segunda-feira, 25 de julho de 2005

Vaticano pede turismo solidário e para todos

O secretário do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CPPMI) defendeu que o turismo tem de ser “social, sustentável e solidário”
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Num artigo escrito para a edição dominical do Osservatore Romano, D. Agostino Marchetto afirma que a oferta turística não se deve orientar “só para os que têm maiores recursos económicos”.
Retomando as ideias centrais da mensagem para o Dia Mundial do Turismo, enviada na semana passada em nome de Bento XVI pelo Cardeal Angelo Sodano, Secretário de Estado Vaticano, o Arcebispo Marchetto assegura que o apelo a um “turismo popular e economicamente sustentável” nasce da “opção da Igreja pela caridade”.“Tem de se conseguir que um número cada vez maior de pessoas, também nos países pobres, tenha acesso ao uso dos meios de transporte para gozar de um pouco de tempo de descanso, como disse o Papa nas suas férias no Vale de Aosta”, escreve secretário do CPPMI.
“Quando propomos um turismo social, queremos olhar em primeiro lugar ao bem comum tanto dos que acolhem os turistas como dos próprios turistas, e assim se vai realizando o sonho de um turismo sem fronteiras, que poderá contribuir paraa criar um futuro melhor para a humanidade”, acrescenta.
Na Mensagem para o Dia Mundial do Turismo, que se celebrará a 27 de Setembro de 2005, Bento XVI defendeu que o sonho de um turismo “sem fronteiras” deve ajudar a criar “um futuro melhor para a humanidade”, sublinhando as exigências éticas que devem estar por detrás desta actividade.
“É importante que todos os que têm responsabilidade neste âmbito (o turismo) – políticos e legisladores, homens de governo e do mundo financeiro – se empenhem em favorecer o encontro pacífico entre as populações, garantindo segurança e facilidade de comunicação”, pode ler-se no documento.
As questões de ética têm merecido atenção especial por parte do Vaticano. No último Congresso Mundial sobre a Pastoral do Turismo, organizado pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes, os participantes manifestaram o desejo de que “os Governos procedam a dar mais ajuda no que concerne à formação moral e humana das pessoas empenhadas no turismo, tendo também em conta as necessidades pastorais”. Um dos instrumentos apresentados para este fim foi o Código Ético Mundial para o Turismo, que a Organização Mundial do Turismo (OMT) provou e que já inspirou a legislação de alguns países.
O Código destaca a contribuição do turismo para o entendimento e o respeito mútuo entre as pessoas e as sociedades. Actividade associada ao descanso, à diversão, à cultura e à natureza, o turismo “deve conceber-se e praticar-se como um meio privilegiado para o desenvolvimento individual e colectivo”, sublinha o documento. Por último, ainda sobre a aplicação dos princípios enunciados no Código, apresenta-se a proposta de um “Comité Mundial de Ética do Turismo”.
Fonte: ECCLESIA

Aveiro: Universidade lidera investigação

Posted by Picasa Aveiro: Um aspecto da UA
O “PÚBLICO” divulga hoje o ranking das Universidades, a partir de um estudo do ex-reitor da Universidade Nova Luís Sousa Lobo. E por ele se fica a saber o que não será novidade para muita gente: A Universidade de Aveiro (UA) lidera o ranking ao nível da produção científica internacional, mostrando grandes desníveis entre instituições. A UA, sublinha o estudo, está claramente à frente no número de artigos científicos publicados por cada docente de carreira (cerca de 1,5 por ano), seguindo-se as Universidades do Algarve, do Porto e Técnica de Lisboa (com cerca de 0,8 artigos por docente por ano em revistas internacionais). O autor do estudo adiantou ao “PÚBLICO” que o ranking agora divulgado permitirá, a prazo, “comparar departamentos homólogos e conhecer o seu trabalho com mais precisão”. Claro que não hão-de faltar protestos de outras Universidades, mas a verdade é que os artigos científicos divulgados internacionalmente não enganam ninguém: foram publicados 612 trabalhos por 399 docentes. Os nossos parabéns. F.M.

PRAIA DA BARRA: VIII Festival Nacional de Folclore

Posted by Picasa Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré (Foto de arquivo)
No próximo dia 6 de Agosto, sábado, vai realizar-se, na Praia da Barra, o VIII Festival Nacional de Folclore, com organização do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. O programa começa às 16 horas com a recepção aos Grupos e Ranchos participantes, seguindo-se uma visita à Casa Gafanhoa e a cerimónia de boas-vindas, com entrega de lembranças. O festival começa às 21.30 horas, com desfile e exibição dos Grupos e Ranchos convidados. Para além do grupo anfitrião (Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré), participam o Rancho Folclórico da Casa do Povo de Angeja; o Rancho Folclórico de Mira-Serra, Louções, Turquel, Alcobaça; o Grupo Cultural “Os Medruenses”, de Santa Marta de Penaguião; e o Rancho Folclórico de Vilar do Paraíso, Vila Nova de Gaia.

domingo, 24 de julho de 2005

Efeméride aveirense: Conservatório de Música

1985: A portaria ministerial nº 500/85, publicada nesta data embora assinada em 9 de Junho passado, criou oficialmente, com efeitos a partir de 1 de Outubro futuro, o Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian, por conversão do estabelecimento de ensino particular com a designação de Conservatório Regional de Aveiro de Calouste Gulbenkian (Diário da República, I Série, nº 168, 24-7-1985.
Fonte: Calendário Histórico de Aveiro

Um pensamento

Abri os olhos para ver, mas fechai-os para reflectir. João XXIII

Um poema de Armindo Rodrigues

LIBERDADE Ser livre é querer ir e ter um rumo e ir sem medo, mesmo que sejam vãos os passos. É pensar e logo transformar o fumo do pensamento em braços. É não ter pão nem vinho, só ver portas fechadas e pessoas hostis e arrancar teimosamente do caminho sonhos de sol com fúrias de raiz. É estar atado, amordaçado, em sangue, exausto e, mesmo assim, só de pensar gritar gritar e só de pensar ir ir e chegar ao fim. IN “Os poemas da minha vida”, selecção de Mário Soares

Verão missionário: uma história de sucesso

Mais de dois mil portugueses já passaram pelos projectos de voluntariado missionário
Ano após ano, coincidindo com a chegada do Verão, centenas de jovens partem para países lusófonos, oferecendo o seu tempo de férias ao serviço de projectos de voluntariado missionário, que ajudam algumas das populações mais pobres do mundo.
O Voluntariado Missionário em Portugal, desde o seu início em 1986 até à actualidade, já viu partir 1968 pessoas, o que equivale a uma média de aproximadamente 110 voluntários por ano, segundo o levantamento efectuado pela Fundação Evangelização e Culturas (FEC).
Em 2005, o número de voluntários que parte em missões de curta duração (até dois meses) chega aos 207, com 150 mulheres e 57 homens. Estes dados confirmam a tendência dos últimos anos: em termos de distinção por género, 64% dos voluntários que já partiram são mulheres e 36% são homens.
A maior parte dos Voluntários (1494 Voluntários), a que corresponde 75% do total, parte em missões de curta duração. Em projectos superiores a 11 meses, estiveram 345 Voluntários (correspondente a 18% dos Voluntários enviados). Os restantes 129 Voluntários estiveram no terreno em missões entre 3 a 10 meses (7% do total). Desde Novembro do ano passado, várias de jovens prepararam-se para uma experiência de voluntariado ao longo de diversas sessões de formação de carácter genérico, promovidas pela FEC em conjunto com os Institutos Missionários ad Gentes (IMAG).
O Voluntariado Missionário é assim uma realidade que já ganhou o seu espaço na vida da Igreja, apesar de não ser conhecida em todas as Dioceses.
Os leigos inserem-se em projectos de assistência, promoção social e evangelização. Moçambique(103) é, este ano, o país que concentra um maior número de grupos, dada a epidemia do vírus de Marburg em Angola (20). Brasil e São Tomé e Príncipe (22 cada), Cabo Verde (21), Guiné-Bissau (14) e Timor Leste (5) são os outros países que acolhem os leigos missionários. Ao longo das últimas duas décadas, já passaram por Moçambique 665 voluntários, número seguido por Cabo Verde (com 388 Voluntários) e Angola (com 336 Voluntários).
(Para ler mais, clique ECCLESIA)

Um artigo de Helena Sacadura Cabral, no DN

Três questões essenciais
Um jovem de grande lucidez dizia-me, há dias, a sorrir, que uma parte da cura da sua depressão se ficara a dever ao facto de ter deixado de ler jornais nacionais e de assistir aos telejornais. Recomendação que, aliás, lhe fora feita pelo médico assistente.
No último fim-de-semana, ao ler os periódicos ditos de referência, não pude deixar de me lembrar desta conversa, a propósito de três temas neles abordados. Um respeitava à percentagem assustadora de reprovações a Português e Matemática. O outro referia-se à "possibilidade", in extremis, de um colapso da União Económica e Monetária (UEM), admitida pelo HSBC - o segundo banco a nível mundial -, caso não sejam feitas reformas económicas e institucionais que "melhorem drasticamente" o funcionamento da moeda única. Finalmente, o terceiro abordava o tema da responsabilidade cívica dos portugueses na actual situação do País. Não há dúvida de que quando um problema de reprovações toma esta dimensão é porque as suas causas não podem ser da exclusiva responsabilidade dos alunos. Elas terão de ter outras razões. Nomeadamente no conteúdo e na forma de ensino. Isto é, no sistema educativo. Estas matérias tornaram-se "casos" quase dramáticos. É urgente perceber o que se passa e adoptar medidas. Se tal não acontece, corremos o risco de virar um país de débeis mentais. Há anos, a rejeição respeitava, maioritariamente, à Matemática. No presente, ela estendeu-se, também, à língua pátria. Assistir à progressão da doença, sem administrar tratamento, releva da pura negligência. Quanto ao colapso da UEM, o relatório refere que, se antes, tal hipótese não se punha, hoje, ela já "não é inconcebível". E acrescenta que poderá ser apenas uma questão de tempo, até a Alemanha e a Holanda serem arrastadas para a deflação e a Itália se ver condenada a sucessivas entradas e saídas da recessão. O que, segundo aqueles especialistas, aponta para três cenários possíveis aplicação de reformas; tentação governamental de proteger as indústrias nacionais; ruptura da UEM, provocada pela insustentabilidade da situação económica. O tempo dirá da razão de tal estudo. Mas que ele retrata o que muitos de nós sentimos, ninguém tenha dúvidas!
No que à responsabilidade civil respeita, Manuela Ferreira Leite tem toda a razão, quando diz que "nesta nossa sociedade mediática estamos a conformar-nos a viver de anúncios". De facto, tudo se anuncia sem a mínima preocupação de concretização. E, quem pergunte o óbvio, arrisca-se, de imediato, a ser abafado. Para não falar já de outros meios, mais aliciantes, de estimular o silêncio.
Há quatro meses que somos semanalmente bombardeados com programas de investimento, sem qualquer garantia de que os mesmos sejam realizados, por quem e quando. Fala-se do aeroporto da Ota e do TGV, por exemplo. O primeiro está longe de reunir consenso e a discussão pública desse projecto é uma obrigação de todos nós. O esforço financeiro exigido está por conhecer, o modelo de financiamento também e a contribuição económica para o desenvolvimento do País está por avaliar. Quanto ao segundo - mesmo aceitando que se trate, numa lógica europeia, de não deixar Lisboa fora da ligação entre as grandes cidades -, é preciso que se explique, sem rodeios, que o projecto não será rentável e que terá, para cada um de nós, uma parcela de sacrifício, que importa conhecer. Ou seja, estamos a assumir encargos que, face ao estado das contas públicas e a uma situação internacional pouco clara, podem vir a representar um garrote para as gerações futuras. Será uma irresponsabilidade cívica e ética não discutir e avaliar o peso orçamental de todos estes projectos nos próximos anos. Porque se o não fizermos, se o não exigirmos, o eng. Sócrates poderá não abdicar do seu futuro, mas corre o sério risco de comprometer o dos nossos netos. Que, um dia, nos questionarão pelo seu presente!
Assim, é um dever de cada português não se demitir de ser ouvido nas opções que mais irão pesar no seu cômputo familiar. E é uma obrigação dos governantes e do Presidente da República fazer com que haja uma discussão pública alargada sobre os meios e os encargos que estas escolhas irão envolver.

sábado, 23 de julho de 2005

Memórias de infância

O CATITINHA Penso que não haverá ninguém que não tenha saudades das memórias de infância. Sobretudo das que foram marcadas por momentos agradáveis, de momentos que nos fizeram felizes. Só é pena que, ao tentar reproduzi-las, nem sempre tenhamos possibilidades de recorrer a registos fidedignos e a testemunhos que nos levem a viver, com mais realismo, esses momentos felizes. Hoje, por exemplo, acordei, sem saber porquê, com memórias do Catitinha, que na minha infância passava pela Gafanha da Nazaré e por muitas outras regiões do País, tanto quanto sei. Era ele um ancião de barbas brancas, bondoso, amigo das crianças, que toda a gente acolhia como se fora da família. A qualquer casa a que se dirigisse, ali se comportava como se fosse sua. Comia, dormia, conversava, contava histórias, dava conselhos, mostrava fotografias de outras terras e de outras tantas estadas mais ou menos curtas, ajudava quanto podia, deambulava por aqui e por ali, sempre a olhar para as crianças, a quem recomendava muito cuidado ao atravessar a rua. Da minha infância, lembro as conversas serenas que ele mantinha com toda gente, ao jeito de filósofo e sábio que de tudo sabia falar, a figura de patriarca que a todos dirigia palavras amigas, o homem que se apresentava sempre vestido com elegância, limpo e asseado. Vinha à Gafanha da Nazaré sobretudo no Verão. Daqui passava pelas praias, onde no areal olhava obsessivamente as crianças, como se tivesse medo que elas fossem levadas pelas ondas traiçoeiras. Desse tempo, há mais de 60 anos, recordo que se dizia que esta inquietude, que levava o Catitinha a andar de terra em terra, como fugido de alguém ou da sua própria imagem ou sombra, se devia ao facto de ter perdido uma filhinha, por atropelamento, nas ruas de Lisboa. Dizia-se, também, que tinha sido deputado e que enlouquecera. Depois, nunca mais ouvi falar dele. Mas gostava de saber quem foi o Catitinha que ainda hoje enriquece as minhas memórias de infância. Fernando Martins NB: Quem souber mais, pode contactar-me para rochamartins@hotmail.com

MÁRIO PORTUGAL expõe na OP ART

Posted by Picasa Quadro de Mário Portugal
“RIA DE CRISTAL” Mário Portugal tem em exposição, na OP ART, Avenida José Estêvão, 436, Gafanha da Nazaré, pintura sobre a Ria de Aveiro. “Ria de Cristal”, assim baptizou o artista a sua mostra, que não é mais do que um desafio dirigido a todos os gafanhões, e não só, para que apreciem a sensibilidade de quem conseguiu reproduzir na tela cores, sombras, silhuetas e imagens a que os amigos da laguna aveirense não são alheios. Natural da Póvoa do Varzim, iniciou a sua carreira plástica em 1981, tendo trabalhado em arte sacra, restauro e decoração. Em 1991 Mário Portugal avançou para a escultura. Participou em 53 exposições colectivas e em 12 individuais, tendo recebido inúmeros prémios, menções honrosas e outras distinções. No catálogo da exposição que está patente na OP ART, sublinha Maria Barroso que “O olhar do artista detém-se sobre o mundo que o rodeia e dá-nos o que a sua sensibilidade e imaginação dele colhe. Mais delicada ou mais forte, mais realista ou mais abstracta, a imagem que nos reflecte uma maneira única e irresistível de sentir, de ver e transmitir o que esse mundo lhe desperta as emoções e reflexos de uma interioridade, rica e inquieta, que não pode conter-se”. Também o crítico de arte Afonso Almeida Brandão diz que a arte de “Mário Portugal consiste numa procura constante de investigação, a natureza, o casario, o recanto, as suas gentes… transparências, luz e sombra no equilíbrio das suas cores”. Em boa hora a OP ART trouxe para a Gafanha da Nazaré mais um artista quiçá pouco conhecido dos gafanhões, mas que, certamente, não deixará de passar a figurar na lista dos que gostam de pintura fortemente marcada pelo realismo que a Ria de Aveiro tanto favorece. Como prova do sucesso desta exposição, o gerente da OP ART António Branco garantiu-nos que nos primeiros dias foram vendidos sete quadros de Mário Portugal, havendo grande optimismo quanto à venda de muitos mais.
A exposição está patente ao público até 31 de Agosto. Fernando Martins

XIS: uma revista com ideias para pensar

Os homossexuais querem e merecem
muito mais do que ser tolerados
O “Público” edita, todos os sábados, a revista XIS, que oferece ideias para pensar. A directora, Laurinda Alves, que é a alma, tanto quanto se sabe, da revista, traz sempre, a abrir cada número, uma reflexão oportuna e corajosa. Desta vez, abordou, com uma serenidade muito grande, a questão da homossexualidade, tabu entre nós, artigo que merece ser lido e meditado. Daí, mas não só, esta referência. Diz ela que “o facto de muitos homossexuais continuarem a ser estigmatizados, excluídos ou tratados com tolerância obriga-nos a reflectir e a ir mais fundo no conhecimento que temos desta causa”. E acrescenta que “não é possível continuar a ignorar algumas estatísticas, que nos dizem que entre cinco e sete por cento da humanidade é homossexual, [pelo que] temos a obrigação moral de perceber que os homossexuais querem e merecem muito mais do que ser tolerados”. No interior da XIS há, depois, artigos e testemunhos que podem e devem ser lidos sobre este assunto e sobre outros, nomeadamente uma crónica de Faíza Hayat, filha de um muçulmano e de uma cristã, em que aborda a pertinente questão do fundamentalismo islâmico e dos ódios que proclama e provoca. “Amanhã voo para Londres para confortar o meu pai. Estou preparada para a inquietação habitual que o meu passaporte suscita aos polícias de fronteira. Uma portuguesa com nome árabe e estadias prolongadas em vários países do norte de África. Sei, porém, como os vencer: sorrindo. Tenho um grande talento para sorrir”, sublinha Faíza Hayat. F.M.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

Seminário de Santa Joana Princesa

Posted by Picasa Seminário: Vista do Claustro (Foto do site do Seminário) Nas rotas da vida,
um OÁSIS na cidade Um desdobrável bonito e apelativo, em jeito de convite a quem puder e quiser conhecer mais de perto o Seminário de Santa Joana Princesa, acaba de me chegar às mãos. A edição é de SSJP.2005. São quatro páginas com excelentes ilustrações e algumas frases, poucas mas elucidativas quanto baste, que dizem assim, como breve resenha histórica: O Seminário de Santa Joana Princesa é uma instituição da Igreja Católica da Diocese de Aveiro, sonhada e fundada pelo Bispo de então D. João Evangelista de Lima Vidal. Acolheu os primeiros seminaristas em 14 de Novembro de 1951. É destinado ao “desenvolvimento e maturação de gérmenes vocacionais ao sacerdócio”. No mesmo edifício está instalado o Instituto de Ciências Religiosas de Aveiro (ISCRA), destinado à formação cristã dos leigos. Depois de obras de beneficiação dispõe de espaços para fins religiosos: retiros espirituais e actividades de formação para grupos eclesiais. Situa-se na zona de Santiago, ladeado pela Universidade e pelo Hospital. Contactos Morada: Av. João Jacinto de Magalhães, Apartado 258, 3811-901 Aveiro Telefone: 234422171 Fax: 234422632 www.seminarioaveiro.org geral@seminarioaveiro.org

Um artigo de Francisco Perestrello, na ECCLESIA

Posted by Picasa A Paixão de Cristo
O Evangelho visto pelo Cinema
«O Evangelho segundo S. João» nas salas portuguesas
Quando se fala no Evangelho sujeito a tratamento cinematográfico duas obras ocorrem logo à memória: «O Evangelho segundo S. Mateus», de Pasolini, e «Jesus de Nazaré», de Zeffirelli. São obras de tratamento verticalmente oposto, a primeira espartana, objectiva, despida de quaisquer efeitos adicionais; a segunda tirando partido de um certo tom poético, de cores ricas e de um ambiente quanto possível amaciado.
A obra agora estreada - «O Evangelho segundo S. João» - situa-se numa posição totalmente diferente de qualquer das anteriores. Partindo da tradução da American Bible Society segue rigorosamente o original, sacrificando, de forma consciente, as potencialidades da linguagem cinematográfica. Prefere dar-se a oportunidade de conhecer o texto na sua versão exacta, para o que se recorre à “voz off” de Christopher Plummer para proferir as passagens que não estejam em discurso directo. A ligação com os diálogos apresenta-se como uma tarefa difícil, e é aí que Saville revela o seu talento evitando choques ou descontinuidades permitindo que não se sacrifique mais o ritmo da narrativa, já de si limitado pelo processo adoptado na sua adaptação.
Os actores, pouco populares na área do cinema, equilibram-se entre si para que não haja vedetas, excepção feita para Henry Ian Cusick, no papel de Jesus Cristo. Este último, embora fisicamente pouco adequado ao papel, dado a sua aparência demasiado moderna, ao manter-se quase permanentemente em cena vai-nos habituando a ouvir a Palavra em detrimento da observação do aspecto físico menos adequado.
É mais um filme de catequese que uma obra cinematográfica para o grande público. Mas para este tem o interesse do enorme volume de informação (e formação) que contém, ensinado a uns e relembrando a outros como São João nos revelou a Palavra de Cristo.
Mesmo que a crítica lhe venha a pôr algumas reservas é uma obra importante e que merece uma análise cuidada.

Depois da tempestade… virá a bonança

Posted by Picasa Seca DIAS MELHORES VIRÃO
A imagem de um Portugal em crise não nos pode deixar de imediato. Está à vista de todos. Mas o optimismo também não nos pode abandonar. Dias melhores virão, estamos certos, porque depois da tempestade vem a bonança. Com a crise económico-financeira a teimar em ficar, com a seca a alimentar a fome de muitos agricultores e a matar animais por todo o lado, com os incêndios a mostrarem-nos cenas dramáticas, com gente que viu e vê o fogo reduzir a cinzas os bens amealhados durante anos e anos, tudo isto indicia, seguramente, dias ainda mais difíceis para muitos portugueses. Os pobres, esses, serão os que mais vão sofrer. Apesar de tudo, não podemos interiorizar desânimos e pessimismos, porque estou convencido de que, mais tarde ou mais cedo, tudo se recomporá e dias melhores brotarão das cinzas da seca e do fogo. Que fazer, então, face a todos estes dramas com que a natureza nos castigou impiedosamente? Sem dúvida que o mais importante, o mais urgente, será a solidariedade de todos nós, uns para com os outros, sobretudo para com os mais pobres e para com os mais prejudicados. F.M.

POSTAL ILUSTRADO: Sugestão de férias

Penacova - Paisagem

Penacova está inserida numa área de rara beleza, com montanhas de média altitude, grande biodiversidade, vales correspondentes aos rios Mondego e Alva, proporcionando um panorama deslumbrante ao longo do Vale do Mondego (o maior dos rios inteiramente portugueses), desde o Porto da Raiva até à Foz do Caneiro. É por isso natural, que Eugénio Moreira, um dos maiores expoentes da pintura paisagística portuguesa, tenha encontrado em Penacova, o cenário adequado a dois dos seus mais célebres quadros: «A Ferreirinha» e «O Vale de Penacova».

Do "site" do Município

(Para saber muito mais, clique aqui)

Um artigo de Mário Bettencourt Resendes, no DN

Está na hora de alguém se chegar à frente
Poderia ser, mais palavra, menos palavra, uma declaração deste género "Estamos a menos de seis meses da eleição em que os portugueses vão escolher, em sufrágio directo e universal, o próximo Presidente da República. É uma decisão de primeira importância para o futuro do País e exige uma ponderação cuidada das alternativas que se apresentam. Portugal vive tempos difíceis e os cidadãos interrogam-se, com angústia compreensível, sobre o futuro do País que queremos deixar às gerações que se seguem. O Presidente da República é o garante supremo do regular funcionamento das instituições democráticas e é o responsável máximo, perante os portugueses, pela vitalidade da Nação. A sua escolha é uma eleição unipessoal, que não deve ser subordinada aos interesses imediatos da vida partidária nem pode ser condicionada por calculismos que ponham o eleitoralismo fácil acima de uma clarificação saudável e atempada das vontades dos candidatos. Por isso, afirmo, aqui e agora, a minha disponibilidade para esse combate democrático. Sou candidato a Presidente da República."
À declaração poderiam ainda ser acrescentados dois ou três (no máximo) parágrafos programáticos e, sobretudo (inclusão indispensável), a promessa solene de que o candidato não faria qualquer outra declaração pública antes das autárquicas de 9 de Outubro, de forma a que os eleitores possam concentrar a sua atenção numa escolha criteriosa dos próximos responsáveis autárquicos.
A vantagem de um candidato que arriscasse uma tal iniciativa seria óbvia independentemente dos resultados em urna, quebrava com este clima "empastado" que tem rodeado a eleição presidencial, onde se multiplicam desistências, tabus e vontades semiassumidas.
As prioridades da governação e a realização das eleições locais não têm sido mais do que pretextos utilizados por direcções partidárias e por candidatos "encobertos" para disfarçar a gestão que mais lhes convém dos calendários eleitorais. E só assim se compreende que, num cenário raro, senão único, cheguemos a Agosto de 2005 sem uma única afirmação pública de disponibilidade clara para a eleição presidencial.
Os desenvolvimentos políticos que se verificaram em Portugal a partir de Junho de 2004, quando José Manuel Durão Barroso trocou a chefia do Governo pela Comissão Europeia, evidenciaram a componente semipresidencialista do sistema.
Percebeu-se, para quem tivesse dúvidas, a importância e o potencial dos poderes presidenciais em situações de crise.
Numa altura em que o País carece de ânimo, quando os portugueses enfrentam um conjunto de medidas restritivas que, por mais indispensáveis que sejam - e já aqui escrevi que não havia outra saída -, deprimem naturalmente a vontade colectiva, seria importante a disponibilização de uma vontade política sólida por parte de uma personalidade de referência da vida nacional.
Não se cuida, aqui, de saber se seria Mário Soares, Cavaco Silva ou terceiros já mencionados em análises variadas - poderia mesmo essa vontade surgir da sociedade civil, desligada do quotidiano partidário. E nem sequer seria prioritário analisar as hipóteses de vitória de um tal candidato. Trata-se, sim, de comprovar que a eleição presidencial não é propriedade das direcções dos partidos, sem, naturalmente, desvalorizar o seu papel na vida democrática.
Seria, além de tudo o mais, uma afirmação de independência de espírito e de coragem política que abonaria a favor do candidato.
É fundamental agitar as águas pantanosas que têm envolvido a escolha do Presidente da República que sucederá a Jorge Sampaio.

D. XIMENES BELO falou ao Correio do Vouga

Posted by Picasa D. Ximenes Belo "Em Timor há paz e liberdade; agora é uma questão de terem paciência e perseverança porque as coisas vão melhorar"
:: D. Carlos Filipe Ximenes Belo, bispo emérito de Timor, por motivos de saúde, está a passar uns tempos de descanso no Colégio Salesiano de Mogofores, que frequentou como seminarista em 1969-1970. Simultaneamente, o Prémio Nobel da Paz de 1996 está a escrever um livro sobre a história da Igreja em Timor-Leste, pelo que vai aproveitar a estadia em Portugal para investigar nos arquivos nacionais da Torre do Tombo. No entanto, confessa-se afastado da realidade timorense.
::
Trocou Dili, em Timor, por Maputo,
em Moçambique...
Sim, no ano passado.
O que faz em terras africanas?
Trabalho numa paróquia confiada aos Salesianos, no bairro Jardim, nos subúrbios de Maputo. O pároco é um salesiano português e eu ajudo-o. Distribuímos as tarefas. Dou catequese, atendo as confissões, rezo a Missa, pedem-me muito para pregar retiros aos jovens, fazer reuniões com famílias...
Depois de bispo... está a gostar
de ser colaborador de um padre?
Sim. É um trabalho indirecto, que já não é de responsabilidade directa, mas é da responsabilidade da educação da fé. É bonito. Na África, é outro ambiente.
Como é esse ambiente?
Tem outro contexto. Em Timor, o cristianismo era mais de massa. Porque a maioria da população, 88 ou 89 por cento eram católicos. Tínhamos muitos católicos tradicionais. Em Moçambique, já os bispos adoptaram o sistemas de núcleos, como lá se chamam, pequenas comunidades de base e bairros: 20, 25 ou 30 famílias, que se reúnem à semana – e isto dá muita vida. A liturgia é muito mais vida lá do que aqui, ou mesmo em Timor, porque é sempre com batuques com danças. Uma missa dura duas ou três horas. Nas ordenações, são cinco ou seis horas. Em Moçambique, os católicos são uma minoria, não sei se 28 ou 29 por cento. Por isso, a Igreja tem a preocupação de formar mais os pequenos grupos.
(Para ler toda a entrevista, clique aqui)

quinta-feira, 21 de julho de 2005

PIÓDÃO: o drama oito dias depois




A minha solidariedade 


Há oito dias fui conhecer, mais de perto, a Serra do Açor e algumas das suas aldeias. Saí de Arganil e parti ao encontro da Aldeia Histórica de Piódão, como neste espaço dei conta. Deliciei-me com o prazer de tocar as casas típicas, de calcorrear caminhos seculares, de falar com as pessoas, de ouvir histórias, de ler testemunhos. 
Ontem à noite e hoje não pude deixar de ficar perplexo e até comovido por sentir o drama vivido pelos moradores de Piódão, com o fogo a abafar e a querer devorar tudo e todos. Quem conhece os caminhos difíceis para lá chegar, quem recorda a impossibilidade de andar pelas encostas para defender as casas, construídas há séculos em sítios quase inacessíveis, compreende facilmente o drama vivido pelos 60 habitantes daquela Aldeia Histórica. 
Daqui, das margens da Ria de Aveiro, com o oceano à vista, solidarizo-me com o povo de Piódão, alegrando-me por não haver vítimas mortais. 

Fernando Martins

POUPAR ÁGUA É PRECISO

Posted by Picasa Água, um bem a conservar
Começou hoje uma campanha, no sentido de levar todos os portugueses a pouparem água. A grave seca que afecta o País a isso obrigou o Ministério do Ambiente a alertar toda a gente para os riscos da mesma e para a importância de poupar água. A não ser assim, estará em perigo o fornecimento desse precioso e indispensável bem.
Até ao final do mês começarão também a chegar às caixas de correio postais que aconselham a população a ter cuidado com os gastos de água durante as férias. Por isso, ninguém pode deixar a mangueira aberta enquanto lava o carro, sendo necessário evitar regar o jardim nas horas de sol. Estes são alguns dos conselhos escritos no verso dos postais. A falta de chuva nos últimos meses mostrou a todos os portugueses a fragilidade que existe na gestão da água no nosso País.
A ideia errada de que a água é um recurso abundante e barato tem levado a que seja utilizada de uma forma irresponsável. A campanha agora em curso é apoiada com fundos comunitários, pelas cinco comissões de coordenação regionais e pela Águas de Portugal. Os postais contam com o apoio dos CTT.

Um artigo de D. António Marcelino

Um coração à medida do oceano
Encantam-me as pessoas com esperança, sonhos e projectos. Deixam-me triste as pessoas que desaprenderam de olhar mais longe e de se olhar a si próprias, perdendo a consciência da riqueza que lhes vai dentro e das capacidades à espera de um investimento que nunca chega. Na vida há de todos e cada um lá vai vivendo a seu jeito.
Fomos criados para ultrapassarmos cada dia a mediania de quem se contenta com pouco e a rotina de quem se dá por instalado.
Não vejo a educação a acordar a gente nova para horizontes sem fronteiras, nem a cultivar a vontade de ir sempre mais além, com a serenidade de quem sabe esperar e a alegria de quem sabe aproveitar.
Caiu-me debaixo dos olhos um poema de Marie-Annick Retif, que é uma leitura maravilhosa da vida, identificada com barcos de histórias diferentes. Uns que não saem do porto e aí enferrujam; outros que se esquecem de zarpar, com medo do mar tumultuoso; ainda outros tão amarrados que já nem sabem olhar apara além de si e apenas marulham para se sentirem vivos e seguros; barcos ao lado de outros que afrontam o temporal e se arranham nas rotas oceânicas onde os levam os seus manejos; barcos que regressam amassados, mas dignos e fortes e sempre iguais, ainda que o sol de anos os não tenha poupado…
A poetisa conclui, olhando barcos velhinhos, mas ainda e sempre vivos: “Conheço barcos que transbordam de amor quando navegaram até ao seu último dia, sem nunca recolherem suas asas de gigantes, por terem o coração à medida do oceano.”Num fim de um domingo de muitos contactos e trabalhos, uns que traduziam sonhos realizados e outros desejos de renovar o que o tempo pode ter envelhecido, parei num lar de pessoas idosas. Familiares saíam leves e apressados de uma visita de amor ou apenas de obrigação. Entrei. Veio-me ao espírito o poema dos barcos.
Aquele salão pareceu-me, então, um porto amplo onde muitas vidas se haviam ancorado com o mistério que cada uma traduz, guarda e recorda, no silêncio de quem espera. Espera, de novo, uma visita que se repetirá daí a oito dias, um olhar que comporte afecto, um gesto que acorde vida, uma palavra que exprima amor…ou, apenas, mais uma noite longa cheia recordações e insónias, que aviva muitas dores que nunca se irão confidenciar.
Mas há sempre gente que nunca recolhe as suas asas de gigante, que teima em viver e continua a respirar o ar puro da esperança, que dá ao coração a medida dos oceanos. Vivos, sempre vivos, quaisquer que sejam os anos, as dores, as desilusões. Será sempre indecifrável o mistério que se aninha silencioso no coração de alguém que alarga a vida sempre mais e empurra, para mais longe, os anos e os trabalhos que a desgastam.
Temos necessidade de penetrar, com proveito, no mundo dos idosos que sabem viver no outono da vida, em clima e ritmo ascendente! São vidas que transbordam de amor e enchem o mundo de sabedoria e de coragem.

quarta-feira, 20 de julho de 2005

Rosto de CRISTO

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Descubra o que há neste
desenho do Rosto de Cristo

Diocese de Aveiro: nomeações para o serviço da Igreja

O Bispo da Diocese torna públicas, por este meio, algumas nomeações, ligadas ao serviço pastoral, diocesano e paroquial. Outras nomeações e indicações serão ainda feitas, a seu tempo, antes do início do ano pastoral.
Padre Francisco José Oliveira Martins, Pastoral Familiar e ISCRA.
Padre Rui Jorge Neves Barnabé, Equipa do Seminário e Pastoral Vocacional, mantendo a Pastoral Juvenil.
Padre João Paulo Sarabando Marques, pároco de Macinhata do Vouga, acumulando com Valongo do Vouga. Terá a coadjuvá-lo um diácono permanente.
Padre Manuel Mário Ferreira, pároco de Lamas do Vouga, acumulando com Trofa e Segadães.
Padre Abílio Manuel Ferreira Araújo, pároco de Torreira e S. Jacinto.
Padre Augusto Fernandes da Costa, pároco de Talhadas, Cedrim e Paradela.
Padre Alberto Nestor Camões R. Sobral, colaborador habitual das paróquias de Esgueira e Cacia, mantendo os serviços da Cúria Diocesana.
Padre António Graça da Cruz, pároco de Monte, acumulando com Murtosa e Pardelhas.
A realidade sociológica e pastoral, em ordem ao melhor aproveitamento dos agentes pastorais existentes na zona, e a tentativa de organização de uma pastoral orgânica ou de conjunto, levam à constituição de algumas unidades pastorais, integrando, para já, presbíteros, diáconos e religiosas consagradas. Unidade Pastoral de Águeda: Águeda, Barrô, Borralha, Castanheira do Vouga, Macieira de Alcoba, Préstimo, Recardães, a cargo dos Padres José Camões Rodrigues Sobral (moderador) Padre António Martins Costa Leite, que manterá a seu cargo a paróquia de Fermentelos, Padre Jorge Manuel Matos Fragoso, párocos “in solidum”, ordinando José Carlos Gabriel Pereira e diáconos permanentes Afonso Henrique Campos de Oliveira, Augusto Manuel Gomes Semedo e Francisco Cravo e Irmãs Doroteias, comunidade religiosa de Recardães.
Unidade Pastoral de Sever do Vouga: Dornelas, Rocas do Vouga, Sever do Vouga e Silva Escura, a cargo dos Padres Licínio Manuel Figueiredo Cardoso (moderador) e Carlos Shimura (Instituto dos Padres de Schoenstatt) e Irmãs da Apresentação de Maria, comunidade de Sever do Vouga.
Por motivos de idade e de saúde, foram dispensados da paroquialidade, ficando disponíveis para a ajuda pastoral que lhes for possível:
Padre António Nunes da Fonseca, a completar 85 anos em Setembro, deixa a paróquia do Monte.
Padre Joaquim Martins de Pinho, a completar 82 anos em Outubro, deixa a paróquia de Sever do Vouga.
Padre Manuel Marques Dias, a completar 77 anos em Dezembro, encontra-se, em sua casa, a recuperar de doença grave. A paróquia de Cacia, foi entregue, pelo tempo necessário, à responsabilidade do Pároco de Esgueira e de quem o coadjuva.
O Padre Ângelo Manuel Pereira da Silva, até agora pároco da Torreira e de S. Jacinto, foi autorizado, a seu pedido, a fazer, durante um ano, um experiência de discernimento, em ordem à vida monástica.

Prémio Literário Vasco Branco

Posted by Picasa Vasco Branco, artista multifacetado, patrono do Prémio Literário que tem o seu nome
A obra premiada será editada
pela Casa das Letras O “Prémio Literário Vasco Branco”, com organização da Câmara Municipal de Aveiro, destina-se a galardoar, anualmente, o melhor inédito em Língua Portuguesa apresentado a concurso até às 18.30 horas, do dia 15 Agosto. A obra premiada receberá cinco mil euros e será editada pela Casa das Letras. Os interessados devem enviar os seus trabalhos para “Prémio Literário Vasco Branco”, Biblioteca Municipal de Aveiro, Largo Jaime Magalhães Lima, Apartado 1074, 3800-156 Aveiro. Para mais informações, telefonar para 234 400 320.

Regata de Moliceiros

Beleza do Moliceiro e da Ria em destaque 

Moliceiros no Canal Central

No último sábado de Julho, dia 30, vai realizar-se a já tradicional Regata de Moliceiros, integrada na Festa da Ria. Trata-se de uma organização da Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro, com sede na Murtosa, e conta com o apoio da Câmara Municipal de Aveiro e da Região do Turismo Rota da Luz. Mais de três dezenas de Moliceiros deverão participar nesta Regata, que é, também, uma festa e um convívio de muitos que cultivam o gosto pelo barco típico da laguna aveirense e, ainda, de quantos apreciam a beleza da Ria de Aveiro. 
A Regata de Moliceiros inicia-se na Torreira, estando a concentração dos participantes marcada para as 9 horas. Segue-se uma missa de acção de graças pelas 10.30 horas, na Praia da Torreira, após o que haverá animação com sardinhada e jogos tradicionais. A partida, com destino a Aveiro, será pelas 14.30 horas, estando a chegada prevista para as 16 horas. 
Depois, será a corrida de Bateiras, no Canal Central, o arraial com porco no espeto e a entrega dos troféus e lembranças. Os interessados em participar devem inscrever-se na Associação dos Amigos da Ria e do Barco Moliceiro, Cais da Ribeira, Pardelhas, 3870-168 Murtosa, até ao próximo dia 25. 
A inscrição para o almoço e lanche, a que ninguém deve faltar, custa 15 euros. 

F.M.

Entrevista de Freitas do Amaral ao DN

Diogo Freitas do Amaral, ministro de estado e dos negócios estrangeiros: "Não seria estranho se saísse do Governo para ser candidato"
Num hotel de Lisboa, ao fim da manhã do passado domingo, Diogo Freitas do Amaral deu ao DN a sua primeira grande entrevista na qualidade de ministro de Estado, falando mais de política nacional do que de política externa. Mas foram os Negócios Estrangeiros que "emolduraram" a conversa de pouco menos de uma hora, que começou atrasada porque o ministro estava reunido com o seu homólogo de Cabo Verde e acabou pressionada pelo tempo, pois Freitas tinha que apanhar um avião daí a pouco.
Ao aceitar o convite para fazer parte do Governo de José Sócrates colocou definitivamente de parte a hipótese de poder ser candidato às próximas eleições presidenciais?
Eu acho que uma coisa não tem a ver com a outra. E que, portanto, o facto de ter aceite o convite para integrar o Governo não me impede a mim, como não impede nenhum outro membro do Governo, de eventualmente ser candidato a esse ou outros cargos electivos. Agora, não lhe posso adiantar mais nada sobre a questão presidencial, porque acho que não devo ser o único cidadão português a falar antes daqueles que se sabe que estão pessoalmente muito interessados em ser candidatos presidenciais. Quando esses ficam calados, acho que os outros têm o direito de também continuar calados.
Tem consciência que com essa resposta abre caminho a todas as especulações, nomeadamente a de poder daqui a um mês ou dois deixar o Governo para ser candidato presidencial.
Não abro nenhum caminho a nenhuma especulação, estou muito bem onde estou, estou a fazer uma coisa que gosto muito. Desde a última eleição presidencial, que foi a da reeleição de Jorge Sampaio, que eu decidi e tornei público que não faria nada para uma candidatura presidencial. Não fiz diligências, não fiz iniciativas, não publiquei autobiografias, não convoquei jornalistas para conversar sobre o assunto, não fiz contactos com independentes, não me reuni com antigos governadores civis, não fiz rigorosamente nada. Portanto, salvo o devido respeito, parece-me que é excesso de especulação estar sempre a pensar que eu tenho esse objectivo escondido, quando a verdade é que eu não faço rigorosamente nada para atingir o tal objectivo. Há outros que o fazem, mas eu não faço e isso quer dizer que não estou empenhado na corrida às presidenciais.
(Para ler a entrevista toda, clique aqui)

Um artigo de António Costa Pinto, no DN

"PORTUGAL HOJE"
Com Portugal, Hoje. O Medo de Existir, publicado no final do ano passado, o filósofo José Gil transformou-se numa referência do nosso Pensar Portugal durante este Inverno de todas as crises. Que melhor frase expressa a conjuntura dos últimos tempos do que esta? "Perdemos - estamos a perder uma oportunidade única. E o nosso frágil tecido económico esboroa-se dia após dia. Portugal arrisca-se a desaparecer"(p. 71).
A esta ameaça do "desaparecimento" de Portugal, tema recorrente das elites intelectuais portuguesas pelo menos desde o século XIX, junta-se talvez a mais dramática das análises que alguém pode fazer sobre uma sociedade a tentativa de encontrar no passado factores de bloqueamento a qualquer mudança. José Gil não deixa grande margem de manobra a actores sociais, políticos e económicos. As heranças culturais, que a longa duração do salazarismo consagrou, armadilham qualquer "inscrição" da mudança e impedem-nos de ser uma democracia moderna, como as outras. "Em Portugal nada se inscreve, quer dizer, nada acontece que marque o real, que o transforme e o abra. É o País por excelência da não inscrição" (p. 43).
José Gil apresenta um retrato pessimista da sociedade portuguesa que quadra como uma luva no senso comum de uma parte importante das elites. Retirando alguma das suas dimensões conjunturais (o santanismo já não é Governo), a obra filia-se numa tradição ensaística que estava arredada do campo universitário. O autor acha que se aproxima da História das "Mentalidades", mas diz que o campo é indefinido. Ensaísmo, no melhor sentido da palavra, parece-me mais apropriado para caracterizar a obra e aqui começam os problemas. A grande alavanca de identificação com este Portugal Hoje é a facilidade com que qualquer leitor adere a muitas das características que Gil apresenta dos "portugueses" e das "inércias" herdadas do passado "irresponsabilidade, medo que sobrevive a outras formas, falta de motivação para a acção, resistência ao cumprimento da lei, etc., etc." (p. 43). Mas o facilitismo discursivo que atravessa algumas partes do ensaio e a ausência de alternativas merecem crítica, até pelo respeito intelectual que tenho pelo autor.
A primeira crítica é a da quase total ausência da integração no ensaio da já extensa produção das chamadas "ciências sociais" sobre a mudança social e política de Portugal. Era possível ignorá-la 20 anos atrás, mas não hoje. Sabemos agora muito mais sobre o que mudou e não mudou na sociedade portuguesa. O que foi "inscrito" e "não inscrito". Quais a consequências de não ter sido decidido isto ou aquilo. O que é que as elites são e que pensam disto e daquilo, o que bloqueou o desenvolvimento e o que o abriu. Ora quase nada deste património é integrado neste pessimismo culturalista de Gil e os exemplos abundam os portugueses vivem ainda com "o medo" herdado do salazarismo, "que sobrevive com outras formas"; e é este medo "que impede a crítica". Quem é que lhe disse isso? Qualquer estudo de opinião não o confirma, antes pelo contrário. "Portugal conhece uma democracia com baixo grau de cidadania e de liberdade" (p. 41). Sem dúvida, sobretudo no primeiro caso, mas que factores é que a caracterizam, e explicam? Já sabemos muito mais do que Gil escreve e a mera constatação ajuda pouco.
A segunda é a ausência de relativismo comparativo na análise. A obsessão com Portugal fá-lo cair num estranho "nacionalismo analítico". Tudo é diferente em Portugal. Aqui até o falar é diferente. "Os portugueses não sabem falar uns com os outros, nem dialogar, nem debater, nem conversar", saltitam de um assunto para o outro e não sabem ouvir. E onde é que ouvem todos? Qual é a referência? Mais, menos, um bocadinho mais, um bocadinho menos? Sem comparação mergulhamos no absoluto.
A terceira crítica remete para a quase inexistência de autonomia das decisões que provocam uma "inscrição". No pessimismo de Gil não há lugar para variações. Ainda há poucos dias na sua crónica neste jornal, só para dar um exemplo, o eng. João Cravinho salientava um estudo que correlacionava alfabetização no século XIX com o sucesso económico no seguinte. Um tema clássico da nossa História Contemporânea porque é que o nosso liberalismo nos fez chegar a 1900 com 80% de analfabetos e que impacto essa decisão teve?
Um conhecido politólogo norte-americano, Robert Putman, escreveu um livro fascinante, onde tentava responder ao clássico problema da profunda divergência económica Norte-Sul em Itália. O seu ponto de partida foi a regionalização aprofundada em 1970. Porque é que com os mesmos fundos as municipalidades do Sul continuaram mal e as do Centro Norte bem. Putnam recua alguns séculos para explorar a hipótese segundo a qual o Centro Norte, por razões que não cabe aqui explicar, já tinha no século XVI uma rica sociedade civil e um grande capital social, e isso não se cria em 20 anos com fundos estruturais.
Aqui a História condiciona para bem e para mal, mas para Gil ela é uma canga que não dá margem a mudança. Ainda que muito do diagnóstico de José Gil seja fascinante, o método parece-me representar um recuo preocupante para um ensaísmo sem ancoragem analítica no que de melhor tem sido escrito sobre a sociedade portuguesa.

terça-feira, 19 de julho de 2005

Descobertas de férias

Posted by Picasa Livro do Dr. Vasco de Campos
O João Semana da Serra do Açor As férias, para além de tudo o que nos oferecem, ainda nos podem levar à descoberta de curiosidades. Tenho por hábito descobrir gente que escreve e outros artistas não tão conhecidos como mereciam. Longe dos grandes centros e das tertúlias culturais, quantos escritores, por exemplo, não chegam aos escaparates das livrarias e às apostas das grandes editoras. Mas nem por isso deixam de mostrar as suas artes, que são reflexos de vidas plenas entre o povo anónimo que servem ou serviram. Na Serra do Açor, que atravessei em dia de férias, como já assinalei, encontrei um escritor desses, que se mantém na memória das gentes a quem se deu, como médico, qual João Semana que Júlio Dinis tão bem cantou nas “Pupilas do Senhor Reitor”. É ele Vasco de Campos, natural da Ponte das Três Entradas, concelho de Oliveira do Hospital, onde viu a luz do dia em 2 de Julho de 1904. Faleceu na mesma freguesia no dia 17 de Julho de 1991, mas ficou sepultado na vila de Avô, onde trabalhou como médico municipal. Poeta sensível, Vasco de Campos também legou à literatura páginas bonitas das suas vivências como médico do povo perdido pelas serranias de Açor. Ao jeito de “Retalhos da vida dum médico” do também escritor Fernando Namora. Dele diz o antigo Presidente da Assembleia da República António de Almeida Santos, que “morre, com o Dr. Vasco de Campos, a mais perfeita incarnação do médico de família. (…) Ele foi o verdadeiro apóstolo do bem que se faz e não do bem que se prega. E do bem que se faz sem alarde e do sacrifício que se aceita, sem queixume, antes com alegria. Nessa medida, imagino-o, por entre as dores com que a sorte tão duramente o puniu, um homem em paz consigo.” E a terminar o seu depoimento sobre o médico da Serra do Açor, Almeida Santos conclui deste modo: “São homens destes que justificam a esperança no futuro do Homem. Semeemos a sua memória nos nossos corações e confiemos numa boa colheita de bondade.” Fernando Martins Um poema de Vasco de Campos SERRA! A minha despedida Serra do meu destino, Por onde andei Entre urzes em flor E giestais doirados! Altar alpestre Onde rezei A via-sacra Dos meus cuidados! Ínvios caminhos Que percorri Em missão de amor; Cireneu do povo, Estranho sonhador! Moléstias que curei… Dores que aliviei… Lágrimas que evitei… Eis o penhor Que irei depor Aos pés de Cristo, Pedindo perdão Por Lhe dar só isto!

Enciclopédia sobre Fátima

Posted by Picasa Santuário de Fátima Antes da celebração dos 90 anos das aparições
Antes da celebração dos 90 anos das aparições de Fátima (em 2007) será editada uma enciclopédia sobre Fátima. Em declarações à Agência ECCLESIA, D. Carlos Azevedo, bispo auxiliar de Lisboa e um dos directores da obra, referiu que a publicação já está em “elaboração há alguns meses” e “terá cerca de 100 entradas sobre o tema central”. A enciclopédia terá, também, como director o Pe. Luciano Cristino, que abordará vários áreas: lugares, personagens, arquitectura, pintura....
Editada pela «Principia» e com cerca de 500 páginas, a enciclopédia contará com a colaboração de algumas dezenas de especialistas: D. José Policarpo, Manuela de Carvalho, Luciano Guerra, Paulo Fontes, Peter Stiwell etc.
Ainda no âmbito das publicações, o quinto volume sobre a Documentação Crítica de Fátima sairá durante o presente ano. Este volume incluirá a documentação do período de 5 de Agosto de 1920 (entrada do bispo D. José Alves Correia da Silva na diocese de Leiria) a 3 de Maio de 1922 (início do processo canónico diocesano sobre os acontecimentos de Fátima).

Um artigo de Francisco Sarsfiel Cabral

Insustentável
Antes e depois de terem ganho as eleições, os socialistas multiplicaram-se em declarações salientando a importância da economia e o mero carácter instrumental do problema do défice das contas públicas. Após as primeiras medidas de contenção orçamental, decorrentes da "surpresa" do relatório Constâncio, surgiu o anúncio de grandes investimentos, para animar a malta. Ora a economia está de novo em foco, não por causa da Ota ou do TGV (que não parecem suscitar grande entusiasmo, pelo contrário), mas pelos piores motivos o Banco de Portugal traçou na semana passada um quadro negro da economia portuguesa.
Não são apenas as revisões em baixa do crescimento económico. Crescimento que se aproxima do zero, depois da recessão e da falhada retoma. O pior está na incapacidade para produzir e competir. As exportações de bens perderam 4% de quota de mercado em 2004. O consumo das famílias aumentou muito no primeiro semestre do ano passado, descendo a poupança. Mas a produção interna não respondeu. Resultado subida em flecha das importações. Depois o consumo esmoreceu e economia estagnou.
Entretanto, o rendimento disponível dos portugueses lá vai subindo alguma coisa, apesar de ter abrandado o crescimento dos salários. As transferências do Estado (pensões, subsídios de desemprego, comparticipações em medicamentos, etc.) já representam 28% desse rendimento (nada menos de 46% das despesas públicas são transferências). E depois há o endividamento, que, com o actual juro baixo, tem permitido muitos gastos. Quando os juros subirem será um aperto. E se a produção nacional não for capaz de se tornar competitiva, será o empobrecimento gradual. O nosso nível de vida é insustentável sem um grande salto na produtividade. Para já, não se avista qualquer luz no fundo do túnel.

Um artigo de António Rego

A sopa de pedra mal misturada
A Europa precisa voltar ao sofá e recapitular as histórias mágicas da sua infância. Sem saltos nem subterfúgios. Reconhecendo o que de glória e grandeza compôs a sua história, bem como o que marcou ao rubro os seus maiores erros. Foi uma civilização, uma cultura, uma fé, uma viagem de irradiação para o resto do planeta que alterou a configuração da terra. E um choque, quase sempre saudável, com culturas e expressões de fé que levaram ao mundo o melhor que era e tinha, e recebia uma espécie de retorno híbrido das ideias e factos mais marcantes do planeta. Oriente e Ocidente por ela se cruzaram. Sul e Norte daqui partiram e aqui reaportaram. Duas guerras no século XX puseram o mundo inteiro à bulha com os mais vergonhosos holocaustos de que há memória.
É o despertar desta letargia pós - traumática que inspira os maiores esforços de união na Europa, ainda que em princípio se tenha parecido mais com um acordo de mercado. Mas não se tratou apenas duma pura parceria económica. Foi talvez mais um rebate de consciência perante os destroços difíceis de juntar e reciclar num Continente velho, rico e complexo, cruzado com todo o mundo e com contratos assinados com meio mundo para a “construção civil” que se tornava imperiosa.
Os “trolhas” vieram, instalaram-se, primeiro em pocilgas periféricas, depois comparam casas, tiveram filhos e são hoje cidadãos de pleno direito. Tudo certo. Pura justiça, elementar direito. Só que o emigrante nunca esquece a sua terra, a sua cultura e o xadrez em que joga os seus valores. Torna-se, por vezes, um híbrido nem sempre do melhor que os pólos do longe e do perto, passado e do presente, facultam.
Os atentados de Londres não estão longe desta história. Não pertencem apenas a um longínquo vago. Podem ter eclodido a partir duma sopa de pedra mal misturada onde o melhor de cada história e cultura foi deitado fora. Quem atira a primeira ?

segunda-feira, 18 de julho de 2005

CÁRITAS DIOCESANA DE AVEIRO PROMOVE COMUNIDADE CIGANA

Posted by Picasa Diácono José Alves NOVAS SENDAS abrem novos horizontes
"NOVAS SENDAS" é um projecto dinamizado pelas Cáritas Diocesana de Aveiro e destinado à promoção das comunidades ciganas dos três Bairros do lugar de Ervideiros, às portas da cidade. Insere-se no Programa Operacional de Emprego, Formação e Desenvolvimento Social e propõe-se "ir ao encontro das populações locais em situação de dificuldades e de exclusão social", garantiu ao SOLIDARIEDADE o diácono permanente José Alves, presidente da Cáritas Diocesana.
(Para ler toda a entrevista, clique SOLIDARIEDADE)

Nas férias, dê espaço a Deus

As férias, de ricos e de pobres, não podem ser apenas diversão e descanso
As férias, de ricos e de pobres, não podem ser apenas diversão e descanso. Nem só cultura, com leituras, música, convívio com a natureza e conversas com amigos e familiares. O encontro com Deus também pode e deve ser uma opção para os crentes e até para os indiferentes e não crentes que ainda não desistiram de O descobrir. A pastoral de férias, dinamizada pelo Bispo de Aveiro nas praias e termas da área diocesana, pode ser uma excelente oportunidade para sentir Deus e para com Ele se dialogar, com mais serenidade, no sentido de O associar à vida. D. António Marcelino, que há muitos anos vai até junto dos veraneantes, sejam eles seus diocesanos ou de outras dioceses, sabe e sente, decerto, que há sempre alguém disposto a ouvi-lo e a conversar com ele, precisamente em tempo de férias, altura em que, se todos quiserem, há horas para tudo. Também para Deus. F.M.
D. António Marcelino Bispo de Aveiro anima
pastoral de Verão O Bispo de Aveiro, D. António Marcelino, vai animar, no mês de Agosto, à semelhança dos anos anteriores, a pastoral de Verão, nas praias e termas da área diocesana. O tema a desenvolver neste Ano da Eucaristia será, naturalmente, “Depois da Eucaristia, o que se espera do cristão que nela participou?”. Valores que comporta, atitudes que inspira e propósitos que suscita também serão motivo de reflexão e de diálogo com D. António Marcelino, esperando-se a participação de muitos veraneantes e residentes, nos dias indicados a seguir: TORREIRA - Celebração da Eucaristia: 6 e 7 de Agosto - Encontro de reflexão: 10 de Agosto S. JACINTO - Celebração da Eucaristia: 7 de Agosto PRAIAS DA BARRA E COSTA NOVA - Celebração da Eucaristia: 13 e 14 de Agosto - Encontro de reflexão: Praia da Barra, 17 de Agosto; Costa Nova, 18 de Agosto TERMAS DA CURIA (Junta de Turismo) - Encontro de reflexão: 11 de Agosto e 25 de Agosto PRAIA DA VAGUEIRA
- Celebração da Eucaristia: Igreja da Boa Hora, 20 de Agosto, 19 horas - Encontro de reflexão: Praia, 24 de Agosto NB: As celebrações são às horas habituais; os encontros são às 21.30 horas.

UNIDOS PELA EUROPA

Precisamos de uma Europa preparada para o futuro
“Por estes dias terão já começado as férias de Verão em muitos países. Muitos de nós desfrutamos as belezas da nossa Europa, sem controlos fronteiriços e, em muitos casos, sem sequer ter de trocar divisas. Não será esta porventura uma ocasião prática para avaliarmos como todos podemos beneficiar com a União Europeia? Eis uma coisa a que não queremos, seguramente, renunciar. Temos de aproveitar a oportunidade que nos oferece esta Europa comum e unida, para assumir as nossas responsabilidades para com as gerações vindouras.” Os Presidentes de Portugal, Jorge Sampaio; da Alemanha, Horst Köhler; da Áustria, Heinz Fischer; da Finlândia, Tarja Halonen; da Itália, Carlo Azeglio Ciampi; da Letónia, Vaira Vike-Freiberga; e da Polónia, Aleksander Kwasniewski subscreveram, em conjunto, de forma inédita, um texto sobre a União Europeia, que foi publicado nos respectivos países. Os Presidentes reconheceram que a maioria apoia o projecto europeu, mas “está descontente com a forma como este se tem vindo a desenvolver”, sentindo-se “excluída não só das decisões mais relevantes para o seu futuro, como das que têm incidência directa no seu dia-a-dia”. Dizem que os principais assuntos europeus “não são suficientemente debatidos antes de as decisões serem tomadas”, enquanto denunciam que “os altos níveis de desemprego e o fraco crescimento económico levam a que muitos cidadãos estejam preocupados com o seu futuro”. Reclamam que a nossa prioridade deve ser “a de melhorar a confiança nas políticas europeias”, assegurando que “são claros para todos os cidadãos os benefícios que a integração encerra, o funcionamento da União Europeia, as suas realizações, o rumo que segue e a sua razão de ser”. O texto conjunto lembra os momentos difíceis que a Europa atravessa, mas assegura que “não há nenhum motivo para duvidar da bondade do projecto europeu”. Por isso, sublinha que a “União Europeia trouxe aos Estados e aos povos que congrega: uma crescente prosperidade e uma força económica que permitem influenciar a globalização, mas também a liberdade, variadíssimos direitos e, acima de tudo, a segurança, longe da guerra e da opressão”. Depois de referirem que a União Europeia é mais do que uma zona de comércio livre, os Presidentes frisam que chegou o momento de ponderar serenamente sobre a forma de dar rumo ao navio europeu, pelo que precisamos: - de uma União Europeia mais democrática, mais transparente e mais eficiente, não só no nosso próprio interesse, mas também para afirmarmos o nosso lugar na globalização; - de mecanismos que promovam a participação dos cidadãos no projecto europeu, associando-os à sua concretização e aos seus progressos; por conseguinte, devemos reflectir sobre a forma de possibilitar aos cidadãos europeus exprimirem-se em conjunto sobre as questões europeias; - de uma cooperação mais estreita em matérias de segurança e do combate ao terrorismo, como os recentes ataques terroristas vieram demonstrar uma vez mais; - de uma maior disponibilidade para fazer concessões e de nos mostrarmos mais solidários. Aqui reside a pedra angular do projecto europeu, que, também ela, interessa a cada um dos Estados-membros; - de uma Europa preparada para o futuro, através do investimento no que faz a força da Europa: inovação, comunicação, educação e investigação. Há que examinar as nossas contribuições para Bruxelas e a forma como são gastas. É necessário – e consegui-lo-emos – obter um acordo atempado nesta matéria. Aproveitemos o período de reflexão e não percamos a coragem, dando ao invés provas de tenacidade e de engenho. Fernando Martins

Um livro de Maria de Lourdes Pintasilgo

“PALAVRAS DADAS” Não tenho por hábito falar ou escrever sobre livros (ou do que quer que seja) que não conheço. Porém, não resisto à necessidade que sinto de escrever sobre uma MULHER (com letras maiúsculas, como se vê) que muito admirei: Maria de Lourdes Pintasilgo. Hoje e só porque foi lançado um livro, “PALAVRAS DADAS”, que inclui textos por si escritos antes da sua morte.
A obra foi apresentada em Lisboa, como revela António Marujo, no “PÚBLICO”, e merece, decerto, ser lida por toda a gente que cultiva e vive o gosto pela justiça, pela solidariedade e por uma nova ordem social, que ela tanto proclamou e defendeu, ao longo da sua vida, quer entre nós, quer em grandes organizações internacionais, que liderou ou nelas se empenhou vivamente. “PALAVRAS DADAS” é, no fundo, um conjunto de temas diversos, nomeadamente: ética, religião e teologia; problemas sociais, económicos e políticos; engenharia, música ou poesia, “lutas, conseguimentos e inquietudes”; países visitados e revelações históricas contemporâneas. No dizer de Rui Vilar, presidente da Fundação Gulbenkian, que apresentou a obra, “PALAVRAS DADAS” mostra o “desassombro da franqueza” de Maria de Lourdes Pintasilgo. Mas ainda sublinhou que a antiga primeiro-ministro de Portugal soube “viver este tempo de mudanças rápidas e profundas”, conciliando “energia e lucidez perante a pressão das escolhas”, e antecipando “novos caminhos e novas alternativas para os problemas que persistem”, pôde ler-se no “PÚBLICO” de sexta-feira. Fernando Martins

Quem marca a agenda dos media?

Quem marca a agenda dos jornais, rádios e televisões? Por que é que as notícias são tão semelhantes em todos os media? E o que explica que as mesmas notícias sejam tantas vezes repetidas em diversos espaços informativos, nos mesmos canais de televisão? Por que é que o jornalismo de investigação quase desapareceu das redacções? Este é o tema central do próximo CJ na TV, a transmitir 2.ª feira, dia 18, às 23 e 30, com repetição na 5.ª feira, dia 21, às 15 horas. O debate, moderado por Estrela Serrano, conta com a presença do jornalista e investigador Dinis Alves, do editor da RTP Fernando Barata e do editor do "Jornal de Notícias" Paulo Martins. Em depoimentos gravados juntam-se ao debate, Ricardo Costa, director de Informação da SIC Notícias, e António Pratas, chefe de Redacção da TVI. Marcar a agenda dos media constitui, nas sociedades mediatizadas dos nossos dias, uma forma de poder, porque se os media não nos dizem como pensar dizem-nos, pelo menos, sobre o que pensar. Com base em casos concretos, de notícias tratadas por jornais nacionais e regionais, retomadas depois pelas televisões, por vezes sem menção da fonte, são discutidos os critérios que orientam as escolhas dos jornalistas sobre o que é notícia. O funcionamento das redacções, as rotinas na produção de notícias, constrangimentos de tempo, redução de custos, mobilidade das audiências são algumas das razões apresentadas como podendo explicar os mimetismos verificados nas agendas dos media. Opiniões de jornalistas de televisão sobre esses mimetismos e sobre a maneira como vêem o seu trabalho, as críticas que recebem, a sua origem e a atenção que lhes dedicam, a capacidade de iniciativa no tratamento de temas e o papel das chefias, são outros aspectos do problema, analisados no debate.

sexta-feira, 15 de julho de 2005

FOTOS DE FÉRIAS - 11

Museu do Piódão: Gerador eléctrico 

Gerador movido a vento 

No Museu do Piódão, pode ser apreciado um gerador para produção de energia eléctrica, movido pela força do vento. Foi um antepassado das modernas torres eólicas, que já se vêem pela Serra do Açor e por muitas outras. Diz-se que servia no Piódão para alimentar as poucas telefonias que existiam na aldeia.

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Posted by Picasa Piódão: Igreja Matriz Igreja dedicada a Nossa Senhora da Conceição
A igreja matriz, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, ostenta uma fachada principal muito original, com quatro torres, encimadas por cones, que lhe emprestam uma beleza rara. Com senão, o facto de não ser visível o material da região, o xisto, bem patente nas demais construções da aldeia.

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Piódão: Casa imponente com vários pisos


Casas imponentes

O casario de Piódão não se limita a casas simples. Por aqui e por ali há casas imponentes de vários pisos, que indiciam uma classe mais abastada da aldeia.

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Posted by Picasa Piódão: casas dispersas Casas dispersas
Para além do aglomerado, há casas um pouco dispersas que mantêm a mesma originalidade. A aldeia não se limita ao aglomerado histórico.

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Posted by Picasa Piódão: rua estreita Rua estreita
As ruas, por onde o visitante pode e deve circular, são estreitas e empedradas. Onde é possível, a vegetação consegue nascer e viver no meio das pedras.

Núcleo Museológico do Piódão

Posted by Picasa Um aspecto do museu As raízes de um povo entroncam
na sua memória colectiva Fazer turismo, para mim, é passar obrigatoriamente, com olhos de ver e ouvidos para ouvir, pelos museus, é visitar e apreciar monumentos, é conhecer a história das povoações, é indagar das suas raízes. No Piódão, não podia deixar de visitar o Núcleo Museológico e de contemplar todo o seu acervo, como quem saboreia delicioso petisco. “As raízes de um povo entroncam na sua memória colectiva”, lê-se no desdobrável promocional do Núcleo Museológico, e é verdade. Quem não entender isto não vai longe no seu amor à terra em que nasceu. Mas o povo de Piódão sabe que, para construir o seu presente e o seu futuro, não pode prescindir do seu passado colectivo. E para mostrar a importância desse passado, tem o seu Museu, que a Câmara Municipal de Arganil ajudou e ajuda a manter, com todo o rigor etnográfico. O Núcleo Museológico fica logo à entrada da povoação, no Largo Cónego Manuel Fernandes Nogueira, que foi pároco e em Piódão fundou um colégio, que funcionou entre 1886 e 1906. Este colégio, que muitos consideram ter sido também um Seminário, foi um grande centro cultural que serviu toda a região. O espaço museológico está organizado em três núcleos temáticos: “ Olhar dos Outros”, isto é, o modo como os artistas (pintores, escritores, escultores, entre outros) sentiram e sentem estas terras e estas gentes, a serra e os seus recantos; “Uma História cheia de Estórias”, onde mouros e bandidos, médicos e mestres barbeiros, ali são recordados; e “Vida Quotidiana (A casa e a terra)”, com as tradições, os usos e costumes e o modo de vida das pessoas, como testemunho de tempos distantes e … também não muito distantes. No mesmo desdobrável, leio que “uma cultura só permanece viva enquanto houver um conjunto significativo de actos, objectos e histórias reconhecíveis por todos como pertencendo a um legado comum. Esta herança identitária (…) é a base da coesão comunitária, o cimento sobre o qual se podem, com segurança, erguer os alicerces que estão para vir”. Concordo. Fernando Martins Dois registos, patentes no Museu: Piódão, 7 de Abril de 1991 “Com o protesto do corpo doente pelos safanões tormentosos da longa caminhada, vim aqui despedir-me do Portugal primevo. Já o fiz das outras imagens da sua configuração adulta. Faltava-me esta do ovo embrionário” Miguel Torga, in Diário XVI
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E agora Que o frio Deixou vazio Todo o espaço… O traço do tempo Que vejo e vedes Fica mais claro Por detrás destas paredes Agora Deuses da montanha Adormecidos Sem lamentos Dizei-nos da vossa luz Soprai-nos dos vossos ventos Hélio Gomes (Poeta e escultor)

PIÓDÃO: Aldeia Histórica que merece uma visita

Aspecto da aldeia

Passagem obrigatória 
para turista que preza a cultura

De Arganil, rumei a Piódão, uma Aldeia Histórica que é uma referência nacional. Foram 41 quilómetros, por estrada que serpenteia a Serra do Açor, do cimo da qual se pode apreciar um panorama único, pela verdura que o enche e pelos desfiladeiros que atemorizam o viajante mais destemido. Por aqui e por ali, casebres abandonados, de xisto, e, lá no alto, as torres que aproveitam a energia eólica. Nem vivalma pelo caminho. Apenas a serenidade e a beleza do ambiente, o ar puro que desentope os brônquios e a alma a sentir-se livre e a querer voar para chegar ao infinito. Depois, ao longe, ao virar de uma esquina serrana, meta à vista, com o casario da aldeia, como um bloco único de xisto.
Piódão é uma aldeia que não pode deixar de fazer parte de qualquer roteiro turístico para quem busca raízes ancestrais. A fundação do povoado data de 1676 e mantém, ainda hoje, as características da região, com uma fidelidade que impressiona. Povoamento concentrado de montanha, numa encosta e em ladeira, casas de xisto, ruas pedestres estreitas e tortuosas, regatos que escorrem por leito de pedra, flores e hortas em recantos aproveitados, tudo nos mostra o labor harmonioso de gente que através de séculos e séculos ali se fixou.
Hoje, Piódão tem apenas 60 moradores, seis dos quais são crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 4 anos. A Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico, que no presente ano lectivo teve um só aluno, filho do próprio professor, dali natural, vai encerrar. Mas a vida continua na aldeia, com gente que emigra e que volta, com gente que a visita, que o turismo, agora, é uma das principais fontes de receita.
Nesta aldeia histórica, servida por ligações rodoviárias, há alojamentos, cafés e restaurantes, onde ainda é possível apreciar o cabrito assado e a chanfana, tendo a tigelada, o pão-de-ló, as filhós e os coscoréis como boas sobremesas. O licor de mel e a aguardente de medronho, que dizem ser bons digestivos, e o mel, de produção regional e local, são excelentes.
Durante os percursos turísticos, feitos por ruas e ruelas, de empedrados irregulares, podemos apreciar, para além do casario que domina tudo, a Capela das Almas (1852), a Capela de São Pedro (1838), padroeiro da povoação, a Capela de São João (da primeira década do século XVII), e a Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, edifício setecentista, que foi reconstruída no século XIX, tendo como autor do projecto o Cónego Manuel Fernandes Nogueira. Junto à matriz há casas datadas de 1869.
Como curiosidade história, aponta-se o facto de Diogo Lopes Pacheco (estes apelidos ainda hoje existem na aldeia), conselheiro de D. Afonso IV e que contribuiu para o assassínio de D. Inês de Castro, se ter refugiado em Piódão. Também se diz que o célebre salteador e assassino João Brandão, que atacava de noite os povos da região, se escondia de dia em casa do pároco.
O Núcleo Museológico do Piódão, que merece um texto à parte, é lugar de passagem obrigatória para o turista que preza a cultura.

Fernando Martins