sábado, 5 de janeiro de 2013

Bento Domingues e a merecida homenagem

Cronista do Reino de Deus a caminho
Anselmo Borges

Anselmo Borges


No passado dia 10 de Dezembro, realizou-se em Lisboa uma merecida homenagem a Frei Bento Domingues, com a apresentação do livro Frei Bento Domingues e o Incómodo da Coerência, onde escrevem personalidades destacadas de diferentes quadrantes da cultura, da política, da religião.

Os intervenientes na sessão salientaram os valores por que Frei Bento se rege: a coerência, o diálogo, o humanismo universalista (Guilherme d'Oliveira Martins), a sabedoria, a dignidade humana, a ética (Maria José Morgado), o amor, a tolerância (Luís Osório, que concluiu: "Sempre que vejo um homem e penso em Jesus, penso em Frei Bento").

Ao longo da sua vida, foi deixando lições fundamentais: a paixão por Jesus Cristo, a liberdade cristã - "foi para a liberdade que Cristo nos libertou", escreveu São Paulo -, uma teologia que tem de ser encarnada, o combate pelos direitos humanos, a magnanimidade com os perseguidores, o despojamento em relação ao Poder, que conhece mas ao qual nunca se colou, a alegria, aliada a uma ironia fina, uma generosidade sem limites. É enorme a dívida da Igreja e dos portugueses para com Frei Bento Domingues.

Os Magos, protagonistas da procura de Jesus-Menino


ESTRELA GUIA QUEM PROCURA JESUS
Georgino Rocha

Magos encontram Jesus-Menino


Os Magos, protagonistas da procura de Jesus-Menino, são guiados por uma estrela em todo o seu percurso: da terra natal à cidade de Jerusalém e a Belém, local onde O vêm a encontrar. Mais do que a importância histórica, os Evangelhos da Infância destacam o alcance simbólico desta procura, as fases do processo de amadurecimento humano que se expressa na prostração e adoração, gestos típicos de quem alcança uma fé sólida e profunda. Fazem o itinerário pessoalmente e em conjunto, dimensões específicas da fé cristã. Sentem dificuldades e deparam-se com obstáculos que, persistentemente, vão superando. Aguentam períodos de ocultamento das certezas e afrouxamento das convicções, mas a força do desejo alimentado pela confiança impele-os a avançar.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Átomo e Preconceito


“É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”

Albert Einstein 
(1879 – 1955)

Nota: Uma verdade indesmentível e confirmada dia a dia, nas atitudes, nos hábitos, nos pensamentos e nos atos de pessoas e comunidades. Vejam só como a mulher, que luta há séculos pela sua emancipação, ainda continua sendo o símbolo do sexo fraco e frágil, sem conseguir ocupar, em plenitude, lugares de liderança.

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Graças presas ao céu por um cabelo

365 oportunidades 
João Aguiar Campos 


João Aguiar Campos

1. Foi por acaso, numa partilha de rede social, que cheguei ao desenho da criança, sentada a meia encosta, ao lado do seu fiel cachorrinho. 
Num diálogo que só a imaginação pode assegurar, ela pergunta: «Que nos trará o ano que vem?». O cachorrinho, de orelhas arrebitadas e cérebro vivo, responde prontamente: «365 oportunidades». 
Confesso não saber se, na surpresa de uma questão igual, eu daria igual resposta. Admito mesmo um discurso redondo, evocando previsões de Agenda, evoluções desenhadas por uma série de indicadores ou prognósticos de consultores reais ou fictícios, etc, etc. Falar de 365 oportunidades porventura não me ocorreria. E constato-o com pena!


PELA POSITIVA: 10 mil mensagens

Em férias, sempre com a digital


O meu blogue Pela Positiva nasceu em 14 de dezembro de 2004. Já completou, portanto, oito anos de vida intensa. Hoje mesmo verifiquei que editei durante este tempo 10 mil mensagens, que estiveram abertas a mais de 730 mil entradas, registadas desde janeiro de 2005 até ao presente, com algumas interrupções de permeio, por avaria técnica. 
Sem qualquer formação para além da que recebi, durante uma horita, do amigo e jornalista José Carlos Sá, que me desafiou a iniciar esta longa caminhada, ensinando-me os primeiros passos, nunca admiti permanecer no ativo todo este tempo. Foi uma caminhada de descoberta contínua, de ensaios constantes, de procura persistente, de luta contra a minha própria paciência e ignorância. E o pouco que sei também o soube partilhar com amigos que o eram ou se tornaram fiéis e que ajudei a subir para a carruagem do ciberespaço. 
Disse então, na primeira mensagem, o seguinte: 
«O meu propósito, a partir de hoje e neste espaço, situa-se na linha dos que apostam, no dia-a-dia, num mundo muito melhor. Não simplesmente pelo protesto, que será sempre a via mais fácil e menos estimulante, mas fundamentalmente pela defesa do bem, do belo, dos afetos, em suma, dos valores que enformam a nossa civilização. 
Pela Positiva vai ser o meu lema de todos os dias, quer na análise dos mais diversos acontecimentos, quer pela divulgação do que vou lendo, quer pela defesa do que vou refletindo, quer, ainda, pela partilha de gestos, porventura ignorados ou marginalizados, que são matriz de uma sociedade mais justa e mais fraterna. De bom grado se aceitam sugestões, desde que venham pela positiva.» 
Hoje, dia em que completei o bonito número de 10 mil mensagens, ainda não cheguei ao fim, porque parar é morrer. Eu quero continuar vivo, ativo, interveniente numa sociedade frágil que precisa de todos. Agora mais do que nunca. 
Durante estes anos, pude contar com a preciosa colaboração de inúmeros amigos que comungam comigo ideais de uma cidadania ativa. Quero agradecer-lhes a generosa e oportuna contribuição, na senda de um mundo mais fraterno. Não os cito para não correr o risco de algum esquecimento injusto. Eles estão no meu blogue e continuam de braço dado comigo. 
Para os  leitores, muitos dos quais são presença assídua, aqui ficam os meus agradecimentos sinceros. Alguns já partiram, mas continuam connosco. 

Fernando Martins

O Dia Mais Belo: HOJE


Pensamento para hoje


"Não tenha medo de que a sua vida acabe um dia! 
Tenha medo, ao invés, de que ela não comece realmente" 

Cardeal John Henry Newman 
(1801 - 1890) 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Um blogue para partilhar emoções e saberes




Soube do nascimento, há dias, de um blogue que dá pelo nome de EVOLUIR, com morada certa aqui. Trata-se de um projeto que aposta em «partilhar emoções, conhecimentos e saberes», como afirmam os seus donos em subtítulo. 
Na rubrica “Quem somos” contam um pouco das suas vidas e da forma como um dia se encontraram, mas também como nasceu o grupo da "Avenida da Escrita, n.º 60, Praceta da Vida". 
Nesta hora em que o blogue avança corajosamente pelo mundo virtual, fascinante porque abrangente, mas com ligações profundas ao mundo real, formulo votos de vida longa, enriquecida pelo sentido desejado e necessário da partilha e amizade.

FM


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Pérolas da Natureza

A 1.ª fotografia do ano do Carlos Duarte


O Carlos Duarte teve a gentileza de me oferecer a sua 1.ª fotografia deste ano novo. E diz: «São "pérolas da natureza" captadas hoje no meu jardim; se mais não fosse preciso, esta imagem chegaria para afirmar quanto é bela a natureza, basta querermos ver...»
Eu acrescentaria, meu caro Carlos, se é que tal será necessário, que a natureza, tão rica e tão bela, continua à margem de muitos dos nossos olhares, que se contentam, imensas vezes, com banalidades sem sentido e sem razão. O que nos vale é a sensibilidade dos artistas, que nos mimoseiam com os seus registos raros e únicos, que ficam para a vida como pérolas sem preço. 

FM


Mensagem do Papa para o 46.º Dia Mundial da Paz: 1 de janeiro de 2013

Bem-aventurados os obreiros da paz


«Há necessidade de propor e promover uma pedagogia da paz. Esta requer uma vida interior rica, referências morais claras e válidas, atitudes e estilos de vida adequados. Com efeito, as obras de paz concorrem para realizar o bem comum e criam o interesse pela paz, educando para ela. Pensamentos, palavras e gestos de paz criam uma mentalidade e uma cultura da paz, uma atmos¬fera de respeito, honestidade e cordialidade. Por isso, é necessário ensinar os homens a amarem-se e educarem-se para a paz, a viverem mais de benevolência que de mera tolerância. Incentivo fundamental será « dizer não à vingança, reconhecer os próprios erros, aceitar as desculpas sem as buscar e, finalmente, perdoar »,[7] de modo que os erros e as ofensas possam ser verdadeiramente reconhecidos a fim de caminhar juntos para a reconciliação. Isto requer a difusão duma pedagogia do perdão. Na realidade, o mal vence-se com o bem, e a justiça deve ser procurada imitando a Deus Pai que ama todos os seus filhos (cf. Mt 5, 21-48). É um trabalho lento, porque supõe uma evolução espiritual, uma educação para os valores mais altos, uma visão nova da história humana. É preciso renunciar à paz falsa, que prometem os ídolos deste mundo, e aos perigos que a acompanham; refiro-me à paz que torna as consciências cada vez mais insensíveis, que leva a fechar-se em si mesmo, a uma existência atrofiada vivida na indiferença. Ao contrário, a pedagogia da paz implica serviço, compaixão, solidariedade, coragem e perseverança.»

Ler mensagem aqui 

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Cortejo dos Reis na Gafanha da Nazaré — 6 de janeiro


Nova Luz da Humanidade 

Reis de 2012

O Cortejo dos Reis, mais que centenária festa popular da paróquia de Nossa Senhora da Nazaré, vai animar a nossa terra no próximo dia 6 de janeiro. Dissemos mais que centenária, pois a sua origem remonta a tempos anteriores à criação da freguesia, que ocorreu em 1910. Sabe-se que nos primórdios não se realizava o cortejo tal como hoje, já que as pessoas, pessoalmente ou em grupo, se encaminhavam no dia aprazado para junto da antiga capela, existente na Chave, que serviu de matriz até à abertura ao culto da nossa atual igreja, o que aconteceu a 14 de janeiro de 1912. Aí havia cerimónias próprias da época litúrgica, enquadrando-se nelas, segundo relatos orais dos nossos avós, algumas cenas de teatro religioso, posteriormente ampliadas e melhoradas. 
Os tempos e hábitos evoluíram e com eles foi-se alicerçando o Cortejo dos Reis, integrando-se no trajeto os autos natalícios bem conhecidos e muito apreciados pelo povo, ano após ano, sem cansaço nem desinteresse. Em cada cena de cada auto, não falta quem assista, e os mais velhos, de tanto verem e ouvirem o que dizem os atores, conseguem saber de cor algo do que se faz e se proclama.

José Maria Serafim (ver nota ao fundo)    
 
É certo e sabido que os habituais participantes continuarão a marcar presença, expressiva e significativa, não vá dar-se o caso de esmorecer o entusiasmo que os nossos antepassados nos deixaram! E com o seu exemplo, familiares, conhecidos, amigos e vizinhos hão de incorporar-se no cortejo, não apenas para participar pelo participar, mas sobretudo para ficarem a saber como é, o que se sente e vive, porque importa receber e interiorizar o espírito da festa, para o poder legar aos vindouros. 
Como manda a tradição, a estrela de Belém indicará o caminho a partir de Remelha até à nossa igreja. É certo que ela desaparece quase no fim do cortejo, mas todos acabarão por descobri-la pouco depois, ou não seja ela a Nova Luz da Humanidade, o próprio Deus-Menino.

Uma rainha no meio dos presentes

O povo, com os seus presentes, vai entrando na festa durante o percurso. Vive os autos natalícios, pede contributos para o Menino Jesus, canta e dança, e, no final, depois de registar e recusar as manhas do Rei Herodes, que queria, traiçoeiramente, liquidar o filho da Virgem Maria, tido por muitos como Rei dos Judeus, entra na igreja matriz para beijar a Nova Luz do Mundo, o Deus-Menino, entoando os cânticos mais belos, sempre enternecedores.

Fernando Martins

Nota: O José Maria Serafim Lourenço, amigo de sempre, tem sido um assíduo animador do nosso Cortejo dos Reis. No ano passado ainda participou, mas as pernas já não lhe permitiam grandes caminhadas, tal como me confessou. Participava sempre com seu irmão Manuel Serafim, também um amigo que muito estimo. O José Maria confessou-me há dias que este ano não poderá marcar presença com o seu banjo. As pernas não lhe poderão dar esse prazer. Por isso, pelo seu esforço e exemplo de tantos anos, aqui fica a minha homenagem. E se ele me desmentisse?

F. M.

Votos de Bom Ano do Google


Faço meus os votos do Google, na preparação para a chegado do novo ano, anunciado há muito como um ano para esquecer. Apetece-me dizer para longe vá o agoiro, porque a esperança não pode morrer. Importa, isso sim, lutar com garra para que tal não aconteça. Com garra, mas também com o sentido do discernimento e da ousadia, necessários na hora das dificuldades. E se for mesmo  mau, ao menos que se vislumbrem sinais de vitória à custa da nossa vontade de levantarmos Portugal do atoleiro em que o meteram. Que no mínimo saibamos aprender a lição de que não se pode gastar mais do que se tem.
Já agora, que ainda saibamos olhar e ajudar quem nada tem, neste século de tantos progressos científicos e tecnológicos. 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Praia da Barra em dia sol...

Ontem estava um lindo dia de sol. Dir-se-ia que estávamos em plena primavera, tal era a luminosidade que nos envolvia e nos atraía para o mar. No inverno, quando assim acontece, sentimo-nos outros e até agradecemos o dom da vida que nos permite saborear momentos tão agradáveis, desprendidos de ganâncias e de problemas.
Pela praia andámos, eu e a minha Lita, como tantos outros, olhando o mar, fixando as marcas de gente que está e passa, contemplando as dunas, conversando sem tema, apreciando pescadores de cana, admirando o engenho do homem a querer domar as correntes marinhas. Foi assim. Deus queira que em 2013, de  inverno e inferno para muitos portugueses, possamos ao menos usufruir da beleza da natureza. Penso que ainda, neste âmbito,  não haverá impostos a pagar.
Bom ano para todos.

FM


À espera do verão?

Marco geodésico entre as dunas

Entrada da barra, com molhe norte a crescer

Molhe sul  bem frequentado


Felizes as famílias que se esforçam por ser sementes de novas famílias

BEM-AVENTURANÇAS DA FAMÍLIA
Georgino Rocha

Sagrada Família

A família de Jesus, Maria e José, inspira um modo de vida onde brilham valores altamente humanizantes para todos os tempos. Enuncio, apenas, alguns em jeito de bem-aventuranças e faço votos para que a família estruturada e feliz continue a atrair e a mobilizar as energias de quem se dispõe a promover o bem integral da humanidade.

Feliz a família que se preocupa mais em ser um lar do que em ter uma casa, em dialogar a sério do que em falar simplesmente de algo que ocorre, em partilhar o que possui e tem do que em dar uma esmola ou fazer um empréstimo beneficente, em viver a fé cristã do que em recorrer a orações devotas e a ritos religiosos, em cultivar o amor oblativo sobrepondo-o a tudo do que em ter gestos ocasionais de tolerância e desculpa, em confiar nos filhos e honrar os anciãos, em cuidar dos mais frágeis e incluir os marginalizados, em construir progressivamente uma sociedade melhor do que em apreciar os bens acima das pessoas, em alimentar receios e preconceitos, isolar-se no egoísmo do “salve-se quem puder” e temer o futuro enegrecido pela insegurança.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Escutar as crianças

"Quando os sábios chegam no limite da sua sabedoria, 
convém escutar as crianças"

George Bernanos (1888–1948)

Pessoa dizia, com todo o seu saber e poesia, que o melhor do mundo são as crianças. George Bernanos vai mais longe ao afirmar que, depois do saber dos sábios, resta-nos escutar as crianças. Um bom pensamento, este, para o fim de semana.




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Crise?

Li na RR

Ainda faltam uns diazinhos para o ano 2013 começar. E pelo que tenho ouvido, um pouco por cada canto, já se fala em planos para passar o ano em festa. Li também que muitos portugueses vão passar o ano em casa. A crise a isso obriga. Mas há coisas que me deixam confuso e intrigado. 
Eu sei que a crise afetou já centenas de milhares de famílias, que não podem mesmo viver a quadra que atravessamos com festas, em casa ou fora dela. Sem empregos, não haverá hipótese de se poder sonhar com festanças. Mas a verdade é que, apesar de tudo isso, não falta quem teime em folgar, porque a alegria também é precisa. Folgar com mais modéstia, faz parte do esquema. 
Mas afinal o que é que me intriga? A RR informa que, apesar de tudo, não falta quem possa frequentar hotéis de luxo, em ambiente de férias festivas, com folguedos pagos decerto  a bom dinheiro. 
Li ainda que a doçaria esgota nas pastelarias finas, que acepipes não chegam para as encomendas e até ouvi jovens desempregados que programam saídas para entrar no Ano Novo em grande, e coisas assim. Sem dinheiro, mas alguém pagará. A crise não mete medo a certa gente, que avança para a festa a qualquer preço. Eu sei que a vida não pode fechar-se em casa. Mas também sei que é importante uma certa contenção nos gastos. Porque é no poupar que está o ganho. Cá para nós, que fomos educados na poupança, vamos ficar por casa, no ambiente familiar acolhedor e com os filhos e netos que quiserem  e puderem fazer-nos  companhia. 
Bom ano de 2013 para todos. 

FM

Lançamento de um Livro de João Gonçalves Gaspar


“A Princesa Santa Joana e a sua Época”: 
Um roteiro para famílias e jovens 

Presidente da CMA no uso da palavra

«Aveiro, cidade e diocese, deve a Monsenhor João Gaspar este gosto natural e este esforço empreendedor de incansável investigador sobre tudo quanto à sua história diz respeito e sobremaneira sobre tudo quanto à Princesa Santa Joana se refere. Muito do espontâneo e inicial afeto dos aveirenses por Santa Joana foi sendo progressivamente esclarecido e transformado em religiosa devoção, graças ao aprofundado conhecimento da sua vida e ação que, desde há muito, o autor nos seus diferentes livros nos tem facultado.» Estas afirmações de D. António Francisco, Bispo de Aveiro, lidas pelo Reitor do Seminário de Santa Joana Princesa, Padre João Alves, na impossibilidade da presença do nosso bispo, pelo falecimento de seu tio e padrinho, sintetizam bem quanto Aveiro, cidade e diocese, deve ao autor, João Gonçalves Gaspar, historiador e membro da Academia Portuguesa da História, pelos seus múltiplos trabalhos sobre a região aveirense. 
O lançamento da 3.ª edição da obra “A Princesa Santa Joana e a sua Época” teve lugar em Aveiro, na Biblioteca Municipal, no sábado, 22 de dezembro, pelas 16.30 horas, em sessão pública presidida por Élio Maia, Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, ladeado pelo autor, por João Alves, Reitor do Seminário, e Carlos Santos, vice-presidente da autarquia. 
Élio Maia enalteceu o esforço de Mons. João Gaspar, um homem que «não se preocupa com o ter mas com o ser», sendo para todos «o paradigma do dar-se». Referiu que os escritos do autor «refrescam a alma de cada um de nós» e frisou que a sua vida tem sido «marcada por gestos discretos, que afinal são grandes gestos», dignos de registo.


quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O Papa e as injustiças no mundo




«Gostei muito das suas explicações biblicas que primam, como sempre, pelo rigor e pela serenidade. Mas gostava de lhe colocar uma questão: nos tempos que correm, quando tantos de nós sofrem as injustiças de um mundo em que a economia se sobrepôs às pessoas, não acha que seria muito mais importante ver o Chefe Supremo da Igreja Católica aproveitar para se referir, como fez Cristo, aos vendilhões do templo e ser a voz dos que a não têm? Eu lamento imenso que, de uma maneira formal, a Igreja não se manifeste com mais veemência como afinal o fez o seu criador. desejo que tenha passado um Natal em paz, junto dos seus.» 

Albertina Vaz 


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Boa noite, minha cara amiga 

Muito obrigado pelo seu comentário, sinal de que gosta de partilhar opiniões e de manifestar inquietações, rumo a uma sociedade mais justa e mais fraterna. Nesse espírito, permita-me que também me pronuncie sobre o tema que é por demais pertinente. 
O assunto que põe à minha consideração não tem sido e penso que nunca será esquecido pelo Papa Bento XVI, na sequência do que outros Papas fizeram, e que é, afinal, obrigação deles, na qualidade de cristãos atentos e responsáveis. O mesmo, aliás, compete a todos os que foram batizados. Essa competência advém da missão profética que lhes (nos) cabe exercer: denunciar o erro e anunciar a Boa Nova, que mais não é do que a Mensagem Evangélica entregue aos homens e mulheres de boa vontade há dois mil anos. Não apenas denunciar nem só anunciar, mas ambas as coisas, conforme as circunstâncias, porém, com base no testemunho pessoal. 
É certo que, como humanos, muitas vezes nos esquecemos dessa missão profética. Papas e demais clérigos, mas também leigos, não estão suficientemente atentos às realidades quotidianas dos que mais sofrem, tanto no corpo como na alma. Ao longo da história, houve erros e lapsos imperdoáveis, como é sabido, a par de muita coisa ótima e digna de registo. Contudo, permita-me que não concorde consigo, quanto ao comportamento do Papa Bento XVI. 
Quem estiver atento ao que ele diz, denunciando os erros e anunciando os caminhos evangélicos, sabe, como eu sei, porque todos os dias procuro estar informado, que o Papa, com a serenidade e a competência que se lhe reconhece, nunca se cala perante o sofrimento que grassa na humanidade. Catástrofes, fomes, guerras, violências, xenofobias, perseguições, genocídios, tudo tem merecido de Bento XVI a palavra certa na hora exata, com condenações e apelos à paz e ao diálogo, com intervenções diplomáticas e encontros que proporcionem a justiça e o bem das pessoas mais sofredoras. Há imensos escritos dos Papas no site do Vaticano e dos Bispos nos sites das dioceses, bem como na Agência Ecclesia e noutras, que permitem leituras livres.