"Desejo que se intensifique a cooperação, entre todos, a fim de promover o bem comum, o desenvolvimento e a salvaguarda da criação, reforçando a aliança entre o homem e o ambiente, que deve ser espelho do amor criador de deus, de onde vimos e para onde caminhamos”, disse.
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Aliança entre o homem e o ambiente
"Desejo que se intensifique a cooperação, entre todos, a fim de promover o bem comum, o desenvolvimento e a salvaguarda da criação, reforçando a aliança entre o homem e o ambiente, que deve ser espelho do amor criador de deus, de onde vimos e para onde caminhamos”, disse.
Festa da Senhora dos Navegantes
D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, abriu, no sábado, com uma eucaristia vespertina, celebrada no clube Stella Maris, as festas em honra de Nossa Senhora dos Navegantes. À homilia, D. António frisou que Nossa Senhora dos Navegantes “será sempre para nós, cristãos, e, através dos cristãos, para o mundo a Estrela do Mar e a Mãe do Bom Sucesso, como os pescadores e os marinheiros a invocam”.
Sublinhando que estávamos no Stella Maris, clube da Obra do Apostolado do Mar, o Bispo de Aveiro lançou um apelo “à urgência de uma pastoral interventiva”, adequada a este mundo em mudança. Referiu que o Stella Maris quer ser “farol da Estrela do Mar” e ancoradouro de fé, mas também de “acolhimento fraterno”, onde as “forças se retemperam e a energia espiritual se reencontra”. Admirando a coragem dos homens do mar, D. António enalteceu as suas virtudes e a sua generosidade, confiando à Senhora dos Navegantes “as suas intenções, súplicas e preces”.
A festa da Senhora dos Navegantes é uma iniciativa do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (GEGN), contando com o apoio da paróquia, do Stella Maris, das autarquias, de diversas entidades e de particulares. Este ano, integrou-se nas comemorações em curso dos 200 anos da abertura da Barra de Aveiro, que ocorreu em 3 de Abril de 1808, pelas 7 horas da noite, como reza a história.
Para além da eucaristia de sábado, os festejos tiveram outros momentos significativos, nomeadamente a procissão pela ria, com Nossa Senhora envolvida por embarcações de pesca e de recreio, bem como de outras fainas lagunares, todas cheias de gente. Ano após ano, esta é uma experiência rara para muitos. Rara, porque proporciona a alguns a oportunidade de ver e de sentir a ria por dentro, com a alegria a marcar presença contagiante.
Depois da procissão, a Filarmónica Gafanhense e os ranchos folclóricos convidados emprestaram um colorido festivo ao arraial que se seguiu à celebração da missa, presidida pelo Bispo de Aveiro, junto à igreja da Senhora dos Navegantes. Esta igreja acastelada foi benzida há 144 anos, precisamente em 6 de Setembro de 1863.
Nas margens da laguna aveirense, muitos acorreram para saudar a Senhora dos Navegantes. Em São Jacinto, porém, como já vem sendo hábito, a devoção à Virgem atingiu um ponto muito alto. Flores e saudações, fanfarra e a imagem da Senhora das Areias testemunharam a fé das gentes daquela freguesia do concelho de Aveiro.
No Forte da Barra, a Senhora dos Navegante foi recebida com emoção por muita gente, directa ou indirectamente ligada ao mar e à ria. Depois da eucaristia, actuou a Filarmónica Gafanhense e houve Folclore, com a participação do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, do Grupo Folclórico e Recreativo de Tabuadelo (Guimarães), do Rancho Folclórico “Camponeses da Beira-Ria (Murtosa) e do Rancho Folclórico da Ribeira (Ovar).
Alfredo Ferreira da Silva, presidente do GEGN e responsável pela organização, adiantou ao “Correio do Vouga” que esta iniciativa nasceu aquando da participação do grupo na EXPO’98, na sequência de uma troca de impressões com ranchos etnográficos de outras terras piscatórias. Depois da reflexão que se impôs, foi retomada a tradição, que tem vindo a merecer cada vez mais aceitação do povo destas terras banhadas pela ria e pelo mar, disse. No entanto, referiu uma dificuldade: “falta-nos o que havia antigamente em grande quantidade: mais barcos moliceiros, que davam outro encanto à procissão.”
Fernando Martins
domingo, 16 de setembro de 2007
Ares do Verão
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 41
Um artigo de Anselmo Borges, no DN
sábado, 15 de setembro de 2007
Ares do Verão
NA LINHA DA UTOPIA
Aveiro Cosmopolita
Diante do “tanto” que sempre nos falta em dinâmicas envolventes e o “muito” que esta terra já conseguiu como afirmação (lícita) de referências nacionais e internacionais, venham, pois, os turistas apreciar e multiplicar esta nossa “água cultural” por esse mundo fora. Se, muitas vezes, se diz no refrão que “o turismo é que nos pode salvar”, a verdade é que ele só na qualidade poderá triunfará.
Este verão Aveiro foi invadida pelo mundo; gente de todos os lados visitaram, estiveram, comeram, alojaram, passearam. Se a hora presente (como em tudo) será de avaliação estratégica para sempre mais e melhor envolver e realizar, também terá de ser de apreço reconhecido por quem colocou, dinamicamente, este moliceiro a andar, a Rota da Luz.
A cidade e região, que todo o ano acolhe muitos milhares de estudantes e que já é “morada” de fim-de-semana de muitos espanhóis, neste verão sentiu um novo “sinal” que muito estimula ao continuado aperfeiçoamento na qualidade de tudo aquilo que se faz. A aposta está ganha, e a sua consolidação vem a caminho! Pormenores e particularismos à parte, o cosmopolitismo de Aveiro é hoje uma “imagem” de acolhimento que enobrece a todos e a todos compromete. Por isso, também o emblema que é a Ria de Aveiro não pode esperar (na burocracia), e mesmo todas as línguas e culturas que não são turistas mas que ao longo do ano nos habitam (trabalham, com ou sem-abrigo) merecem sempre mais e melhores condições para “aprenderem a pescar”.
Se isto conseguirmos, seremos a cidade do futuro!
Alexandre Cruz
NOTA: Esta nova rubrica tem como autor Alexandre Cruz, fiel colaborador do meu blogue. Virá a lume com mais regularidade e sempre que possível. Aqui ficam os meus agradecimentos. FM
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
CUFC comemora 20 anos
RECORDAR É VIVER
O CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura) promove um encontro de antigos e actuais frequentadores, com o objectivo de todos reviverem agradáveis momentos de confraternização e reflexão, na perspectiva de um diálogo entre fé e cultura. O encontro, que tem por lema “Recordar é viver”, terá lugar no dia 23 de Setembro, na sede daquela instituição, a partir das 11 horas, seguindo-se a celebração de uma eucaristia de acção de graças, às 12 horas, sob a presidência de D. António Marcelino, Bispo Emérito de Aveiro. A confraternização será logo a seguir.
Os interessados em participar podem entrar em contacto com a organização, através de cufc20anos@gmail.com
Scolari errou
“Bem prega frei Tomás: olha para o que eu digo; não olhes para o que eu faço.” Este é um velho ditado que casa bem com o comportamento desesperado do seleccionador nacional da nossa selecção de futebol. O homem que tantos admiravam pelo seu “dedo” especial para entusiasmar jogadores e multidões de portugueses falhou redondamente no momento de um empate, que muitos consideram uma derrota, face às expectativas criadas em torno da selecção de futebol, candidata a um lugar na final do Campeonato Europeu da modalidade. Incapaz de manter a calma e de transmitir serenidade a jogadores e adeptos, agrediu ou tentou agredir um jogador adversário e foi incapaz, por manifesta falta de humildade, de pedir desculpa pelo seu gesto irreflectido, logo depois do que aconteceu. Justificou a sua atitude, alegando que agiu em defesa do jogador Quaresma.
Um treinador de futebol ou de qualquer outra modalidade desportiva, para além de conhecimentos técnicos e tácticos, tem de possuir uma dose elevada de saberes psicológicos e de capacidade de autocontrolo, factores fundamentais para a condução de homens. Sem isso, jamais saberá impor respeito, jamais poderá transmitir confiança a quem trabalha com ele, jamais conseguirá estar acima de paixões exacerbadas que perturbam a consciência, impedindo-o de dialogar com calma e de sugerir comportamentos éticos compatíveis com a dignidade do desporto e do viver em sociedade.
Scolari, que os portugueses se haviam habituado a respeitar e a acompanhar nos seus entusiasmos, falhou escandalosamente no recente jogo da selecção de futebol, com um empate que veio na sequência de resultados menos esperados, ao socar ou tentar socar um adversário, por razões inexplicáveis. O “fair-play” que tanto tem pregado, e bem, caiu desta vez ao mais baixo nível, manchando o futebol e o povo português. Afinal, com a sua reprovável atitude, ele desceu à posição impensável de outros atletas portugueses que se comportaram indecorosamente no campo de jogos, simplesmente por não saberem perder. Do seleccionador nacional se esperam, no dia-a-dia, comportamentos irrepreensíveis.
Entretanto, já de cabeça mais fria, pediu desculpas aos dirigentes federativos, ao povo português e a todo o grupo que lidera, comprometendo-se a aceitar as decisões da UEFA e da FPF. E eu espero que aquele momento menos feliz sirva de motivação para atitudes mais dignas dentro dos campos desportivos e mesmo fora deles.
Dalai Lama em Portugal
Tenho muitas dificuldades em aceitar a hipocrisia da diplomacia política ou outra. No entanto, ela está palpável em tantos e tantos actos de políticos, para só falar desta área da sociedade em que vivemos.
Tenzin Gyatso, o XIV Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos e Prémio Nobel da Paz, está de visita ao nosso País, onde tem alguns seguidores. Trata-se de uma personalidade reconhecida em todo o mundo pela sua permanente defesa dos direitos humanos e pelos seus constantes apelos em favor da paz, da harmonia, do bem, da justiça e da fraternidade entre os homens e mulheres do nosso tempo. Também da tolerância e do diálogo entre pessoas, religiões e nações, numa perspectiva pacifista.
Exilado do seu país, luta, constantemente, pela libertação do seu povo e pela autonomia e autodeterminação do Tibete, nação subjugada pela tirania chinesa, que persegue o seu líder com firmeza e de forma subtil.
Esta é a segunda visita que faz a Portugal, onde chegou com o seu sorriso e com a serenidade que o caracteriza. Como seria normal, esperava-se que as mais altas individualidades do Estado, Presidente da República e Chefe do Governo, o recebessem, como têm recebido outras personalidades e como acontece noutros países.
Aquando da primeira visita, assim de verificou, embora de uma forma “politicamente correcta”, isto é, foi possível proporcionar encontros entre o Chefe de Estado e o Governo, mas fora dos salões dos palácios onde costumam ser recebidos os líderes mundiais. Desta vez, porém, nem isso foi admitido. Porquê?
Tanto quanto se sabe, porque estaria em jogo a política diplomática entre Portugal e a China, com quem o nosso País procura um relacionamento sobretudo económico e estratégico, ou não existissem portugueses em Macau e noutros recantos chineses. O Governo, que afirmou, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, que o Dalai Lama não foi recebido “por razões óbvias”, não conseguiu disfarçar o incómodo que lhe causou a presença do líder espiritual do Tibete. E com esta atitude, também não escondeu quanto pesa a hipocrisia da diplomacia política ao nível de um Governo que não é capaz de assumir a sua independência, face às pressões, directas ou indirectas, de Estados tiranos.
É sabido que a China incomoda quem não acata as suas políticas e as suas ordens. A comunicação social diz, frequentemente, como ela persegue, por exemplo, a Igreja Católica de obediência ao Papa, prendendo bispos, padres e simples crentes, apenas por rezarem e se encontrarem para estudar a Bíblia, perante a passividade e a covardia das democracias ocidentais. Portugal bem podia mostrar que é um país pequeno mas corajoso e capaz de enfrentar esse gigante, recebendo em sua casa, com toda a naturalidade, quem muito bem entende, sem medos e sem subserviências. Valha-nos, ao menos, o respeito com que o Dalai Lama foi acolhido pelo Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, e pela sua Comissão dos Negócios Estrangeiros.
Sempre estou para ver se um outro ditador e sanguinário, o presidente Robert Mugabe, do Zimbabué, será acolhido, em Portugal, com todas as honras, no quadro da presidência portuguesa da UE.
Fernando Martins
Dos ensinamentos de Dalai Lama
“Tal como há diferentes ambientes, há diferentes métodos. As diversas vias religiosas são como diferentes medicamentos que visam curar-nos e restabelecer a nossa saúde. Cabe ao indivíduo escolher uma tradição para fortalecer os seus valores internos. (…) É melhor e mais seguro manterem a vossa tradição porque às vezes as mudanças de fé podem causar confusão na mente. Claro que há alguns indivíduos que se interessam pelas outras tradições e acham que a abordagem budista é a que mais convém. Então óptimo! Mas não devemos perder o respeito pela tradição do nosso país de origem.”
Um artigo de D. António Marcelino
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Os meus contos
Um artigo de António Rego
Figueira da Foz: Abadias
Um século de cidade – Uma cidade para o futuro
20-9-1882 – 20-9-1982
Erigido por subscrição pública
D. Ximenes Belo em Ílhavo
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
RECORDANDO - CALDEIRADAS DO ZEZÉ
Exposição de fotografia
:
“CHAPÉUS”
:
Todos sabemos que chapéus há muitos. Já o dizia o grande comediante Vasco Santana, num conhecido filme popular.
Pegando, com arte, nessa verdade, que passa despercebida a muita gente, Carlos Jorge Monteiro, conhecido artisticamente por Caló, fotografou inúmeras cabeças com os mais variados chapéus a emoldurarem rostos bem expressivos. Alguns retratados são conhecidos. Outros nem tanto. Mas de todos sobressaem estilos, épocas, situações, gostos.
Ver esta exposição, no CAE (Centro de Artes e Espectáculos), Figueira da Foz, até ao dia 19 de Setembro, é descobrir motivações para estarmos mais atentos ao que nos rodeia. A partir dela, ou simplesmente a partir desta sugestão, podemos começar à procura dos chapéus que muitos de nós usamos. No dia-a-dia ou em dias especiais. Ver como são diversos os gostos. Como há motivos para chapéus diferentes. Como há gente de bom gosto e como há quem opte por chapéus ridículos, ou talvez não. E depois, vamos todos à procura de outros motivos, ligados ao que vestimos ou usamos, para descobrir modas, estilos, vaidades, descontracções, necessidades, gostos e desgostos.
Um artigo de Anselmo Borges, no DN
sexta-feira, 7 de setembro de 2007
O caso de Madeleine
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 40
No Forte da Barra
Como manda a tradição, vai realizar-se, no Forte da Barra, no dia 16 de Setembro, a festa em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, uma iniciativa do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.
No sábado, 15, no Stella Maris, será celebrada a missa vespertina, pelas 21 horas, sob a presidência do Bispo de Aveiro, D. António Francisco.
O programa da festa inclui, para domingo, a procissão pela Ria, com saída do Stella Maris, pelas 14 horas, estando prevista a chegada, ao Forte da Barra, pelas 16.30 horas, seguindo-se a celebração da eucaristia. Depois, actuará a Filarmónica Gafanhense, começando logo a seguir, pelas 18.30 horas, o Festival de Folclore.
A organização convida, em especial para a procissão pela Ria, todos os que possuem embarcações de pesca, recreio e turismo, entre outras.
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
ADMIRÁVEIS PROFESSORES
Liberdade Religiosa
Mário Soares
toma posse
na Comissão
da Liberdade Religiosa
Clique aqui para ler mais
Efeméride
Um artigo de D. António Marcelino
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Biblioteca Municipal de Ílhavo
As comemorações do segundo aniversário da Biblioteca Municipal de Ílhavo decorrem de 7 a 17 de Setembro, período durante o qual ocorre uma feira do livro.
S. Paio da Torreira
Combate à pobreza
terça-feira, 4 de setembro de 2007
A nossa gente
Nascida a 17 de Novembro de 1922, a D. Maria da Luz completa este ano, sempre com um espírito jovem e alegre, o seu 85º aniversário.
Filha de comerciantes, abandonou os estudos após a conclusão da 4ª classe, devido às dificuldades financeiras dos seus pais. Depois de um namoro atribulado, casou aos 17 anos de idade, mas o infortúnio bateu-lhe à porta quando, passados apenas 12 anos, fica viúva com 4 filhos para criar, sendo que um deles ainda vinha a caminho.
Para poder sustentar o agregado familiar, decidiu ir trabalhar para o talho do pai, ocupando assim o lugar do falecido marido.
Sempre lutadora, a D. Maria da Luz nunca voltou as costas a quem lhe batia à porta, sobretudo mulheres desprezadas pela sociedade de então. Exemplo disso foi quando, em 1953, ajudou uma mãe solteira que não tinha onde morar, acolhendo-a em sua casa, onde vivia com os 4 filhos e os sogros. Já nesta altura a D. Maria fazia parte das Conferências de S. Vicente de Paulo, instituição que lhe deu a conhecer o caso.
E outros casos se foram sucedendo, parecendo outras jovens que necessitavam de ajuda e iam ficando, temporariamente, em sua casa até que se encontrasse uma instituição que as pudesse acolher.
Um certo dia, o Sr. Bispo da Diocese de Aveiro, tendo conhecimento desta situação, visitou a D. Maria da Luz no intuito de conhecer a sua casa, onde albergava algumas jovens, prometendo ajuda no sentido de transformar o espaço numa Instituição. Foi por intermédio do Bispo que surgiu o “Lar da Providência”, tendo, mais tarde, com o 25 de Abril e a abertura da Instituição às crianças, passado a chamar-se “Obra de Providência”, uma vez que deixou de ser Lar.
Actualmente, a Obra de Providência tem como valências a Creche, o Jardim-de-Infância e o Centro Comunitário Sénior. É neste último que ocupa a maior parte do seu tempo gerindo o trabalho desenvolvido por alguns idosos na recuperação de peças de vestuário e confecção de mantas, babetes, entre outras, que têm como destino famílias carenciadas, dando igualmente apoio na dinamização das diversas actividades de carácter lúdico, que propiciam momentos de convívio entre os utentes.
Apesar das dificuldades da vida, a D. Maria da Luz nunca baixou os braços, lutando contra preconceitos e continuando a sua missão de ajudar, tendo como filosofia a entrega ilimitada aos outros.
É assim, desta forma, que descobre que, em cada acto de dádiva, a verdadeira felicidade nasce quando uma mão se estende desinteressadamente em direcção a outra.
:
Federação ibérica
Cavaco Silva
considera federação
entre Portugal
e Espanha
uma ideia "absurda"
"Basta conhecer a história de Portugal para dizer que essa hipótese é um total absurdo", respondeu Aníbal Cavaco Silva a uma questão colocada por uma jornalista da agência de notícias espanhola EFE.
Madre Teresa, dez anos depois
Com o final do milénio à porta desapareceu a mulher que se entregou aos "mais pobres dos pobres" e deixou muitos corações desamparados. Uma paragem cardíaca, depois de várias pneumonias e crises de malária, "levaram" Madre Teresa. Viveu com o coração, o coração a matou. A humanidade perdeu alguém que, por nada ter nem poder, tinha toda a autoridade porque ninguém conseguia dizer não a um pedido que ela formulasse.
Calcutá chorou, provavelmente, como nenhuma outra cidade do mundo, a morte desta mulher que escolheu a gigantesca metrópole indiana para viver toda uma vida ao serviço daqueles que não tinham ninguém. "Era uma verdadeira santa admirada por todos os indianos, independentemente da sua religião" - sublinhavam os habitantes de Calcutá.
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Ares do Verão - Nevoeiro a incomodar
Silêncio de Deus
:
domingo, 2 de setembro de 2007
Os meus contos
Um poema de José Gomes Ferreira
Na Catedral da Lareira
há chamas ajoelhadas,
erguendo as mãos da fogueira,
esguias como as espadas.
São poentes os vitrais…
Ardem pinheiros… Perfume…
As chamas rezam missais
com letras feitas de lume
Quero rezar com vocês!...
Ó Sol! Senhor português,
escuta o meu sonho, atende-o…
Vem ensinar-me a rezar
– tu que és o brando luar,
e a flor, o fruto, e o Incêndio…
José Gomes Ferreira
Nota: Um livro de José Gomes Ferreira, LONGE, perdido na estante, e que me veio à mão, há dias, levou-me a pensar como a memória é curta, tantas vezes. José Gomes Ferreira é um poeta que, durante muito tempo, foi bastante falado. Hoje está simplesmente esquecido. Como ele, muitos outros, que foram, e são, grandes poetas.
LONGE foi publicado em 1921. A segunda edição, que possuo, veio a lume em 1927, quando o poeta, na altura, era Consul de Portugal na Noruega, como o atesta um seu cartão, com dedicatória a Alfredo Brochado.
Imagens de Aveiro
TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 39
DO SIGNO-SAIMÃO
Caríssima/o:
Seja, voltemos atrás aos passeios-visitas escolares. De facto, naqueles tempos, havia-os obrigatórios, para além do castelo de Guimarães.
Fascínio a ponto de os coleccionarmos eram os vidros coloridos ou os frascos dos mais diversos feitios. Assim uma ida a Oliveira de Azeméis impunha-se e era sempre pólo de interesse e de atracção. O olhar das nossas crianças a surpreender os mais pequenos gestos e sopros dos operários era a prova que não se pedia.
Contudo, e a contra-gosto, falar de vidros é recordar o ralho e o tabefe (e fiquemo-nos por aí!...) inevitáveis quando, nos nossos renhidos desafios em plena estrada, inadvertidamente a bola se transviava e estilhaçava o vidro da janela da vizinha... Bem, vamos até às terras de Oliveira de Azeméis:
«No concelho de Oliveira de Azeméis, vamos ao lugar de Silvares, na freguesia de Macinhata da Seixa. Além fica a casa dos Soares de Pinho, estão a vê-la? Agora reparem no brasão, que está voltado para o Largo do Cruzeiro. Ora, é "uma raposa a formar o salto" e "uma águia de pescoço vergado". Qualquer dirá que se trata de "um ameaço, um fantasma dentro de um signo-saimão". E tal medo aquilo inspira às pessoas que como umas mulheres andassem por ali a apanhar trapos, ao darem com o dianho da pedra, assustaram-se mesmo. Pois benzeram-se três vezes e foram buscar um livro de S. Cipriano para completarem a expulsão do mafarrico daquele sítio. Não queriam que ele lhes entrasse na pele, pois então!
Ainda em Macinhata da Seixa, porque é que as pessoas receiam tanto passar pelo caminho do cemitério, da Cavada à igreja? Porque, dizem, por ali apareciam almas penadas, caixões abertos, mesmo fogos fátuos e outros sinais reais ou imaginados que perturbavam os que não tinham itinerário alternativo. Ora, esses sustos todos acabaram porque o velho caminho foi substituído por um estradão que parece não seduzir os espectros...
Também se conta que cada vez que o moleiro da casa dos Barbedo tinha de atravessar a ponte antiga do Requeixo, que se supõe romana, tinha sempre problemas. Sempre o jumento que utilizava no transporte do grão e da farinha tropeçava num calço da ponte. Pois uma vez, o homem rogou a praga:
- Um raio te deite abaixo!
Não se ria o leitor que a praga cumpriu-se.
Porém, a ponte não caiu exactamente de um raio, mas de uma cheia...
Mas há algo que o leitor talvez possa experimentar, se tiver a pachorra de se deslocar a Macinhata da Seixa. Pois procurará, entre a Escravilheira e o Alvão, o conhecido sítio do Sarrado. Ali havia, e julgamos que ainda haverá, um penedo em que se encontrava gravada uma ferradura de cavalo. Ora acontece que quando alguém ali passava e se punha a olhar fixamente para aquilo que diziam ser uma pintura dos mouros, a cabeça começava a andar à roda, como se a pessoa andasse à volta. E o sujeito adormecia, acordando muito tempo depois enjoado. Porém, se o passante olhasse ligeirinho par o penedo da ferradura escutava, isso sim, umas gargalhadas de mulher, como se alguém estivesse a fazer pouco dele ao abrigo da mole granítica!
Também conta uma pessoa de Macinhata que na ladeira do caminho que vai do Alvão para o fundo da Taipa, havia a Presa do loureiro. Pois uma senhora a caminho do moinho, ao passar por ali, viu uma ninhada de pintainhos brancos a meter-se por um buraco. Logo ela os apanhou a todos e meteu-os no avental. Quando chegou a casa, quis metê-los debaixo de uma galinha choca para que estivessem bem abrigados e tratados. Pois não é que, repentinamente, apareceu mais um todo pretinho? E mal a boa mulher esboçou o gesto de se benzer, logo o pintainho negro desapareceu para sempre!» [V. M.,179]
Manuel