca atingiu o auge de outras eras, porque, dizem, o tempo está mesmo a mudar, como no outono da vida de muitos de nós. Valha-nos a esperança em dias melhores, que essa não pode morrer.
Diz-se, também, que depois da tempestade vem a bonança. Sol que brilhe para toda a gente, calor que acalente o corpo e o espírito, justiça a condizer com a verdade que sonhamos, tempos de fartura de pão e de amor, trabalho que nos honre e alguns descanso para retemperar energias. Venha, pois, o verão quanto antes, que nós ansiamos por ele, como de pão para a boca.
Bom verão para todos.


O Dia de Portugal


Força e fraqueza do povo que somos

António Marcelino



«Engana-se o povo ou é este que se deixa enganar? Ao ver agora os condecorados e os novos comendadores, perguntava-me: Quando chega a vez da gente anónima, dos pais que criaram seis ou sete filhos, por eles se sacrificaram e os tornaram capazes de servir a sociedade? Quando se porá uma condecoração ao peito de gente anónima de aldeias do interior, que gerou solidariedade, reconciliou pessoas, sacrificou interesses pessoais para poder servir os outros?»

António Marcelino

Fantoches no Centro Cultural


Robertos e Marionetas 
no Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Depois de evocar as suas recordações de infância ligadas aos fantoches, que lhe deixaram «marcas» que perduram, Paulo Costa, vereador responsável pelo pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Ílhavo, afirmou que a autarquia ilhavense está a investir na área dos Robertos e Marionetas, no sentido de envolver «a malta mais nova», e não só. Paulo Costa abriu ontem a programação comemorativa do 3.º aniversário da renovação do Centro Cultural da Gafanha da Nazaré (CCGN), que vai estender-se até 29 deste mês, com um conjunto significativo de ações ligadas ao Teatro de Robertos.

José Pina e Paulo Costa
O vereador da Cultura lembrou que «o teatro também é podermos criar personagens que nos estimulem», enquanto frisou que o mestre fantocheiro Armando Ferraz era da nossa terra, tendo o seu espólio enriquecido sobremaneira a mostra, que pode ser visitada por toda a gente, de terça a sábado, das 15 às 20 horas, no CCGN. Legendas em cada quadro esclarecem os visitantes, proporcionando um conjunto de conhecimentos deveras significativo.

Rui Sousa e Vanessa Magalhães


Cine-Teatro Avenida




No dia 29 de janeiro de 1949 «foi inaugurada a magnífica sala de espetáculos “Cine-Teatro Avenida”, que neste dia apresentou o filme “Não há rapazes maus”, onde focava a vida e obra do Padre Américo Monteiro de Aguiar» conforme se lê no Calendário Histórico de Aveiro, de António Christo e João Gonçalves Gaspar. Esta referência teve por base uma nota publicada no Correio do Vouga de 29-1-1949.

NOTA: Ontem, de passagem pela Av. Dr. Lourenço Peixinho, com vestígios de decadência, fixei os meus olhares no Edifício Avenida, antigo Cine-Teatro Avenida, das minhas tardes de domingo, principalmente de inverno. E recordei, então, era eu jovem, um filme que jamais me deixou, "Alexandre, o Grande", com o qual iniciei o gosto pelo cinema.  

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Arte na cidade




Em Aveiro, hoje de manhã, parei uns momentos na Av. Dr. Lourenço Peixinho, para apreciar um pouco de arte na cidade. Se o povo não procura a arte, nas galerias e nos museus, nas igrejas e nos edifícios de estilo, a arte desce à rua para se encontrar com olhares curiosos. Para aplaudir, obviamente.

Museu de Aveiro quer novos públicos

Museu de Aveiro

«Na última década, nunca o Museu de Aveiro recebeu tantos visitantes nos cinco primeiros meses do ano como em 2013. Entre Janeiro e Maio, a principal unidade museológica da cidade recebeu 25.725 frequentadores, muito acima dos 19.877 de 2011 ou dos 18.223 de 2008, os anteriores máximos.
Zulmira Gonçalves, directora do espaço desde o ano passado, está satisfeita com os números. “O objectivo é conquistar novos públicos”, disse ao Diário de Aveiro.
Várias actividades estão pensadas para captar mais visitantes. Uma novidade é a celebração do S. João através de uma exposição, a partir de dia 24, patente durante um mês no rés-do-chão do edifício. A mostra inclui pinturas e esculturas da colecção própria do museu e cedidas por um particular.»

Festa na Ria de Aveiro


«Um programa variado de atividades para a animação turística na pré-época alta é o que propõe o «Ria de Aveiro Weekend», a decorrer, de 21 a 23 de Junho, na Região de Aveiro. Aproveitando as potencialidades e singularidades da Ria, o evento visa potenciar a dinamização da atividade económica.
A programação, de carácter regional, tem como iniciativa âncora a “Grande Regata dos Moliceiros da Ria de Aveiro» e é promovida pela Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CI Região de Aveiro) e pela Turismo do Centro de Portugal (TCP), no âmbito dos respetivos projetos de Campanha Promocional dos Produtos da Ria e PRORia – Pólo de Marca Turística Ria de Aveiro, financiados pelo PROMAR, no âmbito do Grupo de Ação Costeira da Região de Aveiro (GAC-RA).

Li aqui

Olhos na Rua


Nada de gritar “Francisco”

Foi aos movimentos apostólicos e novas comunidades que o Papa disse: “Desde agora, nada de gritar ‘Francisco’. Só Jesus!” Na Igreja, ainda há quem pense que a capacidade apostólica e o prestígio eclesial vem por gritar pelo Papa e incensar outros hierarcas, por se colocar nos bicos dos pés e abanar bandeiras identificadoras. Disto se tem abusado ao longo dos tempos com saudações de muitos superlativos e aplausos que se dão por tudo e por nada. Jesus fugia das multidões que O queriam aclamar. O acesso a Ele era pela fé e em liberdade, não por gestos e ordens. O Papa diz-nos como deve ser. Na Igreja, há só um Senhor. Os senhoritos não contam. Só devem sinalizar o Mestre.

António Marcelino


Humor




«Se dissermos que Deus é Amor, ninguém se espanta. A afirmação tornou-se até um pouco banal à força da repetição. Mas se dissermos que Deus é Humor, ficamos em estado de alerta, porque nos parece que alguém está a tentar entrar, no território de Deus, “pela entrada dos fundos” e não pela “porta principal”. A verdade é que a amizade não dispensa o humor.»

José Tolentino Mendonça,
no livro “Nenhum Caminho será Longo”

NOTA: Terminei a leitura do livro citado do poeta e padre José Tolentino Mendonça. Devo dizer que gostei  muito do que li e meditei. No pressuposto de que gostos não se discutem e que cada qual terá os seus, não posso, contudo,  calar o prazer que este livro me proporcionou ao longo de alguns dias. Por isso, atrevo-me a recomendá-lo aos meus amigos e frequentadores deste blogue, na convicção de que há sempre algo a receber das propostas de reflexão de José Tolentino Mendonça. Boas leituras.

Professores



Tempo de desassossego...

«Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados,... grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.»

Paulo Freire


Nos tempos conturbados, em que vivemos, a palavra professor anda nas bocas do mundo, como já há muito tempo não acontecia, neste país de supostos brandos costumes. A classe agita-se, movimenta-se, estrebucha cansada de despotismo e de ser recalcada e ignorada.
Todos sabem ou deveriam saber, pois de um modo ou outro, já conviveram de perto com algum representante da classe, que os professores são um pilar da sociedade, os obreiros dos cidadãos do futuro, dos seus valores da sua formação.
O orçamento destinado à educação, cada vez mais reduzido, não é um gasto supérfluo, como alguns sugerem, mas o grande investimento, no futuro da nação. O nível de desenvolvimento de um país é o resultado direto do investimento feito no seu sistema educativo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Interior da alma


«Existe um espetáculo maior do que o mar, e é o céu, existe um espetáculo maior do que o céu, e é o interior de uma alma.»

Victor Hugo (1802 – 1885)

Universidade de Aveiro entre as melhores

Universidade de Aveiro

«As universidades de Aveiro, Minho e Nova de Lisboa estão entre as 100 melhores instituições de ensino superior com menos de 50 anos. Um dos mais respeitados rankings internacionais, publicado ao início da noite desta quarta-feira, coloca pela primeira vez três representantes nacionais entre a elite da investigação e ensino a nível mundial.»

Li no PÚBLICO online de hoje

Escola da Marinha Velha

O meu retrato

Os alunos que participaram no encontro


Estive hoje na escola da Marinha Velha, onde trabalhei muitos anos. Dela recordo gratas alegrias de muitos alunos, colegas e empregadas. 
Quando abri a porta de entrada, os meus olhos fixaram-se em vestígios da minha passagem pelo edifício, e do saco das memórias brotaram gargalhadas, correrias, atropelos, bolas e berlindes, piões e sorrisos. Jogos que já se não usam, brinquedos nascidos da imaginação de crianças traquinas entre outras mais contidas. Ali joguei à bola, saltei à corda e ensaiei o jogo da macaca, com o ringue das meninas que se estatelou no meu boné.
Dirigi os meus olhares para as salas de aula e recordei lições de História, Matemática, Língua Pátria, Ciências, Religião e Moral Católicas. A Biblioteca, uma das minhas paixões, a sala dos Computadores e o recreio trouxeram-me até ao presente vivências inesquecíveis. 

Os meninos da ATL quiseram entrevistar-me e ensaiaram as perguntas. E perguntaram pela minha idade e gostos, e admiraram-se dos jogos que citei, e questionaram sobre crianças menos educadas do meu tempo de professor, e quantos alunos tive ao longo da vida, e o que fazia para além da escola, e por aí fora.
Lá fui respondendo ao sabor da maré, satisfazendo curiosidades. Todos se portaram muito bem, respondendo aos meus pedidos: que fizessem silêncio porque eu não podia falar alto, cansado da idade; que não falassem todos ao mesmo tempo, que as próteses auditivas provocavam ecos que me impediam de perceber o que diziam.
Ao identificarem-se, regra que cumpriram quando formulavam perguntas, alguns dos seus apelidos eram-me familiares. E assim se passou uma hora bem cheia. Depois, talvez exaustos de tanta conversa, um ou outro até se deitou no chão. E ofereceram-me, à despedida, o meu retrato… bem desenhado, claro, pela Sofia, com a lista autografada dos presentes…
A professora, denotando uma serenidade muito grande, fruto decerto da experiência e da dedicação, encaminhou os alunos para esta iniciativa muito louvável, proporcionando o convívio de gerações. 
Até outro dia, meus bons amigos… 

Fernando Martins