A Rádio Terra Nova entra em 2015 com novo rosto e novas
rubricas. As afinações estão a ser aplicadas, para melhor servir os ouvintes e
visitantes, espalhados por todo o mundo. O grafismo, sóbrio e bem arrumado,
desafia-nos a navegar por diversos espaços, sendo certo que, com atualizações
permanentes, a Terra Nova se torna numa mais-valia a nível da informação e
entretenimento para todos nós.
Damos os parabéns aos seus dirigentes, trabalhadores,
ouvintes e visitantes, bem como aos que conceberam o novo grafismo da RádioTerra Nova. quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
Um Ano Novo Muito Melhor
Um ano novo melhor do que o defunto 2014 é o meu desejo para
todos quantos me rodeiam, incluindo amigos de perto e de longe com quem comungo
amizades. Melhor que 2014, pois claro.
Cada ano que começa é sempre uma surpresa que nos envolve na
vida como a lotaria, para quem joga. Os jogadores apostam, quantas vezes
teimosamente, mas poucos acertam. Começamos 2015 na esperança de que a vida
nos sorria com paz e fraternidade, alegrias e saúde, mas raramente nos acontece em plenitude o que sonhamos. Urge, pois, aceitar o que a roda da vida nos dá no dia a dia, na
certeza de que as adversidades darão lugar ao bem-estar, porque o desânimo não
pode fazer parte dos nossos vocabulários.
Com estes propósitos, formulo votos de que todos nos estimulemos uns aos outros na luta contra eventuais pessimismos que nos possam atacar na caminhada rumo a
futuros mais risonhos.
Bom Ano para todos.
Fernando Martins
A BÊNÇÃO DE DEUS QUE NOS FAÇA IRMÃOS
Reflexão de Georgino Rocha
para a missa de Santa Maria, Mãe de Deus
Os pastores acorrem ao “portal de Belém”, o curral onde nasce Jesus, e encontram um cenário absolutamente normal para uma família “em trânsito”. - Lc 2, 16-21. Observam o recheio envolvente e o seu olhar concentra-se nas pessoas e nas atitudes.
Em Jesus, Deus abençoa-nos, isto é, manifesta e diz o bem que nos quer, a vida que nos deseja, o tempo que nos oferece, o futuro que nos prepara, a aliança que connosco celebra. E quem acolhe esta bênção pode abençoar porque reconhece que Deus está na origem de todo o bem; que está presente nas pessoas e nas famílias; que destina a todos e a cada um os bens criados e transformados pela tecnologia. Abençoar alguém é desejar-lhe que tome consciência da presença de Deus na vida, na família, nos projectos, nos sonhos em realização.
No início do Ano Novo, que o bom Deus nos dê a sua bênção, olhe com bondade o nosso coração e lhe conceda sabedoria para entender a vida como doação confiante. Que este ano não nasça envelhecido, mas surja com gérmenes de esperança a brotar em todos e encontre pessoas à altura do tamanho dos desafios com que nos debatemos e reclamam solução urgente em nome da dignidade humana. A exemplo de Maria, a mãe de Jesus.
"Já não escravos, mas irmãos" - clama o Papa Francisco na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, 2015. E com ele, todos os que escutam as aspirações profundas do coração humano, sentem a beleza da dignidade e da autonomia e verificam "o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem, flagelo que "fere gravemente a vida de comunhão e a vocação a tecer relações interpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a caridade. Tal fenómeno abominável, que leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade... Já não escravos, mas livres".
segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
Catálogo das doenças da Cúria
Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias de sábado
Estou convencido de que nunca pensaram ter de ouvir o que ouviram. Estavam os cardeais, bispos, monsenhores na bela Sala Clementina, para a saudação natalícia papal. A Cúria — governo e administração central da Igreja — esperaria palavras diplomáticas, alusivas à data. Mas o Papa Francisco veio com o Evangelho, num discurso profético e arrasador.
A. Como seria belo, começou, "pensar que a Cúria romana é um pequeno modelo da Igreja". No entanto, "como todo o corpo humano, está exposta à doença, ao mau funcionamento". E enumerou, em tom duro, algumas destas doenças da Cúria.
1. Tudo gira à volta da "patologia do poder". Assim, a primeira doença é a de "sentir-se imortal, indispensável", que leva ao narcisismo e a considerar-se superior a todos e não ao serviço de todos. Por isso, aconselhou uma cura de humildade: passar por um cemitério e ver os nomes de tantos que também pensaram que eram imortais e indispensáveis. "Uma Cúria que não se autocrítica, que não procura melhorar é um corpo doente".
2. Outra doença é o "martismo". No Evangelho, há duas irmãs: Marta e Maria e, enquanto esta escuta Jesus, Marta corre e atarefa-se sem descanso. O martismo é, pois, o trabalho excessivo, no stress, na agitação, sem repouso para a meditação e interioridade.
3. Há também a "fossilização mental e espiritual", que leva à perda da sensibilidade necessária para chorar com os que choram e alegrar-se com os que se alegram.
4. Lá está ainda a doença do excesso de planificação e do funcionalismo, que conduz a posicionamentos estáticos e imutáveis, com a pretensão de domesticar o Espírito.
5. A doença da má coordenação, perdendo o espírito de colaboração e equipa.
6. A doença do "Alzheimer espiritual": perdeu-se a memória do encontro com Jesus e com Deus e vive-se então na dependência de concepções imaginárias, das próprias paixões, caprichos e manias.
7. Lá estão "a rivalidade e a vanglória", transformando-se a aparência, as honras e as medalhas honoríficas no primeiro objectivo da vida.
8. A doença da "esquizofrenia existencial", que é a de "quem vive uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica do medíocre e do vazio espiritual que títulos académicos não podem preencher". Doença que afecta sobretudo quem se limita às coisas burocráticas e perde o contacto pastoral.
9. A doença dos "rumores, mexericos, murmurações, má-língua", que pode levar ao "homicídio a sangue frio". Cuidado com "o terrorismo dos rumores, do diz-se!".
10. A doença de "divinizar os chefes", própria de quem idolatra os superiores: "são vítimas do carreirismo e do oportunismo".
11. A doença da indiferença para com os outros.
12. A "doença da cara de funeral": são pessoas" bruscas e grosseiras", sem alegria nem delicadeza.
13. A doença da acumulação de bens materiais, querendo assim preencher "um vazio existencial no coração".
14. A doença dos "círculos fechados", com o perigo de cortar a relação com o Corpo da Igreja e até com o próprio Cristo. 15. A última é "a doença do mundanismo, do exibicionismo", transformando o serviço em poder.
B. É claro que "estas doenças e tentações são naturalmente um perigo para cada cristão e para cada cúria (diocesana), comunidade, paróquia, movimento eclesial, e podem ferir tanto a nível individual como comunitário", concluiu. Aliás, podemos acrescentar que as tentações de sentimento de imortalidade, Alzheimer espiritual, esquizofrenia existencial, exibicionismo, materialismo, vaidade, nepotismo, martismo... são tentações de governantes e cidadãos em geral, em toda a parte. Mas, aqui, sem adoçar as palavras, Francisco dirigiu-se directamente à Cúria romana, que não quer como corte e que não reagiu entusiasta ao discurso, apenas com palmas tímidas e frouxas. Possivelmente, a Cúria ao longo dos tempos terá feito mais ateus e provocado mais abandonos da Igreja do que Marx, Nietzsche, Freud e outros pensadores ateus juntos.
Recentemente, o historiador da Igreja, Andrea Riccardi, fundador da célebre Comunidade de Santo Egídio, ex-ministro da Itália e amigo de Francisco, advertiu que "o Papa tem muita oposição dentro e fora da Cúria, e sabe-o". Francisco está a operar uma revolução na Igreja e tem consciência de que há maquinações no sentido de um restauracionismo pré-conciliar. Mas também sabe, como acrescentou Riccardi, que, sem o Concílio Vaticano II, "a Igreja teria naufragado e seria uma pequena comunidade com um grande passado". "A Igreja errou ao apresentar-se como o partido dos valores tradicionais", e "aceitar o desafio de ser Igreja-povo é crucial".
Francisco é consciente de que, sem reformas estruturais na Igreja, corre o risco de, desaparecendo ele, o seu pontificado vir a ser considerado como um simples parêntesis. Por isso, invocou a urgência de conversão da Cúria. Fê-lo, à luz do Evangelho, frente à Cúria e sabendo que a maior parte da Igreja e da opinião pública mundial está do seu lado.
domingo, 28 de dezembro de 2014
Um milénio entre a excomunhão e a bênção
Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO
1. Segundo a cronologia, devia ter deixado para hoje o que escrevi no Domingo passado. Mas assim é melhor. Vamos, então, à fonte donde nasceram as questões que os jornalistas levantaram ao Papa, no voo de regresso da Turquia.
Foi uma peregrinação que durou três dias cheios de acontecimentos, cuja significação profunda e decisiva para o futuro passou quase despercebida. Começo pelo contraste complementar entre as declarações fervorosas sobre o Islão – a não confundir com as organizações que o invocam para matar em nome de Deus - e o apelo veemente aos dirigentes religiosos e políticos muçulmanos para que se unam na denúncia clara e pública desses crimes e ameaças.
A Turquia é a fronteira de muitas fronteiras políticas, religiosas e cristãs. Bergoglio não foi lá dar lições a ninguém. Foi encorajar os que procuram caminhos de paz no Medio Oriente, intensificar o diálogo inter-religioso e revigorar a proximidade católica com o mundo cristão da Ortodoxia.
Era conduzido pelo desejo de congregar as energias de todas as pessoas de boa vontade, daquelas que vêem o mundo a partir do rosto das vítimas da violência, dos pobres e dos excluídos e que não aceitam esta vergonha como uma fatalidade.
NOVA LUZ PARA A FAMÍLIA
Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo da Sagrada Família
Duas vezes, ouve José a voz do enviado de Deus que lhe diz: “Levanta-te, toma o Menino e sua Mãe”. Mt 2, 13-15. 19-23. Uma, para fugir para o Egipto. Outra, para regressar às terras de Israel. A primeira, porque o Menino corria perigo de vida. A segunda porque Herodes, o perseguidor, havia morrido. E José acolhe prontamente a ordem recebida e, com obediência confiante, dá-lhe seguimento.
A fuga e o regresso, facto com algum fundo histórico, mas sobretudo simbólico e teológico, são aproveitados por Mateus para fazer uma excelente catequese sobre Jesus e a sua família. José, o esposo de Maria; Maria, a Mãe do Menino; Jesus, o filho de Deus, todos unidos pelo mais fiel amor, pela mais profunda comunhão, pelo maior desejo de fazer o que o enviado de Deus havia anunciado como promessa e, agora, se realiza neles e por eles.
Quem não admira estes valores?! São indispensáveis a qualquer família: ser berço da vida e escola da educação, espaço privilegiado de apoio mútuo e de crescimento de todos, lar de abrigo carinhoso e força motriz de sonhos sempre novos a realizar, unidade básica da vida em sociedade a humanizar e igreja doméstica a edificar, prenda "natalícia" com que Deus quer presentear-nos. E quem não se sente impelido a passar da admiração à imitação?! E a participar no debate em curso para preparar o Sínodo que o Papa Francisco convocou para Outubro de 2015 e que trata da família e das novas situações em que se encontra?!
José toma o Menino e sua Mãe. Bela realidade que nos deixa encantados. Toda a criança tem pais conhecidos, sobretudo tem mãe, a sua mãe. A sua e não outra. A experiência de relação e de pertença é estruturante do ser humano. Sem esta, por melhores que sejam as substituições, fica empobrecida a natureza filial e definhada a ternura materna. Feliz a família que sabe acolher os filhos, criar-lhes relações de apoio estabilizador, acompanhá-los no desabrochar da verdade e dar-lhes alento às “asas” da liberdade para voarem, mantendo acessível e encorajante o rumo da vida digna.
sábado, 27 de dezembro de 2014
Catálogo das doenças da Cúria
Crónica de Anselmo Borges no DN
«Estou convencido de que nunca pensaram ter de ouvir o que ouviram. Estavam os cardeais, bispos, monsenhores na bela Sala Clementina, para a saudação natalícia papal. A Cúria - governo e administração central da Igreja - esperaria palavras diplomáticas, alusivas à data. Mas o Papa Francisco veio com o Evangelho, num discurso profético e arrasador.
A. Como seria belo, começou, "pensar que a Cúria romana é um pequeno modelo da Igreja". No entanto, "como todo o corpo humano, está exposta à doença, ao mau funcionamento". E enumerou, em tom duro, algumas destas doenças da Cúria.»
Psrs ler na íntegra na segunda-feira
Votos de Boas Festas
Fernando e Lita |
Graças às novas tecnologias da comunicação, ano a ano
renovadas e multiplicadas, nunca recebi tantas e tão expressivas mensagens de Boas
Festas como nesta quadra. A resposta personalizada a cada amigo, como seria
justo e compreensível, tornou-se impossível. Ainda tentei mas desisti. Faço-o por
esta forma, agradecendo a gentileza dos contactos e dos votos, na esperança de
que todos possam usufruir de um 2015 muito melhor do que o triste 2014 que está
prestes a passar à história.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Um Papa sem papas na língua
quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
VIMO-LO CHEIO DE GRAÇA E DE VERDADE
Reflexão de Georgino Rocha
para a Missa do Dia de Natal
“Vimo-Lo cheio de graça e de verdade”, é como João apresenta o Verbo de Deus que se faz carne humana e habita entre nós. Jo 1, 1-18. “Vimo-lo” é certeza reconhecida e testemunho assertivo, afirmação testada e anúncio jubiloso.
O Verbo de Deus faz-se carne humilde e débil. A sua glória brilha na fragilidade de uma criança. A Palavra eterna ressoa nas vozes do tempo e assume as formas de comunicação humana. A tenda de Deus ergue-se na história e regista as “marcas” contingentes da humanidade, configurando-se não como templo de pedras, mas como consciência desperta para a dignidade da sua vocação a deixar-se encher de graça e de verdade. Grande maravilha! Felizes os que a sabem apreciar e dar-lhe rosto pessoal configurado por atitudes coerentes
O Verbo de Deus faz-se carne humilde e débil. A sua glória brilha na fragilidade de uma criança. A Palavra eterna ressoa nas vozes do tempo e assume as formas de comunicação humana. A tenda de Deus ergue-se na história e regista as “marcas” contingentes da humanidade, configurando-se não como templo de pedras, mas como consciência desperta para a dignidade da sua vocação a deixar-se encher de graça e de verdade. Grande maravilha! Felizes os que a sabem apreciar e dar-lhe rosto pessoal configurado por atitudes coerentes
João apresenta-O, assim, não por fantasia engenhosa, pessoal e da comunidade a que se dirige, mas por eles terem visto a glória do Senhor e experienciado o seu amor, por terem ouvido a sua palavra e transmitido a sua mensagem, por terem tocado as suas “chagas” e partilhado a sua paixão. Apresenta-O assim, com um propósito claro explicitado na sua 1ª. carta: “ Para que estejais em comunhão connosco. A nossa comunhão é com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo … para que a vossa alegria seja completa” (Jo 1, 3 e 4).
Não deixemos perder o sentido profundo do Natal. Jesus é o melhor presente de Deus à humanidade, a cada um de nós. O seu amor é a prenda mais valiosa. A sua proposta de felicidade é a que mais valoriza a pessoa dotando-a da sua divina dignidade.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
NATAL DA FRATERNIDADE
1. Desde tenra idade, já com mais de sete décadas, habituei-me a sentir que Natal é tempo de fraternidade e de paz. Lembro-me bem da expressão “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”, expressão que continua presente no meu espírito. Durante o ano, várias vezes a pronuncio, qual compromisso que assumi para a vida.
Quando ouço dizer que Natal é quando o homem quiser e não apenas e só no dia 25 de dezembro de cada ano, julgo que haverá muita razão para assim pensar. Contudo, como crente, entendo que a festa do nascimento de Jesus, carregada de simbologia, terá muito sentido, como ponto de partida, ano a ano anunciado, para um renascimento espiritual nesta sociedade de matriz cristã que é a nossa. Para mim e decerto para muitos outros, o cântico “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade” tem de fazer parte integrante da nossa identidade cristã, vivida em todas as circunstâncias e contra ventos e marés, no respeito absoluto pelos que não comungam dos nossos ideais.
2. Também desde sempre associei o Natal à festa da família por excelência. A família reúne-se quando calha, formal ou informalmente, nos aniversários, na Páscoa, nas festas dos padroeiros, na chegada de algum membro após tempos de ausência, nos batizados, casamentos e nos aniversários, na celebração de certas datas e em tantos e diversas ocasiões, porém, não há dúvida de que a consoada é muitíssimo congregadora. É a festa da família que torna a noite mais silenciosa do ano. Nas ruas, ontem como hoje, a noite é marcada pela ausência de trânsito automóvel e circulação de pessoas.
Todos, à volta da mesa, falam, evocam, riem e discutem cenas do dia a dia, do ano, do que se fez e não fez, do que urge fazer. Enquanto se come e bebe com alegria, normalmente sem exageros, que a vida longa de alguns não pode ir por abusos.
3. À roda da mesa, sem lugares marcados, não falta quem fique por momentos silencioso. Há lugares vazios com memórias dos que fisicamente já não podem falar da qualidade do bacalhau, dos dulcíssimos bilharacos e rabanadas, do vinho que se bebe, das prendas “magicamente” postadas no borralho, debaixo da chaminé bordejada por papéis ou adereços de pano coloridos. Não podem, mas nesses momentos sagrados nós ouvimo-los, temos presente as suas opiniões, as suas estórias, os seus sacrifícios e canseiras para que nada nos faltasse nas nossas infâncias e juventudes.
Sem medo de errar, julgo que as festas natalinas são as mais propícias às recordações daqueles que têm lugar garantido nos nossos corações e à harmonia familiar.
4. Para os crentes, o Natal tem de ser um desafio a permanentes e ousados gestos de partilha e paz interior que transborde para tudo quanto nos cerca. O Natal tem de ser luz que irradie ternura, bondade e caminhos de verdade, de justiça e amor. Jesus não é a nova Luz da Humanidade?
Bom Natal na alegria de Jesus Renascido
Fernando Martins
terça-feira, 23 de dezembro de 2014
O filho pródigo
Um conto de Natal
de Maria Donzília AlmeidaNa cozinha, as mulheres da casa afadigavam-se na preparação da ceia de consoada. O prato típico da quadra iria aparecer com todo o esmero, na mesa que reuniria a família. O bacalhau fora demolhado com a antecedência conveniente, as batatas cresciam em grande alguidar, juntavam-se as cenouras, os ovos e a couve penca de Chaves. Era uma couve tenrinha que o avô cultivava ali,no quintal da casa e que se orgulhava de ostentar, fazendo jus aos seus dotes de hortelão.
Ponte para S. Jacinto
23 de Dezembro
Nota: A tão falada ponte, na altura, foi por água abaixo. Foi feita a da Varela, mas a de S. Jacinto não foi considerada prioritária. Até hoje.
S. Jacinto |
1966 — O ministro das Obras Públicas recebeu, no seu gabinete, uma representação de aveirenses que foram pedir ao Governo a construção de uma ponte entre as duas margens da ria, sobre o canal de São Jacinto; o pedido não teve seguimento (Correio do Vouga, 23-12-1966; Litoral, 31-12-1966). J
"Calendário Histórico de Aveiro"
de João Gonçalves Gaspar e António Christo
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Papa apresenta 15 "doenças" cruciais
Que grande lição para toda a gente
«Papa fala à Cúria sobre os males da Cúria.
«Papa fala à Cúria sobre os males da Cúria.
Diante dos cardeais, bispos e monsenhores
que trabalham no Vaticano,
Francisco apresentou uma lista
com 15 "doenças" curiais.»
«Do "Alzheimer espiritual" à "divinização dos chefes". O Papa Francisco identifica 15 "doenças" na Cúria Romana e falou sobre todas esta segunda-feira, num discurso perante os cardeais, bispos e monsenhores que trabalham no Vaticano.
Herança cristã da Europa
Crónica por Anselmo Borges
no Diário de Notícias de sábado
Anselmo Borges |
No contexto dos debates à volta da entrada ou não da Turquia na União Europeia, o escritor turco Orhan Pamuk, Nobel da Literatura de 2006, fez, na sua recente visita a Lisboa, algumas considerações sobre os valores fundamentais da Europa, que merecem atenção. Foi dizendo que a herança cultural europeia não se deve limitar à preservação dos seus monumentos, pois não pode esquecer "a preservação dos seus valores fundamentais", acrescentando que "temos de ter uma discussão séria sobre esses valores".
Pamuk não concretizou muito quanto a estes valores. Assim, talvez se deva ter em atenção o que disse, há um ano, a um jornalista colombiano, que lhe perguntou se se sentia europeu: "Não sei. Não penso nesses termos. Em primeiro lugar, sinto-me turco. E um turco tanto se sente europeu como não europeu. Acredito numa Europa que não se baseia no cristianismo, mas no Renascimento, na Modernidade, na 'Liberdade, Igualdade, Fraternidade'. Essa é a minha Europa. Acredito nessas coisas e quero fazer parte delas. Mas, se a Europa é a civilização cristã, lamento: nós, turcos, não queremos entrar."
Meu Pequenino
Jean-Paul Sartre, o filósofo ateu,
enviou do seu cativeiro
aos padres que admirava
uma meditação sobre a pintura
que gostaria de fazer do Natal.
Aqui fica a minha imperfeita tradução:
"A Virgem está pálida e olha para o menino. O que seria necessário pintar neste rosto é um encantamento ansioso que não apareceu senão uma vez sobre uma figura humana. Porque Cristo é o seu menino: a carne da sua carne, o fruto das suas entranhas. Cresceu nela durante nove meses e dar-lhe-á o seu seio (...) e, por momentos, a tentação é tão forte que ela esquece que ele é Deus. Aperta-o nos seus braços e diz: 'Meu pequenino.’
domingo, 21 de dezembro de 2014
NATAL
Natal
Foi na pobreza
Sem brilho
Sem luz
Que a natureza
Nos trouxe Jesus.
Mas na humildade
A humanidade
Venera o Menino
A nossa paz
E a serenidade
Ele nos traz,
Se caminharmos
E embarcarmos
No bom caminho!
Que o nosso destino
Seja a comunhão
Ao darmos a mão
Ao nosso irmão!
Este ano eu pus
Na senda da vida
A aura sentida
Do Menino Jesus!
M.ª Donzília Almeida
Quantos Cristos ressuscitaram? (1)
Crónica de Frei Bento Domingues
no PÚBLICO
1. Nas crónicas de Natal, durante vários anos, preocupei-me, com questões de ordem histórica e teológica, levantadas pelo género literário dos chamados “Evangelhos da Infância”. Esses belos tecidos simbólicos, anunciando o reinado do Espirito de Cristo – recusa do mundo de senhores e escravos – são mal servidos por uma leitura estéril de biologia milagrosa.
Este ano, opto pela peregrinação ecuménica do Papa Francisco à Turquia, fundamental para o renascimento das Igrejas. Selecciono, apenas, duas respostas descontraídas a perguntas dos jornalistas, no voo de regresso [1]. Voltarei, em breve, a outros aspectos.
O Papa Bergoglio tinha afirmado que, para chegar à suspirada plenitude da unidade, “a Igreja católica não tem intenção de impor qualquer exigência”. Daí a questão: “estaria a referir-se ao Primado (do Bispo de Roma)?
sábado, 20 de dezembro de 2014
Valdemar Aveiro lança mais um livro
Uma obra com histórias pitorescas e picarescas
Capitão Valdemar, ao centro, com amigos |
Valdemar Aveiro lançou hoje, 20 de dezembro, no anfiteatro do Museu Marítimo de Ílhavo, o seu mais recente livro, “Ecos do Grande Norte — Recordações da Pesca do Bacalhau”, que foi «um filho tardio», porque «julgava já não ter disposição de espírito para escrever». O autor, que ontem completou 80 anos de vida, afirmou tratar-se de um trabalho que teve «seis meses de gestação», o que prova à evidência a sua capacidade de trabalho, alimentada por excelente memória e vontade de comunicar vivências dos ílhavos «num deserto de água salgada».
O capitão Valdemar, como é mais conhecido, viveu 65 anos
ligados ao mar, entre moço e oficial, mas ainda como membro da Administração da
Empresa de Pescas S. Jacinto.
Ao encerar a sessão do lançamento do seu livro, criticou as
contrapartidas da UE que levaram «ao desmantelamento da nossa frota».
«Deram-nos dinheiros para não produzirmos», afiançou.
Evocou épocas em que Ílhavo pontificava na oficialidade dos
navios, para além dos contramestres, cozinheiros e motoristas, que também eram
ilhavenses. Nessas alturas, Ílhavo era uma terra de «passagem de modelos» nas
ruas, pela forma como as mulheres se arranjavam. «Muitos
estrangeiros ficavam por cá atraídos pelas sereias», frisou. Mas presentemente,
Ílhavo «é uma terra descaracterizada», disse.
Herança cristã da Europa
Crónica de Anselmo Borges no DN
«No contexto dos debates à volta da entrada ou não da Turquia na União Europeia, o escritor turco Orhan Pamuk, Nobel da Literatura de 2006, fez, na sua recente visita a Lisboa, algumas considerações sobre os valores fundamentais da Europa, que merecem atenção. Foi dizendo que a herança cultural europeia não se deve limitar à preservação dos seus monumentos, pois não pode esquecer "a preservação dos seus valores fundamentais", acrescentando que "temos de ter uma discussão séria sobre esses valores".»
Para ler na próxima segunda-feira no meu blogue
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
Laguna — Património Mundial?
Um desafio lançado neste Natal
por Senos da Fonseca
Uma paisagem natural de espanto para o olhar
“Laguna — Património Mundial?” é um desafio lançado a todas
as gentes ligadas à Ria de Aveiro, direta ou indiretamente, por Senos da
Fonseca, um ilhavense que vive
intensamente a problemática lagunar, abordando os mais diversificados temas.
Neste Natal, avançou com a ideia, provavelmente utópica para
uns tantos e garantidamente pertinente para muitos mais, de nos unirmos
na defesa da integração da laguna no rol honroso do Património Mundial da
Humanidade, sendo necessário conjugar esforços do povo e forças vivas, rumo ao
desejável objetivo de se chegar à meta
com êxito.
Senos da Fonseca avança com dez razões que justificam a sua
proposta de projeto que se quer ganhador, onde destaca que «A laguna foi (e é) um fenómeno
natural raro, praticamente único», que desde o início «captou a atenção do
homem», enquanto lhe propôs «um árduo desafio de aproveitamento das imensas
potencialidades».
Grupo Desportivo da Gafanha na rádio
Futebol de Lés a Lés
«O Grupo Desportivo da Gafanha procurou com pouco dinheiro constituir um grupo capaz de manter a equipa no mapa do futebol nacional. A principal equipa de futebol do Gafanha integra a Série D do campeonato nacional de séniores e durante a primeira volta as coisas não correram da melhor forma.»
Jornalista Mário Aleixo
Ler e ouvir aqui
FAÇA-SE EM MIM SEGUNDO A TUA PALAVRA
Reflexão semanal de Georgino Rocha
A disponibilidade de Maria é total, e incondicional a sua entrega. Após uma saudação que a felicita pela graça alcançada e um diálogo que lhe desvenda a densidade do futuro próximo, o seu “sim” é pleno e definitivo, alegre e confiante. Deus quere-a senhora e ela, por amor, faz-se escrava. Lc 1, 26-38. Ele enche sempre as mãos vazias e acolhedoras dos que confiam na sua promessa.
O episódio tem lugar em Nazaré, aldeia da Galileia com uns cem habitantes. O protagonista é o anjo do Senhor que vem a casa de Joaquim e de Ana. A mensagem expressa-se no convite para ser mãe de Jesus, o Filho do Altíssimo. O ambiente deixa “respirar” simplicidade e o silêncio faz pressentir a sublimidade do acontecimento. O interlocutor é uma jovem virgem em estado singular: já não “pertence” à família por estar “comprometida” com José, nem ao esposo e seus familiares por ainda não terem celebrado publicamente a boda ritual. Tudo ocorre no espaço onde Maria se encontra, na vida fecunda do lar onde se cultivam as mais nobres tradições e forjam os grandes ideais: o amor de doação, a mútua ajuda na relação, a integridade na educação, a memória agradecida do passado, a esperança confiante no futuro, a leveza no perdão e a elevação na oração. Deus inclina-se para ela e para todos os que encontra disponíveis.
Clube de Vela da Costa Nova coordena estágio na Figueira
Vela da Mentor promove estágio de Natal
No portal do Porto da Figueira da Foz li uma referência a Sara Reis, velejadora experiente e treinadora da escola de vela Optimists do Clube de Vela da Costa Nova, clube que formou o campeão olímpico Nuno Barreto. A Sara, campeã nacional feminina em 2008, coordenou um estágio de dois dias na Figueira, coadjuvada pelo treinador da Mentor Vasco Justino.
Apesar de não andar muito informado sobre as áreas desportivas, gostei de saber que o Clube de Vela da Costa Nova pratica e ensina a velejar quem sente pazer nos desportos náuticos.
Ler mais aqui
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