domingo, 4 de setembro de 2011

Uma reflexão para este domingo




O PERDÃO DAS OFENSAS, 
ATITUDE SUBLIME
Georgino Rocha

O agir humano é o nosso espelho mais polido, reflectindo capacidades e limitações. Sobretudo na relação com os outros, fora da qual perde vigor e acaba por se esvaziar a humanidade que nos qualifica. Surge então a desconsideração do outro como pessoa, em gestos e palavras, que traduzem sentimentos negativos, de distanciamento, de crítica amarga e ostensiva, de ofensa infundada.
Como refazer a relação de modo integral? Só a resposta positiva, ainda que penosa, nos repõe a dignidade ferida, supera o fosso aberto, vence as distâncias criadas. Outras atitudes mantêm e podem agudizar o sentimento negativo e ser tolerante passivo, agravar a emoção sentida e alimentada, pagar na mesma “moeda”, retaliar com vingança, excluir o indesejado do círculo de relações, deixar “cair os braços” e esperar que uma crosta se imponha e gere a indiferença. Ou pura e simplesmente, recorrer ao tribunal civil que, apesar da sua nobre função, não resolve questões de consciência.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 253

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 36 




LEVAR O ALMOÇO AOS TRABALHADORES 

Caríssima/o:

Em tempo de férias (que se estendiam por todo o mês de Setembro!...) era costume ir levar o almoço a meu Pai que trabalhava nos Estaleiros Mónica. Lá ia na “chafarica”, procurando que o tacho da comida não se virasse... Mais aventuras, menos aventuras, não há muito que contar. Mas uma vez... uf!, não sei como foi, mas a roda da frente encravou-se e eu comecei a sentir-me ser levado do chão... ia a levantar voo. Com o pino completo, a roda de trás iniciou a descida e, num já, bateu na estrada. Desta estava eu safo! Mas... e o tacho?! 
Fui verificar: tudo bem acomodado. 
Limpei o suor e... retomou-se a pedalada a um ritmo mais suave.

Agora aventura a sério... vejam o que aconteceu ao António Cícero:

“SALVO POR UM ANJO 

Um grande susto que passei, foi quando eu ainda pequeno com talvez sete anos de idade. 
Eu ia levar almoço para o meu pai, que estava no roçado. E lá no sítio, os pequenos criadores e até grandes fazendeiros, sempre deixam a boiada solta, para aproveitar o pasto das margens das estradas e capoeiras. E naquele determinado dia, quando eu passava bem próximo a uma daquelas boiadas, como eu vestia uma camisa vermelha, um daqueles maiores bois, se enfureceu muito comigo. "Dizem o pessoal na região, que o gado, não gosta da cor vermelha". 
E quando eu vi o animal vindo correndo na minha direção, cavando a areia fofa e branca da estrada e jogando sobre o lombo, urrando forte e babando, resolvi correr. Mas lá existem os gados ensinados, no tocante a determinados modos de locomoção da boiada. Em um destes casos, os vaqueiros montados sobre seus cavalos ou mesmo a pé, dependendo da distância da locomoção, correm a frente da boiada e são em seguida, acompanhados pelos mesmos. 

sábado, 3 de setembro de 2011

Da sacristia ao púlpito dos jornais. Um raio X à imprensa católica portuguesa

No jornal i, de hoje

«A Igreja tem uma presença esmagadora na imprensa regional, mas os jornais estão envelhecidos e sobrevivem com anúncios institucionais e de necrologia

Quer se goste quer não, a história da imprensa regional portuguesa é feita da imprensa de inspiração cristã. E quer se goste quer não, boa parte dos jornais regionais ainda pertencem à Igreja. Existem em todos os distritos e na maioria têm audiências elevadas. Em 2008, o "Anuário Católico" dava conta de que a Igreja detinha cerca de 800 títulos - entre jornais, revistas e boletins paroquiais. Semanários de expansão regional existem 17, espalhados pelo país: é o sonho de qualquer grupo de media.»


Ler mais aqui

S. Tomé: bom exemplo da Donzília Almeida















Há muito que Maria Donzília, docente na Escola Básica 2.º e 3.º Ciclos da Gafanha da Encarnação, com o dom da escrita e da partilha, colabora neste meu blogue, com a regularidade possível. Professora dedicada à escola e aos seus alunos, neste meu espaço tem mostrado as suas preocupações e emoções, sobre os caminhos desejáveis das pedagogias.
Quando soube que iria a S. Tomé, logo a desafiei a partilha com os nossos leitores algo dessa viagem. Foi o que fez. Aqui e agora quero agradecer-lhe a sua disponibilidade, na certeza de que as lições, porque de lições realmente se tratou, hão de continuar, na próxima oportunidade.

O homem religioso faz a experiência do Sagrado



Que se entende por religião?
Anselmo Borges

Quando se fala em religião em sentido estrito, é necessário começar por distinguir um duplo pólo: a religião refere-se ao pólo subjectivo, isto é, ao movimento de transcendimento e entrega confiada a uma realidade sagrada, que é o pólo objectivo - o Sagrado ou Mistério. O religioso diferencia-se, pois, do profano, já que indica o modo concreto e peculiar de assumir a existência na perspectiva do Sagrado. Todas as religiões têm em comum o facto de estarem referidas a um âmbito de realidade que é o Sagrado, e são um sistema organizado de mediações - crenças, práticas, símbolos, lugares... - nas quais o Homem religioso exprime o seu reconhecimento, adoração, entrega à Transcendência enquanto fonte de sentido e salvação.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Gafanha da Nazaré mais apetecível

Gosto de sentir que, entre gafanhões, há muitas ideias sobre a Gafanha da Nazaré, no sentido de a tornar mais apetecível para viver e usufruir. Ainda bem. Nas conversas informais, onde quer que estejamos, há sempre quem adiante sugestões interessantes que, se levadas a cabo, seriam uma mais-valia para o desenvolvimento de muitos setores. A Gafanha da Nazaré tem diversas instituições que nasceram graças à visão de muitos conterrâneos nossos, quer de âmbito cultura e social, desportivo e religioso, académico e profissional, mas também económico e recreativo. Contudo, algumas delas raramente recebem por parte das pessoas um apoio declarado, uma atenção interessada ou um simples olhar de simpatia. Acho, portanto, que temos de estar mais atentos ao que é nosso.

Passes Sociais

Tanto quanto sei, os Passes Sociais apenas se dirigem aos moradores de Lisboa e Porto. Destinam-se a famílias com fracos rendimentos, daquelas regiões metropolitanas. E só a elas, o que me parece injusto. Nas outras regiões do país, que eu saiba, também há famílias e pessoas carenciadas, que se deslocam nos transportes públicos. Julgo que para estas não há qualquer tipo de apoios nesta área. Estarei enganado?

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Serra da Boa Viagem: um passeio sempre apetecido



Capela de Santo Amaro

Praia de Quiaios

Farol inaugurado em 1858

A visita à Serra da Boa Viagem, na Figueira da Foz, é sempre um passeio apetecido e saboroso. O arvoredo verdejante, as ruas sinuosas a contornarem os montes em busca do mais acessível caminho, as paisagens de montanha para montanha, as aldeias no sopé da serra e o mar à vista com o sol a espelhar-se nas águas límpidas ficam na memória dos visitantes.
Quando lá vou, apetece-me logo chamar a atenção dos meus amigos para estas belezas, porque é sinal de egoísmo guardarmos só para nós o que é bonito. Aqui fica o convite. 

Gafanhões em peregrinação a Fátima



Realiza-se, nos dias 3 e 4 de Setembro, pela quarta vez, uma peregrinação a Fátima, de bicicleta, com partida da Gafanha da Nazaré. O grupo de 28 “pedalantes”, acompanhado por dez apoiantes, parte das instalações do Stella Maris pelas 6h da manhã, prevendo chegar a Fátima pelas 17-18 horas. No santuário mariano, à noite, o grupo participa na procissão das velas e, no domingo de manhã, na Eucaristia, regressando novamente de bicicleta, com chegada prevista a casa pelas 20h do dia 4.
A peregrinação, coordenada pelo diácono Joaquim Simões, director do Stella Maris – Obra do Apostolado do Mar, nasceu com gente ligada ao Stella Maris e ao movimento de Schoenstatt, mas agora integra outras pessoas. Mantém-se o “espírito de peregrinação”, como refere Joaquim, Simões: “Começamos a peregrinação com uma oração e participamos nas cerimónias dos santuários, mas cada um oferece a viagem pelas suas próprias intenções”.
Fonte: Correio do Vouga

"Monumento do Centenário": Homenagem a tanta gente que criou esta terra


Bênção do Monumento à chuva

Pórtico

Foi inaugurado no dia 31 de agosto, pelas 19.30 horas, na Cale da Vila, na rotunda da Avenida José Estêvão e Avenida dos Bacalhoeiros, o “Monumento do Centenário”, evocativo dos 100 anos da criação da paróquia e freguesia da Gafanha da Nazaré, culminando assim as celebrações iniciadas há um ano. Presentes o presidente da Câmara Municipal de Ílhavo, Ribau Esteves, o prior da paróquia, Padre Francisco Melo, que benzeu o monumento, o presidente da Junta de Freguesia, Manuel Serra, o autor do projeto, escultor Albano Martins, e algumas dezenas de pessoas, que tiveram a coragem de enfrentar a incomodativa chuva.
O presidente Ribau Esteves afirmou que este monumento é uma homenagem a tanta gente que criou a Gafanha da Nazaré e a fez grande, «partindo da pobreza da sua origem, muito pobre mesmo», tendo recordado que nesta cidade «há gente que veio de todo o país e de todo o mundo, fazendo desta a sua terra».
Disse que, por todos os que aqui se estabeleceram, «tivemos de escolher o mar e a temática bacalhoeira, a grande marca desta paróquia e freguesia», como propostas a apresentar ao escultor. Disse que a estrela e o triângulo, no sopé do monumento, fazem parte do brasão da comunidade paroquial.

A Igreja continuará sempre necessitada de purificação



Livres ou facciosos e intolerantes? 

António Marcelino 


Compreende-se que alguns acontecimentos da Igreja, e a própria Igreja, em si mesma, provoquem incómodos aos laicos ateus e a às instituições que andam por esses caminhos. Quem quiser viver como cidadão livre num país democrático tem de fazer um esforço pessoal que lhe permita uma coabitação respeitadora e pacífica, incompatível com facciosismos e intolerâncias. Trata-se de uma exigência de bom senso e de lucidez, que o agir de alguns contraria a cada passo. 
Fátima incomoda, as jornadas mundiais de juventude incomodam, as centenas de jovens voluntários que dão as suas férias à promoção de países com reduzidos meios de desenvolvimento incomodam, as instituições privadas de solidariedade social, que se desdobram, gratuitamente, na ajuda aos mais carenciados incomodam, a coragem do Papa ao denunciar os malefícios do relativismo intelectual e moral e ao apontar aos jovens caminhos de libertação interior incomoda… Mas tudo isto, porquê?

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Gafanha da Nazaré: 101 anos de vida



Celebra-se hoje, 31 de agosto, o 101.º aniversário da criação da paróquia. Motivo, sem dúvida, para todos os gafanhões se sentirem orgulhosos do seu passado e das marcas de trabalho e persistência que todos ostentam, como símbolo da herança que lhes legaram. Hoje também vai ser inaugurado o monumento do centenário, pelas 19.30 horas, na Cale da Vila, curiosamente o nome pelo qual era mais conhecida a nossa terra, nos seus primórdios. 
Nesta data e com esta inauguração termina um ano de celebrações levadas a cabo pela paróquia, pela freguesia e pelo município, esperando-se que, tão breve quanto possível, apesar da crise e das restrições impostas pelas instâncias internacionais, as obras previstas para o centro da Gafanha da Nazaré sejam levadas a cabo. O centenário da nossa terra precisa dessa prenda.

FM

De novo na Gafanha da Nazaré

Praia da Barra: Obelisco

Uns dias de férias, fora dos ambientes habituais, fazem sempre bem à mente e ao corpo. Longe dos meus livros e arquivos, mas também à volta com o iPad2, uma nova forma de lidar com o mundo virtual, não pude conviver com os meus leitores e amigos, como era meu gosto. Retomo hoje, na certeza de que continuarei atento ao mundo que me cerca, de raio sem limite.

Fernando Martins

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Monumento do Centenário: A inaugurar no dia 31 de agosto




Monumento evocativo dos 100 Anos da Criação da Freguesia e Paróquia da Gafanha da Nazaré A inauguração do “Monumento do Centenário”, evocativo do Centenário da Criação da Freguesia e Paróquia da Gafanha da Nazaré (1910-2010), vai realiza-se no dia em que se assinalam os 101 anos dessa efeméride e como corolário das comemorações que ocorreram durante o ano de 2010. Na próxima quarta-feira, dia 31 de Agosto, pelas 19.30 horas, na rotunda existente na intersecção da Avenida dos Bacalhoeiros com a Avenida José Estêvão na Gafanha da Nazaré, viveremos esta inauguração que marca também o encerramento das Festas do Município de Ílhavo 2011. A obra de arte que tem o Mar, a Pesca e a Indústria do Bacalhau como tema de referência é da autoria do Escultor Albano Martins, teve a produção de “Nuno Sacramento – Galeria de Arte Contemporânea”, e é um investimento assumido na totalidade pela Câmara Municipal de Ílhavo no valor de 113 mil euros.
Nota: Informações cedidas pela CMI

domingo, 28 de agosto de 2011

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 252

DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM – 35






BALADA DAS MENINAS DE BICICLETA

Caríssima/o:

Há coisas que só um poeta pode fazer...
Vem daí comigo e segue o conselho de Vinicius de Moraes: ... leva “a tristeza no quadro da bicicleta”!

Meninas de bicicleta
Que fagueiras pedalais
Quero ser vosso poeta!
Ó transitórias estátuas
Esfuziantes de azul
Louras com peles mulatas
Princesas da zona sul:
As vossas jovens figuras
Retesadas nos selins
Me prendem, com serem puras
Em redondilhas afins.
Que lindas são vossas quilhas
Quando as praias abordais!
E as nervosas panturrilhas
Na rotação dos pedais:
Que douradas maravilhas!
Bicicletai, meninada
Aos ventos do Arpoador
Solta a flâmula agitada
Das cabeleiras em flor
Uma correndo à gandaia
Outra com jeito de séria
Mostrando as pernas sem saia
Feitas da mesma matéria.
Permanecei! vós que sois
O que o mundo não tem mais
Juventude de maiôs
Sobre máquinas da paz
Enxames de namoradas
Ao sol de Copacabana
Centauresas transpiradas
Que o leque do mar abana!
A vós o canto que inflama
Os meus trint'anos, meninas
Velozes massas em chama
Explodindo em vitaminas.
Bem haja a vossa saúde
À humanidade inquieta
Vós cuja ardente virtude
Preservais muito amiúde
Com um selim de bicicleta
Vós que levais tantas raças
Nos corpos firmes e crus:
Meninas, soltai as alças
Bicicletai seios nus!
No vosso rastro persiste
O mesmo eterno poeta
Um poeta – essa coisa triste
Escravizada à beleza
Que em vosso rastro persiste,
Levando a sua tristeza
No quadro da bicicleta.            

     Manuel
                        





UMA REFLEXÃO PARA ESTE DOMINGO

SABER SOFRER, O EXEMPLO DE PEDRO
Georgino Rocha
Pedro fica perplexo com o que ouve a Jesus. Contrastava tanto com o que havia experimentado. Realmente, era frustrante. Sentia-se desiludido, ele que tinha recebido tão rasgado elogio: Feliz és tu, filho de Jonas, por teres descoberto que eu sou o Messias; ele, o porta-voz, do grupo apostólico, que recebe a promessa de ser o alicerce da construção da Igreja e de ficar com as chaves da entrada no Reino; ele, que deixa o nome de família, e aceita ser chamado de modo novo – o da missão que lhe é confiada.
Perante o contraste, o impulso do coração leva-o a agir. A simples hipótese do sofrimento anunciado e do enfrentamento com os chefes religiosos e políticos poder conduzir à morte de cruz, constituía um verdadeiro tormento. Espontâneo e generoso, como era, resolve aconselhar o Mestre. Toma-o à-parte e contesta-o abertamente. A sós, pensava, seria mais fácil dizer-lhe tudo o que entendia ser prudente e sensato, ele que não largava a ideia de um Messias vitorioso, libertador, capaz de desarmar todos os seus inimigos e instaurar a nova ordem anunciada. À-medida que fala, dá conta que o semblante de Jesus se altera. Parece que transmite irritação profunda, fúria incontida. E de facto, a resposta ouvida é tão áspera e dura que o surpreende completamente. Fica em silêncio, sabe Deus com que amargura, a “gemer” a reprimenda e a tentar ouvir as instruções que Jesus ia dando aos discípulos. E por quanto tempo estas palavras o hão-de acompanhar: Põe-te no teu sítio, não queiras desviar-me do caminho traçado, tem em conta as coisas de Deus, não sejas ocasião de escândalo, retira-te, Satanás.

AO SABOR DA MARÉ - 2

1. Em época marcada por inúmeras dificuldades, com a derrocada do comunismo, do capitalismo e do Estado Social, que prometiam o paraíso na terra, toda a gente consciente vive com o coração na boca, sem saber o dia de amanhã. Apesar disto tudo, impressiona a forma como a comunicação social nos apresenta, dia após dia, mas sobretudo aos fins-de-semana, hipóteses de programas de férias no país e no estrangeiro. Afinal, como se todos nadassem em dinheiro e livres de preocupações. Pensando bem, talvez a ideia não seja assim tão má, porque ao menos nos estimulam sonhos. Aliás, já dizia o Camões: "Imagine-o quem não puder experimentá-lo."
2. Mesmo longe, relativamente, da Gafanha da Nazaré, tenho seguido o entusiasmo que a nova direção da ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré) tem mostrado nesta fase de início de mandato. É um significativo sinal de que, desta vez, vai realmente por diante a ideia que de se pugnar, de forma organizada e pela positiva, por uma sociedade mais fraterna e mais dinâmica. Como é natural, na ADIG haverá lugar para todos, quer na ação quotidiana, quer no apoio a que se dispõe a alinhar na primeira linha.
3. Sempre gostei de ler, ouvir e ver, na comunicação social, o que se distingue na nossa região. E por vezes até fico a conhecer realidades que me eram estranhas. Hoje, por exemplo, li no FUGAS do PÚBLICO uma notícia divulgada pela jornalista Maria José Santana, que diz seguinte: "Os amantes dos passeios náuticos têm, agora, a oportunidade de usufruir de passeios exclusivos na ria de Aveiro, a partir do cais da praia da Costa Nova. O novo produto turístico prevê o aluguer de lanchas (com tripulante) para cruzeiros ao pôr do sol, durante a noite, ou ao longo de todo o dia." A notícia continua, mas basta este naco para se perceber a importância da iniciatia.
FM

sábado, 27 de agosto de 2011

DIAS DA JUVENTUDE DE UM GAFANHÃO

Recordações do Ângelo Ribau

Entretanto, enquanto esperava, peguei num livro que ia lendo aos pedaços, quando a disponibilidade de tempo mo permitia. Era “As Pupilas do Senhor Reitor” um livro leve e agradável, escrito por Júlio Dinis. Terminado este, já punha o olho numa colecção de capas vermelhas que existia numa estante. Era uma extensa colecção do mesmo autor - Júlio Verne – vinte e tal livros, que resolvi, logo que tivesse tempo, começar a ler. Ordenei as minhas ideias, e decidi que começaria pelo número um: 
 - “Da Terra à Lua”. 
- Não se pensava em voar e ele descreveu “Cinco Semanas em Balão”
- Não se pensava no mundo submarino e ele descreveu com pormenor que impressionou, as “Vinte Mil Léguas Submarinas”. 
Quem o leu nunca mais esquece o Capitão Nemo, o construtor e comandante do Nautilus. Enfim, ler é viver quando não temos a possibilidade de viver, para depois escrever, e os outros lerem. No entanto Júlio Verne descreveu sem viver. A sua imaginação prodigiosa parece nada ter inventado. Ele via antes de qualquer mortal o fazer. O futuro deu-lhe razão. Praticamente tudo o que ele escreveu se concretizou. Estou a recordar um dos seus mais extraordinários livros “Miguel Strogoff”. Custou-me a acreditar que, tendo ele sido mandado cegar, passando-lhe um sabre aquecido ao fogo sobre as vistas, se verificasse, mais tarde, que as lágrimas que ele chorava, arrefecessem a lâmina do sabre, o que lhe evitou a cegueira. Este facto consta de um dos comentários que li, e foram vários, que aconteceram à personagem do livro. E estes comentários têm muito poucos anos.

S . TOMÉ: AVENTURA NO MAR

Um texto de Maria Donzília Almeida






A travessia do mar, nesse dia, fez lembrar as proezas dos nossos navegadores, quando sulcavam o Atlântico. O dia estava cinzento, sem com isso significar desconforto na temperatura. Em S. Tomé as temperaturas são amenas, mesmo na estação que corresponde mais ou menos ao nosso Outono: nas aragens, que aqui são tépidas e até bem-vindas e na profusão de folhas que cai da imensa vegetação que contorna a estrada. 
Entrámos para a lancha, movida a motor, e acomodámo-nos, como foi possível: uns na amurada da embarcação, a maior parte dos passageiros, no chão, bem juntinhos uns dos outros. Colocados os coletes salva-vidas, lá partimos com destino ao Ilhéu das Rolas. Como é típico dum clima tropical, começou a cair o que em Portugal se chama morrinha, ou chuva molha-tolos. As toalhas que nos acompanhavam para um banho no mar, do outro lado, foram dum préstimo enorme, para nos proteger dessa chuva imprevista. Entretanto, o barco ia sulcando o mar e balouçando ao sabor das ondas. Neste dia o mar estava agitado, no dizer dos naturais, habituados a estas andanças e a transportar turistas da Ponta da Baleia, para O Ilhéu das Rolas.

MAIS SERRAZES







Ao ler as tuas recordações do Parque de Campismo de Serrazes, lembro-me que me falaste dele. Um dia estava "a banhos" nas Termas e uma tarde resolvi ir conhecê-lo. Foi no mês de Setembro. Ao aproximar-me do Parque apareceram no meio do caminho dois lobos! Parei o carro silenciosamente e aguardei que eles desaparecessem. Só depois avancei e ao chegar ao Parque, deserto, dei a volta e regressei às Termas. Nunca mais voltei ao Parque de Serrazes.
Ângelo Ribau

BENTO XVI EM MADRID

Um artigo de Anselmo Borges no DN


Reunir cerca de um milhão e meio de jovens de todo o mundo, festivos e ordeiros, que se mantiveram serenos durante uma forte tempestade, que ficaram em silêncio recolhido em momentos intensamente religiosos, é obra. Dir-se-á que foram para conhecer novas terras e novas gentes, conviver, encontrar outras culturas. Pergunta-se: e que mal há nisso?, não é bom que convivam e aprendam o exercício de uma lição maior: o diálogo intercultural? Deixo aí algumas notas, acompanhado, aqui e ali, do teólogo Xabier Pikaza.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

OUTRAS FÉRIAS: Serrazes de paz e natureza virgem



Solar dos Malafaias



Serrazes foi uma grande experiência de férias diferentes. O contacto com a natureza, virgem e verdejante, deixou marcas indeléveis no meu espírito e no espírito de todos os meus filhos e esposa. Não conhecíamos tal povoação do concelho de S. Pedro do Sul, mas um casal amigo, Margarida e Jeremias Bandarra, teve a gentileza de nos indicar o parque de campismo ainda desconhecido de muita gente, mais dada a esta forma de gozar férias sem grandes custos.
 A primeira visita terá sido numas miniférias, ao que suponho de Carnaval. Chuva, muita chuva, estragou-nos a festa. Mas nem assim deixámos de programar o acampamento para o mês de agosto. E assim foi. Nesse longínquo mês de agosto e noutros que se lhe seguiram. O parque de campismo de Serrazes tinha o estritamente necessário, sem luz elétrica. Porém, lá nos adaptámos a essas raras condições de sobrevivência. A luz veio tempos depois.


Pedra da Escrita



O contacto com a natureza sem mácula, longe de ruídos e da poluição, sem multidões no acampamento, sem horários nem pressas, era a mais-valia desejada para quem precisava mesmo de descansar. E que recordações!

MUNDO HIPÓCRITA

As reportagens suscitadas pela luta de um povo que quer ver-se livre do ditador e sanguinário kadhafi mostram-nos como este mundo está cheio de políticos hipócritas. Também há, obviamente, outra gente hipócrita. Gente que, por interesses pessoais, é capaz de vender a alma ao diabo. Os políticos que durante 40 anos bajularam o terrorista Kadhafi, para com ele negociarem o seu petróleo, são precisamente os mesmos que agora se vangloriam com a esperada queda do ditador. Veja-se na televisão como políticos sem estofo moral o recebiam e acarinhavam, em nome, dizem, dos interesses pátrios. Será que na política vale tudo? Será legítimo sentarmo-nos à mesa com gente deste calibre? Não haveria petróleo noutras áreas, para se dispensar o de Kadhafi?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Mais voluntariado de proximidade

Texto da Rádio Terra Nova


O padre João Gonçalves diz que é hora da sociedade civil organizar comissões locais para a promoção do voluntariado. Deu o "pontapé de saída", ontem, com uma reunião que juntou representantes dos Centros Sociais da Paróquia de Ílhavo. Em tempos de crise, tempos de isolamento social, diz que "é importante criar mecanismos que ajudem a criar uma rede de apoio". E tudo começa com a promoção das acções de voluntariado. "Existem tantas necessidades que as comunidades locais tem de se organizar e apostar no voluntariado de proximidade, de vizinhança, ás vezes, ao nosso lado, estão pessoas que precisam de apoio, de uma palavra e temos de arranjar respostas, no campo do voluntariado, mas temos de nos organizar", disse, em declarações à Rádio Terra Nova. - Posted using BlogPress from my iPad

Os ricos e a crise

Andam por aí a advogar a ideia de levar os ricos a serem generosos, ajudando o Estado a endireitar as contas com um imposto especial. Parece que a ideia veio de alguns ricos americanos que, dizem, estão cansados de receber benesses do Governo através de isenções fiscais. Os que falaram estão dispostos a contribuir. Outros ficaram calados. Em Portugal, pelo que ouvi e li, parece que não vale a pena estar à espera deles, os ricos. Um diz, com grande lata, que até nem é rico. É, pelos vistos, um simples assalariado. Outros nem se pronunciam, porque continuam à espera de facilidades. Um economista, Miguel Beleza, afiança que não temos assim tantos ricos e que os contributos de que se fala não seriam significativos. Alguns, esclarecem, que, afinal, a grande ajuda dos ricos está nos empregos que possam oferecer. Cá para mim, acho que não vale a pena tentar esperar dos abastados qualquer generosidade que implique redução do défice público. Tenho por experiência próprio, em ações de solidariedade, que os pobres e remediados estão muito mais disponíveis para colaborar do que os milionários. O resto são cantigas. - Posted using BlogPress from my iPad