quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Idosos devem "morrer rapidamente"?

«Idosos devem "morrer rapidamente" 
para poupar o Estado, diz ministro japonês

O ministro das Finanças do novo governo japonês afirmou que os idosos doentes devem “morrer rapidamente” para aliviar o Estado do pagamento de cuidados médicos.»

Li esta notícia que não posso deixar de comentar, com alguma indignação, tão brutal é ela. Num país capitalista, onde é suposto haver respeito pelas pessoas que deram o seu melhor em prol da sociedade a que pertencem, não falta que deseje ou proponha a morte rápida dos velhos para aliviar o Estado.
O Estado, como diversas vezes já tenho escrito neste meu espaço, é mesmo uma entidade sem alma e sem sentimentos. O que interessa é a economia, o lucro, nem sabemos, afinal, em favor de quem. Só de quem está no ativo? E os que estiveram a trabalhar durante décadas? Por essa linha, qualquer dia aí teremos o massacre dos portadores de deficiência...
Só o trabalho da pessoa é que importa. A pessoa só merece viver enquanto produz. É isso? Que mundo horrível estaremos a construir?

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Renascimento da comunidade cristã

Ecumenismo

Criação comum

Irmão Roger


«Quer sejam católicas ou protestantes, as gerações ascendentes exigem mais do que reformas: um renascimento da comunidade cristã. Mas, muitas vezes, metem o carro à frente dos bois esquecendo que não há reforma de uma comunidade sem reforma do indivíduo. É preciso que o ser preceda o agir. Obcecados por uma vontade de reforma, arriscamo-nos a esquecer que a atualização começa nas profundezas de nós mesmos.

A estes jovens repito frequentemente: na comunhão fraterna que hoje junta várias gerações em Taizé, queremos escutar o Espírito Santo em vós, alargando a nossa inteligência, o nosso espírito, o nosso coração. Pedi a nossa conversão a Deus e construiremos em conjunto, e em conjunto diremos: «Vê, Senhor, o teu povo; considera os homens, nossos irmãos, pelo mundo. Separámo-nos, não nos conseguimos voltar a unir para participar numa criação comum. Desfaz a nossa suficiência. Abrasa-nos todos do fogo do teu amor».

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Exposição de Arte Sacra integrada na Missão Jubilar

No Museu da Cidade



«Foi inaugurada no domingo, dia 20 de Janeiro, a exposição “Diocese de Aveiro – Presente e Memória”. Em parceria com o Museu da cidade, a inauguração da mostra de arte sacra contou com a presença de mais de 200 pessoas vindas de toda a diocese. No acto inaugural intervieram Maria Helena Pinho e Melo, da Comissão Executiva da exposição, Celeste Amaro, da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, D. António Francisco, Bispo de Aveiro, e Monsenhor João Gaspar, Vigário Geral da diocese.
A exposição que tem peças das 101 paróquias da diocese está patente até 7 de Abril, das 10h às 17h30, de terça a domingo. O catálogo que inclui fotografia e legenda de todas peças está à venda por 12 euros.»

Fonte: Portal da Diocese de Aveiro


Amigos de coração...



Ora aqui estão uns amigos de coração. Da esquerda para a direita: Padre António Maria Borges, eu próprio, Daniel Rodrigues e Padre Miguel Lencastre. Há uns bons anos. O Daniel veio à Gafanha da Nazaré para fazer uma reportagem. Eu acompanhei-o para lhe dar umas dicas. O Padre Miguel recebeu-nos na cozinha da Residência Paroquial para nos servir, ao seu jeito, um chá. E depois conversámos. Não me recordo da pessoa que disparou a máquina fotográfica, mas talvez tenha sido o João, empregado do Comércio do Porto, na delegação de Aveiro...
O Daniel já nos deixou, mas a sua memória permanece viva em Aveiro e sua região. Os restantes, como estão jovens nesta foto. 

Poesia para todos

"O pássaro da cabeça": 
versos para crianças de Manuel António Pina


A Ana quer

A Ana quer
nunca ter saído
da barriga da mãe.
Cá fora está-se bem,
mas na barriga também
era divertido.

O coração ali à mão,
os pulmões ali ao pé,
ver como a mãe é
do lado que não se vê.

O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena:
não ter nada que fazer
senão ser pequena e crescer
e de vez em quando nascer
e voltar a desnascer.


Manuel António Pina

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Nota: Para crianças e para todos. Não há uma criança em cada um de nós?

Ecumenismo nos caminhos da comunhão

A propósito da Unidade dos Cristãos

Bento XVI


«“Para avançar nos caminhos da comunhão ecuménica é necessário que nos tornemos ainda mais unidos na oração, mais comprometidos na busca da santidade e mais empenhados nas áreas do investigação teológica e da cooperação ao serviço de uma sociedade mais justa e fraterna”, declarou o Papa, perante uma delegação ecuménica da Igreja Luterana da Finlândia, na sua visita anual ao Vaticano por ocasião da festa de Santo Henrique, primeiro bispo e patrono do país nórdico.
Bento XVI aludiu a um caminho conjunto de “justiça, misericórdia e retidão”, que tem de ser percorrido com “humildade” para que os cristãos testemunhem a sua fé aos que “estão em busca de um ponto seguro de referência num mundo em rápida mudança”.
“Neste caminho dos discípulos, somos chamados a avançar conjuntamente na estrada estreita da fidelidade à vontade soberana de Deus, enfrentando dificuldades e obstáculos que possam surgir”, prosseguiu.»

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Valdemar Aveiro: A nossa vida parece ficção

A sua vida daria um romance



Valdemar Aveiro, 78 anos, natural de Ílhavo e residente na Gafanha da Nazaré desde que se casou, dois filhos e dois netos, oficial da Marinha Mercante e atual administrador da Empresa de Pesca S. Jacinto, é autor de dois livros, entre outros, com recordações da pesca do bacalhau. São eles “80 Graus Norte” (3.ª edição) e “Murmúrios do Vento”, onde evoca cenas do quotidiano a bordo dos navios, mas também pessoas que o marcaram indelevelmente. Sobretudo gentes ligadas às empresas de pesca, mas não só, em especial as que com ele enfrentaram trabalhos heróicos e mares bravios. 
Quem conhece o capitão Valdemar, como é mais conhecido na região, sabe que a sua vida, de sonhos realizados e por realizar, de lutas insanas, de canseiras teimosamente enfrentadas e de desafios constantes, daria um romance. De qualquer forma, os seus escritos, memorialistas na sua pureza literária, são o romance que pode ser apreciado como tal pelo leitor comum. 
Questionado sobre a eventualidade de escrever um romance, frontalmente afirma que «não é preciso», porque «a nossa própria vida parece ficção». E adianta, em jeito de explicação: «Falo daquilo que sei, não falo de ouvido; falo daquilo que posso provar; das pessoas com quem convivi e convivo; de gente de uma nobreza extraordinária.» 
Valdemar Aveiro caracteriza, com exuberância, os sofrimentos dos homens do mar na pesca do fiel amigo, «Todos, doentes, sofrendo do mesmo mal — a saudade pungente, o isolamento, a solidão, a ansiedade pelo dia do regresso sem data prevista, o trabalho esfalfante, o alívio do choro, as lágrimas silenciosas vertidas na escuridão do seu catre com a cortina corrida; todos igualmente condenados à abstinência prolongada que altera comportamentos, cria tensões, gera crises de agressividade traduzidas em destemperos explosivos a degenerar em conflito!». 

B Fachada é um dos cantautores da presente geração

José Tolentino Mendonça,
no EXPRESSO de sábado

Tolentino Mendonça


B Fachada é um dos cantautores da presente geração. Não falta quem o encoste já à linhagem dos José Afonso, José Mário Branco, Sérgio Godinho, Jorge Palma e por aí fora. Com menos de 30 anos, produziu 12 reluzentes caixas de música que desarrumaram a música portuguesa e a infestaram de talento, ironia e más maneiras. (...) Porém, no final do ano de 2012 (...) o músico anuncia que se despede para uma estação de silêncio. (...) Fiquei a pensar na escolha de B Fachada, no que é essa necessidade de parar para a qual a vida, num momento ou noutro nos encaminha; nos fins que nos temos de impor se quisermos crescer, mesmo quando os ventos correm de feição; na urgência fundamental que representa escutar-se a si mesmo, perfurando camadas de distração e automatismo. Diria isto: por vezes o que nos aproxima da autenticidade é o continuar, por vezes é o parar. E só o saberemos no exercício paciente e inacabado da escuta. Mas esta audição a nós próprios não se faz sem coragem e sem esvaziamento. Não podemos estar à espera de condições ideais. (...) Falta-nos uma nova gramática que concilie os termos que a nossa cultura tem por inconciliáveis: razão e sensibilidade, eficácia e afetos, individualidade e compromisso social, gestão e compaixão... (...)

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Ano da Fé


domingo, 20 de janeiro de 2013

O Zé da Rosa partiu serenamente...

Depois da Tempestade 

Zé da Rosa 
O Zé anunciou a sua despedida 
e partiu para junto da Rosa


O dia amanheceu sereno, como se a terra descansasse de um grande tumulto! Como a chorar pelos estragos feitos pela tempestade, uma chuva miudinha, continuou a cair, tranquila, compassada, lamuriante... 
Temos, por vezes a sensação que a natureza se associa a nós, num lamento plangente, pelas nossas tristezas, pelas nossas amarguras, pelas nossas perdas! 
Assim aconteceu, hoje, neste dia do Senhor, pela manhãzinha, em que o Zé da Rosa, no seu ambiente familiar, rodeado pelo desvelo dos seus entes queridos, anunciou a sua despedida da terra e partiu para o jardim do Éden...onde irá juntar-se à Rosa que o trouxe a este mundo. 
Partiu sereno, tal como a chuva miudinha que cai, lá fora, sem um queixume, sem um ai... 
Tudo já foi dito desta figura exemplar...direi, agora, que não há palavras! Estas esgotaram-se durante o seu entardecer, nas memórias que ficarão para a posteridade! 
Peço a Deus, neste seu dia, que atenda a sua prece dos últimos tempos, passados no aconchego da família – “Que Deus me leve para bom lugar!” 
Tenho a profunda convicção, que Deus lhe fará esta última vontade, pois aprendi, na religião que me norteia a vida, que Ele é sumamente misericordioso e justo! 
No coração dos que ficam, apenas fica a eterna saudade e a marca indelével da sua íntegra personalidade! 
Que Deus o afague no seu regaço! 

Maria Donzília Almeida 

20.01.2013

Nota: Sei, por experiência própria, quanto custa a partida dos nossos pais para o seio de Deus. Não há palavras que traduzam o sofrimento que a saudade faz nascer, de forma indelével, no coração dos filhos pela  perda dos pais. Mas este sofrimento, que poderá ser atenuado pela convicção que nos anima da continuidade da vida, de forma gloriosa, pela ressurreição, assumida pela fé dos crentes, perdurará no tempo terreno, porque somos humanos e frágeis. 
Não podendo acrescentar mais nada, porque o que disser será sempre pequenino face à dor imensa, neste caso dos filhos e demais familiares do Zé da Rosa, permitam-me que sublinhe quanto a minha colaboradora e amiga Maria Donzília mostrou, de forma terna,  em textos encantadores, neste meu blogue, quanto  amava o seu pai, que hoje   deixou este mundo serenamente.
Com a promessa das minhas orações pela alma do pai da Donzília, dirijo a toda a família a certeza da minha solidariedade nesta hora difícil.

A ética começa quando se vai para lá da simpatia

A regra de ouro e a empatia
Anselmo Borges

Na Inglaterra, foi de tal modo valorizada que aí recebeu, nos inícios do século XVII, o nome por que é conhecida: "regra de ouro" (golden rule), com duas formulações, uma negativa: "não faças aos outros o que não quererias que te fizessem a ti", e outra positiva: "trata os outros como quererias ser tratado". Frédéric Lenoir faz, com razão, notar que a maior parte dos moralistas prefere a versão negativa, pois o perigo de auto-projecção sobre os outros pode levar a esquecer que cada um tem os seus gostos e a sua própria visão do que é bem. Neste quadro, Bernard Shaw escreveu com o seu sentido de humor: "Não façais aos outros o que quereríeis que vos fizessem; talvez não tenham os mesmos gostos que vós!"


O TEMPORAL JÁ PASSOU...


Barco que encalhou em S. Jacinto
(Foto do  Público)

O Negativo e o Positivo 
destas Situações


Tanto quanto nos mostram os sites da meteorologia, para já o temporal passou para outra paragens. A chuva vai continuar e o frio também, mas o susto destes dois dias não deverá voltar tão cedo. Que estamos no inverno, com tudo quanto ele representa, lá isso estamos, mas não vamos esperar que a época da chuva, ventos fortes e frio passe a tempo primaveril. É uma ilusão admitir isso. E não vamos pregar que, nas nossas vidas, nunca vimos coisa parecida como o que se verificou ontem, com telhados parcialmente destruídos, árvores arrancadas e tudo alagado. Já vi e senti temporais muito mais brutais. 
Permitam-me que sublinhe o que houve de positivo no meio do negativo. O quê? Positivo no meio do negativo? É isso mesmo. 
Ontem vivemos umas 12 horas sem energia elétrica, sem televisão nem luz, sem rádio (nenhum tinha pilhas) nem internet, e sem água. Parecia que estávamos na Idade da Pedra. Foi uma confusão cá por casa com o racionamento da água quase a apoquentar-nos e a corrida ao supermercado para comprar o precioso líquido. E então, conversou-se, leu-se à luz da vela, tropeçámos nos corredores mal iluminados, mas aguentámos a pé firme, enfrentando a situação. Que as crises ameaçadoras nos não tragam vida assim. E o positivo? Está, obviamente, na ausência do que se tem tornado normal nas nossas vidas, ganhando na única saída, que foi falar, falar e falar. Mais ler, ler e ler. Mesmo à luz da vela… Sem notícias de horrores, de guerras políticas e outras, que por vezes invadem os nossos desejados e necessários silêncios. 
Percebi que se torna imperioso aprender com estas situações. Cá por mim, embora com a eletricidade a iluminar os meus ambientes, prometo ignorar, com mais frequência, a televisão. O rádio sempre me dá boa música e a síntese das notícias. E a internet, em que caio nalgum exagero, também vai ser reduzida. 

Bom tempo para todos… 




sábado, 19 de janeiro de 2013

Jesus: O amor humanizado de Deus


SERVIR O VINHO DA ALEGRIA
Georgino Rocha

Georgino Rocha

A boda dos noivos de Caná da Galileia é para Jesus a oportunidade de manifestar a relação do casamento natural com o amor de Deus pelo seu povo. A relação tem o valor de símbolo e a manifestação constitui o primeiro sinal da novidade que Jesus traz à realidade humana, conjugal e familiar. A oportunidade surge quando, no decorrer da festa, vem a faltar o vinho – que provoca um certo desconforto entre os mais atentos e solícitos.

A mãe de Jesus está presente. Dá conta da ocorrência e, discreta, intervém junto de seu Filho, expondo brevemente a necessidade sentida. Dirige-se também aos serventes e recomenda-lhes simplesmente que façam o que ele disser. E a maravilha vai-se realizando: as talhas de pedra que estavam vazias, enchem-se; a transformação da água em vinho, acontece; o teste da prova faz-se e é conclusivo; a necessidade é superada; a serenidade vence a ansiedade; a alegria renasce e redobra de intensidade; o chefe de mesa convence-se e interpela criticamente o noivo; o vinho bom tinha chegado e era para ficar; a mensagem é captada e os discípulos acreditam. E João, o narrador do episódio, afirma que Jesus manifesta assim a sua glória, a missão de que estava incumbido por Deus Pai.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Ano dos Desertos e Desertificação

Recordando - 18 de janeiro de 2006



Neste dia, de 2006, publiquei um artigo de Alexandre Cruz sobre o Ano dos Desertos e Desertificação, que mantém perfeita atualidade. Será que algo mudou com sete anos decorridos? Vale a pena ler aqui.
Já agora, qual é a sua opinião?

Exposição "Diocese de Aveiro - presente e memória"

Museu  de Aveiro 
20 de janeiro - 15.30 horas

Bispo de Aveiro

"Diocese de Aveiro - presente e memória" é o título da exposição de arte sacra que conta com a colaboração das 101 paróquias da Diocese e que será inaugurada no dia 20 de janeiro pelas 15h30 no Museu de Aveiro. 
No âmbito da Missão Jubilar dos 75 anos da Restauração da Diocese de Aveiro esta mostra promove o diálogo com o mundo e a sociedade em que está inserida, e possibilita um espaço de "partilha de um tesouro sem esquecer nunca que a arte transporta em si um ministério profético". Pretende ainda despertar as comunidades cristãs para o valor do património que possuem e sensibilizar para a correta conservação e preservação do mesmo. 
Durante a exposição, que decorre até 7 de abril de 2013 no horário normal de funcionamento do Museu de Aveiro, destacam-se dois momentos culturais. No dia 1 de fevereiro decorre um serão denominado "O transcendente presente na palavra" e no dia 2 de março "O transcendente presente na pintura". Estas noites culturais decorrem às 21h nos claustros do museu e, tal como a exposição, têm entrada gratuita. 
Segundo D. António Francisco, "queremos percorrer, assim, um belo roteiro pela magia do tempo, pela grandeza da história, pela beleza da terra e pela densidade da fé."

Fonte: Diocese de Aveiro

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

A caridade mudará o mundo


“Não a ciência, mas a caridade é que mudará esse mundo”.

Giuseppe Moscati
(1880-1927)

NOTA: Também acredito neste pensamento de Giuseppe Moscati, médico, cientista e professor universitário, que foi canonizado pela Igreja Católica em 1987. Diz que a caridade mudará o mundo e diz muito bem. Importa saber que caridade, no sentido bíblico e eclesial, significa amor, desprendimento, disponibilidade para os outros, tal como são, independentemente da sua posição social, religião ou credo político. Caridade é servir, sem esperar ser servido. É amar, mais do que esperar ser amado. É lutar pela verdade e pela justiça. É ajudar e promover o outro, quando a política, o estado e a sociedade se esquecem dele.


A sociedade está mais empobrecida e sem alma



Um apelo que frequentemente fica sem resposta 
António Marcelino 

António Marcelino


«Faltam educadores que sintam e tomem consciência de que, pela sua ação diária, passa o futuro de muita gente e a construção ou não de uma sociedade humanizada e fraterna. Há muitos educadores que sabem o caminho, lutam por segui-lo e se doem por verem que o muito que fazem é destruído por outros colegas, e, também, pela família, pela rua, pela comunicação social, que não olha a meios para conseguir quem compre os seus produtos viciados.» 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Reforma do Estado: Oposição deixa PSD e CDS sozinhos


«O líder da bancada parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, assegurou que os socialistas não vão participar na comissão eventual proposta pela maioria PSD/CDS para debater a reforma do Estado. "Essa comissão é uma cortina de fumo para o Governo tapar o buraco orçamental", disse Carlos Zorrinho ao início da tarde desta quarta-feira aos jornalistas, no Parlamento. BE e PCP também já disseram que não iriam participar, o que deixa a maioria isolada.
Os líderes parlamentares do PSD/CDS propuseram nesta quarta-feira a criação de uma comissão eventual para debater a reforma do Estado.»

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Nota: Sempre tive dificuldade em entender a recusa do diálogo político e outro. Todos sabemos que a maioria tem capacidade parlamentar para decidir o que quiser, competindo ao povo, na hora da verdade, premiar ou castigar os partidos da coligação. Mas isso não justifica, a meu ver, a recusa de dialogar sobre assunto tão importante. Distanciando-se da comissão proposta pela coligação, os partidos da oposição ficam sem autoridade moral para contestar seja o que for. Aconteceu o mesmo aquando das reuniões iniciais com a Troika. PCP e BE recusaram encontrar-se com os economistas que vieram para mandar na governação de Portugal. Depois, claro, alguns arrependeram-se. E fala-se tanto em Governo de amplo consenso partidário para endireitar este pobre e depauperado país! Mas com os políticos que temos alguma vez isso será possível? Penso que não. Faltam-nos políticos com estatura muito acima da média. Com personalidade e saber fortes. Faltam-nos, enfim, homens de Estado!

Cristão consciente e irmão sem fronteiras

Donos ou administradores fiéis?
António Marcelino


António Marcelino


Não tinha esse hábito, nem preocupação. Adquiri-o agora quando a vida nos obriga a revisão. Fechei há dias as minhas contas do ano. Contas de euros, claro. De poucos ou muitos, no caso, mais poucos que muitos, não sou dono, mas simples administrador. Recebo, gasto… Mas gasto em quê? Privo-me para partilhar com pessoas e instituições? Se penso que tudo é meu, tudo deixa de me pertencer. Não sou mais que um recetor distribuidor. Não importa, por isso, se por mim passa muito ou pouco. É preciso que apenas passe. Por isso tenho de anotar, fazer, contar, saber os que esperam, legitimamente, pela verdade das contas. Depois, há os que durante o ano solicitam a minha atenção e os que no fim do ano a esperam, e até me recordam.
Cheguei depressa à conclusão de que fazer isto é um dever e o que se deve tem muita força. Não apenas de bispo emérito, mas de cristão consciente e de irmão sem fronteiras.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Família condenada a 15 anos de prisão por conversão ao Cristianismo



«Um tribunal egípcio condenou uma mulher e os seus sete filhos a 15 anos de prisão por terem tentado alterar os seus documentos para reflectir uma conversão ao Cristianismo. 
De acordo com a agência católica AsiaNews, Nadia Ali Mohamed nasceu numa família cristã, mas converteu-se oficialmente ao Islão para poder casar com um muçulmano. Depois de enviuvar, contudo, procurou converter-se novamente ao Cristianismo, juntamente com os filhos. 
Uma vez que a religião está registada nos documentos de identidade dos egípcios, para o fazer foi necessário tentar alterar a documentação, algo que já estava a ser feito, quando a polícia tomou conhecimento do caso. Levados a tribunal, tanto a mulher como os filhos foram condenados a 15 anos  de prisão. 
A lei egípcia dificulta ao máximo a conversão do Islão para qualquer outra religião. Já o processo inverso é permitido e, frequentemente, até encorajado.»

Transcrevi da RR online

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

NOTA: No Ocidente, as pessoas são livres de poderem ou não manifestar a sua fé, declarando, em privado ou publicamente, a religião que têm ou não têm. Também podem declarar-se ateus, agnósticos ou indiferentes. Ainda podem aderir ou mudar de religião quando lhes apetecer, não tendo que prestar contas seja a quem for. E mais: Em Portugal e na Europa, por exemplo, qualquer religião pode erigir os seus espaços de culto, em pé de igualdade com os cristãos. Não foi sempre assim, infelizmente, mas depois de instaurada a democracia não há qualquer problema nessa linha. 
Em certos países árabes, sobretudo de governos ligados ao Islão mais radical, é expressamente proibido construir templos cristãos ou outros e até se condenam os que, sendo islamitas, resolveram converter-se ao cristianismo. Isto dá que pensar. 
Não sou dos que pregam o direito à reciprocidade, isto é, o direito de pagarmos na mesma moeda em relação aos países que proíbem a prática religiosa cristã, nas suas diversas variantes. Mas defendo negociações ao mais alto nível, entre a UE e os países islâmicos. Ficarmos calados perante injustiças como a que se verificou no Egito é pura covardia e crime de lesa-civilização cristã. 

FM

Lance Armstrong: A queda de um mito



Lance Armstrong


Lance Armstrong terá reconhecido que se dopou para competir ao mais alto nível, tendo conseguido diversas vitórias na volta à França. O ciclista americano,  porventura mais famoso de sempre, acaba derrotado por tudo quanto fez em prol do desporto, em especial do ciclismo. Um mito dos últimos tempos sai de cena, com o carimbo de desonesto no mundo do desporto. Ter-se-á arrependido e confessado o seu crime. Crime, sim, porque enganou, para não utilizar outro termo mais duro, meio mundo, desde colegas a dirigentes, desde técnicos a simples apaixonados pelo ciclismo. 
Prova-se, à evidência, que a mentira vem sempre à tona, se a entrevista que virá para a ribalta um dia destes  for conclusiva. Os especialistas do doping já garantiram que ele usou drogas e os tribunais também já o condenaram. Os amantes do desporto ficarão tristes e desiludidos. A queda de um ídolo deixa marcas tristes em todo o lado. 

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sábado, 12 de janeiro de 2013

A fé em Deus regressa docemente


Que futuro para Deus?
Anselmo Borges

Anselmo Borges

É sobre o tema em epígrafe que Marie Drucker publicou uma entrevista com Frédéric Lenoir, da École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. Faz parte do livro Dieu (Deus).
Alguns indicadores estatísticos. Actualmente, dois terços da população mundial confessam acreditar em Deus. O outro terço reparte-se entre as religiões sem Deus (religiões chinesas, budismo, animismo, xamanismo...) e uma pequena parte que se declara sem pertença religiosa (menos de 10% da população mundial, principalmente na China e nos países europeus descristianizados).
Mesmo se a fé está a diminuir progressivamente desde há várias décadas, cerca de 90% dos americanos e dois terços dos europeus acreditam em Deus. A França e a República Checa constituem excepção, pois são os países que contam hoje com a taxa mais elevada de ateus na Europa. De qualquer modo, mesmo na França, a fé em Deus resiste melhor do que a pertença religiosa e permanece estável: 52%.

A festa do baptismo de Jesus é a festa do nosso baptismo.

JESUS, A TERNURA DE DEUS PAI
Georgino Rocha

Batismo (rede global)

O baptismo de Jesus oferece-nos uma bela e cativante mensagem. Após o rito das águas no Jordão, uma série de ocorrências manifestam o alcance dos gestos e, sobretudo, a “categoria” do baptizado. Abre-se o Céu, desce o Espírito, ouve-se uma voz que diz: “Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência”. Entretanto, Jesus permanece em oração.
A conjunção destes sinais evidencia a realidade profunda do que acontecia: Deus, trindade de pessoas, esta presente e actuante no início da “vida pública” de Jesus de Nazaré, envolve-se na sua missão, compraz-se nas suas opções e credencia o seu estilo de vida. Deixa-se ver e ouvir de forma eloquente e envolvente. Mais tarde, voltará a manifestar-se no silêncio confiante do agonizar no Calvário: “Pai, nas tuas mãos, entrego o meu Espírito”. Silêncio e palavra, ocultamento e manifestação, constituem modos humanos de comunicação divina e convidam-nos a mergulhar nos ensinamentos que a mensagem comporta: A ternura do Pai que se compraz no Filho, bem-amado, a atitude filial de Jesus que se recolhe em oração, a suavidade da presença do Espírito que desce em forma corporal, como uma pomba. A voz que proclama, o silêncio que escuta, a mansidão que acolhe.

É verdade que todos os paraísos são paraísos perdidos?

A esperança ativa
José Tolentino Mendonça

Tolentino Mendonça

É verdade que todos os paraísos são paraísos perdidos? A julgar pela aparência todas as histórias, até a história bíblica, nos garante que sim. De facto, no livro do Génesis, o primeiro casal humano acaba lançado para fora do paraíso, depois de uma breve e atrapalhada permanência. E as portas do paraíso ficam interditas aos humanos. Contudo, a linguagem simbólica e a natureza teológica daquele relato exigem uma atenção a investimentos de sentido que se podem sintetizar assim: o tempo da salvação não é narrado como nostalgia de uma época de ouro passada, mas, o que se procura afirmar é que, através de vicissitudes e contradições, o tempo não deixa de avançar para uma plenitude. De certa forma, o homem descobre que está fora do paraíso para que possa encaminhar-se para ele. A expulsão bíblica não é, portanto, uma perda, mas o primeiro, e misterioso, passo para o caminho da promessa. O que não se escamoteiam são as tensões e desvios que o homem vai introduzindo. Reconhecer, porém, que mundo e a história não são propriamente lugares paradisíacos não nos deve fazer cair os braços, nem desesperar.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

O filho pródigo


Um conto de Maria Donzília Almeida

O Scott


Apareceu abatido, escanzelado, cabisbaixo. Esta atitude de prostração, contrastava com a sua natural energia, diria até, uma euforia que marcava a sua personalidade. Era um jovem cidadão, neste mundo cão, em que nos encontramos, no nosso dia-a-dia. 
Metia dó contemplar o aspeto de alguém que sofrera os reveses da vida! 
Da vergonha resultante do destino que lhe fora traiçoeiro, nem sequer ousava enfrentar a família e olhar os seus entes queridos, de cara a cara. As forças e a humilhação pela derrota sofrida, retiravam-lhe a coragem e a firmeza do olhar. 
Partira, na véspera de ano novo, enfeitiçado pelo barulho das luzes e pelo estrondo dos foguetes! Deixara para trás o lar acolhedor que o adotara como filho legítimo e partiu à procura da aventura, do desconhecido. Vagueara, sem rumo certo, por ruas e becos esconsos, aproximara-se de restaurantes de luxo, onde saciava a sua fome de imprevisto e...deambulara-se, por uns intermináveis quatro dias, sem rei, nem roque! 
A família de acolhimento, já chorava a perda e desaparecimento do seu ente querido e contactara as forças de segurança, para se porem no encalço do foragido. 
Apareceu, encaminhado por outra criança, que ouvira o apelo lancinante da sua teacher....que perdera o seu cãopanheiro. Sensíveis que são a estes problemas, rapidamente se puseram em campo e eis que o Scott se reencontrou com a dona, no seu jardim das delícias! 
De tão maltratado, exibia, no dorso um enorme ferimento, em carne viva, resultado das lutas que travou, com qualquer assaltante de estrada! 
Mas...não ouviu ralhetes, imprecações, censuras! O coração da família, ali estava aberto, recetivo, cheio de perdão e de amor para compensar a dor da derrota, da vergonha, da transgressão. 
O melhor manjar foi dispensado a “Mr Scott”, que não se fez rogado e uma semana após o bem-aventurado regresso, readquiriu toda a sua energia incontida, bem manifesta nos despojos do seu velho edredão de penas!!! 
Até um casaquinho, de tecido tigrado, saltou da gaveta onde se guarda o enxoval canino e foi vestido a sua eminência, o lorde cá de casa! 
Saber perdoar...é a virtude, que a dona demonstrou, para com os atos irrefletidos desta criança imatura! 
E...a parábola do filho pródigo, agora em contexto canino, repetiu-se, sempre nova, sempre atual! 

10.01.2013