sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

D. Manuel Clemente reuniu-se com artistas e prometeu mais encontros


O bispo do Porto, D. Manuel Clemente, mostrou-se satisfeito pela resposta dos artistas da diocese ao convite que lhes enviou para um encontro no paço episcopal, realizado no último dia 16.
Em declarações à Agência Ecclesia, o prelado afirmou que a presença de várias dezenas de participantes «ultrapassou as expectativas», criando «uma base» para projetos futuros.
«Foi um encontro, não foi mais do que isso, mas isso já é muito, porque as pessoas tiveram oportunidade de dizer da sua justiça, das suas aspirações, o que é que almejam», referiu.
Para o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, a Igreja tem uma oferta «universal» que se define como «convocação, oportunidade de encontro», também no campo da arte.

Orlando de Oliveira, antigo Reitor do Liceu de Aveiro, vai ser recordado

Amanhã, sábado, 19 de Fevereiro,  terá lugar a Palestra Evocativa a Orlando de Oliveira pelas 21 horas, no auditório do Conservatório de Música de Aveiro.


Orlando de Oliveira


Promovida pelo Município de Aveiro e integrada no programa das comemorações do 50.º Aniversário do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, a palestra irá homenagear um dos grandes impulsionadores da criação do Conservatório de Música em Aveiro, Orlando de Oliveira. A sessão vai contar com as intervenções da Vereadora do Pelouro da Cultura, Maria da Luz Nolasco, da filha do evocado,Maria Filomena Vale Guimarães de Oliveira , representante do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, Henrique Neto, e da Universidade de Aveiro, Jorge Arroteia e irá incluir alguns momentos musicais por elementos do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian em Aveiro.

“Faina Maior: A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova”

Lançamento da 2.ª edição, amanhã, 16 horas,
no Museu Marítimo de Ílhavo




Amanhã, sábado, pelas 16 horas, no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo, vai ser lançada a 2.ª edição do livro “Faina Maior: A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova”, um trabalho do saudoso capitão Francisco Marques e de Ana Maria Lopes, conhecida especialista em temas relacionados com o mar e a ria.
Escusado será dizer que a 2.ª edição desta obra se reveste de indesmentível importância, tal é a força do seu «valor documental», como lembra Mário Ruivo no Prefácio. Diz ainda, este consagrado estudioso de assuntos marítimos, que o livro «constitui uma excelente fonte de referências para quem, no futuro, pretenda aprofundar o tema na diversidade dos seus aspectos técnicos, etnográficos e culturais do que foi uma importante actividade económica portuguesa».
O nosso povo, o povo deste concelho que tem o Mar por Tradição, só lucrará se conseguir preservar os seus valores, de que “Faina Maior: A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova” é um valioso repositório.

Fernando Martins

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Um almanaque de Manuel Olívio da Rocha


O meu assíduo colaborador Manuel, de seu nome completo Manuel Olívio da Rocha, publicou recentemente, em edição familiar, um livrinho com registos interessantes e algumas curiosidades. Trata-se de um trabalho que vem na sequência de muitos outros a que já nos habituou, intitulado “Almanaque do Centenário da Gafanha da Nazaré”.
O Manuel, como já disse, brinda-nos de vez em quando com livros que costuma editar, por conta própria, pelo Natal, e que dedica aos seus netos e netas, «para que descubram o valor e o sentido das origens». Bom princípio este de levar à prática a preocupação de alertar os descendentes para a importância de conhecerem, tanto quanto possível, as suas e nossas raízes.
É curioso que o Manuel, radicado no Porto desde há décadas, nunca perdeu o sentido de pertença a este povo e a esta terra que o viram nascer e onde bebeu o espírito familiar que o anima, como sempre animou.
Neste almanaque, que já li página a página, a minha memória voltou, como tantas vezes me acontece com outras leituras, aos tempos em que me iniciei no registo das recordações de quanto aqui, nesta terra de tantos contrastes, fui vivenciando ao sabor da maré, com datas e mais datas que são outros motivos para mais estudos e divulgações daquilo que nos identifica. Pena é que, de gente mais nova e com outras formações, não brotem novos estudos que nos enriqueçam.
As edições familiares do meu amigo Manuel, infelizmente, não são extensivas a toda a gente. Limitadas em número de exemplares, dirigem-se tão-só a membros da sua família e a alguns amigos mais íntimos. E é pena, porque não faltaria, assim creio, quem gostasse de as ler.
No preâmbulo, para além da dedicatória, o autor diz que «Este pequeno “almanaque” não pretende ser mais do que isso: uma publicação com calendário, registos de aniversários, algumas indicações úteis e alguma literatura (leitura amena: trechos literários, poesia, anedotas…). E conclui assim: «Que no final da leitura brilhe uma pequena centelha que nos ilumine o caminho a trilhar!»

Fernando Martins

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Padre Miguel vai ser operado, mas tudo vai correr bem

Padre Miguel


Chegou-me a notícia de que o nosso Padre Miguel Lencastre foi internado num hospital de São Paulo, Brasil, devendo ser operado em breve, provavelmente em 21 deste mês, a um aneurisma na aorta. Embora a intervenção seja delicada, até porque o Padre Miguel não é, fisicamente, um jovem, todos esperamos que a sua juventude de espírito, associada à competência médica de quem o trata, o ajude a superar mais este incómodo. Os schoenstattianos e os seus amigos, que são muitos, não deixarão de pedir ao Senhor Todo-Poderoso que o acompanhe nesta hora difícil.

CUFC: Apresentação de "Folhas - Letras & Outros Ofícios"

CUFC – Centro Universitário Fé e Cultura,
Campus Universitário Aveiro: 19 de Fevereiro, sábado, 17.30 horas




O Grupo Poético de Aveiro, no seu continuado propósito de desenvolver e manter o hábito de divulgar a poesia, realizando encontros poéticos com o público, seja por autores conhecidos ou consagrados, seja por autores menos conhecidos ou somente iniciados, no próximo dia 19 de Fevereiro de 2011, sábado, pelas 17.30 horas, no auditório do CUFC – Centro Universitário Fé e Cultura, situado na rua João Jacinto Magalhães, no Campus Universitário de Santiago, Aveiro, vai fazer a apresentação pública do número 13 da sua revista folhas – letras & outros ofícios.
A edição tem capa a cores, da autoria de Lúcia Seabra, e conta com a colaboração de quarenta e seis autores, ao longo de cento e vinte e cinco páginas de poesia e prosa, artigos de evocação, recensão e análise literária.
Pela palavra e pelo espírito se reconstrói e se refaz a memória corroída pelos interesses imediatos e grosseiros. Pela palavra a alma do poeta tece a silhueta ainda obscura do homem e semeia o devir inexorável. Amanhã será aquilo de que o poeta for capaz na sua arte. “O mais é nada.” - lê-se no texto de apresentação.
 

Parque de Campismo da Barra está a ser rearborizado

Parque de Campismo da Barra

O Parque de Campismo da Barra tem estado a ser renovado, tendo em conta  as exigências técnicas. Nesta segunda fase, foram plantadas 96 novas árvores (89 pinheiros mansos e sete medronheiros), tendo a seleção das espécies florestais respeitado as leis da boa adaptação às condições existentes, bem como o enquadramento paisagístico local.
Esta intervenção resulta do diagnóstico efetuado pelo Gabinete Técnico Florestal ao povoamento existente em 2008, motivado pelo aumento, ano após ano, de árvores mortas, que poderiam pôr em causa a segurança de pessoas e bens.

Fonte: CMI

Cronologia relacionada com o Porto de Aveiro - 1

Comecei a publicar hoje a cronologia relacionada com o Porto de Aveiro. Pode ver aqui.

Uma tentação frequente de quem governa é pensar que não precisa de conhecer a história



Diplomatas e profetas 
que transmitem mensagens úteis

António Marcelino

Como braço longo dos governos os diplomatas são sempre informadores prontos e cuidadosos, de tudo quanto pode interessar ao país que representam. Este é um modo de o servir. Nem todas as informações são secretas. Por vezes, não se trata senão da informação de acontecimentos que têm a ver com todos, e que cada governo acolhe, consoante a sua fonte e o seu alcance e interesse. Os discursos que são proferidos no momento da aceitação das credenciais de um novo embaixador são mensagens para o país representado, mais do para os diplomatas que começam funções. O mesmo se diga, quando, em momentos solenes, um chefe de Estado recebe todos os embaixadores e lhes dirige uma mensagem adequada, pensada e actual, que não é apenas um discurso de cumprimentos ou de circunstância.

Misericórdia de Ílhavo precisa de voluntários


Doente acamada

Na secretaria da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, estão abertas as inscrições para Voluntários na sua Unidade de Cuidados Continuados Integrados. Os candidatos têm de ter mais de 18 anos e precisam de ser emocionalmente saudáveis. Depois das inscrições, haverá uma reunião com todos os candidatos, seguindo-se entrevistas individuais e acções de formação, para que os voluntários possam exercer funções, de acordo com as necessidades dos internados na Unidade de Cuidados Continuados.

Admiro os irreverentes...


A Paciência

José Tolentino Mendonça

Para ser sincero, há momentos em que a minha admiração converge toda para a impaciência. Por alguma razão, a mim misteriosa, nunca me pareceu um peso lidar com os impacientes (fossem os outros ou eu próprio). Facilmente se ativa o meu humor perante alguém que ferve em menos água do que aquela que tem um oceano. E, da mesma maneira que me comove a reverência verdadeira, admiro os irreverentes, aprendo com os que se empenham em contrariar indefinidas esperas, agradeço aos que sacodem a estabilidade preguiçosa dos nossos tiques, procuro balançar os motivos dos que dizem “não estou para isso”.

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Perseguições religiosas

Num mundo civilizado como o nosso, ainda persistem as perseguições religiosas, um pouco por toda a parte. São, obviamente, de condenar, porque o direito à liberdade religiosa, como a outras liberdades, é um direito sagrado. Como cristão e católico sempre condenei as perseguições religiosas e jamais esquecerei como se perseguiram, atacaram e até ostracizaram cristãos protestantes em terras de gente pacata. Os tempos eram outros, mas nunca seriam de admitir gestos menos próprios para com os nossos irmãos protestantes.
Ultimamente têm-se registado, sobretudo em comunidades onde pululam fundamentalistas hindus e islâmicos, ataques execrandos a cristãos de várias denominações. De condenar, necessariamente. Mas o  Conselho dos Negócios Estrangeiros da União Europeia não entendeu assim, ao  chumbar uma  declaração que condenava as perseguições religiosas. E se soubermos que o veto à declaração comum partiu de cinco Estados-membros, incluindo Portugal, mais perplexos teremos de ficar. Quem poderá entender isto? Ver  aqui.

Multiplicam-se as situações de isolamento humano


Morrer é só não ser visto

José Tolentino Mendonça

«Num número que ninguém ainda consegue bem quantificar, mas que os poucos indicadores dão como preocupante e crescente, multiplicam-se as situações de isolamento humano, sobretudo na terceira idade»

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Simpósio Nacional de Artes e Ofícios



 A FPAO – Federação Portuguesa de Artes e Ofícios organizou o Simpósio Nacional de Artes e Ofícios, que terá lugar no próximo dia 18 de Fevereiro, pelas 9 horas, no Parque de Exposições de Aveiro. Pretende-se com esta iniciativa  propor novas estratégias que visem a consolidação das Artes e Ofícios, não apenas como sector económico, mas sobretudo como elemento integrante da cultura e do património Português.

Ver programa aqui.

Porto de Aveiro: algumas notas históricas

Painel de Zé Augusto: Ferrovia (pormenor)

O Porto de Aveiro
nasce com a abertura da Barra, em 3 de Abril de 1808

A natureza encarregou-se de nos dar uma ajuda, com as areias que foi depositando entre Ovar e Mira, dando lugar a povoações que de gente se foram enchendo. E porque a restinga não nasceu com dedo de engenheiro nem trabalho de homem, foi preciso abrir uma passagem para os navios entrarem e poderem descansar. O Porto de Aveiro nasceu a partir daí. E aí está.

De «um simples regueirão — como disse o ministro Mário Lino, em “Porto de Aveiro: Entre a Terra e o Mar”, de Inês Amorim — consolidou-se a BARRA. As maiúsculas significam, aqui, o denodo de todos os que, ao longo de mais de dois séculos, souberam vencer as forças da natureza, impondo a férrea determinação humana aos ventos que impeliam ao fechamento.»

A barra e o porto mostram a sua importância estratégica, ao permitir a entrada de trinta e oito navios, em 13 de Maio de 1809, protegidos pelo brigue de guerra “Port Mahon”, que transportavam alimentos e forragens para o Exército Inglês que operava na zona e se dirigia para o Porto, como se lê em “Aveiro 2009 — Recordando Efemérides”, de João Gonçalves Gaspar.

Porto de Pesca Costeira


E acrescenta: «Logo depois, foi em reforço das tropas anglo-lusas em luta já em avanço vitorioso, acossando definitivamente para o norte, os invasores franceses. De facto, começara-se a notar a extrema importância da Barra Nova, que veio pôr termo a longas e frequentes tragédias em Aveiro e região.»

Depois da abertura, consolidadas as forças que impediam o fechamento, assistimos ao nascimento do nosso porto. Assistimos ao seu crescimento com novas valências, percebemos a projecção que se perspectivava, admirámos o aproveitamento de novas tecnologias portuárias. E agora, com ligação ferroviária ao centro da Europa, acreditamos que temos um porto com alicerces e estruturas para ser digno do passado, num mundo em mudança e cada vez mais competitivo e exigente.

Idosos Isolados


O Diário de Notícias online de  hoje garante: «Muitas câmaras municipais têm dispositivos que apoiam idosos isolados e alguns registam casos de sucesso. Ontem foram registados mais dois casos de mortes solitárias.» Há males que podem provocar o bem. Ainda bem.

Centro Cultural de Ílhavo: “A Casa”, de Aldara Bizarro

SEXTA, 18,  às 22 horas

A Casa é um espectáculo de dança que gira em torno da casa ideal de cada um. Co-produzido pelo Centro Cultural de Ílhavo, este projecto iniciou em Novembro de 2010, quando foram entrevistados vários habitantes de Ílhavo. Alicerçada no conjunto de entrevistas recolhidas e filmadas em vídeo em todas as localidades, incluindo Ílhavo, a Casa é assim construída a partir de um projecto elaborado com a arquitectura das vontades das muitas pessoas entrevistadas.
A Casa convida-nos a entrar no espaço da memória, da construção e do desejo, transportando-nos simultaneamente para os lotes de terreno da utopia.
É com base na riqueza de respostas que foi construído o património desta casa. Ela tem um pouco das pessoas que encontrámos em cada uma das localidades onde estivemos e onde voltaremos, para devolver o que nos foi dado.

Quinta, 17, Sessão dedicada exclusivamente às Escolas do Município de Ílhavo, mediante marcação prévia. (entrada gratuita)

Fonte: Centro Cultural de Ílhavo

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Para os namorados: Um poema de Sophia



APOLO MUSAGETA

Eras o primeiro dia inteiro e puro
Banhando os horizontes de louvor.

Eras o espírito a falar em cada linha
Eras a madrugada em flor
Entre a brisa marinha.
Eras uma vela bebendo o vento dos espaços
Eras o gesto luminoso de dois braços
Abertos sem limite.
Eras a pureza e a força do mar
Eras o conhecimento pelo amor.

Sonho e presença
de uma vida florindo
Possuída suspensa.

Eras a medida suprema, o cânon eterno
Erguido puro, perfeito e harmonioso
No coração da vida e para além da vida
No coração dos ritmos secretos.

Sophia de Mello Breyner Andresen

Rosas para os namorados


Rosas para os namorados. Sobretudo, para os que cultivam, no dia-a-dia, a capacidade de namorar, a capacidade de ser totalmente para o outro: o seu namorado, a sua namorada! Felicidades para este dia e para os dias que vierem a seguir!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Mais idosos mortos guardados pela solidão

Depois do caso da idosa encontrada em sua casa com sinais de ter falecido há nove anos, a lista de mortes  semelhantes começa a engrossar. Hoje foram conhecidos mais três. Sabe-se também que, em Portugal, há meio milhão de idosos, com mais de 65 anos, que vivem sozinhos. Temos, realmente, de começar a olhar para os vizinhos do lado, sobretudo para os que vivem em solidão. Ver aqui. e aqui.
Importa  olhar com olhos de ver e coração aberto para mais uma dramática realidade, que é o fruto de uma esperança de vida cada vez maior, que é um bem, mas que não deixa de nos inquietar a todos. A sociedade está mais envelhecida, gerando milhares e milhares de pessoas na solidão. Os mais novos terão os seus problemas, profissionais e familiares, e os velhos começam a ficar sem espaço entre os seus descendentes. Lares, Centros de Dia, Centros de Noite? Visitas diárias, programadas, a quem vive sozinho? Entreajuda entre vizinhos? De tudo um pouco? Criatividade é precisa!

FM


PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

(Clicar para ampliar)

Um livro de Orlando Figueiredo: “os pássaros habitam a casa”



Orlando Figueiredo lançou, recentemente, mais um livro de poemas, com o título “os pássaros habitam a casa”, sendo a edição de El Taller del Poeta S.L. de Fernando Luis Pérez Poza. Trata-se de uma edição bilingue (português e castelhano), que traduz, de certo modo, as relações de amizade entre o autor e o editor.
Os pássaros que habitam a casa, no dizer do poeta, são palavras e pessoas que moram em si próprio, situando-se na posição de espera para brotarem sobre a forma de sonho e de poesia.

 «instalam-se
povoam-me
fazem os ninhos
no meu coração
no meu cérebro»

Orlando Jorge Figueiredo é da Gafanha da Nazaré, onde nasceu a 30 de novembro de 1957. É um dos fundadores do Grupo Poético de Aveiro, uma associação cultural que organiza recitais, divulgando poetas e poemas. Publicou “Esta rua é uma rua feliz” e “Guardador de sonhos”, participando em numerosos encontros de intercâmbio cultural em Portugal e Espanha. Tem poesia dispersa por várias revistas e antologias.
 
«iremos pelo mar adentro

iremos pelo mar adentro
o céu como testemunha
leremos poemas
como pescadores de poetas
são raros os poemas
são raros os peixes

voltemos ao mar
envoltos na névoa do tempo

teu olhar
cúmplice
sorrindo
no espelho
dos meus olhos

as gaivotas repetem
os nossos poemas de amor»

Assisti em Aveiro, no CETA (Círculo Experimental de Teatro de Aveiro), ao lançamento deste livro do nosso conterrâneo e amigo, na esperança de que a sua poesia venha a ser mais conhecida e apreciada na terra que o viu nascer. Aqui deixo este desejo, enquanto formulo votos dos maiores êxitos literários e pessoais ao Orlando Figueiredo.

FM

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 223


DE BICICLETA ... ADMIRANDO A PAISAGEM - 6



A DRAISIANA
   
Caríssima/o:

Continuemos a acompanhar a “evolução” da bicicleta...
 Foram precisas mais duas décadas e, em 1816,  um barão alemão, Karl Friedrick Christian Ludwig Von Drais, com posses, desenvolveu a brincadeira. Desta vez o brinquedo recebeu um nome que lembra o seu criador.
Drais (1785 - 1851), inspector florestal e inventor nas horas vagas, foi o primeiro a construir um biciclo dirigível. A “draisiana” tinha evoluído, com a adaptação de um guiador ao celerífero, e já podia fazer curvas e travar precariamente, mas ainda era impulsionada com os pés; passou a  contar com alguns acessórios, como eixos melhorados e assento, proporcionando maior conforto e velocidade.
A 5 de abril de 1818, o barão Drais apresentou o seu invento no Parque de Luxemburgo, em Paris. Von Drais usou-a para percorrer o trajecto entre Beaun e Dijon, na França, à velocidade média de 15 km/h, primeiro "recorde ciclístico". 
A primeira corrida de draisianas aconteceu em 1819, tendo como vencedor um alemão de nome Semmler, que fez  o percurso de 10 km em 31m e 30s...
Este conceito foi observado pelo inglês Denis Johnson, que colocou em fabricação a nova ideia... O mesmo projecto teve o nome de Hobby-horse na Inglaterra... Era uma modificação mais refinada, com selim ajustável e suporte para guiar e empurrar o veículo... Para travar, os condutores arrastavam os pés no chão, diminuindo assim a velocidade... Perdurou de 1817 até 1819, caindo no ostracismo mas deixou a base para os desenvolvimentos necessários aos outros veículos...
Em 1820,  Von Drais adaptou a draisiana para as crianças, criando a primeira bicicleta infantil do Mundo!
Para o barão o “brinquedo” custou caro. Acabou falido em poucos anos tentando ganhar dinheiro com ele.

                                   Manuel 

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Direitos iguais implica obrigações e deveres


Declaração universal
dos deveres humanos

Anselmo Borges

Ainda no início do novo ano, fica aí uma síntese da célebre "Declaração universal dos deveres humanos". Para superar a crise e para que a esperança não seja mera ilusão, wishfull thinking, precisamos todos de ser fiéis às nossas responsabilidades e cumprir os nossos deveres.
Já na discussão do Parlamento revolucionário de Paris sobre os direitos humanos, em 1789, se tinha visto que "direitos e deveres têm de estar vinculados", pois "a tendência para fixar-se nos direitos e esquecer os deveres" tem "consequências devastadoras".
Foi assim que, em 1997 e após debates durante dez anos, o Interaction Council (Conselho Interacção) de antigos chefes de Estado e de Governo, como Maria de Lourdes Pintasilgo, V. Giscard d'Estaing, Kenneth Kaunda, Felipe González, Mikhail Gorbachev, Shimon Peres, fundado em 1983 pelo primeiro- -ministro japonês Takeo Fukuda, sob a presidência do antigo chanceler alemão Helmut Schmidt, propôs a Declaração Universal dos Deveres Humanos. Na sua redacção, teve lugar destacado o teólogo Hans Küng.
O Preâmbulo sublinha que: o reconhecimento da dignidade e dos direitos iguais e inalienáveis de todos implica obrigações e deveres; a insistência exclusiva nos direitos pode acarretar conflitos, divisões e litígios intermináveis, e o desrespeito pelos deveres humanos pode levar à ilegalidade e ao caos; os problemas globais exigem soluções globais, que só podem ser alcançadas mediante ideias, valores e normas respeitados por todas as culturas e sociedades; todos têm o dever de promover uma ordem social melhor, tanto no seu país como globalmente, mas este objectivo não pode ser alcançado apenas com leis, prescrições e convenções. Nestes termos, a Assembleia Geral proclama esta Declaração, a que está subjacente "a plena aceitação da dignidade de todas as pessoas, a sua liberdade e igualdade inalienáveis, e a solidariedade de todos", seguindo-se os seus 19 artigos, de que se apresenta uma síntese.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O EGITO, hoje, em dia de liberdade


A multidão na praça

A ditadura ruiu e o povo é livre, mas as mudanças a partir de agora não vão surgir milagrosamente. A corrupção não vai eclipsar-se, a justiça social não vai brotar ao sabor desta onda de alegria, a pobreza não se transforma em bem-estar para todos de um dia para o outro, a democracia não vem guiada por uma varinha mágica, os partidos políticos não nascem espontaneamente, a organização social não sai de caixa de ilusionista. Hoje é o primeiro dia de uma longa caminhada rumo a um futuro democrático, justo e fraterno. Felicidades para o Egito e para os egípcios.

Porto de Aveiro

A SOLIDÃO MATA

Idosos

A solidão

Maria Donzília Almeida

A propósito da notícia, recentemente, divulgada e amplamente comentada, surge esta reflexão.
Uma idosa foi encontrada morta em sua casa, num prédio de vários andares, onde  ficou durante nove anos. Dá que pensar, já que os vizinhos nunca se aperceberam de qualquer sinal de cadáver. Apenas uma vizinha estranhara a sua prolongada ausência e avisou as forças de segurança para que envidassem esforços no sentido de descobrir o enigma.
Mais do que lamentar e condenar a inoperância dos agentes da GNR por incúria e negligência, depara-se aqui com um mal maior e que vai corroendo a sociedade portuguesa  -  a solidão.
 Com os notáveis avanços da investigação médica, foi largamente aumentada a esperança de vida, levando a que haja maior número de idosos e que se viva até uma idade mais avançada. Muitas pessoas, passado o seu período produtivo, ficam mais entregues a elas mesmas e também mais propensas à solidão. É certo que por aí vão proliferando os lares de terceira idade, nem todos com as devidas condições de sanidade para poderem funcionar, diga-se de passagem, para tentarem resolver este problema social. Com o envelhecimento da população, são a forma de dar resposta a este crescente problema. Nem todos os idosos vão para os lares; ou porque são recebidos pelos familiares, por problemas económicos, ou simplesmente não querem abandonar a sua casinha onde sempre viveram. Sem querer pôr-me a adivinhar, talvez tenha sido esta a razão que levou esta senhora a permanecer na sua casa.

O povo egípcio está livre

Mubarak abandonou o poder. O Exército egípcio anunciou que vai ser o garante das reformas no país e prometeu a realização de eleições livres e justas.
Este parágrafo resume a liberdade de um povo. Mais: mostra que, realmente, o povo, na verdadeira aceção da palavra, é quem detém o poder. Já lá vai o tempo em que não era assim.
Os egípcios, cansados da ditadura, que foi apoiada pelo Ocidente e por países que olham em primeiro lugar para interesses económicos, sobrepondo-os aos direitos do povo, assumiram a coragem de dizer não a um regime autocrático, sonhando já com uma democracia livre  e, logicamente, honesta, baseada no respeito pelos direitos humanos e pela justiça social.
Todos esperamos que a uma ditadura não suceda outra ditadura, porventura de gestão religiosa. Seria pior a emenda que o soneto. Contudo, estou em crer que o povo continuará atento.
A partir de agora, outras ditaduras ruirão no mundo árabe. Assim o povo o queira.