O PERDÃO DAS OFENSAS,
ATITUDE SUBLIME
Georgino Rocha
O
agir humano é o nosso espelho mais polido, reflectindo capacidades e
limitações. Sobretudo na relação com os outros, fora da qual perde vigor e
acaba por se esvaziar a humanidade que nos qualifica. Surge então a
desconsideração do outro como pessoa, em gestos e palavras, que traduzem
sentimentos negativos, de distanciamento, de crítica amarga e ostensiva, de
ofensa infundada.
Como
refazer a relação de modo integral? Só a resposta positiva, ainda que penosa,
nos repõe a dignidade ferida, supera o fosso aberto, vence as distâncias
criadas. Outras atitudes mantêm e podem agudizar o sentimento negativo e ser
tolerante passivo, agravar a emoção sentida e alimentada, pagar na mesma
“moeda”, retaliar com vingança, excluir o indesejado do círculo de relações,
deixar “cair os braços” e esperar que uma crosta se imponha e gere a
indiferença. Ou pura e simplesmente, recorrer ao tribunal civil que, apesar da
sua nobre função, não resolve questões de consciência.